O Grande Amor de Nossas Vidas / The Parent Trap

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2.5 out of 5.0 stars

Era 1961, e aqui, neste país periférico, atrasado, sequer existia divórcio, esse pecado implantado na Grã-Bretanha por Henrique XVIII lá por 1500 e tanto, que só chegaria ao Brasil em 1977. Mas, no filme – uma produção dos estúdios Disney, voltada para toda a família, em especial o público juvenil –, as duas garotinhas de 13 anos de idade conversam sobre o tema.

– “É assustador como os casais já não ficam juntos hoje em dia”, diz Susan, interpretada por Hayley Mills, aquela gracinha. “Em breve vai ter mais divórcios que casamentos.”

E então Sharon, interpretada por Hayley Mills, aquela gracinha, concorda: – “Não é mesmo?”

The Parent Trap, ou armadilha dos pais, mais exatamente armadilha para os pais, que no Brasil teve o título de O Grande Amor de Nossas Vidas, é uma absoluta delícia de filme. Para muita gente, pode perfeitamente parecer um filme datado, velho, antiquado, bobo – e datado ele é, sem dúvida alguma.

Mas até o fato de ser datado é interessante, fascinante. Ver The Parent Trap hoje, 54 anos e tanta revolução comportamental depois que ele foi feito, é também como observar uma peça de museu, com os ensinamentos sociológicos que isso traz. Uma produção Walt Disney de 1961 que fala de divórcio, afinal, serve também para nos mostrar quais eram os valores daquela época pré-pílula, pré-vitórias do feminismo, pré-Beatles, pré-minissaia, pré-hippies.

Foi a atração dessa coisa histórica, museológica, que me fez, enquanto zapeava uma noite, querer gravar o filme. Mas, ao vê-lo, percebi de cara que seu valor não é apenas como peça histórica. Não: é também um filme gostoso, divertido.

E, afinal de contas, tem Hayley Mills, num delicioso papel duplo, como a estudiosa, séria Sharon McKendrick, criada em Boston pela mãe de família rica tradicional, rígida, conservadora, e como a moderninha, espevitada, festeira Susan Evans, criada na Califórnia pelo pai, um rico fazendeiro chegado aos esportes e à convivência com a natureza.

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Hayley Mills foi uma imensa sensação no começo dos anos 60

Hayley Catherine Rose Vivien Mills, muito pouco lembrada hoje, estourou no inicinho dos anos 60 como a sensação de atriz mirim, a garotinha doce, suave, que poderia talvez vir a ser a nova Shirley Temple. Nascida em 1946, em Londres, era filha de uma dramaturga, Mary Hayley Bell, e do grande ator John Mills (1908-2005), um dos preferidos do mestre David Lean (1908-1991).

Consta que o diretor J. Lee Thompson viu a garotinha Hayley representando uma cena na sua própria casa – e, encantando, insistiu com John Mills para que a menina participasse do filme que fariam juntos em seguida, Marcados pelo Destino/Tiger Bay (1959), um thriller pesado, sério. A interpretação da garotinha de 13 anos foi premiada no Festival de Berlim, impressionou críticos mundo afora e foi suficiente para os estúdios Disney corressem para oferecer a ela um contrato de cinco anos.

O segundo filme de sua carreira, o primeiro nos Estados Unidos, foi Pollyanna (1960), tremendo sucesso de público e crítica. O filme seguinte foi este The Parent Trap.

É uma delícia ver Hayley Mills em dose dupla na tela – e impressiona demais a competência dos técnicos responsáveis pelos efeitos especiais que tornaram possível esse milagre, décadas antes da Industrial Light & Magic de George Lucas e das imagens geradas por computação.

Não, é claro, que tenha sido a primeira vez que se conseguiu efeito semelhante. Charlie Chaplin – para dar apenas um exemplo – já havia posto um único ator para fazer os papéis de gêmeos em O Circo, de 1928. Não que as cenas com duas Hayley Mills tenham sido uma inovação – mas que é tudo feito com uma competência espantosa, ah, lá isso é.

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Foi a terceira bilheteria do ano nos EUA. E a história deu origem a quatro filmes

The Parent Trap se baseia em uma história alemã, “Das doppelte Lottchen”, escrita por Erich Kästner, que já havia dado origem a um filme inglês em 1953, Twice Upon a Time.

