Nota:
Belo, sensível, sério, denso, triste, Carol (2015) não é surpresa alguma. Tem tudo, absolutamente tudo a ver com duas obras anteriores desse diretor que esbanja talento, Todd Haynes: Longe do Paraíso (2002) e Mildred Pierce (2011).
Carol, na minha opinião, reafirma que Todd Haynes optou por ser assim uma espécie de Douglas Sirk dos anos 2000. Um cuidadoso, sensibilíssimo autor de dramas familiares que espelham os costumes da sociedade na época em que se passa a ação – não por coincidência, de forma alguma por coincidência, exatamente os anos 40 e 50, as décadas em que Douglas Sirk (1897-1987) fez alguns de seus melhores filmes e se estabeleceu como o mestre do melodrama.
Nos seus filmes, Sirk – alemão de nascimento, filho de pais dinamarqueses, que fez carreira na Alemanha antes de imigrar para os Estados Unidos em 1941 – expunha os muitos preconceitos que infelicitavam, infernizavam a vida das pessoas na América do pós-guerra. Em Tudo o que o Céu Permite/All That Heaven Allows (1955), uma de suas obras-primas, uma mulher de classe média alta, viúva, com os filhos já criados, interpretada por Jane Wyman, tem sua vida vazia estremecida ao se apaixonar por um homem cerca de 15 anos mais jovem e muito mais pobre, um jardineiro (Rock Hudson). Uma imensa teia de preconceitos vai cercar o romance. Os vizinhos estranham, comentam, infernizam a pobre mulher; os filhos acham que o sujeito só quer o dinheiro da mãe, revoltam-se, mostram-se mal educados, grosseiros.
Longe do Paraíso/Far from Heaven, que Todd Haynes escreveu e realizou em 2002, é assim uma espécie de aggiornamento da história contada por Douglas Sirk no filme de 1955 e ao mesmo tempo uma belíssima homenagem ao estilo do cineasta. A ação da história se passa ainda nos anos 50 – um período dominado por um moralismo horroroso, uma caretice absurda –, mas Haynes exacerbou os conflitos dos personagens com temas que seriam muito mais difíceis de serem abordados naquela época. Julianne Moore interpreta uma dona de casa de classe média alta que se apaixona pelo jardineiro. Só que o jardineiro, interpretado por Dennis Haysbert, é negro, e ela, ao contrário do filme anterior, não é viúva, está casada ainda – e o marido revela-se gay.
Os mesmos temas das obras anteriores do diretor estão em Carol
Nove anos depois de Longe do Paraíso, Todd Haynes roteirizou (juntamente com Jon Raymond) e dirigiu Mildred Pierce, uma extraordinária minissérie de cinco capítulos e cerca de 5 horas e 40 minutos, com base no romance escrito por James M. Caim, que deu origem ao grande clássico de 1945, dirigido por Michael Curtiz e estrelado por Joan Crawford no papel-título. (No Brasil, o filme teve o título de Almas em Suplício.)
A Mildred Pierce de Todd Haynes foi bem mais fiel ao livro do que o filme de 1945 havia sido. Conta a história de uma mulher – agora interpretada por Kate Winslet – de classe média na Los Angeles (a cidade natal do diretor) ao longo da década de 30 que, abandonada pelo marido, com uma filha para criar e sem nunca ter tido uma profissão na vida, acaba tendo sucesso com um restaurante que depois se transforma numa rede. O sucesso material, no entanto, é eclipsado por problemas graves na família, à medida em que a filha de Mildred cresce e se demonstra uma víbora.
(Para quem achar que já viu essa história numa novela da Globo, um lembrete: já viu, sim. Gilberto Braga e Aguinaldo Silva jamais esconderam que a trama de Vale Tudo – em que a personagem de Regina Duarte come o pão que o diabo amassou por causa de sua filha, interpretada por Glória Pires.)
Muitos dos temas de Longe do Paraíso estão em Mildred Pierce – escrevi quando vi a minissérie. – Nos dois, o personagem central, o foco da história, é uma mulher. Nos dois, a protagonista tem que enfrentar os preconceitos de uma sociedade hipócrita. Mildred Pierce, no entanto, mais do que Longe do Paraíso, vai fundo na questão dos preconceitos sociais – o desprezo que os mais ricos têm pelos menos afortunados, mesmo quando estes conseguem, através de trabalho duro, suado, amealhar suas próprias fortunas.
