Nota:
Não é, de jeito nenhum, um filme gostoso nem fácil de ver, este Days of Wine and Roses, no Brasil Vício Maldito, que Blake Edwards dirigiu em 1962. É um grande filme, um filmaço – mas não é, repito, prazeroso de se ver. É duro, amargo, denso, pesado. É uma angustiante viagem ao fundo do poço do alcoolismo – e o espectador é obrigado a entrar nela, pela maestria da direção, pelo estilo realista, cru, e pelas interpretações extraordinárias de Jack Lemmon e Lee Remick.
Como na vida real, não se chega ao fundo do poço do alcoolismo de maneira rápida, abrupta. Bem ao contrário. As primeiras doses dão uma sensação de leveza, de euforia.
Os créditos iniciais mostram rosas ao fundo, enquanto vamos vendo os nomes dos atores, da equipe, ao som da canção criada para o filme por Henry Mancini, com letra de Johnny Mercer, que viraria um clássico e teria vida independente do filme. Seria gravada por Frank Sinatra, Tony Bennett, Andy Williams, Perry Como, mais tarde Cassandra Wilson; viria a ser, como diz a Wikipédia, “a jazz standard”, um clássico da Grande Música Americana, como uma obra dos irmãos Gershwin, de Cole Porter ou de Irving Berlin.
Nos créditos iniciais, a canção vem com a orquestra de Henry Mancini e afinadíssimas vozes femininas, que cantam os versos bem construídos de Mercer – “The days of wine and roses laugh and run away like a child at play / Through a meadow land toward a closing door”.
Dias de vinho e rosas. Parece o paraíso.
Uma linda moça de faiscantes olhos azuis – e o homem se irrita com ela
A primeira sequência se passa em um belo e amplo bar, superpovoado por homens de terno e gravata. Joe Clay (o personagem interpretado por Jack Lemmon) tem um copo na mão, mas ainda está trabalhando. Um amigo deu a ele o telefone de uma moça, e ele liga para ela, convida-a a ir, no final da tarde seguinte, a uma festa no iate de um príncipe árabe. Às 18h30, no cais número tal, uma lancha estará esperando para levá-la até o iate. Ela aceita o convite.
Enquanto fala ao telefone, tampando o outro ouvido por causa do vozerio do bar, Joe pede outra dose ao barman.
Veremos que a cidade é San Francisco, e que Joe trabalha numa grande agência como relações públicas. The public relations man, como será definido num diálogo logo adiante.
Seu trabalho inclui recrutar moças bonitas, atraentes, que saibam se vestir bem, e levá-las a festas promovidas por ou para alguns de seus clientes.
Às 18h30 do dia seguinte, ele está numa lancha num dos cais de San Francisco em meio a seis belas mulheres, vestidas para festa noturna, embora ainda seja dia.
Chega então de táxi uma moça loura, de faiscantes olhos azuis. (Os olhos de Lee Remick são tão faiscamente azuis que a gente vê a cor deles mesmo no preto-e-branco deste filme, e também no de dois outros grandes da mesma época, Escravas do Medo/Experiment in Terror, do mesmo Blake Edwards, do ano seguinte, 1963, e Anatomia de um Crime, de Otto Preminger, de 1959.)
É linda, mas não está vestida para festa para agradar aos amigos de um príncipe árabe. Usa roupas elegantes, mas formais, do tipo que se usa em escritórios.
Irritado, em voz alta, Joe dá bronca nela: – “Você está atrasada. E está vestida do jeito errado. Era para ser um vestido de coquetel.”
Kirsten Arnesen – veremos que esse é o nome da personagem interpretada por Lee Remick – não dá a mínima bola para aquele sujeito.
Quando a lancha encosta no belo iate, ele ainda tenta dar uma bronca nela. Ela embarca primeiro no iate, e entrega alguns papéis ao homem que está ali para receber as moças.
Joe não conhecia ainda o homem, o sr. Trayner (Jack Albertson), que vem a ser o cliente de sua agência, o homem de negócios que, por algum motivo, quer agradar o príncipe árabe levando para seu iate meia dúzia de louras elegantes, gostosas – e que topam um programa.
Trayner cumprimenta o homem de relações públicas, e comenta que ele então já havia conhecido sua secretária, Kirsten.
A primeira fala de Kirsten-Lee Remick é: – “Bem, não oficialmente. Ele estava muito ocupado”.
Mas Trayner já nem estava prestando atenção: olhava para as moças que Joe havia trazido. Olhava e gostava do que via.
Joe tinha dado um tremendo fora com a secretária de seu cliente, mas seu cliente parecia satisfeito com o material que ele trouxera para o iate.