O autor do roteiro foi o próprio diretor do filme, David Swift, que já havia dirigido Hayley Mills em Pollyanna.

O filme foi grande sucesso de público na sua época; nos Estados Unidos, foi a terceira maior bilheteria do ano, abaixo apenas das superproduções Os Canhões de Navarone e Exodus, suplantando O Professor Aloprado, O Álamo e Quando Setembro Vier.

Marcou tanto que, cerca de um quarto de século mais tarde, em 1986, foi lançado The Parent Trap II, no Brasil Operação Cupido 2, com uma história bem semelhante à do filme original. Hayley Mills, então com 40 anos de idade, fazia a mãe de uma das duas garotinhas da história.

Mais ainda: a história seria refilmada em 1998, com o mesmo título original, The Parent Trap, no Brasil Operação Cupido, com a então garotinha Lindsay Lohan, aos 12 anos de idade, refazendo os papéis que haviam sido de Hayley Mills em 1961. Os adultos, nessa refilmagem, eram Dennis Quaid e Natasha Richardson, nos papéis que, no fim original, foram de Brian Keith e Maureen O’Hara.

Levei um bom tempo antes de chegar a Maureen O’Hara.

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Sim – Maureen O’Hara. Não bastasse o filme ser divertido, gostoso, bem feito, não bastasse ter interesse também como peça de museu, não bastasse ter Hayley Mills em papel duplo, The Parent Trap tem Maureen O’Hara. (Por uma grande coincidência, acabei vendo The Parent Trap poucos dias após rever Como Era Verde Meu Vale, o grande clássico de 1941, o ano em que Maureen O’Hara tinha 21. Poucos dias após a morte da belíssima atriz, ocorrida em 24 de outubro de 2015, quando ela estava com 95 anos.)

Nascida em 1920, Maureen O’Hara estava portanto com 41, no lançamento desta comédia aqui. Em 1961, as mulheres quarentonas pareciam bem mais velhas do que parecem hoje em dia – bem, hoje em dia aos 40 anos as mulheres são jovens. Isso é um absoluto fenômeno, mas é bem a verdade dos fatos. No entanto, aos 41 anos em 1961, na época em que as mulheres nessa faixa pareciam velhas, e fazendo papel de uma senhora, mãe de duas garotas de quase 14, Maureen O’Hara estava ainda no auge da beleza. É um prazer imenso vê-la brilhando na tela.

Duas garotas bem parecidas, igualinhas, se encontram em um acampamento de verão

Os créditos iniciais do filme são inteligentes, gostosos, bem sacados, como se usava muito naquela época, os anos em que Saul Bass reinava nos créditos iniciais. Não, não são deles estes aqui, mas são deliciosos, com uma animação com bonequinhos em terceira dimensão – uma espécie de Cupido, uma Cupida, duas garotinhas e um casal que está separado dançam e se agitam enquanto rolam os nomes dos atores, dos técnicos, dos autores. A rigor, a forma com que o homem e a mulher são forçados a se reunir já antecipa tintim por tintim a trama do filme.

The Parent Trap não faz suspense algum. Bem ao contrário. É inteiramente previsível, como em geral são previsíveis os filmes para todas as idades e as comédias românticas. Sim, porque este aqui é mezzo filme juvenil, mezzo comedinha romântica.

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Durante os créditos gostosos, o espectador ouve Tommy Sands e Annette Funicello cantando a canção título, composta pelos irmãos Richard M. Sherman e Robert B. Sherman, veteranos colaboradores de Walt Disney. Os dois assinam as canções de diversos, diversos filmes dos estúdios Disney, como, só para citar alguns, A Espada Era a Lei (1963), Mary Poppins (1964) e Mogli – O Menino Lobo (1967), e são personagens de Walt nos Bastidores de Mary Poppins (2013).

Quando a ação começa, a garotinha Sharon McKendrick está chegando, no Rolls-Royce da avó, a um acampamento de verão, no meio do mato. O motorista da família entrega para ela um remédio, um protetor solar, um repelente de insetos. Ela é instalada em uma das dezenas de cabanas espalhadas por um belo terreno, em que ficará com duas outras garotas. Ficam próximas, as três, vão andar sempre juntas.

No refeitório, Sharon se surpreende ao ver uma garota bastante parecida com ela própria. Na verdade, idêntica à ela, com a única exceção dos cabelos – os de Sharon são longos, os da outra menina são curtinhos.

