Ainda bem que Woody Allen existe.
Woody Allen é um dos maiores cineastas de toda a História. São pouquíssimos, raríssimos os cineastas que conseguiram fazer tantas obras originais, baseadas em histórias criadas por eles mesmos – e com tal qualidade.
Só há dois outros cineastas que rivaliza com ele nesses quesitos. Um deles é exatamente o que ele mais admira, do qual é declaradamente fã e discípulo, Ingmar Bergman. O gênio sueco realizou 45 longa-metragens, quase todos, ou todos, de histórias escritas por ele mesmo. O outro é 16 anos mais novo que ele, mas já fez 23 longa-metragens, quase todos, se não todos, baseados em histórias criadas por ele mesmo – o espanhol Pedro Almodóvar.
Em 2020, 51 anos após sua estréia como diretor, Woody Allen lançou seu longa-metragem de número 48. Todos com tramas originais e roteiros assinados por ele, algumas vezes – umas poucas – em co-autoria. É um recorde.
Só para efeito de comparação, Alfred Hitchcock fez 53 longas – todos baseados em histórias criadas por outros. Clint Eastwood, outro gigante, fez 39, até 2021 – muitos deles brilhantes, mas não são histórias originais dele. Federico Fellini dirigiu várias obras-primas – mas foram 27 no total. O mesmo vale para Luchino Visconti: realizou várias obras-primas – mas foram 21. Também para Michelangelo Antonioni, que assinou 36, mas vários deles foram curtas-metragens.
François Truffaut, que teve vida muito curta, fez apenas 24 filmes.
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Em um esplendoroso texto publicado no New York Times em 16 de julho de 2015, a crítica Manohla Dargis diz que Irrational Man, o Woody Allen safra 2015, explora a aleatoriedade da vida.
Ela começa seu texto lembrando o diálogo entre um escritor e um físico que acontece em Setembro, o drama de 1987 do cineasta. Em meu texto sobre Setembro, transcrevi todo o diálogo que a crítica do New York Times cita:
“Naquela longa noite, haverá um diálogo fantástico, extraordinário, tenebroso, Woody Allen em estado puro, entre Peter-Sam Waterston, o publicitário com pretensões literárias, e Lloyd-Jack Warden, que é físico.
Peter: – “Em que área da física você trabalha?”
Lloyd: – “Numa área mais aterrorizadora do que a que faz explodir o planeta”.
Ele não usa hora alguma a palavra astrofísica, mas fica bastante claro que é isso.
Peter: – “Há algo mais aterrorizador do que a destruição do mundo?”
Lloyd: – “Há. O conhecimento de que não importa uma ou outra forma, tudo é aleatório. Tudo se origina ao acaso, do nada, e depois desaparece para sempre. Não estou falando do mundo, e sim do universo. Todo o espaço, todo o tempo, uma convulsão temporária.”
E depois ele completa: o universo é moralmente neutro e inimaginavelmente violento.”
Após citar esse diálogo, a crítica Manohla Dargis contrapõe a insistência com que Mr. Allen repete, na tela e fora dela, que a vida não tem sentido algum, com a sua prodigiosa produção cinematográfica. “Como tende a ser o caso de seu trabalho, este novo filme – leve e sombrio – parece, soa e se apresenta bastante com alguns de seus títulos anteriores. E isso não é ruim. Uma das características do trabalho de Mr. Allen, e às vezes algumas de suas atrações, é como cada novo filme registra-se como um outro capítulo em um projeto que – em sua escala e escopo, e de uma forma em que parece falar sobre sua vida pessoal – veio a ter semelhança com uma estranha metaficção. Em seu conto ‘O Livro de Areia’, Jorge Luis Borges cria ‘um livro infinito’ sem começo ou fim, o que é outra maneira de descrever o que se pode sentir ao se considerar a totalidade dos filmes de Mr. Allen.”
É isso aí. É exatamente isso aí. Enquanto nos diz que a vida não tem sentido, que tudo é aleatório, que tudo começa por acaso e depois desaparece para sempre, esse filho da mãe desse Allan Stewart Konigsberg nos presenteia com uma obra de uma beleza, de um esplendor descomunal.
Ainda bem que ele existe.
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Esta é a segunda filmografia que publico aqui, depois da de François Truffaut. E isso, ao contrário do que diz Woody Allen sobre a vida, não é nada aleatório: os dois são, provavelmente, meus cineastas preferidos, prediletos, mais amados – embora o número de realizadores que admiro seja muito, muito extenso.
Não é aleatório: Truffaut e Allen são os dois realizadores cujas obras mais rapidamente cobri aqui neste site. Do francês, estão aqui todos os filmes, com uma única exceção, Jules et Jim, sobre o qual ainda não tive coragem de escrever. Do americano, estão aqui todos, com a exceção do mais recente, O Festival do Amor (2020), que ainda não vi.
Deu um trabalho do cão construir este post. Levei um tempo imenso trabalhando nele. Mas fiquei bem contente por ter feito.
