Os Eternos Desconhecidos / I Soliti Ignoti

3.5 out of 5.0 stars

(Disponível em DVD Versátil.)

I Soliti Ignoti, no Brasil Os Eternos Desconhecidos, de Mario Monicelli, foi um imenso, gigantesco sucesso de público e crítica na época do lançamento, em 1958. Foi exibido nos festivais de Veneza e San Sebastián, e teve indicação ao Oscar de melhor filme estrangeiro. Depois, com o passar dos anos, das décadas, foi se firmando como um grande clássico.

Alguns clássicos mantêm sempre a importância, a dignidade, a grandeza, mas perdem um tanto do viço, do encanto, da vitalidade. Outros atravessam as décadas sem perder o frescor. I Soliti Ignoti pertence a essa excelsa categoria.

É um clássico dos filmes de preparação e execução de um assalto – e, diabo, esse grupo aí tem maravilhas. Pela ordem de entrada em cena, O Segredo das Jóias/The Asphalt Jungle 1950), de John Huston, O Grande Golpe/The Killing (1956), de Stanley Kubrick, Rififi (1955), de Jules Dassin.

Depois dele, viriam Assalto ao Trem Pagador (1962), de Roberto Farias, Gângsters de Casaca/Mélodie en Sous-Sol (1963) e Os Sicilianos/Le Clan des Siciliens (1969), ambos de Henri Verneuil, O Círculo Vermelho/Le Cercle Rouge (1970), de Jean-Pierre Melville.

Falou-se muito, na época do lançamento, que o filme tinha a ver com Rififi, feito apenas três anos antes. Na Espanha, foi lançado como Rufufu. (A imensa variedade de títulos que recebeu mundo afora é interessantíssima; volto a isso mais tarde.)

Visto ou revisto hoje, I Soliti Ignoti parece tão bom quanto todos esses grandes filmes citados aí. Com uma diferença fundamental: ao contrário de todos eles, é uma comédia. Uma danada de uma gozação. Os homens que se reúnem para assaltar uma loja de penhores no centro de Roma são absolutos trapalhões. Piores que trapalhões: perto deles, Didi, Dedé, Mussum, Zacarias e Jerry Lewis, o que cara que inspirou os brasileiros e fez filmes como Mensageiro Trapalhão (1960) e Um Trapalhão Mandando Brasa (1980), são pessoas absolutamente normais, certinhas, ajustadas – e até jeitosas.

Um time de bandidinhos pé de chinelo. Small time crooks, como sintetizou Woody Allen no título seu filme de 2000, no Brasil Trapaceiros. Mais humanos, menos desalmados e mais simpáticos em sua pobreza e pé de chinelice que os bandidos de A Trapaça/Il Bidone, que Federico Fellini havia lançado pouco antes, em 1955.

Pé de chinelo e trapalhões. Um autêntico exército de Brancaleone, a gente diria hoje.

Tem a ver: afinal, L’Armata Brancaleone, de 1966, é do mesmo Mario Monicelli, esse gênio da comédia. No argumento e roteiro está o talento da dupla Age-Scarpelli, e no elenco estão também, como em Brancaleone, Vittorio Gassman e o baixotinho Carlo Pisacane (os dois na foto abaixo), que aqui fazem dois dos deliciosos bandidinhos pé de chinelo trapalhões.

Que elenco! Mastroianni, Gassman, Cardinale…

Foi o primeiro filme de Mario Monicelli com Vittorio Gassman. Depois fariam outros oito.

Creio que foi também o primeiro filme em que Monicelli dirigiu Marcello Mastroianni. Creio, mas não tenho certeza. Tenho certeza é de que, cinco anos depois, os dois, mais Renato Salvatori, que também trabalha neste I Soliti Igoniti, estariam juntos de novo em Os Companheiros/I Compagni (1963), aquela obra-prima que marcou toda uma geração, que marcou profundamente minha adolescência, e seguramente é um dos filmes mais sérios, mais densos, da gloriosa carreira desse rei da comédia italiana.