Como Sharon, a outra menina – que depois veremos que se chama Susan Evans – anda sempre com duas amigas. Num dia lá, estão as três numa canoa, no lago do lugar, e Sharon e suas amigas fazem virar a canoa delas.

A vingança vem furiosa. Susan e suas duas amigas invadem a cabana das adversárias, durante a noite, enquanto elas dormem, e fazem uma gigantesca fuzarca, sujando tudo com uma mistura pestilenta de mel e grama.

As organizadores do acampamento, duras, rígidas, como têm que ser mesmo, ficam furiosíssimas com Sharon e amigas.

Na noite de sábado tem baile – os garotos do acampamento para meninos vizinho são convidados. Numa hora em que Susan está conversando num deck com um menino, Sharon e amigas cortam a parte de trás do vestido dela.

Segue-se uma briga de tapas entre as duas sósias, que resulta numa baderna geral e estraga todo o baile, numa sequência hilariante, absolutamente pastelônica, com direito a bolo caindo inteiro sobre o rosto da dona do acampamento, Miss Inch (Ruth McDevitt).

Miss Inch providencia para as duas sósias brigonas um castigo extremamente adequado: vão ter que, por todo o resto das férias de verão, dividir uma cabana, e, no refeitório, ficarem as duas isoladas numa mesa distante das demais.

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Depois da descoberta de que são gêmeas, as duas começam a fazer planos

É tudo absolutamente previsível, e então é claro que, depois de alguns dias uma estranhando a outra, uma evitando olhar para a outra, as duas meninas começam a conversar, e vão ficando amigas.

Aí Sharon conta que mora com a mãe, e que sequer se lembra do pai – os dois haviam se separado quando ela ainda era bebê. E Susan conta que mora com o pai, e que só lembra da mãe porque havia em casa uma foto dela – mas o pai sumiu com a foto ao perceber que a filha estava olhando muito para ela.

Uma conta para a outra o dia de seu aniversário. É o mesmo dia.

Sharon é que primeiro percebe o óbvio: são irmãs gêmeas, uai!

Enquanto via o filme, pensei: só mesmo na cabeça de um escritor de imaginação fertilíssima poderia surgir a idéia de um casal que tem duas gêmeas e, ao se separar, quando elas ainda são bebês, cada um fica com uma delas, e a existência da outra fica guardada em segredo.

Mas essa noção não resiste por muito tempo: os casais são capazes de fazer as coisas mais estúpidas, mais idiotas, mais sem sentido, quando se separam. O escritor alemão Erich Kastner, ao escrever sua história Das Doppelte Lottchen, não estava numa viagem doida de ácido.

Não há loucura de que os seres humanos não sejam capazes.

É até possível que algum casal já tenha tido a idéia maluca que Maggie McKendrick (o papel de Maureen O’Hara) e Mitch Evans (Brian Keith) tiveram de dividir entre eles suas duas gêmeas.

Bem. Se é só coisa de ficção ou, ao contrário, poderia de fato acontecer na vida real, sei lá – mas que, numa comedinha para o público adolescente, é uma delícia de ponto de partida, disso não pode haver dúvida.

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Sharon e Susan passam então a planejar o futuro: vão trocar de identidade. Não é difícil: basta cortar o cabelo de Sharon, e cada uma aprender o nome das pessoas próximas da outra. Sharon vai se passar por Susan e viajar para a Califórnia; Susan vai se passar por Sharon e vai para a mansão da mãe e da avó em Boston. Assim, uma conhecerá a mãe que ainda não havia conhecido, e a outra conhecerá o pai. Mais tarde, em algum momento, vão revelar a troca, e então os pais serão obrigados a se reencontrar para destrocar as filhas, e aí quem sabe eles não resolvem ficar juntos de novo?

O acampamento de verão termina quando o filme está aí com uns 20, 25 minutos no máximo. Aí é que a trama toda vai começar a se desenrolar.

E o espectador passará a ver a beleza estonteante de Maureen O’Hara.

O plano das meninas de reunir de volta papai e mamãe vai encontrar um sólido obstáculo: o pai está noivo de uma mulher jovem e bela, Vicky (Joanna Barnes). E o casamento já está marcado.

O filme acaba, de certo modo, condenando a guarda compartilhada

É absolutamente natural que as crianças, e mesmo os adolescentes, queiram ver seus pais juntos, como querem Sharon e Susan.

