A Primeira Noite de um Homem / The Graduate


Nota: ★★★★

Anotação em 2008, com complemento em 2010, 2018: É impressionante como o cinema cita o filme A Primeira Noite de um Homem/The Graduate, de 1967. Prova clara, nítida de que foi um dos filmes mais marcantes dos anos 1960.

* Em Simples como o Amor/The Other Sister, de Garry Marshall, EUA, 1999, o casal de jovens subdotados (interpretado por Juliette Lewis e Giovanni Ribisi) vê o filme em vídeo várias vezes, fala dele várias vezes, e há toda uma referência, na própria ação, ao desfecho, o casamento, ao som de Mrs. Robinson – incompreensivelmente não com Simon & Garfunkel (economia de royalties?), mas um coverzinho.

agraduateosdois * Em Jogo de Sedução/Dot the I, de Matthew Parkhill, Inglaterra-Espanha, 2003, há um diálogo fascinante. Kit, o personagem interpretado por Gael García Bernal, está numa lanchonete com os dois amigos, Tom e Theo. Falam da complicação em que Kit se meteu – está apaixonado por Carmen, que vai se casar daí a poucos dias com outro cara, Barnaby. Um dos dois, Tom ou Theo, não importa, sugere:

– Faça um The Graduate“.

– Um o quê? – pergunta Kit.

The Graduate, você sabe. Apareça no casamento. Se ela fugir com você, é isso aí.

E Kit:

– Pelo amor de Deus, a vida não é um filme.

Mais tarde, Kit fará, de fato, como o personagem de Dustin Hoffman em A Primeira Noite de um Homem – o diretor Matthew Parkhill usará tomadas idênticas à do filme cult de Mike Nichols.

* Tem, é claro, a delícia de filme que é Dizem Por Aí/Rumor Has It.., de Rob Reiner, EUA, 2005, que é assim uma espécie de falsa continuação da Primeira Noite de Um Homem, em que Jennifer Aniston faz Sarah, que vive em Nova York e vai com o namorado (Mark Ruffalo) para a casa da família em Pasadena, Califórnia, para o casamento da irmã – e lá enfrenta primeiro o boato e depois o fato de que sua avó (Shirley MacLaine) foi a mulher que inspirou o personagem de Mrs. Robinson. O filme é cheio de ótimas piadas e referências a The Graduate, inclusive os acordes de Mrs. Robinson”.

* Em O Amor Não Tira Férias/The Holiday, de Nancy Meyers, EUA, 2006, há uma seqüência em que os personagens interpretados por Kate Winslet e Jack Black estão numa locadora de DVDs em Los Angeles. Ele é compositor para o cinema; vai pegando DVDs, mostrando para a capinha para Kate Winslet e para o espectador, e cantarolando trechos das trilhas de cada filme. Na hora em que ele pega o DVD de The Graduate e cantarola “Mrs. Robinson”, a câmara focaliza Dustin Hoffman, numa participação especialíssima, como um freguês da locadora à procura de um filme para ver. Dustin Hoffman olha para o sujeito que está cantarolando o tema do filme que o tornou um grande astro e dá um belo sorriso.

* The Graduate tem um importante papel na trama da maravilhosa comédia romântica (500) Dias com Ela/(500) Days of Summer, de Marc Webb, EUA, 2009. O filme de Mike Nichols é citado logo na abertura, quando o locutor descreve Tom, o protagonista, um sujeito que “cresceu acreditando que nunca seria verdadeiramente feliz até o dia em que encontrasse a mulher da sua vida”. “Essa crença – prossegue o narrador – surgiu a partir de uma exposição, quando ainda era muito jovem, à triste música pop britânica e a uma leitura completamente mal feita do filme The Graduate.” Quase no fim do delicioso filme, o espectador revê, junto com os personagens interpretados por Joseph Gordon-Levitt e Zooey Deschanel, ao som de “Bookends” e “Old Friends”, do disco de 1968 de Simon & Garfunkel, a última seqüência de A Primeira Noite de um Homem. Sobre essa a última seqüência, falo bastante na anotação que vai aí abaixo, tirada do meu diário bissexto, e não das anotações normais sobre filmes.