Meu Deus do céu e também da Terra: I Soliti Ignoti reúne Marcello Mastroianni, Vittorio Gassman, Renato Salvatori, e mais Claudia Cardinale! Mais Totò, que na época era o maior comediante do cinema italiano, algo assim como um Mazzaropi no Brasil, um Jerry Lewis nos Estados Unidos, um Louis de Funès na França.

Que elenco!

Consta que Franco Cristaldi, o lendário produtor do filme, não queria Vittorio Gassman no papel de Peppe, o boxeador ruim de serviço que aceita assumir a culpa de um pequeno crime cometido por ladrão ruim de serviço em troca de uma boa quantia em dinheiro. Gassman – achava Cristaldi – era bonito demais, elegante demais, e vinha de filmes em que fazia papéis de pessoas ricas, como, só para dar um exemplo, o Guerra e Paz (1956) de King Vidor, em que faz o papel de Anatol Kuragin.

Monicelli conseguiu convencer o produtor Cristaldi de que Gassman se daria bem como Peppe – mas o ator teve que usar uma maquiagem forte e um nariz falso para parecer mais brutto, menos bello.

Franco Cristaldi. Uma figura, esse Franco Cristaldi (1924-1992). O cara produziu 83 filmes, entre eles, só para citar uns pouquinhos, Divórcio à Italiana (1961), O Bandido Giuliano (1962), o já citado Os Companheiros (1963), Seduzida e Abandonada (1964), Vagas Estrelas da Ursa (1965), O Nome da Rosa (1986), Cinema Paradiso (1988).

Em 1958, o ano do lançamento deste I Soliti Ignoti, ele conheceu uma jovem de beleza extraordinária, nascida na Tunísia em 1938, que chegava então aos 20 aninhos de idade, e estava grávida. Deram a ela um papel secundário, o de Carmelina, a irmã que o bandidinho Michele (o papel de Tiberio Murgia) trancafia em casa, enquanto negociava com um ricaço o casamento com ela.

A moça já havia participado de um curta e um único longa. Depois de aparecer em algumas poucas sequências neste filme aqui, passou a ter vários convites, várias oportunidades – e se transformou em uma das atrizes mais importantes do cinema mundial.

A relação de Claudia e Franco Cristaldi viria a ser bem longa. Foram casados de papel passado entre 1966 e 1975, e com ele Claudia teve dois dos seus quatro filhos.

Que elenco, quanta história… Cada vez mais me convenço de que os grandes filmes são os que têm grandes histórias…

Ahnn… A história do filme, propriamente dita?

Verdade. Cada anotação sobre filme tem obrigatoriamente que ter uma sinopse, um resumo da trama. Às vezes me esqueço dessa regra básica.

Procura-se um pato para assumir a culpa de um crime

Uso como base a longa, detalhada sinopse do Petit Larousse de Films sobre Le Pigeon, como o filme foi lançado na França:

Um grupo de pequenos malfeitores em Roma. Cosimo (Memmo Carotenuto) planeja um grande golpe, mas acaba preso por causa de uma miserável tentativa de roubo de carro. Para que ele saia da prisão, seus companheiros partem à procura de um ‘pigeon’ (literalmente, pombo, mas uma gíria para pessoa que se deixa enganar facilmente; um pato), que possa assumir a autoria da tentativa de roubo. São procurados:

* o bravo Mario (Renato Salvatori), órfão criado por três mães adotivas, funcionárias de um orfanato;

* Capannelle (Carlo Pisacane), um baixinho ex-cuidador de cavalos da Bolonha, sempre morto de fome;

* Ferribotte (Tiberio Murgia), o siciliano sombrio que esconde do mundo a lindíssima irmã Carmelina (o papel de Claudia Cardinale, como já foi dito);

* Tiberio (Marcello Mastroianni), fotógrafo pobre, cuja mulher foi presa por vender cigarros contrabandeados, e por isso tem que cuidar do filhinho do casal;

* Peppe (Vittorio Gassman), um boxeador um tanto atordoado, que só apanha no ringue.