E é um total absurdo o que os pais, Maggie e Mitch, fizeram com as duas – forçando a barra para que uma gêmea jamais soubesse da existência da outra e, pior ainda, sumindo completamente da vida da outra criança, de tal forma que uma crescesse sem pai e a outra, sem mãe.

Mas o que a rigor causa mais estranheza é ver que o filme acaba, de certa maneira, condenando a guarda compartilhada, ou, no mínimo, não fazendo a defesa dela – e a guarda compartilhada é, sem qualquer sombra de dúvida, a melhor opção para os filhos de pais separados.

Pai presente, mãe presente – isso é o que de melhor se pode desejar para qualquer criança, qualquer adolescente. Não é necessário que pai e mãe vivam juntos – na verdade, viver juntos em clima de absoluto distanciamento, quando não de ódio aberto, só com a desculpa de que é melhor para os filmes, é de longe a pior opção.

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Se o amor acabou, se há mais briga que momento bom, se há mais ressentimento que afeto, que se separem logo, os pais – e continuem a amar e ver os filhos, cada um em sua casa, e que continuem a dividir a criação dos filhos.

Em conversa com a mãe, quando os segredos já foram desvendados, Susan se refere à guarda compartilhada como “filhos iô-iô”, como toalhas marcas “ele” e “ela”. E Maggie-Maureen O’Hara, mulher madura, inteligente, vivida, sequer tenta esboçar a defesa da saída que é a menos agressiva, menos dolorosa, menos triste, para quando o casal se desfaz.

Quando Robert Benton lançou o belo, triste, sério Kramer vs Kramer, em 1979, fazia cerca de três anos que eu tinha saído de casa deixando minha única filha com a mãe. Àquela altura, no entanto, a parte absolutamente pior do processo de separação já tinha passado, tínhamos chegado juntos à conclusão óbvia de que o mais importante era cuidar da pequena, e eu era presença constante, diária, rotineira, na vida dela: ia pegá-la na escolinha todos os dias, e ficava com ela um bom tempinho. Todos os dias Rotina faz muito bem para crianças.

Mesmo assim, me lembro perfeitamente de que vi Kramer vs Kramer com dois pés e duas mãos para trás: se o filme fizesse uma pequena defesa, que fosse, de se manter um casamento para privilegiar o desejo dos filhos de ver pai e mãe juntos, eu teria ódio mortal e eterno dele.

Claro que Kramer vs Kramer é um belo filme, que não faz defesa reacionária, conformista, de se manter um casamento que na realidade já se desfez. Mas, na época, essa coisa da posição diante da separação, do divórcio, me incomodava profundamente.

Não importa se pai e mãe moram juntos – importa é que eles cuidem bem dos filhos

É fascinante verificar que, nos últimos anos, vários filmes têm feito a louvação do reatamento do casal que se separou. Relove is in the air, eu escrevi, outro dia, comentando isso que parece de fato uma tendência…

Me permito transcrever o que escrevi depois de ver Um Plano Brilhante/The Love Punch (2013), uma comedinha danada de boba com a maravilhosa Emma Thompson e Pierce Brosnan:

O cinema anda nos dizendo que é hora do reamor. Relove is in the air, ladies and gentlemen. Este aqui é pelo menos o quinto filme mais ou menos recente em que acontece essa coisa de o herói e a heroína voltarem a ficar juntos depois de um tempo separados. Se fosse um só, não seria nada. Quatro ou cinco chegam a configurar quase um fenômeno.

Há um reatamento em O Casamento do Ano/The Big Wedding (2013), ótima comédia com Robert De Niro, Diane Keaton, Susan Sarandon, Robin Williams e os jovens Katherine Heigl, Amanda Seyfried e Topher Grace. Há um reatamento em Ligados pelo Amor/Stuck in Love, interessante comédia com Greg Kinnear e a lindérrima Jennifer Connelly (2012). Em Simplesmente Complicado/It’s Complicated (2009), Meryl Streep e Alec Baldwin interpretam um casal que está divorciado faz tempo. Ele está casado com uma garota bem mais jovem, e ela está sendo cortejada por um sujeito interessante interpretado por Steve Martin). Mas aí os dois se reúnem para a formatura do filho no colégio e… trepam! E tudo fica muito complicado. Em Chef (2014), Carl e Inez, que haviam sido casados, e tiveram um filho, garoto legal, que está aí agora com uns 14 anos, ficam juntos de novo. Casam-se novamente, numa grande festa com música cubana – Inez é cubana.