* Em Simplesmente Complicado/It’s Complicated, de Nancy Meyers, de 2009, Jake (Alec Baldwin), o ex-marido de Jane (Meryl Streep), está tentando reatar o casamento, e, num dia em que estão todos juntos, ele, a ex-mulher e os três filhos já criados, põe para tocar no DVD The Graduate.

* Em Jovens Adultos/Young Adult, de Jason Reitman, EUA, 2011, Mavis Gary (Charlize Theron) tem absoluta certeza de que basta ela reaparecer na frente de seu namorado na juventude, para ele perceber que sempre a amou, abandonar tudo e fugir com ela. Um amigo em comum duvida, lembra que o rapaz agora está casado e bem casado e acaba de ter um bebê. E aí Mavis sai-se com esta pérola: “Você não entende? O amor supera tudo! Você não viu The Graduate?”

* Em Depois Daquela Montanha/The Mountain Between Us, de Hany Abu-Assad, EUA, 2017, Alex (Kate Winslet) estava atrasada para o casamento, marcado para o dia seguinte ao da queda do pequeno avião em que viajava com um homem que acabara de conhecer, Ben (Idris Alba). Ela diz que achava que chegaria à igreja um pouco atrasada, como Dustin Hoffman. E Ben corrige: Dustin Hoffman chega para tentar impedir o casamento; fica batendo nos vidros da igreja, gritando “Elaine, Elaine!”

* Depois de ser citado tantas vezes nos filmes, The Graduate virou referência também na vida real. Quando estourou, em 2009, o escândalo envolvendo a mulher do primeiro-ministro da Irlanda do Norte com um rapaz jovenzinho, todos os jornais do mundo recontaram a história de A Primeira Noite de um Homem. O primeiro-ministro se chamava Robinson. Claro que a associação de sua mulher com a Mrs. Robinson de Anne Bancroft era imediata.

agraduateanneAnotação em 1985: Vi The Graduate, agora há pouco, pela primeira vez em mais de dez anos. Não me lembro com toda a certeza. Acho que vi The Graduate umas duas ou três vezes durante um período de tempo pequeno, de um ou dois anos, no máximo. Nunca mais tinha revisto. Vi em 68, ou 69, ou talvez 70. E depois nunca mais. Naquela época, claro, eu tinha uns 20 anos, a idade do personagem.

I was twenty-one years when I wrote this song,   

I’m twenty-two now, but I won’t be for long.

Times hurries on

And the leaves that are green turn to brown

Paul Simon já era sábio aos 20 anos. Sabia que as coisas fenecem.

O filme nunca mais passou de novo no cinema, acho. Se tivesse passado, eu teria visto, com toda a certeza.

Penso na Nau Catrineta, agora. Tinha um pôster grande do filme. Da última vez que estive em Porto Seguro fui jantar lá várias noites. A moça que trabalhava como garçonete um dia botou um dos poucos discos do acervo, Simon and Garfunkel’s Greatest Hits. Tomei vodcas e vodcas e cervejas e cervejas ouvindo Simon and Garfunkel e olhando para o pôster. Depois do primeiro dia, nas outras vezes todas a moça dava um jeito de botar o disco. E eu tomava vodcas e vodcas e cervejas e ouvia Simon and Garfunkel e olhava o pôster. Uma noite apareceu uma das luas mais lindas que já vi na vida. Eu acabei de jantar lá em cima, no jirau, e desci para tomar mais uma vodca no térreo, na parte de baixo, ouvindo Simon and Garfunkel e olhando uma das luas mais bonitas que eu já tinha visto na vida. No dia do aniversário de Fernanda, o dia dos nove anos, jantamos lá. Acho que falei do filme, olhando e mostrando o pôster.

Hoje comprei uma fita especialmente para gravar o filme, que passou pela primeira vez na televisão brasileira

And the leaves that are green turn to brown.