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Aí vai a filmografia do diretor.
Os números antes da data na coluna da esquerda se referem aos longa-metragens dirigidos por ele.
1966 | O Que Há, Tigresa?/What’s Up, Tiger Lily? | (O filme original foi dirigido por Senkichi Taniguchi.) | |
Isso aqui é uma peça museológica rara, e um filme sui generis, único, sem paralelo. É um filme japonês de ação, com perseguições, tiros, quadrilhas que disputam uma receita de salada de ovos (?!!?). Woody Allen criou novos diálogos, sem qualquer relação com o original, e os personagens foram dublados em inglês. Ficou uma trama absoluta, totalmente incompreensível – um nonsense puro. | |||
1 – 1969 | Um Assaltante Bem Trapalhão/Take the Money and Run | Woody Allen, Janet Margolin, Marcel Hillaire | |
O primeiro personagem que Woody Allen criou para ele mesmo interpretar, em seu filme de estréia como diretor (e co-autor do roteiro), é, como perfeitamente define o título brasileiro, um assaltante bem trapalhão.
Mais ainda que um assaltante, é um trapalhão. Sobretudo um trapalhão. Um sujeito atrapalhado, que não sabe fazer nada direito. Um estrupício ambulante. |
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2 – 1971 | Bananas | W.A., Louise Lasser, Carlos Montalban, Natividad Abascal | |
O próprio Woody Allen define Bananas, o segundo filme escrito e dirigido por ele, como “uma comédia que não tem trama”. Eric Lax, o autor do livro Conversas com Woody Allen, diz que Bananas e Um Assaltante Bem Trapalhão “são essencialmente monólogos cômicos filmados: uma gag verbal ou visual em cima da outra, sem muita atenção para os aspectos artísticos.” | |||
1972 | Sonhos de um Sedutor/Play it Again, Sam | W. A., Diane Keaton, Tony Roberts, Jerry Lacy | |
Play it Again, Sam é uma grande homenagem de Woody Allen ao cinema, aos filmes. Como vem de um humorista, é uma brincadeira, uma deliciosa coleção de piadas. É Woody Allen puro, concentrado, é tão Woody Allen quanto os outros filmes do mesmo período – só que não foi ele que dirigiu. O realizador é Herbert Ross (1927-2001), um diretor e produtor menos reconhecido do que mereceria. | |||
3 – 1972 | Tudo o Que Você Queria Saber Sobre Sexo/Everything You Always Wanted to Know About Sex | W.A., Lynn Redgrave, Gene Wilder, Louise Lasser, Tony Randall, Burt Reynolds | |
Como é brilhante, como é genial o último dos sete esquetes que formam o filme número 3 de Woody Allen! Brilhante, genial – não menos que isso. Essa foi a característica que mais me impressionou ao rever o filme agora, depois de décadas e décadas. | |||
4 – 1973 | O Dorminhoco/Sleeper | W.A., Diane Keaton | |
O Dorminhoco/Sleeper é bobo e engraçado. As duas coisas em grandes doses. Muito, extremamente bobo – e muito, extremamente engraçado. É uma trama sem sentido, uma brincadeira totalmente indiferente a qualquer tipo de lógica. Não se sustenta, nem pretende se sustentar. É como as antológicas comédias loucas, sem sentido, doidonas, dos anos 30 e 40. | |||
5 – 1975 | A Última Noite de Bóris Grushenko/Love and Death | W. A., Diane Keaton, Harold Gould, Sol Frieder | |
Dá mais lampejos de brilho, de genialidade em Love and Death do que chuchu na cerca. Há seqüências de imensa beleza plástica, sacadas inteligentíssimas, e uma quantidade absurda de diálogos maravilhosos. Saem tantas piadas a cada minuto quanto balas das metralhadoras de Rambo, do que gotas d’água nas Cataratas do Iguaçu. | |||
6 – 1977 | Annie Hall | W. A., Diane Keaton, Tony Roberts, Carol Kane, Paul Simon, Shelley Duvall | |
Annie Hall foi a primeira obra-prima de Woody Allen. Genial, brilhante, o filme solta faíscas de talento a cada minuto. Até a Academia se rendeu, e premiou o filme com quatro Oscars, nas categorias mais importantes: melhor filme, melhor direção, melhor roteiro original, melhor atriz para Diane Keaton. | |||
7 – 1978 | Interiores/Interiors | Diane Keaton, Mary Beth Hurt, Kristin Griffith, E.G. Marshall, Geraldine Page, Sam Waterston, Richard Jordan, Maureen Stapleton | |
