Entre o Dever e a Amizade / One Tough Cop


[Rating:2.5]

Anotação em 1999, com complemento em 2008: Por coincidência, alguns dos temas deste filme estão em Príncipe da Cidade, de Sidney Lumet, que vi logo antes – a vida de policial em Nova York, a interferência de agentes federais à cata de provas de corrupção. Este aqui baseia-se na vida real de um policial competente, corajoso e não corrupto, cujo crime era ser amigo de infância de uma figura que depois seria importante no crime organizado. Continue lendo “Entre o Dever e a Amizade / One Tough Cop”

Desconstruindo Harry / Deconstructing Harry


[Rating:4]

Anotação em 1999: Este filme é o Morangos Silvestres de Allen. Ela já havia feito o seu Amarcord em A Era do Rádio, o Crime e Castigo em Crimes and Measdemeanors, o Guerra e Paz em Love and Death – e aqui faz o seu Morangos Silvestres. Como o personagem de Victor Sjöström no Bergman de 1957, o personagem de Allen, Harry, revê sua vida enquanto viaja para receber uma homenagem acadêmica. Continue lendo “Desconstruindo Harry / Deconstructing Harry”

De Caso com o Acaso / Sliding Doors


[Rating:4]

Anotação em 1999: Eis aí um pequeno grande filme. Um pequeno extraordinário filme. Talvez parte do meu encantamento com ele até tenha vindo do fato de que eu não esperava nada dele; não teve campanha de marketing, não me lembro ter visto nada sobre ele nas revistas estrangeiras, sequer saiu em vídeo e não sei se chegou a ser lançado nos cinemas no Brasil. Continue lendo “De Caso com o Acaso / Sliding Doors”

Dança Comigo? / Shall We Dansu?


[Rating:3]

Anotação em 1999, com complemento em 2008: Bonito, sensível, inteligente. Tem a doçura suave e a sabedoria oriental dos primeiros filmes do Ang Lee, misturadas à plasticidade do Baile do Ettore Scola. E, como o chinês Ang Lee, esse diretor japonês sabe contar uma história sobre personagens orientais que nós, ocidentais, somos capazes de entender; ele vai pelo universal, e não pelo específico daquela cultura que a gente não consegue captar – embora esteja o tempo todo, é claro, falando daquela cultura. Continue lendo “Dança Comigo? / Shall We Dansu?”

Crime em Palmetto / Palmetto


3.5 out of 5.0 stars

Anotação em 1999: Um brilho de filme. Tem aquele ritmo, aquela sensualidade forte e aquela agonia dos grandes noir. Embora seu parente mais próximo seja o excepcional Corpos Ardentes, de Lawrence Kasdan, descende daquela linha majestática que inclui O Destino Bate à Sua Porta/The Postman Always Rings Twice (o original, dos anos 40, com Lana Turner, muito melhor do que o remake óbvio e explícito demais do Bob Rafelson nos anos 80) e Pacto de Sangue/Double Indemnity. Continue lendo “Crime em Palmetto / Palmetto”

Uma Chance para Ser Feliz / No Looking Back


[Rating:2.5]

Anotação em 1999: O terceiro filme dirigido por Edward Burns – depois de Os Irmãos McMullen, de 1995, e Nosso Tipo de Mulher/She’s the One, de 1996 – é o mais fraco deles. Não que seja ruim; não é, não; é muito bem feito, trata de relações afetivas, os personagens são pessoas comuns, normais, de uma cidadezinha do litoral (é Costa Leste, mas não se define exatamente o local; deve ser Nova Jersey, até pelo fato de tocar três Bruce Springsteen), o ritmo é suave e lento como a vida. Continue lendo “Uma Chance para Ser Feliz / No Looking Back”

Casei-me com um Morto / No Man of Her Own


3.5 out of 5.0 stars

Anotação em 1999, com complemento em 2008: Uma belíssima trama. Parte de um belo achado, e vai firme nele: mulher pobre, infeliz, abandonada grávida pelo amante, conhece durante viagem de trem mulher rica, recém-casada com homem muito rico, grávida; há um acidente, a rica e o marido morrem, a pobre é tomada como a nora pelos pais que esperavam o casal para conhecer a noiva. Continue lendo “Casei-me com um Morto / No Man of Her Own”

A Qualquer Preço / A Civil Action


[Rating:4]

Anotação em 1999: Um belo, belo filme. Segundo a capinha do vídeo, o USA Today disse que é “o melhor de todos os filmes de tribunais”. De fato, ele é um dos melhores filmes de tribunais – com o fascinante detalhe de que tem pouquíssimo tribunal propriamente dito. É um desses filmes profundamente progressistas, liberais (no sentido americano e político da palavra), de que o cinema americano às vezes é capaz. Continue lendo “A Qualquer Preço / A Civil Action”

O Apóstolo / The Apostle


[Rating:3]

Anotação em 1999: Um filme, percebe-se facilmente, feito com paixão. Imagino que Robert Duvall considere este o trabalho de sua vida. Seu personagem é um pastor evangélico que se considera chamado por Deus desde quando, aos 12 anos, ficou muito doente e quase morreu; é um servo de Deus abnegado, absolutamente apaixonado pelo que faz – mas é também um homem, e um homem que não sabe enfrentar, seguindo os preceitos que ele próprio ensina, a infidelidade da mulher e a decisão dela de abandoná-lo (embora ele próprio se confesse um mulherengo, um womanizer). Continue lendo “O Apóstolo / The Apostle”

Bullitt


2.0 out of 5.0 stars

Anotação em 1999: Nunca tinha visto o Bullitt, tão famoso, quase um clássico. Visto hoje, com a distância do tempo, é um filme correto, com uma trama simples e até meio vazia, com uma cena de perseguição de carros nas ruas de San Francisco, filmada com o próprio Steve McQueen, nas próprias ruas de San Francisco, cuidadosamente planejada, extremamente bem executada e longa demais. Continue lendo “Bullitt”

Absolutamente Certo!

1.0 out of 5.0 stars

Anotação em 1999: Eis aí um filme absolutamente ruim e absolutamente intrigante: como é possível que o Anselmo Duarte tenha feito isso em 1957 e, apenas cinco anos depois, O Pagador de Promessas? Como é possível que ele tenha aprendido tudo em cinco anos? É ruim demais da conta; é tão caricaturalmente mal feito que até parece aqueles filmes propositalmente idiotas do tipo Apertem os Cintos que o Piloto Sumiu. Continue lendo “Absolutamente Certo!”

Central do Brasil

4.0 out of 5.0 stars

Anotação em 1998: Emocionante, comovente. Um filme sério, maduro, denso, que alia total domínio da técnica (como diversos outros filmes do renascimento do cinema brasileiro pós-Collor) a conteúdo admirável. Chorei de emoção no final – como quase todo o mundo – e fiquei absolutamente emocionado ao ver a fila gigantesca para a sessão seguinte. Continue lendo “Central do Brasil”

Viva Maria


3.0 out of 5.0 stars

Anotação em 1998, com complemento em 2008: O pessoal papo-cabeça que não perde um filme iraniano na Mostra de Cinema de São Paulo não gosta muito desse tipo de coisa, mas a verdade é que uma das muitas artes do cinema é divertir. Continue lendo “Viva Maria”