Achei o filme pior do que eu tinha achado aos 20 anos.

As coisas fenecem, o Paul Simon sabia disso aos 20 anos. Acho que eu nunca soube disso direito.

graduateross1The Graduate envelheceu, eu envelheci, Paul Simon envelheceu. Oh, my friend, we’re older but no wiser, for in our hearts our dreams are still the same. Paul Simon ficou maduro. Acho que eu não. Acho que eu queria ver o filme como se eu tivesse 20 anos, sem saber que the leaves that are green turn to brown. Acho que eu envelheci, enquanto quem soube amadureceu.

Na verdade, na verdade, acho que o filme continua sendo o que já era, dez, 15 anos atrás. Um filme lindo, comovente, emocionante. Um chute no saco, um puta chute no saco. Acho que eu queria ter 20 anos de novo, só isso – só por isso achei o filme pior do que tinha achado.

Fiquei raciocinando: mas será que eu estava enganado, todo este tempo? Será que fiz um mito em torno deste filme?

Há coisas babacas, por certo. Há coisas datadas. Era 1967, e 1967 é muito diferente de 1985, em termos de costumes, moral. Hoje parece absolutamente inconcebível um cara de 20, quase 21 anos, que não trepou uma vez na vida. Hoje se começa a trepar com 14, 13, 12 anos.

Há coisas datadas, no filme. Só isso. O filme foi feito em 1967, refletindo costumes e moral de 1967. Datado é uma coisa, velho é outra. The Graduate é datado, não é velho. Mesmo porque os costumes, a moral, importam pouco, aqui. Não são o básico. Isso é a primeira leitura, a mais óbvia, a mais visível, a mais transparente, e só. A questão básica do filme, sempre me pareceu, e continua me parecendo, é outra, maior, mais funda. Ela aparece menos agora, quase 20 anos depois, porque quase 20 anos depois é mais difícil a gente enxergar além da primeira leitura, a moral, os costumes.

Na verdade, o filme trata de outras coisas, muito além da moral e dos costumes. Trata da juventude, da força que se tem na juventude e que se vai perdendo com o amadurecimento. Trata dos ideais, e de como os ideais vão sendo perdidos, ao longo do processo de amadurecimento. Trata da questão da adaptação do jovem ao mundo produtivo. A adaptação dos ideais à realidade. O famoso cair na real, como disseram os jovens que foram jovens depois de mim, depois de Ben Braddock, de Paul Simon. O cair na real. Essa aparente fatalidade que faz as pessoas perderem o ideal, os ideais, na medida em que são engolidas, tragadas, pelo mundo, pelo processo produtivo. Pelo amadurecimento.

Tudo já foi dito. A gente achava que poderia mudar o mundo – disse Ettore Scola, no genial Nós Que Nos Amávamos Tanto -, mas na verdade foi o mundo que nos mudou.

Scola vai nisso talvez mais fundo do que Mike Nichols. É um europeu, tem 2 mil anos de cultura, como diria o Paulo Duarte. Nichols é americano, fala outra língua. Nichols fala uma língua que tem várias leituras. Nichols fala pelas entrelinhas, basicamente pelas entrelinhas. The Gradutate foi um dos filmes de maior bilheteria de toda a história, me lembrou hoje o Movies on TV, depois que eu vi o filme. Ele conta uma história que qualquer um pode ver e curtir, mesmo os que jamais passam da primeira leitura. O soco está lá para quem quiser ver. Quem não quiser que se divirta.

Neste ponto o filme está prejudicado, hoje, porque está datado. Hoje é mais difícil ler nas entrelinhas do que ele escreveu. Ficam-se as linhas, e as linhas são datadas.

Na Nau Catrineta, acho que eu pensava em Fernanda vendo o filme. Vai ser difícil ela entender direito o filme, hoje. Talvez não entenda nunca. A linguagem é cifrada, talvez, para ser entendida por quem não teve 20 anos naquela época.