Solitária, Kirsten aceita o convite de Joe e saem para jantar
No dia seguinte, um arrependido Joe vai ao imenso escritório da empresa de Trayner, levando um presentinho para a secretária que ele havia confundido com uma das acompanhantes, escort girls, call girls, party girls. O termo exato – puta – não será usado em momento algum, embora Joe mais tarde vá usar a palavra pimp, cafetão, para descrever a si próprio.
O segundo encontro entre Joe e Kirsten é tão desastrado quanto o primeiro. Kirsten mantém-se fria, distante – e, além de tudo, detesta biscoitos de amendoim, o presentinho escolhido por Joe como uma oferta de paz.
Depois de alguns momentos extremamente embaraçosos, no entanto, de repente Kirsten muda completamente de atitude e resolve aceitar o convite para jantar com aquele sujeito que havia sido grosseiro, mal educado.
É uma mudança de atitude sem dúvida brusca demais, exageradamente brusca, e até um tanto inverossímil. Mas há uma desculpa para isso. Veremos depois que Kirsten – apesar de sua beleza espantosa – é uma jovem muito solitária; chegou há pouco a San Francisco, ainda não tem amigos, mora sozinha num apartamento que segundo ela é cheio de baratas. Havia sido criada ali mesmo, na região da Baía de San Francisco, mas na área rural. Seus pais, imigrantes noruegueses, sempre viveram de vender flores, plantas e pequenas árvores que cultivam no seu sítio.
Poucos meses antes, ela havia se cansado de viver na área rural e se mudado para a cidade.
Kirsten toma a primeira gota de álcool da vida. Estamos com 18 minutos de filme
Vão jantar juntos, aqueles dois seres solitários, depois de terem sido extremamente ríspidos um com o outro.
Joe manda brasa no uísque.
Até aquele dia, Kirsten jamais havia bebido álcool. Sua paixão, ela conta, é chocolate.
Joe levanta-se, vai até o barman e encomenda sem que ela ouça um Brandy Alexander – conhaque e chocolate.
A princípio, Kirsten não quer, mas Joe insiste: é especial, tem chocolate.
Ela dá um pequeno golinho – e gosta.
Estamos com exatos 18 minutos de filme.
Deveria haver mais filmes sobre o vício
É difícil ver Days of Wine and Roses e não lembrar de The Lost Weekend, que Billy Wilder lançou em 1945, 17 anos antes, portanto, do filme de Blake Edwards. No Brasil, The Lost Weekend recebeu o título de Farrapo Humano. Farrapo Humano em vez de O Fim de Semana Perdido. Vício Maldito em vez de Dias de Vinho e Rosas. Os exibidores brasileiros gostavam de títulos dramáticos, exagerados, com um gosto de tango argentino ou bolero mexicano.
Dramáticos, exagerados – mas não propriamente errados. O personagem de Ray Milland na obra-prima de 1945 é, sim, um farrapo humano, e o vício é mesmo maldito. Qualquer vício de droga forte – heroína, crack, cocaína, álcool.
“Lost Weekend moderno passado em San Francisco, com Lemmon se casando com Remick e a levando ao alcoolismo”, define Leonard Maltin em sua resenha, que vem acompanhada da cotação de 3.5 estrelas em 4. “Direção realista e texto sem meios-termos se combinam para dar excelente resultado.”
O CineBooks’ Motion Picture Guide – que dá ao filme 4 estrelas em 5 – diz: “De tempos em tempos Hollywood decide fazer um filme sobre alcoolismo. Ray Milland em The Lost Weekend (1945) foi um, Jimmy Cagney em Come Fill the Cup (1951) foi outro, e o retrato de Lemmon como um cachaceiro deve figurar junto com os citados anteriormente.”
(O termo que o CineBooks’ usa é boozer, de booze, o substantivo para designar bebida de uma maneira geral, com um tom depreciativo. Gosto de usar cachaça como sinônimo de booze; mais que aguardante de cana, pinga, o substantivo cachaça é a designação genérica de qualquer bebida forte.)
Me deixou indignado essa forma com que o CineBooks’ se refere ao filme. Como se fosse um absurdo que houvesse mais de um filme sobre alcoolismo.
A cada ano são feitas centenas de filmes sobre assassinos, ladrões, bandidos das mais variadas espécies. Há mais filmes sobre bandidos do que sobre gente como a gente, gente comum – e não há no mundo mais bandidos do que gente como a gente.
E seguramente há muito mais bêbados no mundo do que assassinos.
Deveria é haver muito mais filmes sobre vício.