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De onde se pode concluir que gêmeas que tentam fazer com que pai e mãe voltem a ficar juntos, num filme de 1961, não é propriamente algo velho, antiquado, já superado pelas técnicas de hoje, com licença do Horácio Ferrer por roubar o verso dele.

E desejar que pai e mãe estejam juntos nem é algo “reacionário”, como eu diria quando era jovem e estava ainda no início do segundo casamento e cheio de culpa por não morar com a filha – embora dedicasse a ela mais tempo do que muito pai casado dedica…

A verdade é aquela que Pessoa, Caetano e Milton cantam: qualquer maneira de amor vale a pena, e tudo vale a pena quando a alma não é pequena – e, sobretudo, quando, sob o mesmo teto ou não, pai e mãe fazem todo o possível pelo bem dos filhos.

Duas indicações ao Oscar, boa cotação nos guias de filmes

The Parent Trap teve duas indicações ao Oscar, em categorias técnicas: melhor edição de som e melhor som. Não levou nenhum dos dois, mas é um sinal a mais de que não foi um filme que passou propriamente despercebido em seu tempo.

Leonard Maltin deu a ele 3 estrelas em 4: “Hayley interpreta gêmeas que nunca haviam se encontrado até que seus pais divorciados as mandam para o mesmo acampamento de verão; depois de uma rivalidade inicial, elas unem forças para reunir sua mãe e pai. Tentativa de misturar pastelão e sofisticação não funciona, mas de uma maneira geral é engraçado.” Maltin acrescenta a informação de que a história de Erich Kastner já havia sido filmada em 1953 na Inglaterra, e que ela inspiraria várias refilmagens.

O guia de filmes de Mick Martin & Marsha Porter dá especial atenção à questão do que é ofensivo aos valores familiares. Tinha uma categoria específica para os “filmes para a família”. The Parent Trap está lá, com 4 estrelas em 5, e uma rápida sinopse: “Walt Disney dobrou a graça nesta comédia em que ele teve Hayley Mills interpretando gêmeas.”

Para mim, ver o filme agora, pela primeira vez, foi uma absoluta delícia por diversos motivos sobre os quais já falei aí acima.

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Só não havia dito ainda que a figura de Hayley Mills sempre me atraiu – porque ela estava em absoluta evidência quando comecei a ver filmes, porque ela era quase da minha idade, porque ela era inglesa, porque ela era filha de John Mills. E também porque ela era a atriz principal de The Family Way, de 1966 – o primeiro filme que teve trilha sonora composta por Paul McCartney.

Sempre fui fascinado por essa menina.

Anotação em outubro de 2015

O Grande Amor de Nossas Vidas/The Parent Trap

De David Swift, EUA, 1961

Com Hayley Mills (Sharon McKendrick e Susan Evans), Maureen O’Hara (Maggie McKendrick), Brian Keith (Mitch Evans), Charlie Ruggles (Charles McKendrick), Una Merkel (Verbena), Leo G. Carroll (reverendo Mosby), Joanna Barnes (Vicky Robinson), Cathleen Nesbitt (Louise McKendrick), Ruth McDevitt (Miss Inch), Crahan Denton (Hecky), Linda Watkins (Edna Robinson), Nancy Kulp (Miss Grunecker), Frank DeVol (Mr. Eaglewood)

Roteiro David Swift

Baseado no romance Das Doppelte Lottchen, de Erich Kastner

Fotografia Lucien Ballard

Música Paul J. Smith

Montagem Philip W. Anderson

Produção George Golitzen, Walt Disney Productions.

Cor, 124 min

**1/2

Título na França: La Fiancée de Papa.

9 Comentários para “O Grande Amor de Nossas Vidas / The Parent Trap”

  1. Dessa vez você arrasou, Maureen e Hailey 🙂

    PS: Eu li “Frank DeVol” ali no elenco? Agora PRECISO ver esse filme…

  2. Era ela, sim, Senhorita. Ela e Alan Bates, vejo agora no IMDb. Eu não vi o filme, não me lembrava de ter ouvido falar nele.
    Um abraço!
    Sérgio

  3. Maravilhoso, a melhor coisa que essa garota já fez. A história, se não me engano, era da mãe dela.

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