E no entanto está lá, logo no primeiro diálogo. O pai orgulhoso prepara uma grande festa para o filho formado, recém-formado com brilho e notas honrosas. E o filho diz que pensa no futuro. Que quer alguma coisa diferente – isso dito depois de olhar no rosto do pai, com medo de ofendê-lo.

Diferente. E aí vem a roda-viva e carrega os desejos pra lá. E a gente vai fazendo tudo igualzinho aos nossos pais. Como nossos pais.

A trajetória de Ben Braddock é sem sentido como a de cada um de nós, ao longo de todas as gerações. Não é a trajetória que escolheu na vida, é a trajetória que a vida permitiu que ele traçasse, e durante a qual ele se perde, perde o instinto vital de querer ser diferente – leia-se melhor. No fim tudo se repete, todos os velhos erros se repetem. E silence like a cancer grows. Mrs. Robinson come Ben por necessidade da buceta, recusando-se a misturar buceta e cabeça. Depois de semanas de trepadas silenciosas, Ben acende a luz e tentar conversar, saber com quem está trepando. Ela não quer saber, se angustia e se aborrece. Não tem mais qualquer tipo de força para mudar, para volver, para sentir, para creer, para luchar, como diz a Amelita Baltar.

Elaine sabe ouvir Ben, e Ben se apaixona por ela e pelo momento precioso em que esteve ao lado de quem o ouvia, de quem se comunicava com ele. “Desde que eu cheguei nunca conversei com ninguém como estou conversando com você agora”, diz ele. E a partir daí a trajetória não é mais dele. Ele não domina mais a trajetória. Vai sendo levado, tragado.

agraduaterossA vontade de casar com Elaine já é, na verdade, sinal de derrota diante do sistema do qual ele queria diferente. Casar com Elaine significa a aprovação dos pais dele. Casar contra a vontade dos pais dela é um gesto de rebeldia – um gesto, apenas. Na verdade, é perpetuar, é entrar no esquema. Há os que canalizam a força para outras opções – há os agitadores, como lembra o dono da pensão em Berkeley. Ele, não: todo o resto que há de rebeldia fica no gesto, e isso é uma rima e uma puta solução trágica.

Roubar Elaine do noivo no altar, na hora sagrada do casamento, é uma violentação dos costumes e da moral então vigentes – e só isso. É tão inócuo e pouco importante quanto o fato de assinar um papel ou não assinar um papel diante do padre ou do juiz. O que importa não são os gestos, é o que há por trás deles. O gesto é de rebeldia, a intenção fica aí.

A cena final – grandiosa, genial – explica tudo. Ele não tem mais o que dizer para Elaine, no ônibus no qual fogem da igreja e do noivo imposto pelos pais dela. Silence like a cancer grows. Ben está agora para Elaine assim como a mãe de Elaine, a Mrs. Robinson, esteve para Ben. A trepada sem carinho, o mais forte dominando o mais fraco, o mais angustiado arrastando o mais esperançoso e aberto e jovem e livre e mais “puro” e mais “branco” e com maior potencial de reação contra o brejo do igual ao que sempre foi feito antes. O sistema dominando o novo. Achatando o novo, pisando em cima da possibilidade de mudança. Silence like a cancer grows – Ben sorri feliz pelo gesto de rebeldia, pela realização do desejo, e não tem nada a dizer, não tem nada a oferecer, nenhuma palavra e nenhum gesto de carinho para a companheira.

Acho que, no cinema, a câmara parava na cara de Ben sorrindo, dava um still, virava fotografia. Na TV não teve isso – seria exigir demais, também.

E a gente podia perceber, na cara sorridente de Ben, o futuro do casal Ben-Elaine: um futuro igualzinho ao passado de seus pais, a falta de carinho, a falta de afeto, a falta de confiança, a falta de cumplicidade, a falta de palavras, de comunicação. Little Boxes. Ben vai se empregar, provavelmente nos plásticos, e ganhar muito dinheiro, e comprar uma casa com piscina. Nenhum afeto, nenhum diálogo, nenhuma troca, nenhum crescimento. Nada diferente dos pais. Só nos gestos. Os gestos vão mudando, através das gerações. Cada vez mais diferentes e rebeldes nos gestos, cada vez mais a mesma coisa no fundo.

