Nada de Novo no Front / Im Westen Nichts Neues

4.0 out of 5.0 stars

(Disponível na Netfflix em 2/2023.)

Nada de Novo no Front (2022), do diretor alemão Edward Berger em co-produção com Estados Unidos e Inglaterra, é daquela estirpe rara de filmes que se tornam clássicos de imediato, logo após o lançamento. As listas de melhores filmes de guerra de toda a História do cinema feitas a partir de agora que não contiverem este Im Westen Nichts Neues serão imprecisas, falhas, descartáveis.

O filme de Edward Berger vem se juntar a um punhado de obras-primas, como Glória Feita de Sangue/Paths of Glory (1957), de Stanley Kubrick, A Grande Ilusão (1937), de Jean Renoir, A Ponte do Rio Kwai, de David Lean (1957), Apocalypse Now (1979), de Francis Ford Coppola, A Lista de Schindler (1993), de Steven Spielberg e, naturalmente Sem Novidade no Front/All Quiet in the Western Front (1930), de Lewis Milestone.

E isso aí é algo inédito, ou no mínimo raríssimo: duas absolutas obras-primas do cinema, dois dos melhores filmes da História baseados no mesmo romance.

O protagonista tem muito do autor do livro

O romance de Erich Maria Remarque (1898-1970), e os filmes baseados nele, é claro, centram-se em um jovem estudante alemão, Paul Bäumer, e seus três grandes amigos e colegas, que deixam os estudos por volta dos 18 anos de idade para se alistar no Exército Imperial Alemão em 1917, o terceiro ano da Primeira Guerra Mundial.

Antes de ir para o front, os quatro rapazes estão entusiasmados, alegres. São patriotas, fortes, saudáveis estão dispostos a defender seu país – e se animam com a perspectiva de, com sua ajuda, o Exército alemão avançar sobre as forças aliadas e chegar a Paris, tomar a capital do inimigo.

Segue-se a realidade duríssima, apavorante, louca, insana, enlouquecedora da guerra nas trincheiras.

Paul Bäumer, o protagonista central da história, tem muito a ver com seu criador – a começar do ano em que nasceram criador e criatura, 1898, e o próprio prenome. Erich Maria Remarque, descendente de franceses, chamava-se, nos registros civis, Erich Paul Remark. Ainda jovem, passou a usar o Maria, nome da mãe que ele adorava, em vez do Paul, e mudou a grafia do sobrenome.

Além do mesmo ano de nascimento e do mesmo prenome, o personagem Paul Bäumer tem muito do que o próprio autor viveu: aos 18 anos de idade, em 1917, o jovem Erich Paul foi convocado para o Exército Imperial Alemão, e, em junho, foi despachado para o Front Oriental, onde lutou nas trincheiras – exatamente como seu personagem –, e foi ferido várias vezes.

Um inteligente, impressionante intróito

Os roteiristas do filme – Edward Berger & Lesley Paterson e Ian Stokell – criaram, com muita inteligência, uma belíssima abertura, um magnífico intróito.

O filme começa com imagens esplêndidas de uma floresta. Em seguida vemos, em um plongée impressionante, um campo de batalha coberto pela neve e por dezenas e dezenas de corpos de soldados mortos. Começa uma nova batalha – e a câmara passa a acompanhar especificamente um jovem soldado, Heinrich, que é empurrado por um superior para fora da trincheira.

A sequência de batalha que se segue é das mais terríveis – e mais belas – que já foram feitas. E olha que cenas de batalha são absolutamente frequentes no cinema, quase tanto, talvez, quanto as cenas de amor.

Henrich é morto.

Após a batalha, os corpos dos mortos são recolhidos – e os soldados sobreviventes são encarregados de retirar de seus colegas mortos alguns itens mais valiosos de suas vestimentas, como os casacos de frio.