Cada um dos quatro primeiros tem motivo para não aceitar a fortuna de 100 mil liras para assumir a culpa pelo delito e assim permitir que Cosimo seja solto. Mas o quinto, Peppe, aceita.

Diante do juiz, Peppe faz uma confissão tão absurda que o magistrado o manda para a prisão por alguns meses – mas não solta Cosimo. Depois de cumprir a pena, e de ouvir de Cosimo qual era o grande golpe que ele planejava, Peppe procura os outros – Mario, Capannelle, Ferribotte e Tiberio – para que juntos roubem o cofre forte de uma casa de penhores localizada na Via delle Madonne. (O nome da rua é fictício, mas tem importância; volto a ele mais adiante.) O bando pede a ajuda de um especialista em roubo de cofres, Dante Cruciani (o papel de Totò), que estava naquele momento em liberdade condicional.

Para chegar à casa de penhores, o plano é usar um apartamento colado a ela. No apartamento, que pertence a duas senhorinhas idosas, trabalha uma jovem, Nicoletta (Carla Gravina, na foto abaixo). Para conquistá-la, e assim ter acesso ao local, Peppe abandona sua bela namorada Norma (Rossana Rory).

Não é spoiler, de forma alguma, dizer que nada vai dar certo…

Os títulos mais diversos que poderia haver

O filme foi rodado em dez semanas, boa parte dele nas ruas de Roma. O prédio em que na história funciona a casa de penhores ficava na Via delle Tre Cannelle, perto da Piazza Venezia, bem no Centro de Roma. No filme, a rua ganhou o nome fictício de Via delle Madonne, rua das madonas, no plural.

Os distribuidores do filme nos Estados Unidos gostaram do nome da rua, e deram a I Soliti Ignoti o rocambolesco título de Big Deal on Madonna Street, grande negócio na Rua Madona.

I Soliti Ignoti é, literalmente, os desconhecidos habituais, os desconhecidos de sempre. Em inglês, seria – como nota o IMDb na página de curiosidades sobre o filme – “the usual unknown ones”, “o que é praticamente o equivalente a the usual suspects”. The Usual Suspects, claro, é o título original do ótimo policial de Bryan Singer de 1995, no Brasil Os Suspeitos, com Kevin Spacey, Gabriel Byrne, Chazz Palminteri, Stephen Baldwin, Benicio Del Toro. Um elenco tão impressionante, no cinema americano de meados dos anos 1990, quanto o deste I Soliti Ignoti no cinema italiano dos anos 1950.

Os diferentes países adotaram títulos diversos para o filme. Na França, como já foi dito, foi Le Pigeon, o pato. Na Espanha, Rufufú, para fazer a gozação com Rififi. Em Portugal foi Gângsters Falhados – o que me parece sem lógica, já que o termo gângster é usado para bandidos poderosos, e estes aqui são os bandidinhos mais chinfrins que pode haver…

Interessante: os distribuidores brasileiros, sempre muito “criativos” (Noivo Neurótico, Noiva Nervosa para Annie Hall, para dar um único exemplo), desta vez foram bastante corretos. Os Eternos Desconhecidos é um bom título. Melhor que ele, só o usado na Argentina, o literal Los Desconocidos de Siempre.

O filme teve duas sequências e virou até musical da Broadway

O grande sucesso do filme levou à produção de uma sequência já no ano seguinte, 1959, em que aparecem quase todos os principais personagens, interpretados pelos mesmos atores – com exceção dos feitos por Marcello Mastroianni, Totò e Carla Gravina, que não entraram nessa. Chamou-se Audace Colpo dei Soliti Ignoti, no Brasil Golpe dos Eternos Desconhecidos, nos Estados Unidos Fiasco in Milan. O roteiro foi dos incansáveis, prolíficos Agenore Incrocci & Furio Scarpelli, mais Nanni Loy, o diretor.

