Assalto ao Trem Pagador

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Nota: ★★★½

Assalto ao Trem Pagador, que Roberto Farias lançou em 1962, o mesmo ano de O Pagador de Promessas, é um filmaço.

Vi Assalto ao Trem Pagador no ano em que ele foi lançado. Tinha ridículos 12 anos de idade, e anotei no caderninho em que comecei a registrar os filmes que via. Foi no Cine Tamoio, no dia 11/11/1962, o filme de número 104 que vi naquele ano.

Nunca mais tinha voltado a vê-lo até agora, mais de meio século depois.

Ao revê-lo agora, me pareceu tão impressionante quanto havia sido quando era um garotinho.

Quando esse tipo de coisa acontece, é porque é um grande filme.

Assalto ao Trem Pagador é um grande filme. Um clássico. Tem a força, a paixão, o impacto de outros clássicos soberbos que mostram assaltos e/ou furtos, como O Grande Golpe/The Killing, de Stanley Kubrick, O Segredo das Jóias/The Asphalt Jungle, de John Huston, O Círculo Vermelho/Le Cercle Rouge, de Jean-Pierre Melville, Rififi, de Jules Dassin, Gângsters de Casaca/Melodie en Sous-Sol e Os Sicilianos/Le Clan des Siciliens, ambos de Henri Verneuil.

Muito provavelmente é um dos melhores filmes que já foram feitos no Brasil. O que não é pouca coisa, de maneira alguma.

Filmes maneiristas ficam velhos, datados. Os clássicos permanecem

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Confesso (não tem jeito: sou confessional) que tive um pouco de medo de rever o filme.

Quando foi chegando perto dos 2.000 filmes neste site, fiquei pensando sobre as lacunas dele. Há lacunas demais. Mas uma delas é de filmes brasileiros. Faltam comentários sobre alguns dos grandes filmes brasileiros – e também sobre os novos, é claro. Peguei alguns para rever, Assalto entre eles. Mas temia rever o filme e não gostar, ficar decepcionado, achar que ele tinha envelhecido, que minha lembrança dele era boa demais porque eu era garoto quando o vi.

Assalto ao Trem Pagador não envelheceu, não ficou datado. Clássico não fica datado.

Filmes maneiristas, apegados aos maneirismos de uma época, ficam velhos, datados. Os clássicos permanecem.

Ao contrário do que acontece em outros clássicos, aqui o assalto acontece de cara

Claro, o filme mostra um Rio de Janeiro muito diferente do de hoje. E que maravilha ver tantas tomadas feitas nas ruas do Rio de Janeiro do início dos anos 1960. A Central do Brasil era mais bela. A Avenida Atlântica antes da duplicação das pistas, a praia de Copacabana antes do aterro que aumentou a faixa de areia – que cidade mais maravilhosa!

zzassalto4Que beleza as tomadas feitas nas favelas – e são muitas, ocupam boa parte dos 102 minutos do filme. A fotografia de Amleto Daissé nos remete diretamente aos grandes filmes do neo-realismo italiano, o movimento que botou as câmaras para fora dos estúdios e para dentro das ruas das cidades, dentro da paisagem verdadeira.

O assalto em si acontece de cara. É o contrário do clássico de Kubrick feito seis anos antes, e também de O Círculo Vermelho, que seria feito na França oito anos depois.

Boa parte desses filmaços sobre grandes assaltos deixam a ação principal para depois da metade da narrativa. Começam mostrando o planejamento, a reunião dos homens que vão executar o crime; apresentam para o espectador as pessoas, mostram suas personalidades.

Roberto Farias foge desse modelo usado pelos grandes mestres.

Vemos, de cara, o trem pagador saindo da estação. Um telegrafista anuncia: “Japeri, Japeri. Trem Pagador saiu às 8h25.”

O trem avança por uma paisagem interiorana, rural. Há close-ups da linha férrea, o explosivo colocado nela.

Quando estamos aí com uns 15 minutos de narrativa, o assalto já aconteceu, o grupo está reunido numa fábrica abandonada não muito longe da Estação da Central do Brasil, no coração do Rio de Janeiro, dividindo o butim.

Haviam roubado quase 30 milhões de cruzeiros. Para ser exato, 27 milhões. Uma imensa fortuna.

O Grilo se acha superior aos colegas de assalto

Os assaltantes são gente pobre, muito pobre, moradores de favelas. O chefe do grupo é um negro forte, grande, de tamanho impressionante. Um baita negão – ou, se fôssemos falar na ridícula linguagem do politicamente correto, um afrodescendente de proporções avantajadas. Chama-se Tião Medonho, e vem no corpanzil de Eliezer Gomes.

zzassalto5Há negros, pardos de todas as matizes e brancos no grupo – como, de resto, em todo o Brasil, graças ao bom Deus. Um brancão, Tonho (Átila Iório, um ano antes de fazer o papel principal de Vidas Secas), parece muito valente, muito bravo, muito enfezado. Na hora da divisão do butim, parece até que vai ter a coragem de peitar Tião Medonho – mas eles na verdade são amigos de longa data.

Quem destoa do resto do grupo é Grilo (o papel de Reginaldo Faria, o irmão mais jovem do diretor), rapagão classe média, que foi quem apresentou ao grupo a proposta do assalto ao trem pagador. Grilo havia dito para o grupo que recebia instruções de um homem importante, o Engenheiro, sujeito que sabia das coisas, um fodão.

Depois que as muitas notas de cruzeiros são divididas entre os homens do bando, Grilo, muito metido, presunçoso, do alto do fato de que é classe média e mora (ainda que num apartamentinho mínimo) em Copacabana, discursa para os homens que haviam acabado de roubar com ele 27 milhões de cruzeiros:

– “Agora vem a parte mais importante do plano. O pacto. Vocês já sabem. Nada de estourar dinheiro e virar grã-fino. O homem (o tal Engenheiro) tem outros planos na cabeça, muito melhores do que esse do trem. Agora, é preciso andar direito. Em um ano, só podem gastar dez por cento. Cada um tem que ficar de olho no outro, porque a perseguição vai ser feia. Aquele que gastar demais e fugir do trato vai morrer. Quem for preso, qualquer um de nós, é melhor se matar. Porque se abrir a boca, morre. Onde estiver. Até na cadeia.”

“Pobre não pode passar de ladrão de galinha”

Uma das muitas maravilhas de Assalto ao Trem Pagador é essa coisa de que os assaltantes são pobres, favelados – e, embora de posse de um número imenso de notas de cruzeiros, não podem, teoricamente, mudar de vida depois de terem cometido o crime bem sucedido.

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De que adianta ter cometido um crime que é manchete de todos os jornais do país, de que adianta aquelas pessoas terem se transformado nos homens mais procurados pela polícia, se não podem usufruir do dinheiro que roubaram?

Há um excepcional diálogo entre Edgar (Miguel Rosenberg), um dos assaltantes, e sua mulher Margarida (Dirce Migliaccio). Edgar tem um barzinho na favela; viveu até ali do lucro proporcionado pela diferença entre o preço de uma garrafa de cachaça comprada no varejo e o preço das doses vendidas no atacado.

Margarida diz a Edgar: – “Não digo que não roube. Rouba! Não sou contra. Mas pobre não pode passar de ladrão de galinha. Mas você, não. Esqueceu e trouxe quase 3 milhões para casa. Conclusão: não pode gastar, e é capaz de parar na cadeia!”

Margarida pega a grande quantidade de notas de cruzeiros e bota num vaso sanitário, uma privada que fica solta no quintal do barraco da família na favela. Por ela, queimaria aquilo. Já que não poderiam mesmo usar…

Tião Medonho bota boa parte do seu butim no armário de roupa, no espaço vazio atrás do espelho. Diz para a mulher, Zulmira (Luiza Maranhão), que aquilo não deve ser mexido nunca: é o dinheiro para a educação dos filhos. O casal tem três.

A dinheirama escondida no armário barato, simples, do casal Tião Medonho-Zulmira terá imensa importância quando chegarmos ao final da narrativa. Esse é outro dos belos achados do filme.

O diretor chegou a acompanhar o trabalho da polícia atrás dos assaltantes

Existiu de fato um grande assalto a um trem pagador – o maior roubo realizado no Brasil até então. O filme avisa nos créditos iniciais: “Embora baseado num fato verídico, as situações e personagens deste filme não são reais e qualquer semelhança é mera coincidência”.

Assalto ao Trem Pagador é um grande filme, mas o texto que aparece nos créditos iniciais vem em Português ruim. Há na frase transcrita acima um óbvio – e crasso – erro de concordância. Muito provavelmente é o caso que chamo de aposto errado. Os autores devem ter querido dizer o seguinte: “Embora baseado num fato verídico, o filme mostra situações e personagens que não são reais e qualquer semelhança é mera coincidência”.

Isso é um pequenino detalhe, eu sei. Mas quis registrar. É uma lástima que um dos maiores filmes da História do cinema brasileiro venha com um erro de Português logo nos créditos iniciais.

O importante é que existiu, de fato, um grande assalto a um trem pagador no Rio de Janeiro, no iniciozinho dos anos 1960. O grupo de assaltantes levou exatamente 27 milhões de cruzeiros.

zzassalto99Roberto Farias conta que havia acabado de fazer um filme em São Paulo, Cidade Ameaçada, que foi exibido no festival de Cannes. Ele estava em Cannes quando soube do grande assalto – e de cara pensou que seria uma boa história para um filme.

Nunca vi Cidade Ameaçada. Mas é interessante notar que, exatamente como Assalto, o filme se baseia em acontecimentos reais, a história de um famoso bandido paulista de então, um tal Promessinha.

Cidade Ameaçada foi o terceiro filme dirigido por Roberto Farias, um fluminense de Nova Friburgo nascido em 1932. O Assalto foi o quinto; antes de começar a dirigir, ele havia sido assistente e/ou trabalhado em equipes técnicas em duas dezenas de filme.

Ou seja: em 1962, quando fez Assalto, era jovem, com 30 anos, mas já era bem safo, experiente no métier.

De volta ao Brasil depois de mostrar seu filme paulista em Cannes, Roberto Farias mergulhou na história do assalto ao trem pagador. Talentoso, jovem, mas com um pé na Terra, registrou a propriedade do título “assalto ao trem pagador”, que era como as manchetes de jornais tratavam o caso real.

Lia tudo o que se escrevia na imprensa sobre o caso.

Procurou o delegado que cuidava do caso, o doutor Amil Ney Rachaid, de Duque de Caxias. A polícia estava então caçando os membros do grupo de assaltantes, para tentar recuperar o dinheiro roubado.

O jovem cineasta foi bem tratado pelo delegado Rachid, e chegou a acompanhar diligências policiais à procura dos criminosos.

Diversos dos repórteres e fotógrafos que cobriam as investigações policiais aparecem no filme como repórteres e fotógrafos. Roberto conta que as cenas em que aparece o batalhão de homens da imprensa o fizeram lembrar os paparazzi de A Doce Vida, de Fellini.

Roberto Farias e Luiz Carlos Barreto apresentam versões diferentes da história

É muito difícil estabelecer o que foi a exata verdade dos fatos e o que é só folclore – mesmo quando se trata de um filme feito há apenas meio século.

Roberto Farias diz, numa das várias entrevistas feitas para o lançamento de Assalto ao Trem Pagador em DVD, que procurou Gláuber Rocha para ajudá-lo a escrever o roteiro do filme que contaria a história real do grande assalto.        Segundo Roberto, Gláuber recusou o convite; estava, naquele exato momento, finalizando Barravento, seu primeiro longa, que seria lançado em 1962.

Mas, gostando de Roberto, e querendo que ele se desse bem, Gláuber (segundo o que diz Roberto), sugeriu que o jovem realizador procurasse Luiz Carlos Barreto, então um experiente e respeitado repórter e fotógrafo da revista O Cruzeiro. A idéia era que Barreto escrevesse junto com Roberto o roteiro.

Assalto ao Trem Pagador teve um lançamento em DVD com o cuidado que o filme merece. Há várias entrevistas, feitas agora, anos 2000, com as pessoas que fizeram o filme. E o sensacional é que, ao contrário dos making ofs de tantos filmes hollywoodianos, as informações não batem, não se ajustam com perfeição.

A versão de Barretão não é a mesma de Roberto Farias.

Não que eles se agridam, falem mal um do outro.

Mas contam histórias ligeiramente – e emblematicamente – diferentes.

Assalto ao trem pagadorRoberto conta que o roteiro básico é dele mesmo. As reuniões entre ele e Barreto não eram muito produtivas; Barreto era irrequieto, dispersivo; conversam muito, mas não escreviam juntos; depois dos encontros, Roberto ia para casa e redigia sozinho.

Já Barretão se mostra co-autor do roteiro. Até conta vantagem,  dizendo que havia estudado no Idhec, a escola de cinema de Paris.

Eu, de minha parte, quietinho aqui no meu cantinho, só estou contando o que o DVD mostra. Não estou fazendo juízo de valor algum.

Só posso dizer, personalissimamente, que eu não jamais compraria uma máquina fotográfica usada do Barretão, ou qualquer outra coisa que ele quisesse vender.

Um banqueiro topou o desafio de financiar o filme

Roberto Farias conta que, roteiro pronto, o expuseram ao olhar experiente de Alinor Azevêdo – e o cara fez mexidas.

Não sei que mexidas Alinor Azevêdo pode ter dado, mas o fato é que o roteiro de Assalto é um dos melhores que já vi em filmes brasileiros.

Nos créditos iniciais, aparece assim: “Argumento Roberto Farias e Luiz Carlos Barreto. Colaboração de Alinor Azevêdo. Roteiro Roberto Farias.”

Em um ponto os relatos feitos agora por Roberto Farias e Luiz Carlos Barreto se encaixam perfeitamente: foi decisiva, para que o filme fosse enfim realizado, a participação do banqueiro José Luís de Magalhães Lins, um dos donos do então Banco Nacional de Minas Gerais. Roberto e Barreto foram procurar o banqueiro, contaram do projeto; Roberto levava uma proposta, em que expunha as idéias para o filme e fazia uma previsão de custos. O banqueiro ouviu, pegou o texto da proposta, disse que iria examinar, e pediu o roteiro – queria mostrá-lo ao seu amigo e conterrâneo Otto Lara Resende.

Otto Lara Resende deve ter gostado do que leu, porque Magalhães topou emprestar dinheiro a Roberto Farias. Com uma condição: queria que Herbert Richers fosse um dos produtores. Roberto conta que aceitou na hora: conhecia o produtor, tinha bom relacionamento com ele. Metade do dinheiro foi emprestado a Herbert Richers, sendo Roberto seu fiador, e a outra metade foi para o diretor, com aval do produtor.

Eram de fato outros tempos, aqueles.

A partir daí, o Banco Nacional de Minas Gerais passaria a financiar diversos filmes do cinema novo que surgia.

As atuações são corretas. Os grandes destaques são Eliezer Gomes e, claro, Grande Otelo

Na minha opinião, um dos grandes problemas do cinema brasileiro são as atuações.

Não há assim propriamente atuações brilhantes, sensacionais, britânicas, em Assalto. Reginaldo Farias (que, na minha opinião, se transformaria em um dos melhores atores do Brasil) ainda era jovem, verde demais – estava com parcos 25 anos. Não está horroroso – mas também está bem longe do que seria uma ótima atuação.

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Mas, se não há grande brilho, também não há – com uma única exceção – interpretações ruins demais, que pudessem comprometer o filme. Átila Iório como Tonho, Luíza Maranhão como Zulmira, a mulher de Tião, Ruth de Souza como Judith, a amante, Dirce Migliaccio como Margarida, Miguel Rosenberg como Edgar não fazem feio, de forma alguma.

E o sempre competente Grande Otelo se destaca no papel do cachaceiro muito justamente apelidado de Cachaça, que está sempre a cantar trechos de “Eu quero essa mulher”, de Monsueto Menezes e José Batista.

Mas o maior acerto na escolha do elenco, acho, é Eliezer Gomes no papel do líder do bando. Eliezer tem o físico perfeito para o papel, e sua figura é impressionante, imponente.