Na minha opinião, este é um dos dois melhores filmes sobre alcoolismo jamais feitos
Nunca vi esse filme de 1951 com James Cagney, e na verdade jamais tinha ouvido falar dele. Degradação Humana, chamou-se no Brasil, confirmando o que eu disse sobre a escolha de títulos que parecem nomes de tango. Foi dirigido por Gordon Douglas – um realizador mediano, não mais que isso.
Na minha opinião, The Lost Weekend e este Days of Wine and Roses são os dois melhores filmes já feitos sobre alcoolismo.
Mas não são muitos os que já foram feitos.
Há grandes filmes que mostram viciados em álcool, mas o vício não é o principal tema, como O Veredito, de Sidney Lumet (1982), O Círculo Vermelho, de Jean-Pierre Melville (1970), Palavras ao Vento/Written on the Wind, de Douglas Sirk (1956), Trinta Anos Esta Noite/Le Feu Follet, de Louis Malle (1963), Bravura Indômita/True Grit, de Henry Hathaway (1969).
Outro dia mesmo, a super jovem Sarah Polley criou um personagem secundário em seu filme Entre o Amor e a Paixão/Take This Waltz que se confessava cansada de acordar em cima de seu próprio vômito.
Porém, especificamente sobre alcoolismo, ou dando ao vício grande importância na trama, são poucos. Há, que eu me lembre, Amar é Sofrer/Country Girl, de George Seaton (1954), Quando um Homem Ama uma Mulher, de Luis Madoki (1994), 28 Dias, de Betty Thomas (2000), Um Novo Caminho/Le Dernier Pour la Route, de Philippe Goudeau (2009), Pronto para Recomeçar/Everything Must Go, de Dan Rush (2010),.
Acho que todos eles são importantes. E na verdade todos eles têm qualidades intrínsecas, são bons filmes fora o fato de abordar esse tema fundamental.
O inferno do alcoolismo a dois consegue ser pior do que o de um único cônjuge
Days of Wine and Roses tem uma importância especial: é o único desses filmes citados acima que trata do alcoolismo quando ele se transforma numa doença do casal, uma espécie, bastante deletéria, de folie à deux.
Em Amar é Sofrer/Country Girl, por exemplo, o personagem de Bing Crosby é um alcoólatra. Sua mulher, interpretada por Grace Kelly, não é. Em Quando um Homem Ama uma Mulher, a alcoólatra é a mulher, interpretada por Meg Ryan; o marido (o papel de Andy Garcia) é sóbrio.
Em The Lost Weekend, o personagem de Ray Milland enfrenta o inferno sozinho. A mulher que o ama é sóbria como um juiz.
Dos filmes sobre alcoolismo que conheço, este aqui é o único que mostra um casal em que um alimenta o vício do outro.
O inferno do alcoolismo a dois, mostrado no filme de Blake Edwards, consegue ser pior do que o de um único cônjuge. (A palavra é horrorosa, mas não existe outra.)
Regina Lemos dizia que os encontros não são uma pessoa + uma pessoa. Um casal não é uma simples soma – o que uma pessoa mais outra juntas formam depende de diversos fatores. Num encontro, as duas pessoas potencializam suas especificidades. Cada relação se constrói de acordo com a forma com que se combinam as características individuais. Podem ser duas pessoas positivas mas que, juntas, formam uma união que rola escada abaixo; e às vezes pode haver um encontro de uma pessoa que tende mais para a tristeza com outra, que, com a união, forma um casal que vê a vida com a tendência de ir morro acima.
O que o filme de Blake Edwards mostra é exatamente isso.
Quando dois viciados se unem, a tendência é que ajam como náufragos: o mais desesperado vai sempre puxar o outro para baixo.
Na vida não existe fast forward. O cinema é mais belo que a vida
A seqüência da recaída, dos dois desesperados que puxam um ao outro primeiro para a rápida euforia que a cachaça dá, e em seguida para o fundo do poço, e que acontece quando o filme está bem no meio, é uma das coisas mais pavorosas que já vi no cinema – e talvez até na vida real.
Pensei seriamente em parar de rever o filme – ou em dar um fast forward para não enfrentar tanta dureza, tanta angústia, tamanho desespero.
Se na vida fosse possível dar fast forward como se dá nos filmes, que maravilha seria a vida.
No momento em que estamos em algum dos muitos fundos de poço com que a vida nos brinda, simples – apertamos uma tecla, vamos para o capítulo seguinte.
Infelizmente, o cinema é mais belo que a vida. Na vida não existe fast forward.