Uma sequência mostra centenas, talvez milhares de peças de roupa sendo lavadas e passadas por um grande número de mulheres convocadas -para a guerra. Lavadas e passadas, as roupas são depois costuradas – e ficam prontas para serem usadas pelos novos jovens que chegarão ao front.

A câmara mostra o trabalho de uma costureira – e um close-up permite que o espectador veja o nome de Heinrich em uma etiqueta no grosso casaco que ele usava na sua última batalha.

Tudo isso é mostrado em sequências rápidas, econômicas. Quando estamos com apenas uns 8 minutos de filme, letreiros informam que estamos agora no “Norte da Alemanha, na primavera de 1917, o terceiro ano da guerra”.

Oito minutos de um prólogo magnífico – impressionante, doloroso –, e então vemos o estudante Paul, chegando de bicicleta à sua escola e sendo recebido por seus três amigos inseparáveis, Albert, Franz e Ludwig (se eu não estiver enganado). Paul é o papel de Felix Kammerer (na foto abaixo), e seus amigos por, respectivamente, Aaron Hilmer, Moritz Klaus e Adrian Grünewald.

Quando chega ao front, algumas sequências depois, Paul recebe seu uniforme e um casaco pesado de frio. Junto do bolso interno do casaco ele verá uma etiqueta com o nome Heinrich.

Que brilhante sacada dos roteiristas, meu Deus!

Aproveito para registrar: pela forma com que os nomes dos três autores aparecem nos créditos – Edward Berger & Lesley Paterson e Ian Stokell –, deve-se entender que os dois primeiros trabalharam juntos na criação do roteiro, a partir, naturalmente, do livro de Remarque. E depois o terceiro, Stokell, pegou o trabalho feito em conjunto pelo diretor Berger e Paterson e deu a forma final.

Uma sequência antológica, memorável

O roteiro apresenta, com muito talento, a forma com que os quatro jovens estudantes patriotas, idealistas, vão rapidamente perdendo as ilusões a respeito do sentido da guerra, em meio ao inferno que é a vida nas trincheiras e o enfrentamento dos bombardeios inimigos. E como eles vão percebendo que o único valor que importa, ali, é a amizade entre eles, a solidariedade.

Os novatos Paul, Albert, Franz e Ludwig, estudantes, de classe média, de famílias de vida confortável, vão se aproximar de dois soldados veteranos – ambos vindos das classes mais baixas, ambos belas figuras humanas, Stanislaus Katczinsky, que todos chamam de Kat, e Tjaden Stackfleet, interpretados respectivamente por Albrecht Schuch e Edin Hasanovic.

Um dos momentos mais emocionantes deste filme extraordinário é quando, em um raro momento de calmaria, Paul leva até Kat uma carta recém-chegada da mulher dele – e o soldado já veterano, sapateiro de profissão, um tanto envergonhado, pede para que o rapaz estudado leia a carta para ele.

Não saber ler é um mancha pesada para um alemão – até mesmo em meio a uma guerra mundial.

(Ao escrever o parágrafo acima, foi impossível não lembrar do livro de Bernhardt Schlink e do filme de Stephen Daldry, uma co-produção EUA-Alemanha, O Leitor/The Reader /Der Vorleser.)

Mas a sequência mais absolutamente impressionante, acachapante, antológica, definitiva dos 148 minutos deste filme cheio de belíssimas sequências, é a que surge bem no meio da narrativa, durante uma das mais sangrentas batalhas de que o rapaz Paul participa, e ele se vê, num buraco provocado pelas bombas, junto com um soldado inimigo, um francês, ferido, aturdido.

Dois jovens lutando numa guerra sem sentido algum para eles. Desperdiçando a juventude, a beleza, a vida, no meio do lamaçal, das bombas, dos tiros incessantes. Paul primeiro tenta matar o rapaz que os governos de seus países tornaram seu inimigo mortal – e depois tenta socorrê-lo, impedir que ele morra.