Assalto foi o primeiro filme de Eliezer, que estava então com 42 anos de idade. Faria depois outros 17; no ano seguinte, 1963, trabalhou em Os Vencidos, de Glauco Couto, e também em Ganga Zumba, de Cacá Diegues.

Já Helena Ignez me pareceu absolutamente lamentável. É muito, muito ruim a atuação da moça que viraria a ídola do cinema novíssimo a partir de O Bandido da Luz Vemelha.

Não é culpa exclusiva dela. O personagem que criaram para ela – a alpinista social idiota, descerebrada, que desperta em Grilo a voragem do consumo – me parece o ponto mais fraco do filme.

zzassalto9Eis o que diz Salvyano Cavalcanti de Paiva no livro História Ilustrada dos Filmes Brasileiros:

Assalto ao Trem Pagador causou impacto maior do que Cidade Ameaçada e firmou Roberto Farias como um diretor inovador inserido no processo industrial. O filme se baseia num fato verídico. (…) Ao ritmo americano que define o estilo de Roberto Farias, junta-se a transcrição brasileira. Atmosfera não falta no enquadramento que vai além do correto para destilar beleza e veracidade humana; basta ver a máscara estupenda de Eliezer Gomes, um não-profissional que estréia com um trabalho dos mais convincentes, ao lado dos tarimbados Reginaldo Faria e Helena Ignez. Mas Luíza Maranhão, atriz nata, beleza pura, mulher de extraordinária riqueza interior, é, sem dúvida, o maior elemento em cena.”

É um belo filme. Um filmaço.

Anotação em julho de 2013

Assalto ao Trem Pagador

De Roberto Farias, Brasil, 1962.

Com Eliezer Gomes (Tião Medonho), Reginaldo Faria (Grilo), Jorge Dória (Delegado), Átila Iório (Tonho), Ruth de Souza (Judith), Helena Ignez (Marta), Luiza Maranhão (Zulmira), Dirce Migliaccio (Margarida), Miguel Rosenberg (Edgar), Grande Otelo (Cachaça), Clementino Kelé (Lino), Miguel Ângelo (Miguel), Wilson Grey (funcionário da Central)

Argumento Roberto Farias e Luiz Carlos Barreto. Colaboração de Alinor Azevêdo.

Roteiro Roberto Farias

Fotografia Amleto Daissé

Música Remo Usai

Montagem Rafael Justo Valverde

Produção Herbert Richers. DVD Decine CTAV.

P&B, 102 min

R, ***1/2

9 Comentários para “Assalto ao Trem Pagador”

  1. No Facebook, meu amigo Carlos Marchi, grande jornalista, postou este texto, que traz uma história deliciosa:

    Mais um belo texto, Servaz. Agora vou contar um potin do Tião Medonho. Na vida real, ele foi capturado depois de um trabalho conjunto da polícia com dois (baitas) repórteres policiais cariocas, Vargas Júnior e Laerte (não me lembro o sobrenome dele). Os dois, verdadeiros malandros de boa estirpe, machões como podiam ser machões os repórteres policiais, foram moitar a casa da amante de Tião Medonho, na Zona Norte do Rio. Para não chamar atenção, Laerte – que era baixo e magrinho – se vestiu de mulher. Os dois eram namorada e namorado. Um dia cabalaram a chegada dele à casa, no mesmo tipo de camionete que aparece no filme. Alertaram a polícia, que invadiu a casa e matou Tião. Consta que Vargas e Laerte participaram do ataque, armados com seus inafastáveis Colt 38.

  2. Concordo. Um dos melhores filmes nacionais.
    Ouso discordar apenas quanto às ressalvas às atuações de Reginaldo Farias e Helena Ignez, que transmitiram com propriedade a futilidade e arrogância de seus personagens. Bastante ilustrativa a revelação sobre as circunstâncias da morte de Tião Medonho.

  3. Caro Mario, eu devo é agradecer a você por manifestar discordância! Acho ótimo você ter defendido as atuações de Reginaldo e Helena Ignez! Outras opiniões são sempre bem-vindas.
    Um abraço.
    Sérgio

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