Aquela sequência em que Joe-Jack Lemmon vai até a estufa à procura da terceira garrafa é uma das mais tristes, desesperadas, angustiantes, dolorosas, doloridas que há no cinema. Que jamais houve.
E aí talvez o espectador pense que já chegou ao fundo do poço. Errado. O fundo do poço é sempre mais fundo.
A seqüência do motel, bem mais tarde, é ainda mais furiosamente angustiante, desesperante.
O filme realça, sem meios-termos, para usar a expressão de Leonard Maltin, como é impossível a convivência de um viciado com um viciado que tenta ficar limpo.
Para quem está bêbado, é uma afronta, um acinte, uma agressão o fato de o ex-companheiro de bebedeira não estar bebendo.
Essas duas sequências – a da primeira recaída, que prossegue na estufa, e a do motel – são de doer, de doer feio, fundo. São extraordinariamente belas, em termos de arte – e extraordinariamente cruéis, dolorosas.
Há viciados que conseguem sair – aleluia! Mas a possibilidade é pequena
A possibilidade de happy ending para os viciados é pequena. Existe, sim. Eu pessoalmente conheço alguns casos de gente bem próxima de mim, e digo a eles todas as aleluias que podem ser ditas.
Mas a possibilidade é pequena.
Billy Wilder, um artista que era tudo menos um otimista, um believer, evidentemente não tinha interesse algum em arranjar um happy ending para o bêbado interpretado por Ray Milland em The Lost Weekend. No entanto, foi forçado pelo estúdio, pelos produtores, pelos distribuidores, a inventar um final feliz – uma coisa que não combina em nada com todo o resto do filme.
Pode ter sido uma questão de tempo: em 1962 as coisas talvez fossem um pouco melhores do que eram em 1945 entre criador de um lado e, de outro, os produtores, a maior ou menor rigidez da censura, as normas de comportamento da própria sociedade.
Blake Edwards conseguiu o que Billy Wilder não pôde: Days of Wine and Roses não tem happy ending.
Não chega a não ser o horror dos horrores, como foi, por exemplo, o fim de À Procura de Mr. Goodbar/Looking for Mr. Goodbar, maravilha de filme que Richard Brooks fez em 1977.
Mas, ao contrário do filme de Billy Wilder, e exatamente como Billy Wilder gostaria de ter feito, Days of Wine and Roses passa longe do final feliz.
E aí repito: a possibilidade de happy ending para os viciados é pequena.
Melhor, muito melhor seria sair fora antes que a queda no inferno fosse inevitável.
Depois da submissão total ao vício, é difícil imaginar enfrentar a vida sem a droga. Tudo parece sem graça, bobo, imbecil, vazio, sujo.
Days of Wine and Roses mostra isso com todas as letras.
Jack Lemmon e Lee Remick foram indicados ao Oscar, mas não levaram
A frase ‘dias de vinho e rosas” vem – como a personagem interpretada por Lee Remick mostra – de um poema. O verso que Kristen cita é o seguinte: “They are not long, the days of wine and roses: Out of a misty dream Our path emerges for a while, then closes Within a dream.”
Segundo a Wikipedia, são versos do poema “Vitae Summa Brevis”, de autoria de Ernest Dowson (1867–1900).
O filme teve cinco indicações ao Oscar: ator para Jack Lemmon, atriz para Lee Remick, direção de arte em preto-e-branco, figurinos em preto-e-branco, canção. Venceu apenas nesta última categoria. Muitas canções vencem o Oscar e desaparecem na poeira da história. “Days of Wine and Roses”, como já se falou lá acima, virou um clássico, um standard; poderia não ter levado o Oscar, viraria standard do mesmo jeito.
Teve quatro indicações ao Globo de Ouro – filme na categoria drama, direção, atriz, ator. Não levou nenhum.
A Academia costuma cometer injustiças bravas. Mas, naquele ano, a disputa era feia. Jack Lemmon concorria com Peter O’Toole em Lawrence da Arábia, Burt Lancaster em O Homem de Alcatraz, Marcello Mastroianni em Divórcio à Italiana e Gregory Peck em O Sol é para Todos. Gregory Peck, interpretando Atticus Finch, um dos personagens mais extraordinários já mostrados em um filme, levou o prêmio.
A disputa pela estatueta de melhor atriz era tão dura quanto a pela de melhor atriz. Lee Remick disputava com Katharine Hepburn em Longa Jornada Noite Adentro, Bette Davis em O que Aconteceu com Baby Jane?, Geraldine Page em Doce Pássaro da Juventude, e Anne Bancroft em O Milagre de Annie Sullivan. Anne Bancroft, em um desempenho extraordinário, um tour-de-force absurdo, levou o prêmio.