Meu Deus do céu e também da Terra. Só essa sequência já bastaria para que este Im Westen Nichts Neues fosse uma obra-prima. O grande roteirista Dalton Trumbo, que só dirigiu um único filme na vida, Johnny Vai à Guerra/Johnny Got His Gun (1971), talvez o mais virulento panfleto antiguerra que já foi feito, aplaudiria de pé este filme do alemão Edward Berger. (Em Johnny Vai à Guerra, o protagonista, o personagem do título, é um jovem americano convocado para lutar na Primeira Guerra Mundial que fica cego, surdo, mudo e sem os membros, e procura desesperadamente uma maneira de acabar com a vida.)

Um general alemão, um francês – o Mal em Si

O diretor Edward Berger usa os ensinamentos dos russos Sergei Mikhailovich Eisenstein e Vsevolod Illarionovich Pudovkin, na montagem da última tomada daquela sequência dramática, sangrenta, suja, enlameada, dos dois soldados inimigos dentro de um buraco cavado por bombardeio, com a primeira tomada da sequência seguinte. Esta mostra uma sala imaculadamente limpa, uma longa mesa de jantar, e dois oficiais alemães jantando, bebendo vinho e conversando.

Um perfeito exemplo de uso magistral da montagem soviética – a justaposição de tomadas e situações antípodas que provoca um choque no espectador.

O mais graduado é o general Friedrichs (Devid Striesow, na foto acima, perfeito para o papel, inteiramente careca, um bigodão e uma cara e uma expressão de mau caráter). Um ajudante de ordens enche seu copo de vinho e acende seu cigarro. O convidado dele é o major Von Brixdorf (Sebastian Hülk).

O general pergunta o que o pai do major faz, e ele responde que a família tem uma oficina em Holstein. Oficina de quê?, quer saber o general. Uma selaria. – “Selas”, diz o general. “Elas sempre terão compradores. Seu futuro está garantido.” O major concorda, diz que tem muita sorte. O general pergunta: – “E então? Está ansioso para ir para casa? Quando não formos mais necessários aqui?”

O major diz que sim: “Depois da guerra, há um trabalho esperando por mim. Eu assumirei o negócio.”

Com uma expressão de ironia e desprezo, o general dá os parabéns ao major. Que, por educação, pergunta: – “E o senhor?”

– “Sou um soldado”, responde o general. “Meu pai era um oficial deste regimento. Ele lutou nas três guerras de Bismarck. (Otto Von Bismarck, 1815-1898, tido como o principal responsável pela unificação da Alemanha.) Venceu as três. Em 1871, ele marchou sobre Paris, e voltou para casa como herói. Nasci na época errada, Brixdorf. Meio século sem guerra. O que é um soldado sem guerra?”

Meu Deus, que coisa absolutamente genial esse diálogo. Chocante, apavorante – um resumo perfeito do melhor espírito antibelicista, antimilitarista, pacifista.

O que é um soldado sem guerra?

Um general alemão que é o retrato do Mal em Si. Mas há também um general francês que é igualmente o retrato do Mal em Si. Chama-se Ferdinand Foch (o papel de Thibault de Montalembert), e tem a mesma postura soberba, nojenta, abjeta do colega do outro lado das trincheiras. Nós o vemos no vagão especial de um trem em que autoridades francesas se reúnem com diplomatas alemães para tratar dos termos de um armistício para pôr fim à guerra.

Os negociadores alemães são chefiados por Matthias Erzberger. que aparenta ser pessoa educada, inteligente, sensível – e de bom senso. Ele diz para os colegas, uma hora lá, que a cada semana chegam à Europa para lutar ao lado dos franceses e ingleses tantos milhares de soldados dos Estados Unidos – e que a cada dia uns tantos milhares de alemães são mortos pelas forças aliadas. Quer terminar a guerra o quanto antes.

Do outro lado da mesa de negociações, o general Ferdinand Foch não quer fazer concessão alguma. Quanto mais de joelhos estiver a Alemanha, melhor para ele.