A Primeira Noite de um Homem/The Graduate

De Mike Nichols, EUA, 1967.

Com Dustin Hoffman (Ben Braddock), Anne Bancroft (Mrs. Robinson), Katharine Ross (Elaine Robinson)
e William Daniels (Mr. Braddock), Murray Hamilton (Mr. Robinson), Elizabeth Wilson (Mrs. Braddock), Buck Henry (funcionário do hotel), Brian Avery (Carl Smith), Walter Brooke (Mr. McGuire), Norman Fell (Mr. McCleery), Alice Ghostley (Mrs. Singleman), Marion Lorne (Miss DeWitte), Eddra Gale (mulher no ônibus)

Roteiro Calder Willingham e Buck Henry

Baseado no livro de Charles Webb

Fotografia Robert Surtees

Música Dave Grusin, canções de Paul Simon com Simon & Garfunkel

Cor, 105 min

R, ****

29 Comentários para “A Primeira Noite de um Homem / The Graduate”

  1. Adoro ler comentários seus como esse do The Graduate, em que a estória ou a história do filme que você conta se mistura com a sua própria história:”Oh, my friend, we’re older but no wiser, for in our hearts our dreams are still the same”. Paul Simon ficou maduro. Acho que eu não. Acho que eu queria ver o filme como se eu tivesse 20 anos, sem saber que “the leaves that are green turn to brown”. Sabe… Vi esse filme quando criança, e lendo o que você escreveu aqui sobre ele deu até vontade de assistir de novo. Te deixo um abraço.
    Lana.

  2. Sua mensagem é de lavar a alma, Lana. Às vezes fico em dúvida se tem sentido expor publicamente meus comentários tão pessoais – mas ao mesmo tempo é assim que eu escrevo, é assim que acho que tem que ser. O que você diz me conforta. Indica que, se há gente que acha um absurdo personalizar os comentários (e tem muita gente que acha isso), também há quem goste, que ache que faz, sim, sentido.
    Muito obrigado!
    Sérgio

  3. Pela primeira vez leio um comentário sobre a
    crise existencial vivida por Ben. O que esperavam dele – a formatura – estava cumprido. Ponto. Agora era a hora dele escolher a vida que iria viver. Mas os outros
    começavam a desenhar seu futuro, sem admitir
    sua interferência. Pretendiam que aquela era
    uma boa vida – talvez até fosse – no horizonte provinciano do interior. Aquele vazio sem riscos. A “Última Sessão de Cinema” da classe média alta. O tédio da pequena burguesia caipira. Essa falta de perspectiva também ocorre na metrópole, mas
    tem mais classe, não é fruto do cansaço daqueles dias que se arrastam, untuosos. E, como não poderia deixar de ocorrer, ele faz
    uma gigantesca cagada. Come a esposa do sócio
    de seu pai. É a consumação de Fausto em “I Vitelloni”, meu Fellini preferido. A surra
    dada pelo pai de Fausto purificou-o perante a
    família e a sociedade. Mas Ben consumou. Não
    há como sua vida dar certo naquela cidade. E ele piora tudo, ainda, fugindo com a filha da amante… Não tem como dar certo… Duas
    vidas ferradas. É como Kim Novak deixando o
    casamento com o melhor partido da cidade para
    ir atrás do vagabundo cafajeste vivido por
    William Holden… O amor (ou seria melhor, o
    tesão) triunfa, mas todos sabemos que eles se
    ferraram. Um filme inesquecível, e não só pela inigualável trilha sonora, mas porque
    tinhamos 20 anos…

  4. P.S. Esqueci de cumprimentá-lo pela excelente listagem de referências dos filmes
    posteriores. Alguns ainda não assisti. Vou
    remediar. Por outro lado, ocorre-me uma questão: será que Ben é uma fusão de Fausto e
    Moraldo?