Passado um quarto de século, em 1985, surgiu uma nova tentativa de sequência, I Soliti Ignoti Vent’anni Dopo, no Brasil Uma Dupla Irreverente, nos Estados Unidos Big Deal After 20 Years. O roteiro foi escrito por Agenore Incrocci, pela também incansável, prolífica Suso Cecchi D’Amico e pelo diretor Amanzio Todini. Marcello Mastroianni retomou o papel de Tiberio, que estava saindo da prisão e ia à procura dos velhos conhecidos.

O IMDb cita ainda dois outros filmes, produzidos nos Estados Unidos, que, segundo o site, têm tramas inspiradas na de I Soliti Ignotti. Um deles, Crackers, no Brasil Alta Incompetência (1984), foi dirigida por Louis Malle, e no elenco estão Donald Sutherland, Sean Penn e Jack Warden. O outro é Tudo por um Segredo/Welcome to Collinwood (2002), com direção de Anthony Russo e Joe Russo e um elenco estelar – George Clooney, Sam Rockwell, William H. Macy, Patricia Clarkson

E ainda tem mais. I Soliti Ignoti inspirou um musical da Broadway, Big Deal, do grande, maravilhoso, fenomenal Bob Fosse. A trama se passa na Chicago dos anos 1930, o elenco era formado basicamente por negros e a trilha sonora incluía grandes canções daquela década. O musical teve apenas 69 performances, em 1986, e mereceu cinco indicações ao Tony, o Oscar do teatro americano. A coreografia de Bob Fosse levou o prêmio.

Fosse era useiro e vezeiro em usar grandes filmes italianos para transformar em musicais da Broadway. Noites de Cabíria (1957) é a base de Sweet Charity, e Oito e Meio (1963), a de Nine. As duas peças musicais, como se sabe, viraram filmes.

“A vida do povo pobre evocada com humor e ternura”

Em 2008, I Soliti Ignoti foi incluído entre “Os cem filmes italianos a serem guardados”, uma lista elaborada pelo Ministério do Patrimônio Cultural de obras que “mudaram a memória coletiva do país entre 1942 e 1978”.

Mario Monicelli, felizmente, teve todo o reconhecimento possível. Ganhou as flores em vida – para usar o verso de Nelson Cavaquinho. Merecidissimamente.

Tem uma obra fascinante este que é “o mais engraçado dos realizadores italianos”, como diz o historiador e crítico Jean Tulard. De 1915, poucos anos mais novo que Vittorio De Sica e Cesare Zavattini (os dois de 1902), Roberto Rossellini e Luchino Visconti (os dois de 1906) e poucos anos mais velho que Federico Fellini (1920), lançou seu primeiro longa, Ao Diabo a Fama/Al Diavolo la Celebrità, em 1949, no auge do neo-realismo, o movimento mais importante da história do cinema mundial.

Era a época de Ladrões de Bicicleta, de Vittorio De Sica, Arroz Amargo, de Giuseppe De Santis, A Terra Treme, de Luchino Visconti, Alemanha, Ano Zero, de Roberto Rossellini. Filmes sérios, pesados, densos, mostrando as duríssimas condições de vida do povo naqueles anos imediatamente após a Segunda Guerra Mundial, denunciando a absoluta e absurda injustiça social.

Monicelli fazia comédias.

É de fato fascinante. Este I Soliti Ignoti segue à risca alguns mandamentos do neo-realismo italiano. Boa parte do filme foi filmado em locação, nas ruas, com luz natural – nada de estúdio. Focalizava a vida de gente pobre, humilde. Mas fazia rir.

Não que fosse um alienado, um escapista, um direitista ou qualquer coisa semelhante. De forma alguma. Em seu livro Dicionário de Cinema – Os Diretores, o mestre Jean Tulard resume: “Sua visão é definitivamente mais engajada do que que parece ser. Esse grande diretor não ignora que o riso é uma arma, servindo-se dele com competência.”