Interiores, o primeiro drama realizado por Woody Allen, focaliza uma família bastante rica de Nova York – pai, mãe, as três filhas do casal, o marido de uma das filhas, o namorado de outra. Dos oito personagens centrais, quatro são infelizes. Se pudessem escolher entre a alegria e a tristeza, entre ver a vida de uma forma mais positiva e a de enxergar problema em tudo, não teriam dúvida em optar pelo pior. | |||
8 – 1979 | Manhattan | W.A., Diane Keaton, Michael Murphy, Mariel Hemingway, Meryl Streep | |
Woody Allen, esse gênio meio Zelig, que já teve seus momentos de Tolstói (A Última Noite de Bóris Grushenko), de Dostoiévski (Crimes e Pecados, O Sonho de Cassandra), de Bergman (Interiores, Neblina e Sombras, Desconstruindo Harry), de Tchécov (Hannah e Suas Irmãs), mas sendo sempre, sobretudo, Woody Allen, começa Manhattan assim um tanto como um Fellini de Oito e Meio, com seu alter ego Isaac Davis indeciso sobre como vai começar sua nova obra. | |||
9 – 1980 | Memórias/Stardust Memories | W.A, Charlotte Rampling, Jessica Harper, Marie-Christine Barrault, Tony Roberts | |
O protagonista Sandy Bates (o próprio Allen) é um cineasta aclamado mas vivendo sérios conflitos pessoais, em crise artística tanto quanto em crise existencial, e está tendo problemas para fazer seu mais recente filme. A toda hora se vê diante de lembranças do passado, memórias que o perseguem como fantasmas, em especial memórias das belas mulheres que passaram por sua vida. | |||
10 – 1982 | Sonhos Eróticos de uma Noite de Verão/A Midsummer Night’s Sex Comedy | W.A., Mia Farrow, Jose Ferrer, Julie Hagerty, Tony Roberts, Mary Steenburgen | |
O primeiro dos 13 filmes da Era Mia Farrow é uma absoluta delícia, um encanto, uma comédia alegre, safada, hilariante. A base da história é A Midsummer Night’s Dream, Sonho de uma Noite de Verão, a comédia escrita entre 1590 e 1597 por William Shakespeare. Allen bebe na fonte de Shakespeare – mas através de um de seus maiores ídolos, Ingmar Bergman, que em 1955 fez a suave comédia Sorrisos de uma Noite de Amor. | |||
11 – 1983 | Zelig | W.A., Mia Farrow, Susan Sontag, Irving Howe, Saul Bellow | |
Zelig é um filme genial. Absurda, gritantemente genial. É inteligência de sobra, saindo pelo ladrão, initerruptamente, ao longo de 79 minutos. É um pseudo-documentário, um documentário falso, uma ficção que finge ser um documentário, sobre um tal Leonard Zelig, interpretado pelo próprio diretor. Zelig tem a estranhíssima capacidade de se adequar ao meio em que está a cada momento. Assim, em Chinatown ele adquire traços dos chineses; quando está em companhia de negros, fica negro. Se convive com gordos, fica gordo. E assim por diante. | |||
12 – 1984 | Broadway Danny Rose | W.A., Mia Farrow, Nick Apollo Forte, Sandy Richman | |
Este é um filme de uma imensa ternura pelos personagens que retrata. Woody Allen é um realizador que sabe ser extremamente cruel com muitos de seus personagens. Aqui, não. Aqui ele demonstra imensa compaixão, imensa simpatia pelos seres que criou. Em Broadway Danny Rose, ele faz uma elegia doçamarga das pessoas simples, comuns, gente como a gente, pessoas que não são ricas, não têm grande talento, não têm gigantesco sucesso, fama. | |||
13 – 1985 | A Rosa Púrpura do Cairo/The Purple Rose of Cairo | Mia Farrow, Jeff Daniels, Danny Aiello, Stephanie Farrow, Dianne Wiest | |
A Rosa Púrpura do Cairo é um dos filmes mais geniais que já foram feitos. Volta e meia digo que tudo, absolutamente tudo já foi feito no cinema, não há mais nada a inventar, e cada vez mais é fácil constatar que isso é verdade. Pois Woody Allen teve, para seu 13º filme como autor e realizador, o quarto da Era Mia Farrow, uma idéia que ninguém tinha tido antes, um lampejo de puro gênio: de repente, um personagem de um filme sai da tela e entra no mundo real. A partir dessa idéia genial, Allen constrói uma obra-prima do cinema, um brincalhão, maroto, divertido exercício de metalinguagem, um conjunto de gostosas, belas, sérias observações sobre as relações entre o cinema e a vida real, entre fantasia e realidade. | |||
14 – 1986 | Hannah e Suas Irmãs/Hannah and Her Sisters | W.A., Michael Caine, Mia Farrow, Barbara Hershey, Dianne Wiest, Lloyd Nolan, Maureen O’Sullivan, Carrie Fisher, Max von Sydow, Julia Louis-Dreyfus, Sam Waterston | |