  5. “The Graduate” é só um dos filmes da minha vida, aquele que iria sempre dentro da mala para a tal ilha deserta. Quando o vi pela primeira vez, em 1970, tinha 17 anos e também nunca tinha trepado na vida, héhéhé (mas aconteceu logo no ano seguinte). Tal como os Beatles, que mais do que um simples grupo nos ajudaram a crescer, existem filmes que se confundem também com as nossas vidas. Ao longo dos últimos 40 anos já perdi há muito o nº de vezes a que assisti a “The Graduate”. Quer para o mostrar a gerações mais novas que nunca o tinham visto quer unicamente para meu exclusivo prazer pessoal.
    Já mora um comentário no Rato Cinéfilo mas vou completar colocando um link directo aqui para o teu blogue.

  6. ok, o filme ficou datado, mas como vc mesmo colocou na resenha, o filme é… atemporal.

    brilhante.

    a beleza da anne bancroft é incrível, as atrapalhadas do dustin hoffman ao reservar o quarto no hotel tbm são demais. Ok, hj os rapazes perdem a virgindade com 14 anos… mas no começo (nao importando qdo isso acontece) não são sempre… mais ou menos assim? Bocós? hahaha

  7. É um filme notável, datado é certo, mas continua a ser merecedor de uma visão. Não sei a data em que passou por aqui, mas penso que talvez em 1970.
    Eu nessa altura já tinha “trepado” embora poucas vezes. Ao contrário do Rato não sei se o levaria para a tal ilha deserta, este não é bem o género de filme que eu adoro; comédia romântica por melhor que seja não é o meu prato favorito.

  8. Pingback: click
  9. Esse texto foi muito esclarecedor. O mais interessante deixa implícito isso, todas as atitudes “rebeldes” de Ben sempre dava no que seus pais esperavam, ele apenas se iludida com outros pensamentos, mas no final já ta tudo pronto. Até o fato de estar datado o filme, já nos prova que essa geração está em busca de novas r ebeldias, so que no final a mensagem é a mesma.

  10. Oi Sérgio!
    Hoje resolvi ver seus textos sobre os filmes da década de 1960.O interessante é que me lembro dos títulos, dos atores, mas das histórias ,nem sempre. Fui menos ao cinema nesta época. Jamil viajava muito, meu trabalho era grande e recomecei meus estudos. A época que mais fui ao cinema foi de 52 a 58. Em Lagoa da Prata, quando namorava o Jamil, víamos filmes quase que diariamente.Eu morava na Usina, que fica a sete quilômetros da cidade. Ìamos ao cinema, depois um cafezinho no Clube e ele me deixava no ônibus para voltar. Em 55 mudamos para BH. Continuamos a ir ao cinema, mas aos domingos. Nos preparávamos o mais chique possível: ele de terno e gravata, eu com o melhor vestido, meias, bolsa e luvas. Os cinemas mais frequentados eram o Metrópole e o Acaiaca. A partir de 60 Jamil começou a viajar mais. Nossas idas ao cinema diminuiram.
    Dos filmes que você nomeou, década de 60, vi poucos. Os atores e os títulos, estão na minha memória, mas o enredo…
    ADORÁVEL PECADORA – como esquecer Marilyn Monroe e Yves Montand? Deste me lembro bem. Me lembro de ter visto OS DEZ MANDAMENTOS, BEN HUR, SALÁRIO DO MEDO. Me lembro dos títulos e dos atores, como já lhe disse, mas não das histórias.Nesta época descobrimos o cine Santa ´Tereza, pertinho da nossa casa. Foi uma maravilha.!Às vezes , nas minhas férias, todas as noites estávamos lá. O que víamos mais eram os faroestes (que Jamil amava) e policiais. John Wayne, Clint Eastwood eram os atores queridos da época. Vamos continuar rememorando… Está me fazendo um bem…

Comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *