A história é muito conhecida, das mais lendárias da Hollywood daqueles anos dourados entre 1930 e 1950: o todo-poderoso David O. Selznick assistiu ao filme sueco Intermezzo, feito em 1936, e resolveu importar a atriz de beleza faiscante, uma jovem então desconhecida nos Estados Unidos chamada Ingrid Bergman. Continue lendo “Intermezzo: Uma História de Amor”
A Mulher Proibida / Forbidden
No terceiro dos quatro filmes que fez sob a direção de Frank Capra, Barbara Stanwyck interpreta a personagem mais improvável, mais incompreensível, mais absurda das gloriosas carreiras de ambos. A Lulu Smith de A Mulher Proibida/Forbidden, de 1932, abre mão de tudo, absolutamente tudo na vida para o bem do homem que ama. Anula todas as vontades, anula-se. Continue lendo “A Mulher Proibida / Forbidden”
Marrocos / Morocco
Marrocos foi o primeiro filme americano de Marlene Dietrich. É do mesmo ano em que Joseph Von Sternberg e ela realizaram, ainda na Alemanha natal dos dois, O Anjo Azul, 1930 – mas o filme alemão só foi lançado nos cinemas americanos depois que este Marrocos já havia estreado. Continue lendo “Marrocos / Morocco”
A Mulher Miraculosa / The Miracle Woman
Em 1931 – há quase 90 anos, portanto –, o então jovem Frank Capra lançou um filme que fazia uma contundente crítica a um fenômeno que continua a assolar o mundo, e está especialmente presente do Brasil de hoje: a exploração da fé das pessoas por malandros que ficam milionários tirando o dinheiro dos mais pobres, mais humildes, mais necessitados. Continue lendo “A Mulher Miraculosa / The Miracle Woman”
O Grande Pecado / Valborgsmässoafton
O quinto dos 50 filmes de Ingrid Bergman, Valborgsmässoafton, de 1935, quatro anos antes de ela ser importada por Hollywood, é um drama que fala de amor, da chegada da primavera – a estação do ano e toda a simbologia que ela carrega –, da questão de ter filhos, de querer ou não querer ter filhos, e da importância disso tanto para cada pessoa, cada casal, quanto para a economia de um país. Fala também, e bastante, de aborto. Mas a questão “pecado” só existe na cabeça dos exibidores brasileiros. Continue lendo “O Grande Pecado / Valborgsmässoafton”
Um Barco e Nove Destinos / Lifeboat
Lifeboat, no Brasil Um Barco e Nove Destinos, lançado em 1944, em plena Segunda Guerra Mundial, é um dos melhores dos 53 longa-metragens dirigidos por Alfred Hitchcock. É também – tive certeza disso ao revê-lo agora – um dos mais sérios, mais pesados, mais densos filmes de sua extraordinária obra. Continue lendo “Um Barco e Nove Destinos / Lifeboat”
Ladrão de Alcova / Trouble in Paradise
Trouble in Paradise, no Brasil Ladrão de Alcova, que Ernst Lubitsch lançou em 1932, é a própria definição da expressão “comédia sofisticada”, segundo o crítico Leonard Maltin, o autor do guia de filmes mais vendido no mundo no tempo em que se vendiam guias de filmes. Continue lendo “Ladrão de Alcova / Trouble in Paradise”
Dr. Fantástico / Dr. Strangelove Or: How I Learned To Stop Worrying and Love The Bomb
Há filmes que ficam velhos, datados. Os que abusam dos maneirismos, dos modismos de seu tempo, esses tendem a envelhecer bem rapidamente, ao contrário dos que optam por uma narrativa mais escorreita, mais clássica. Estes últimos são naturalmente mais tendentes a virarem clássicos. Continue lendo “Dr. Fantástico / Dr. Strangelove Or: How I Learned To Stop Worrying and Love The Bomb”
Sócios no Amor / Design for Living
A história de dois grandes amigos, amigos irmãos, unha e carne, que se apaixonam pela mesma mulher – que ama os dois, igualmente, ao mesmo tempo. O local: Paris, aquela cidade esplendorosa, talvez a cidade mais romântica do mundo. Um belo filme em ótima fotografia em preto-e-branco. Continue lendo “Sócios no Amor / Design for Living”
Até a Vista, Querida / Murder, My Sweet
Quando Murder, My Sweet, no Brasil Até a Vista, Querida, de 1943, já passa da metade de seus 95 minutos, o detetive particular Philip Marlowe vai à casa da bela jovem Ann Grayle, a filha de um milionário que ele havia conhecido dias antes. Está um lixo, um caco: sua roupa está toda desgrenhada, suja, amarrotada. Despenteado, a barba de três dias por fazer, parece que foi atropelado por um caminhão. Continue lendo “Até a Vista, Querida / Murder, My Sweet”
Fausto / Faust: Eine Deutsche Volkssage
O Fausto de F.W. Murnau é um filmaço, uma maravilha. Mas, obviamente, tem que ser visto hoje dentro da perspectiva histórica. É preciso – obviamente – que o espectador tenha em mente, o tempo todo, que o filme foi feito em 1926. Quase um século atrás. Continue lendo “Fausto / Faust: Eine Deutsche Volkssage”
O Castelo Vogelöd / Schloß Vogeloed
Friedrich Wilhelm Murnau lançou O Castelo Vogelöd em 1921, apenas um ano antes de Nosferatu, a primeira de suas obras-primas, que garantiu a ele, com todos os direitos, o reconhecimento como um dos melhores cineastas da História. Continue lendo “O Castelo Vogelöd / Schloß Vogeloed”
Lágrimas Tardias / Too Late for Tears
Não tem para ninguém. Nem para a Phyllis Dietrichson de Barbara Stanwyck em Pacto de Sangue (1944), nem para a Cora Smith de O Destino Bate à Porta (1946) – nem para nenhuma outra. Embora essas personagens e atrizes citadas sejam muito mais famosas, a Jane Palmer de Lizabeth Scott em Lágrimas Tardias (1949) é a pior femme fatale dos filmes noir.
O Invencível / Aparajito
Talento é uma coisa absolutamente extraordinária, fora de jeito. O Invencível/Aparajito, o segundo filme de Satyajit Ray, teria tudo para ser bastante diferente do primeiro, A Canção da Estrada/Pather Panchali, apesar das características que os unem. Continue lendo “O Invencível / Aparajito”
O Caminho da Tentação / Pitfall
John Forbes, o protagonista de O Caminho da Tentação/Pitfall, que André de Toth lançou em 1948, tem tudo que uma pessoa pode querer na vida – e milhões e milhões e milhões de seres humanos não têm. Uma mulher muito bela, boa pessoa, que o ama, um filho aí de uns 8, 10 anos legal, inteligente, esperto, que o adora. Uma casa ampla, gostosa, confortável, num bom bairro de Los Angeles, um emprego sólido. Continue lendo “O Caminho da Tentação / Pitfall”