Hannah e Suas Irmãs é um dos melhores entre os tantos belos filmes de Woody Allen. É um filme suavemente otimista. Vê seus personagens com simpatia. Escancara seus defeitos, ri e nos faz rir das contradições daquelas criaturas, das suas fraquezas, indecisões, erros, falhas, enganos. Mas faz isso com um olhar simpático, amistoso, solidário. | |||
15 – 1987 | A Era do Rádio/Radio Days | Seth Green, Julie Kavner, Dianne Wiest, Mia Farrow, Julie Kurnitz, David Warrilow, Wallace Shawn, Jeff Daniels, Danny Aiello, Tony Roberts, | |
O único defeito de A Era do Rádio é que seus 85 minutos passam depressa demais. Eu ousaria dizer que é, no mínimo, uma de suas comédias mais abertamente engraçadas. O filme é hilariante, quase insuportavelmente hilariante: é uma boa piada atrás da outra, sem parar, a uma velocidade absurda. | |||
16 – 1987 | Setembro/September | Mia Farrow, Dianne Wiest, Elaine Stritch, Sam Waterston, Denholm Elliott, Jack Warden | |
Lane – a personagem que Woody Allen criou para sua então mulher Mia Farrow interpretar em Setembro – é uma das mulheres mais tristes que já passaram pelas telas de cinema. É a essência da tristeza, da desesperança. Mia Farrow devolveu o presente do então marido com uma interpretação abissalmente magnífica, soberba, brilhante. | |||
17 – 1988 | A Outra/Another Woman | Gena Rowlands, Mia Farrow, Ian Holm, Blythe Danner, Gene Hackman, John Houseman | |
Um dos três dramas da Era Mia Farrow A Outra/AnotherWoman, de 1988, é o mais bergmaniano de sua obra majestosa – e um dos melhores. Fala de casamento, infidelidade, escolhas, relação pais-filhos, rivalidade entre irmãos, reavaliação dos rumos que demos às nossas vidas, a maneira com que expressamos (ou escondemos) nossos sentimentos, como muitas vezes não sabemos avaliar nosso próprio comportamento, como muitas vezes fazemos de nós mesmos uma imagem muito diferente daquilo que realmente somos. Um brilho. | |||
1988 | Contos de Nova York – Édipo Arrasado/Oedipus Wrecks | W. A., Mia Farrow, Julie Kavner, Mae Questel | |
Para participar do projeto de filme de episódios sobre Nova York, Allen bolou uma história engraçadíssima, hilariante. Ele mesmo interpreta o personagem central, um judeu nova-iorquino neurótico, inseguro, cheio de dúvidas, hipocondríaco, que faz análise há anos – e é profundamente incomodado com a mãe possessiva, autoritária, mandona. | |||
18 – 1989 | Crimes e Pecados/Crimes and Misdemeanors | Martin Landau, W. A., Mia Farrow, Claire Bloom, Anjelica Huston, Alan Alda, Sam Waterstone | |
Este é um dos melhores filmes de Woody Allen – e é o mais sinistramente desesperançado, cético, triste. A moral é: a existência não tem sentido; os homens tentam compreender o sentido dela, se esforçam para dar um sentido a ela, mas esse sentido na verdade não existe. Os homens, em especial os ricos e poderosos, podem fazer o mal e escapar da Justiça e até mesmo do castigo moral. Os bem intencionados são perdedores; vencedores são os que têm dinheiro, fama e boa aparência. | |||
19 – 1990 | Simplesmente Alice/Alice | Mia Farrow, Joe Mantegna, Alec Baldwin), Blythe Danner, Judy Davis, William Hurt, Bernadette Peters, Cybill Shepherd, Gwen Verdon | |
Em vários de seus filmes, Woody Allen demonstrou desprezar os muito ricos de Manhattan, o umbigo do mundo capitalista. Desprezar, não ter qualquer simpatia. Muito ao contrário: considerar aquela gente, aquele tipo de sociedade fútil, vulgar, desimportante, apegada a valores menores. Simplesmente Alice, de 1990, é provavelmente o filme em que esse desprezo, até mesmo ódio, fica mais evidente, mais forte, mais virulento. | |||
20 – 1991 | Neblina e Sombras/Shadows and Fog | W.A., Mia Farrow, John Malkovich, Madonna, Donald Pleasence, Lily Tomlin, Kathy Bates, Jodie Foster, John Cusack, Julie Kavner, John C. Reilly, William H. Macy | |
Este talvez seja o filme mais europeu de Woody Allen. Embora inteiramente filmado num estúdio de Nova York, é mais europeu até que seus filmes posteriores produzidos na Inglaterra, França, Espanha e Itália. E que elenco! E que audácia dele ter Madonna para aparecer em não mais que três tomadas; ter Jodie Foster e Kathy Bates para dizer no máximo quatro ou cinco frases. | |||
21 – 1992 | Maridos e Esposas/Husbands and Wives | W.A., Mia Farrow, Judy Davis, Sydney Pollack, Juliette Lewis, Liam Neeson | |
Lá pela metade de Husbands and Wives, o 13º e último da Era Mia Farrow, Rain, uma garotinha de 20 anos, diz uma frase que em boa parte define toda a obra de Woody Allen: – “Gosto de como você torna o sofrimento engraçado”. Ao longo de mais de 45 anos, na imensa maior parte de seus 44 filmes, Woody Allen fez as audiências rirem do sofrimento de seus personagens. O filme mostra que, para o cineasta, casamento não é algo fácil. Muito ao contrário, casamento é algo muito difícil – e não há casamento que não tenha problemas. | |||
22- 1993 | Um Misterioso Assassinato em Manhattan/Manhattan Murder Mystery | W.A,, Diane Keaton, Jerry Adler, Alan Alda, Anjelica Huston | |
No seu primeiro filme pós Mia Farrow, Woody Allen voltou a fazer comédia escrachada, escancarada, despudora. E, para fazer a mulher do personagem central, interpretado por ele mesmo, chamou Diane Keaton, a mulher de sua vida antes de Mia. Os dois parecem ter se divertido imensamente ao fazer o filme. | |||
23 – 1994 | Tiros na Broadway/Bullets Over Broadway | John Cusack, Dianne Wiest, Jennifer Tilly, Chazz Palminteri, Mary-Louise Parker, Jack Warden. Rob Reiner, Tracey Ullman, Jim Broadbent | |
Os atores de teatro são uns chatos de galocha. Os dramaturgos, a julgar pelo exemplo em questão, são uns bocós, incompetentes. Os intelectuais, ou metidos a intelectuais, também são sacos vazios de idéias. A única pessoa que sabe fazer direito alguma coisa é um assassino frio, que perdeu a conta de quantos já matou. Mas nem tudo está perdido: se você desistir de pretender ser o que não é, e admitir suas limitações, você terá direito a uma cota de felicidade. Essa parece ser a moral da história de Tiros na Broadway. | |||
24 – 1995 | Poderosa Afrodite/Mighty Aphrodite | W.A., Mira Sorvino, F. Murray Abraham, Helena Bonham Carter, Claire Bloom, Olympia Dukakis, Jack Warden | |
Woody Allen usa música grega pra turista e um engraçadíssimo coro de tragédia grega tradicional para falar de destino, tragédia, o que é a vida, paternidade, adoção. Terceiro filme depois da separação de Mia Farrow, e terceira comédia escrachada de novo, como antes da fase Bergman. Não que a fase Bergman seja pior. É só que, sem Mia Farrow, ele voltou a gostar da vida. | |||
25 – 1996 | Todos Dizem Eu Te Amo/Everybody Says I Love You | W.A., Alan Alda, Goldie Hawn. Julia Roberts, Drew Barrymore, Natasha Lyonne, Edward Norton, Natalie Portman | |
Primeira observação: é um filme, como tantos de Woody Allen, que a gente não quer que termine. É beleza pura, gozo puro; o espectador fica triste ao perceber que está se caminhando para o fim. Eu queria mais, queria três vezes mais. Segunda: meu Deus do céu e também da Terra, como de fato ele está feliz da vida, depois que se livrou de Mia Farrow. | |||
26 – 1997 | Desconstruindo Harry/Desconstructing Harry | W.A., Elisabeth Shue, Demi Moore, Robin Williams, Billy Crystal, Amy Irving, Stanley Tucci, Mariel Hemingway | |
Este filme é o Morangos Silvestres de Allen. Ela já havia feito o seu Amarcord em A Era do Rádio, o Crime e Castigo em Crimes and Measdemeanors, o Guerra e Paz em Love and Death – e aqui faz o seu Morangos Silvestres. Como o personagem de Victor Sjöström no Bergman de 1957, o personagem de Allen, Harry, revê sua vida enquanto viaja para receber uma homenagem acadêmica. Como se trata de Woody Allen, a homenagem é na universidade que o expulsou quando estudante. | |||
27 – 1998 | Celebridades/Celebrity | Kenneth Branagh, Judy Davis, Winona Ryder, Melanie Griffith, Leonardo Di Caprio, Charlize Theron, Joe Mantegna | |
A personagem de Judy Davis, uma professora, depois de sofrer com a separação do marido (Kenneth Branagh), tem um casamento muito mais feliz com o personagem de Joe Mantegna, e diz: “Os livros de auto-ajuda e os analistas que me desculpem, mas para achar o amor é preciso de sorte”.
Só por essa maravilha já valeria o filme. Uma das grandes piadas: um diretor de cinema diz que vai fazer uma refilmagem de O Nascimento de Uma Nação, o filme racista de D.W. Griffith, de 1915, só com atores negros. |
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28 – 1999 | Poucas e Boas/Sweet and Lowdown | Sean Penn, Samantha Morton, Uma Thurman, Anthony LaPaglia, Gretchen Mol, John Waters | |
Para homenagear o grande cigano belga Django Reinhardt, Woody Allen criou, neste Sweet and Lowdown aqui, um personagem fictício, Emmet Ray – o papel de Sean Pean. O filme começa com esta afirmação: ““Emmet Ray: Pouco conhecido guitarrista de jazz que brilhou brevemente nos anos 1930. (…) Era considerado o segundo melhor, perdendo apenas para o grande Django Reinhardt, e é mais conhecido entre os aficionados de jazz.” Muita gente acreditou! | |||
29 – 2000 | Trapaceiros/Small Time Crooks | W.A., Tracey Ullman, Elaine May, Hugh Grant, Michael Rapaport, Tony Darrow, Jon Lovitz | |
Small Time Crooks não está, sem dúvida, entre os melhores de filmes de Woody Allen. Mas é uma delícia. Há ótimas piadas do começo ao fim; a trama é gostosa, bem engendrada, e permite que Woody Allen faça excelentes observações sobre essa coisa doida, maluca, absurda que é o comportamento humano. A melhor dois do filme, no entanto, é
Tracey Ullman. Comediante maravilhosa, ela consegue deixar Allen em segundo plano. |
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30 – 2001 | O Escorpião de Jade/The Curse of the Jade Scorpion | W.A., Helen Hunt, Dan Aykroyd, Elizabeth Berkley, Wallace Shawn, Charlize Theron | |
Segundo o próprio diretor, The Curse of the Jade Scorpion é uma homenagem aos grandes clássicos do cinema americano dos anos 30 e 40, aquelas comédias “com Spencer Tracy e Katharine Hepburn, ou com Cary Grant e Rosalind Russell”, dirigidas por “Billy Wilder e Ernst Lubitsch”, em que o mocinho e a mocinha se xingam de tudo quanto é possível e imaginável. É impressionante a riqueza, a engenhosidade da trama, uma história policial com uma pitada de hipnose, feitiçaria. | |||
31 – 2002 | Dirigindo no Escuro/Hollywood Ending | W.A., Téa Leoni, Debra Messing, Mark Rydell, Treat Williams, George Hamilton, Tiffani-Amber Thiessen | |
Hollywood Ending, é uma furiosa gozação de Hollywood, da indústria do cinema. Não goza apenas Hollywood. Goza o próprio cinema. Goza o próprio Woody Allen. E mais ainda: goza o público que gosta dos filmes dele. Goza a crítica de cinema da França, que sempre o endeusou, muito mais que a crítica de seu próprio país. | |||
32 – 2003 | Igual a Tudo na Vida/Anything Else | Jason Biggs, Christina Ricci, W.A., Danny DeVito, Stockard Channing, Jimmy Fallon | |
Anything Else fala sobre a amizade entre um homem maduro, na faixa dos 60 anos (o próprio Allen, claro), e um rapaz bem jovem, aí de uns 24 (Jason Biggs). O rapaz está começando a carreira como escritor de piadas, esquetes cômicos, falas para gente da stand-by comedy – e leva jeito. O velho também é um iniciante nesse ofício, embora seja vivido, experiente, e culto; é um professor em uma escola pública. Quem mais brilha no filme é Christina Ricci. | |||
33 – 2004 | Melinda e Melinda | Radha Mitchell, Wallace Shawn, Chloë Sevigny, Chiwetel Ejiofor, Will Ferrell, Amanda Peet, Josh Brolin, Steve Carell | |
O que Woody Allen diz em seu filme de 2004 não é complicado, complexo. É o que ele vem dizendo em muitos de seus filmes. A rigor, a rigor, coisas muito simples, quase um conjunto de truísmos: a vida é curta, aproveite bem cada momento; tente, se possível, não fazer muito drama, não complicar, não desperdiçar tempo e energia. O que ele diz em Melinda e Melinda é bem simples. Fantástica é a forma complicada que ele arranjou para dizer isso. Criou três diferentes histórias e mais de uma dúzia de personagens que ficam cruzando na tela pondo à prova a capacidade de concentração do espectador. Uma delícia. | |||
34 – 2005 | Match Point | Jonathan Rhys Meyers, Scarlett Johansson, Emily Mortimer, Matthew Goode, Brian Cox, Penelope Wilton | |
Depois de duas comédias que não foram louvadas como grandes obras, Woody Allen foi para a Inglaterra e fez este drama familiar misturado com thriller – seu quarto filme sem humor algum e o primeiro rodado inteiramente fora dos Estados Unidos. É um absoluto brilho – mas extremamente amargo. Como a vida real. | |||
35 – 2006 | Scoop – O Grande Furo/Scoop | W.A., Scarlett Johansson, Hugh Jackman, Ian McShane, Charles Dance, Romola Garai | |
Em Scoop, Woody Allen – assim como havia feito seu mentor Ingmar Bergman, e muito antes dele o também sueco Victor Sjöström – mostra a cara da Morte. Em O Sétimo Selo, a Morte vem na pele de um cavaleiro todo vestido de negro, que enfrenta num jogo de xadrez o protagonista. Em A Carruagem Fantasma, a Morte vem como aquela imagem secular, milenar, do homem encapuzado que carrega uma imensa foice – a foice de ceifar existências. A Parca é exatamente assim em Scoop. A Parca de Woody Allen, que conduz num barco seus passageiros para o outro mundo, é séria, sisuda. Não quer saber de conversa com os ex-vivos. | |||
36 – 2007 | O Sonho de Cassandra/Cassandra’s Dream | Colln Farrell, Ewan McGregor, Tom Wilkinson, Hayley Atwell, Sally Hawkins, Clare Higgins | |
Em Poderosa Afrodite, Allen havia brincado com a tragédia grega. Em O Sonho da Cassandra ele também se vale de elementos da mitologia grega -Cassandra tem o dom de prever o futuro, mas uma maldição garante que ninguém irá acreditar em suas previsões. Só que neste filme o cineasta não brinca com nada: aqui ele está contando uma tragédia. | |||
37 – 2008 | Vicky Cristina Barcelona | Scarlett Johansson, Rebecca Hall, Javier Bardem, Penélope Cruz, Patricia Clarkson, Chris Messina | |
Em 2008, já fazia quase 40 anos que Woody Allen me dava prazer. Quando Javier Bardem nasceu, em 1969, W.A. estava dirigindo seu primeiro filme. Quando Penélope Cruz nasceu, já fazia cinco anos que ele dirigia. Eram 15 anos de atividade quando nasceu Scarlett Johansson. Ele estava com 73 anos quando dirigiu Vicky Cristina Barcelona. Que maravilha estar com 73 anos e ter esse nível de atividade, de força, de vigor, de frescor, de poder criativo. Que absoluta maravilha o bicho estar tão lépido e fagueiro. | |||
38 – 2009 | Tudo Pode Dar Certo/Whatever Works | Larry David, Evan Rachel Wood, Ed Begley, Jr., Patricia Clarkson | |
No seu filme de 2009, entre muitas outras coisas Woody Allen a) mostra que continua genial; b) faz uma gigantesca gozação da persona que ele criou, seu Carlitos, o Judeu Nova-Iorquino Intelectual Neurótico; c) bota – coisa rara – um outro ator para fazer o papel da persona Woody Allen; d) retoma seu tema da paixão entre o homem bem mais velho e uma garotinha; e) reafirma sua velha crença em que, os livros de auto-ajuda e os psicólogos que nos desculpem, mas nas questões de amor é necessária uma boa dose de sorte. | |||
39 – 2010 | Você Vai Conhecer o Homem dos Seus Sonhos/You Will Meet a Tall Dark Stranger | Gemma Jones, Anthony Hopkins, Naomi Watts, Josh Brolin, Freida Pinto, Antonio Banderas, Pauline Collins | |
Aos 75 anos de idade, no seu filme de 2010 – o sexto passado na Europa -, Woody Allen mostra que às vezes as ilusões fazem bem. Os autores e adoradores dos livros de auto-ajuda, psiquiatras e psicólogos provavelmente não aprovarão a tese, mas fazia anos que W.A. diz em seus belos, maravilhosos filmes, que nas questões de amor é necessária uma boa dose de sorte. | |||
40 – 2011 | Meia-Noite em Paris/Midnight in Paris | Owen Wilson, Rachel McAdams, Michael Sheen, Nina Arianda, Carla Bruni, Léa Seydoux, Gad Elmaleh,
Marion Cotillard, Kathy Bates, Adrien Brody |
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Woody Allen leva seu personagem por uma viagem no tempo, para a Paris dos Anos Dourados, a década de 1920, onde bate papo com Ernest Hemingway, F. Scott e Zelda Fitzgerald, Gertrude Stein, Pablo Picasso, Salvador Dalí, Cole Porter, T.S. Eliot, Luis Buñuel, Henri Matisse. E depois para a Paris da Belle Époque de 1890, para encontros com Toulouse-Lautrec, Rimbaud, Paul Gauguin, Edgar Degas. O cara é genial demais da conta – e não perde o pique. | |||
41 – 2012 | Para Roma Com Amor/To Rome With Love | W.A., Judy Davis, Alec Baldwin (John), Jesse Eisenberg, Ornella Muti, Ellen Page, Penélope Cruz, Riccardo Scamarcio, Giovanni Esposito, Giuliano Gemma | |
Depois de mais de quatro décadas fazendo um filme por ano, e filmes que variam entre bons, ótimos e extraordinários, Woody Allen errou a mão. Para Roma com Amor é uma decepção. Bem: está provado que W.A. é humano. Perfeito, só Deus, como diria minha mãe. | |||
42 – 2013 | Blue Jasmine | Cate Blanchett, Alec Baldwin, Sally Hawkins, Bobby Cannavale, Peter Sarsgaard, Tammy Blanchard | |
