O Mistério de Lulu / Lulu on the Bridge


Nota: ★★★☆

Anotação em 1999: Um filme estranhíssimo, estranhíssimo, como os próprios textos de Paul Auster – um pouco de Kafka em Nova York, um pouco de um certo surrealismo, um jeito de parábola, de alegoria. É a versão do escritor – no primeiro filme dirigido só por ele (Sem Fôlego/Blue in the Face é dele e de Wayne Wang) – para o mito da caixa de Pandora. A história vai toda sendo contada com uma lógica que não é a lógica normal, é uma lógica de sonho. Continue lendo “O Mistério de Lulu / Lulu on the Bridge”

Margie


Nota: ★★★☆

Anotação em 1999: Simpático filme, uma deliciosa nostalgia dos anos 20 feita em 1946. A belíssima Jeanne Crain estava com 21 anos quando fez o papel de Margie beirando os 40 – no início e no fim do filme – e aos 17 – em 90% da ação, um flashback em que ela conta para a filha suas aventuras na high school. Continue lendo “Margie”

Homens em Fúria / Odds Against Tomorrow


Nota: ★★★☆

Anotação em 1999, com complemento em 2019: Uma espécie assim de O Segredo das Jóias/The Asphalt Jungle da filmografia do diretor Robert Wise. É sobre o planejamento de um assalto, a partir da idéia de um ex-tira aposentado, cansado da vida franciscana (Ed Begley). Continue lendo “Homens em Fúria / Odds Against Tomorrow”

Filhos do Paraíso / Bacheha-Ye Aseman


Nota: ★★★☆

Anotação em 1999: A primeira lembrança que vem é o neo-realismo italiano, Ladrões de Bicicleta – a vida no limite da pobreza. A história é à la início do neo-realismo, de fato: um fiapo de história em cima de um símbolo da vida no limite da pobreza. No caso, é o único par de sapatos da garota de uns sete anos que, na primeira seqüência, o irmão mais velho, de uns nove, perde. A partir daí, os dois passam a ter que se revezar no uso do tênis velho dele para ir à escola. Continue lendo “Filhos do Paraíso / Bacheha-Ye Aseman”

Dança Comigo? / Shall We Dansu?


Nota: ★★★☆

Anotação em 1999, com complemento em 2008: Bonito, sensível, inteligente. Tem a doçura suave e a sabedoria oriental dos primeiros filmes do Ang Lee, misturadas à plasticidade do Baile do Ettore Scola. E, como o chinês Ang Lee, esse diretor japonês sabe contar uma história sobre personagens orientais que nós, ocidentais, somos capazes de entender; ele vai pelo universal, e não pelo específico daquela cultura que a gente não consegue captar – embora esteja o tempo todo, é claro, falando daquela cultura. Continue lendo “Dança Comigo? / Shall We Dansu?”

O Apóstolo / The Apostle


Nota: ★★★☆

Anotação em 1999: Um filme, percebe-se facilmente, feito com paixão. Imagino que Robert Duvall considere este o trabalho de sua vida. Seu personagem é um pastor evangélico que se considera chamado por Deus desde quando, aos 12 anos, ficou muito doente e quase morreu; é um servo de Deus abnegado, absolutamente apaixonado pelo que faz – mas é também um homem, e um homem que não sabe enfrentar, seguindo os preceitos que ele próprio ensina, a infidelidade da mulher e a decisão dela de abandoná-lo (embora ele próprio se confesse um mulherengo, um womanizer). Continue lendo “O Apóstolo / The Apostle”

Viva Maria


Nota: ★★★☆

Anotação em 1998, com complemento em 2008: O pessoal papo-cabeça que não perde um filme iraniano na Mostra de Cinema de São Paulo não gosta muito desse tipo de coisa, mas a verdade é que uma das muitas artes do cinema é divertir. Continue lendo “Viva Maria”

Voando para Casa / Fly Away Home


Nota: ★★★☆

Resenha para a revista Barbara em 1998: Voando para Casa é daqueles filmes para se ver com a família toda – embora, é claro, seja bom de ver também se se está sozinho. Tipo Corcel Negro. Como aquele, este aqui conta a história da amizade entre um adolescente e animais – não por acaso os dois são do mesmo diretor, Carroll Ballard. Continue lendo “Voando para Casa / Fly Away Home”

Violento e Profano / Nil by Mouth


Nota: ★★★☆

Anotação em 1998: Gary Oldman é um ótimo ator, mas chegado a um exagero. Não poderia haver melhor ator para fazer o Drácula de Coppola, todo over, todo barroco, todo operístico. Só ele poderia fazer tão bem como fez o tira corrupto de Romeo Is Bleeding – e o espectador não perceber que é ele na primeira tomada, tão diferente sua cara fica do que se segue, ou, no caso, o que veio antes. É um ator de mil caras – o contrário de um Robin Williams ou um Jack Nicholson, que são sempre eles mesmos. Continue lendo “Violento e Profano / Nil by Mouth”

O Preço de um Prazer / Love with the Proper Stranger


Nota: ★★★☆

Anotação em 1998: Quase na metade deste filme de belíssima fotografia em preto-e-branco, há uma cena em que Natalie Wood, lindíssima e no esplendor da juventude, e Steve McQueen, feio, charmoso e no esplendor da juventude, estão juntos numa rua de Nova York somando o dinheiro que têm para dar para fazer um aborto. Continue lendo “O Preço de um Prazer / Love with the Proper Stranger”