Matthias Erzberger apresenta argumentos, diz que não é possível obrigar o povo alemão a passar por anos de sofrimentos. O general francês, impassível, do alto de sua soberba, apenas responde: “Signez!” Assine a rendição total e absoluta.

Parece que é ponto pacífico entre historiadores, estudiosos, pesquisadores, que foram as condições duríssimas impostas à Alemanha pelo Tratado de Versalhes as responsáveis pelos anos de brutal inflação, de horrorosa recessão no pós-guerra – inflação e recessão que acabariam levando à ascensão do nazismo.

Nada de Novo no Front dá todas as indicações disso.

Achei muito interessante o fato de o negociador Matthias Erzberger ser interpretado, em uma participação especial, por Daniel Brühl, esse ator que ao lado de Sebastian Koch, Bruno Ganz e Nina Hoss, representa, para mim, a cara do cinema alemão pós Rainer Werner Fassbinder. Daniel Brühl é também um dos produtores executivos do filme.

Assim que assumiu, o nazismo proibiu o livro

O romance Im Westen Nichts Neues (literalmente nada de novo no Ocidente) foi lançado exatamente no meio do duríssimo período entre guerras – em 1929, apenas 11 anos após o fim da Primeira Guerra e 10 anos antes de a Alemanha, então dominada pelo nazismo, iniciar a Segunda.

Erich Maria Remarque estava com 31 anos. Embora a princípio ele tivesse encontrado dificuldades para publicar o romance, assim que foi lançado o livro se tornou um extraordinário sucesso.

All Quiet não foi o primeiro romance sobre a guerra, mas foi o mais objetivo, e o mais centrado na guerra em si”, escreveu a douta Encyclopaedia Britannica. “Seu herói, Paul Bäumer, é um recruta comum de 19 anos. Os eventos do romance são a rotina diária dos soldados que parecem não ter passado ou futuro fora da vida nas trincheiras. Seu título, a linguagem dos comunicados de rotina, são típicas de seu estilo frio, conciso, que grava os horrores diários da guerra em eufemismos lacônicos. Sua amoralidade casual estava em chocante contraste com a retórica patriótica. O livro foi um sucesso internacional imediato, assim como o filme feito a partir dele (nos Estados Unidos, em 1930).”

Nossa mãe! Só agora, enquanto traduzia esse parágrafo da Britannica, me dei conta de que como foram próximos os lançamentos do livro de Remarque e do filme de Lewis Milestone. Apenas um ano! O livro saiu na Alemanha em 1929, e o filme estreou em 21 de abril de 1930 nos Estados Unidos e 14 de junho na Inglaterra!

Incrível!

Remarque escreveria depois vários livros sobre a guerra e as condições de vida na Alemanha logo após a rendição e o Tratado de Versalhes. Em 1931 saiu Der Werg Zurüch, em inglês The Road Back, que tratava exatamente da dureza das condições de vida na Alemanha logo após 1918.

Em janeiro de 1933 Adolf Hitler tornou-se o chanceler da Alemanha. Em maio, a obra de Remarque foi declarada “impatriótica” e proibida pelo ministro de propaganda do novo governo, Joseph Goebbels; exemplares dos livros do autor foram retiradas das livrarias e seguramente queimadas naquelas fogueiras de livros que se tornaram comuns na Alemanha nazista.

Pouco antes, ainda em 1932, Remarque havia se mudado para a vizinha e neutra suíça; em 1939, ano do início da Segunda Guerra, o escritor se mudou para os Estados Unidos, e em 1947 obteve a cidadania norte-americana. Mas logo voltaria para a Suíça, onde se casaria com a atriz já então aposentada Paulette Goddard, ex-senhora Charles Chaplin. Viveriam juntos até a morte dele, em 1970, aos 72 anos.

Obras-primas muito premiadas

O filme de 1930 foi indicado a quatro Oscars. Perdeu nas importantes categorias de melhor roteiro e fotografia, mas levou os prêmios nas categorias mais importantes de todas, as de melhor filme e melhor direção para Lewis Milestone.