Meu Deus, como é triste, como é profundamente triste, amargo, duro Blue Jasmine! O filme me deixou cansado. Acabrunhado, triste. Como é estranho ficar cansado depois de ver um Woody Allen. Não que eu não tenha gostado do filme. Não é isso, de maneira alguma. O filme é extraordinário, merece todas as loas com que foi recebido. E Cate Blanchett tem, de fato – como todo mundo já disse – uma interpretação fantástica, maravilhosa. É, muito certamente, uma das melhores interpretações de todos os tempos. Mas como é triste o filme… | |||
43 – 2014 | Magia ao Luar/Magic in the Moonlight | Colin Firth, Emma Stone, Eileen Atkins, , Marcia Gay Harden, Catherine McCormack, Ute Lemper | |
Se somos só nós, neste universo tão absurdamente grande – 400 bilhões de estrelas só na nossa galáxia –, parece um tremendo desperdício de espaço. Essa idéia – a base de Contato (1997), belo filme de Robert Zemeckis baseado em novela do astrônomo Carl Sagan – tem muito a ver, acho eu, com o que Woody Allen diz em Magic in the Moonlight, uma absoluta delícia, uma obra-prima. | |||
44 – 2015 | O Homem Irracional /Irrational Man | Joaquin Phoenix, Emma Stone,
Parker Posey, Jamie Blackley, Ethan Phillips, Betsy Aidem |
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Irrartional Man, o Woody Allen safra 2015, tem muito, mas muito a ver com Crimes e Pecados, de 1989, e Match Point, de 2005. E, naturalmente, assim como os dois anteriores, tem tudo a ver com Crime e Castigo, de Fiódor Dostoiévski. W.A. é useiro e vezeiro nisso. Inspira-se nas grandes obras que admira e cria seus filmes a partir delas. Inspira-se nos outros, mas faz filmes que são personalíssimos, marca registrada, W.A. em estado puro. E não se inspira nos outros de forma tímida, escondida, sub-reptícia. Não: mostra abertamente a fonte em que bebeu. | |||
45 – 2016 | Café Society | Jesse Eisenberg, Kristen Stewart, Steve Carell, Blake Lively, Corey Stoll, Parker Posey | |
Neste Woody Allen safra 2016, seu longa-metragem de número 46, parece que ele quis dizer que algumas pessoas têm grandes doses de sorte para algumas coisas na vida – mas não no amor. É o que acontece com os dois personagens principais desta história que tem muitos personagens (talvez até demais). Bobby e Vonnie se dão muito bem na vida, em vários aspectos. São jovens, belos, ficam muito ricos – mas são infelizes no amor. | |||
46 – 2017 | Roda Gigante/Wonder Wheel | Kate Winslet, James Belushi, Justin Timberlake, Juno Temple | |
Mestre da comédia, dos melhores destes primeiros 120 anos de História do cinema, Woody Allen sabe muitíssimo bem fazer dramas. Mas perdeu a mão, e errou feio – na minha opinião de woody-allen-maníaco de primeira hora – neste aqui que é o nono drama dos 46 longa-metragens que fez. Ao contrário dos oito anteriores, não quis, ou simplesmente não soube fazer um drama com narrativa sóbria, séria, apropriada para o tipo de história que iria contar. Não. Roda Gigante é um drama com espírito, timing, interpretações, diálogos, todo o clima de uma comédia. | |||
47 – 2018/2019 | Um Dia de Chuva em Nova York/A Rainy Day in New York | Timothée Chalamet, Elle Fanning, Selena Gomez, Liev Schreiber, Jude Law, Diego Luna, Rebecca Hall | |
Os diálogos são como sempre inteligentes, espertos, rápidos, engraçados. Os atores estão como sempre perfeitos. E a trama é como sempre gostosa, bem elaborada, com um monte de personagens e situações bem construídas. A Rainy Day in New York tem muita coisa em comum como vários outros belos filmes da obra extraordinária de Woody Allen. Tem, no entanto, um elemento importantíssimo que não é tão comum assim na sua filmografia: os dois personagens centrais, em vez de adultos, ou bastante maduros, são dois jovens bem jovens, aí na faixa dos 20 anos e pouquinho. | |||
48 – 2020 | O Festival do Amor | Wallace Shawn, Michael Garvey, Damian Chapa, Bobby Slayton, Gina Gershon, Louis Garrel | |
Concluído em abril de 2022
Um dos maiores gênios do cinema na direção, junto com Billy Wilder, Alfred Hitchcock, Federico Fellini, François Truffaut, Akira Kurosawa, Stanley Kubrick, Carl Theodor Dreyer, Luchino Visconti, Vittorio De Sica, Luchino Visconti, Roberto Rossellini, Ernst Lubitsch, F.W. Murnau, Jean Renoir, Sergei Eisenstein, Ingmar Bergman, só para citar alguns, na minha opinião.
Belíssimo trabalho. Parabéns. Em linhas gerais suas colocações e opinião sobre sobre os filmes são as minhas… Creio haver um ‘élan’ dentre os apreciadores do trabalho desse grande Diretor. Woody Allen, um dos grandes.