Credo em cruz. Ao ver o nome desses atores e desses filmes que concorriam aos Oscars de 1962, é difícil não pensar aquela coisa: como o cinema já foi melhor.
Mas isso pode ser só bobagem de velhinho nostálgico – embora eu não seja nostálgico. Sou velhinho, mas nunca fui e não sou nostálgico, de forma alguma.
Para encerrar, gostaria de situar cronologicamente Days of Wine and Roses na obra desse realizador talentosíssimo que não tem o devido reconhecimento.
Blake Edwards tem uma filmografia ampla que passa pelos mais diversos gêneros. É autor ou co-autor de 66 roteiros, e dirigiu 47 filmes. Acabou tendo seu nome associado mais aos filmes da série A Pantera Cor-de-Rosa, mas, da mesma maneira com que fez comédias engraçadíssimas, soube fazer belíssimos dramas.
Em 1959, fez Anáguas a Bordo/Operation Petticoat, uma comédia deliciosa. Em 1961 fez Bonequinha de Luxo/Breakfast at Tiffany’s, aquele luxo absoluto. Em 1962, fez dois dramas em preto-e-branco, ambos com Lee Remick – este Days of Wine and Roses e o ótimo Escravas do Medo/Experiment in Terror.
No ano seguinte, 1963, fez A Pantera Cor-de-Rosa.
A grandeza da obra de Blake Edwars, um realizador que em geral não é colocado como um dos maiores de Hollywood, me faz lembrar das pessoinhas de nariz arrebitado que dizem detestar “filme americano”.
Tadinhas dessas pessoas.
Anotação em abril de 2013
Vício Maldito/Days of Wine and Roses
De Blake Edwards, EUA, 1962
Com Jack Lemmon (Joe Clay), Lee Remick (Kirsten)
e Charles Bickford (Arnesen), Jack Klugman (Jim Hungerford), Alan Hewitt (Leland), Tom Palmer (Ballefoy), Debbie Megowan (Debbie), Maxine Stuart (Dottie), Katherine Squire (Mrs. Nolan), Jack Albertson (Trayner)
Roteiro J.P. Miller, baseado em sua peça escrita para a TV
Fotografia Philip H. Lathrop
Música Henry Mancini
Montagem Patrick McCormack
Produção Martin Manulis, Warner Bros. DVD Warner.
P&B, 117 min
R, ***1/2
Ainda não consegui assistir este filme … e como quero. Gosto demais do Lemmon e da Lee Remick. Ela, além de ótima atriz, era também uma mulher muito linda.
Mas, “Farrapo Humano” já assisti tres vezes; duas na TV e uma em filmes online.
Ray Milland era um grande ator.
“Days of Wine and Roses” nem é preciso dizer o quanto esta música é linda , lindíssima.
Mancini estava inspiradíssimo quando a compôs. Tenho esta musica em LP – é, ainda os guardo – com ele ( Mancini ) e também com Ray Conniff, para mim, o maior de todos.
Aliás , me desculpe Sergio mas , as vozes femininas maravilhosas que voce cita nos créditos iniciais não seriam das ” meninas ” do coral de Ray Conniff ? Me desculpe , por favor mas, é só curiosidade e confirmação ou não. Como eu disse, ainda não vi o filme mas existe um clipe no Youtube que mostra esse trecho da abertura do filme e a musica com o Conniff. Não sei se colocaram a musica em cima das imagens.
Ainda tenho esperanças de ver este filme via online ou no TCM ou no CULT, quem sabe ?
Um abraço !!
As letras de Mercer foram muito bem colocadas, como apontado por você, Sérgio. Na continuidade, da sua citação, “towards an open door, that wasn’t there before”, tem-se uma fantástica descrição da evolução da drogadição: ela parece “abrir uma nova porta para a vida”, uma porta que não estava lá; porém, ultrapassados seus umbrais, ela fecha-se miseravelmente e o indivíduo vê-se aprisionado. O poema é maravilhoso, porque diz muito mais do que aquilo que está escrito! Os comentários foram excelentes, uma autêntica aula: muito obrigado! Osmir
Apenas para lembrá-los que entre as melhores comédias de Blake Edwards estão, além das Panteras cor-de-rosa, os memoráveis A corri- da do século e Um convidado bem trapalhão.
Dennison Paixão
Há muito tempo vi este filme. Vi agora pela net e percebi que o outro tinha um final mais dramático. Foi a distância de um para o outro ou de fato existem dois finais? Está a par?
Grato.