Quando o filme foi exibido na Alemanha, ainda antes da chegada do Partido Nacional-Socialista de Hitler ao poder, manifestantes nazistas promoveram badernas nos cinemas, soltando ratos e bombas de cheiro. Quando os nazistas assumiram o poder, a exibição do filme foi proibida na Alemanha – e só seria liberada mais de dez anos após o fim da guerra, em 1956.

A proibição foi justificada pelo ministro do interior Wilhelm Frick com o argumento de que o filme “ignominiosamente representava os alemães como covardes”. O IMDb registra que, ironicamente, na vizinha Polônia, invadida na Primeira Guerra, a censura proibiu a exibição do filme por ele ser “pró-Alemanha”.

A Segunda Guerra Mundial começaria com a invasão da Polônia pelas forças nazistas.

Entre as duas obras-primas, a americana de 1930 e esta alemã em co-produção com os à época das duas grandes guerras inimigos Estados Unidos e Reino Unido, houve uma transposição do livro de Erich Maria Remarque para a televisão americana, em 1979, dirigida por Delbert Mann, Oscar de melhor direção por Marty (1955). Paul Bäumer foi interpretado por Richard Thomas e Kat por Ernest Borgnine.

O filme de agora, com Felix Kammerer como Paul e Albrecht Schuch como Kat, recebeu nada menos de nove indicações ao Oscar, nas categorias de filme do ano, filme internacional e ainda  roteiro adaptado, fotografia, desenho de produção, maquiagem, trilha sonora, som e efeitos visuais.

No total, até meados de março de 2023, o filme já havia levado 34 prêmios e tido 75 indicações. Entre os prêmios estavam sete Baftas – o filme foi o grande vencedor dos prêmios da Academia Britânica de 2023. Levou os prêmios de melhor filme, melhor filme não em língua inglesa e ainda direção, roteiro adaptado, fotografia, trilha sonora e som.

Ao Oscar, foram nove indicações, e o filme venceu em quatro categorias: melhor filme estrangeiro, melhor fotografia, melhor desenho de produção e melhor trilha sonora.

É um filmaço, uma obra-prima.

Anotação em março de 2023

Nada de Novo no Front/Im Westen Nichts Neues

De Edward Berger, Alemanha-EUA-Reino Unido, 2022

Com Felix Kammerer (Paul Bäumer)  

e Albrecht Schuch (Stanislaus Katczinsky, Kat), Aaron Hilmer (Albert Kropp), Moritz Klaus (Franz Müller), Adrian Grünewald (Ludwig Behm), Edin Hasanovic (Tjaden Stackfleet), Daniel Brühl (Matthias Erzberger, o negociador da paz),

Thibault de Montalembert (general Ferdinand Foch), Devid Striesow (general Friedrichs), Andreas Döhler (tenente Hoppe), Sebastian Hülk (major Von Brixdorf), Luc Feit (oficial médico), Michael Wittenborn (reitor), Michael Stange (oficial na reunião), Sascha Nathan (Von Oberndorff), Tobias Langhoff (major general Von Winterfeldt), Anton von Lucke (capitão Von Helldorf), Michael Pitthan (Ernst Von Vanselow), Joe Weintraub (capitão Geyer)

Roteiro Edward Berger & Lesley Paterson e Ian Stokell

Baseado no romance de Erich Maria Remarque

Fotografia James Friend

Música Volker Bertelmann     

Montagem Sven Budelmann

Casting Simone Bär, Constance Demontoy, Arwa Salmanova

Desenho de produção Christian M. Goldbeck

Figurinos Lisy Christl   

Produção Edward Berger, Daniel Marc Dreifuss, Amusement Park Films, Rocket Science, Sliding Down Rainbows Entertainment. Produção executiva Daniel Brühl

Cor, 148 min (2h28)

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