No seu Guide des Films, Tulard escreveu sobre Le Pigeon: “Um dos pontos mais altos da comédia italiana: engenhosidade da trama com um elenco deslumbrante. É a vida do povo pobre que é evocada com humor e ternura.”

Eis trechos da longa avaliação do Petit Larousse des Films, depois da sinopse igualmente longa que usei mais acima:

“Um elenco brilhantíssimo em que o público reencontrava Mastroianni e Salvatori, desertores de um neo-realismo descolorido, e descobria Claudia Cardinale e um insuspeito Gassman cômico, criados por Monicelli, que tira aqui suas lições do grande Totò, príncipe da farsa. Um roteiro assinado por alguns dos maiores nomes, cheio de verve, de gags que se encadeiam a um ritmo trepidante, de diálogos espumantes. (…) Mais além da paródia de Rififi Chez les Hommes, mais além de sua graça irresistível, Le Pigeon possui um gosto amargo.

“Na França ele é o filme referência da comédia italiana, e nos Estados Unidos ele se tornou um filme cult, inspirando a Louis Malle o filme Crackers (1983) – em que um mafioso ganha o nome de Monicelli – e a Bob Fosse uma comédia musical, Big Deal (1986), que faz triunfar na Broadway o rififi à italiana.”

E agora, para finalizar, a visão da prima donna da crítica dos Estados Unidos, Pauline Kael, na tradução de Sérgio Augusto para o livro 1001 Noites no Cinema:

“Esta delicada e discreta comédia de Mario Monicelli trata de um grupo de pequenos marginais ávidos por subir de status – roubar um cofre numa casa de penhores. Os ladrões são ambiciosos, de boa índole e cheios de esperanças, mas se distraem facilmente; quando deviam estar concentrados nos planos, ficam com fome, ou se apaixonam, ou brigam, ou armam uma confusão sobre um bebê adormecido. É um Rififi dos pobres. Com Marcello Mastroianni, Renato Salvatori, Claudia Cardinale, Carla Gravina, e, como o craque do arrombamento de cofre na Itália (agora quase senil), o soberbo palhaço Totò – uma imagem estilizada de cansaço, tristeza, decadência.”

É isso aí. I Soliti Ignoti é um grande filme.

Anotação em julho de 2024

Os Eternos Desconhecidos/I Soliti Ignoti

De Mario Monicelli, Itália-França, 1958

Com (na ordem dos créditos iniciais)

Vittorio Gassman (Peppe Valentini), Renato Salvatori (Mario Angeletti), Memmo Carotenuto (Cosimo Proietti), Rossana Rory (Norma), Carla Gravina (Nicoletta, a empregadinha), Claudia Cardinale (Carmelina Nicosia, a irmã que Ferribotte esconde do mundo), Carlo Pisacane (Pierluigi, o Capannelle, o baixinho), Tiberio Murgia (Michele Nicosia, o Ferribotte), Gina Rovere (Teresa, a mulher de Tibério), Gina Amendola (uma das três mães de Mario), Elvira Tonelli (Assunta), Elena Fabrizi (signora Ada), Pasquale Misiano (Massimo), Renato Terra (Eladio), Aldo Trifiletti (Fernando), Nino Marchetti (Luigi), Mario De Simone (o negociante de produtos roubados),

com Marcello Mastroianni (Tiberio Braschi)

e a participação especial de Totò (Dante Cruciani, o especialista em cofres)

Roteiro Age-Scarpelli, Suso Cecchi D’Amico, Mario Monicelli

Argumento Age-Scarpelli (Agenore Incrocci e Furio Scarpelli)

Fotografia Gianni Di Venanzo

Música Piero Umiliani

Montagem Adriana Novelli

Direção de arte Piero Gherardi

Figurinos Piero Gherardi

Produção Franco Cristaldi, Cinecittà, Lux Film, Vides Cinematografica.

P&B, 106 min (1h46)

***1/2

Título nos EUA: “Big Deal on Madonna Street”. Em Portugal: “Gângsters Falhados”. Na França: “Le Pigeon”. Na Espanha: “Rufufú”.

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