Esses mesmos temas estão presentes em Carol.
Cada detalhe técnico do filme é precioso. A fotografia é um deslumbre
E, exatamente assim como Longe do Paraíso e Mildred Pierce, Carol é um show esplendoroso de direção de arte, de figurinos, de recriação preciosa de época.
Um luxo, uma coisa sem jeito de tão maravilhosa.
Quando vi Mildred Pierce, anotei que foi uma produção caríssima, considerando-se que foi feita para a TV: custou US$ 20 milhões, bancados pela HBO e pela Metro-Goldwyn-Mayer. Escrevi: Não foram econômicos – muito ao contrário. Fizeram questão de gastar muito, de esnobar: há longos travellings pelas ruas de uma Los Angeles reconstruída meticulosamente; vêem-se dezenas e dezenas de carros dos anos 1930 passando pelas ruas; há dezenas e dezenas de cenários de interiores de casas, lojas, restaurantes, tudo cheio de pequeninos detalhes. O número de extras que passa pelas ruas é impressionante.
Tudo isso que escrevi sobre Mildred Pierce vale para Carol – bastando trocar Los Angeles por Nova York e os anos 1930 pelos anos 1950.
A qualidade desses elementos todos que fazem a reconstituição de época realmente impressiona demais nos trabalhos de Todd Haynes.
A direção de arte, os figurinos, tudo isso excede.
E ele ainda contou com Carter Burwell, o compositor de 10 de cada 10 trilhas sonoras dos irmãos Coen. Está soberba a trilha deste Carol.
Ela me fez lembrar um tanto as trilhas que Thomas Newman tem feito para outros grandes filmes, outros belos dramas familiares – O Juiz (2014), Histórias Cruzadas (2011), Entre Irmãos (2009), Tabu (2007).
A fotografia de Edward Lachman é absolutamente admirável. Fiquei fascinado com um detalhe: é impressionante o número de tomadas em que a câmara está do lado de fora de um carro, e as duas personagens centrais, ou uma delas, está do lado de dentro – e então vemos os rostos delas de uma forma enevoada, não límpida, clara.
O detalhe me chamou a atenção.
Penso que a maior parte dos diretores de fotografia teria preferido usar o recurso de filmar como se a câmara estivesse dentro do carro, para mostrar com toda a nitidez o rosto das duas protagonistas. Pois Edward Lachman fez a opção inversa. É como se ele distanciasse um tanto o espectador das personagens. É também, me parece, uma forma de mostrar a distância do tempo – a distância que separa estes nossos anos 2010 dos anos 1950. (Repare nas duas fotos abaixo.)
Depois que escrevi a maior parte desta anotação, li no IMDb que o diretor de fotografia Edward Lachman filmou tudo com filme Super 16 mm, para ter um aspecto semelhante ao dos filmes dos anos 40 e 50. E que a fotografia de Saul Leiter – conhecido por filmar através de janelas e usar reflexos – foi uma forte influência.
Duas belas e ótimas atrizes, perfeitas para seus papéis
Como Douglas Sirk, como George Cukor, Todd Haynes é um diretor que tem sensibilidade especial para abordar os segredos da alma feminina. E, como eles, sabe escolher com maestria as atrizes para seus filmes.
Teve sua amiga Julianne Moore duas vezes em seus filmes, primeiro em Mal do Século (1995), depois em Longe do Paraíso. Teve a soberba, superlativa Kate Winslet em Mildred Pierce. Colocou a incrível Cate Blanchett para fazer um dos seis personagens fictícios que revelam partes da personalidade de Bob Dylan em Não Estou Lá (2007). Nada mais natural que chamasse Cate Blanchett para o papel-título de Carol.
Serve como uma luva para essa moça de rosto tão singular o papel de Carol, uma mulher casada com um homem riquíssimo, mãe apaixonada de uma garotinha de uns 4 anos, mas que não apenas não ama o marido como prefere as mulheres para o afeto e para o sexo.
Para interpretar Therese Belivet – uma jovem simples, com um emprego humilde como vendedora de uma loja de departamentos em Manhattan, solitária, sem parentes, não muito interessada no namorado, Richard (Jake Lacy), que a adora –, não poderia haver melhor escolha que Rooney Mara. Rooney Mara é bem menor que Cate Blanchett; fui até checar no IMDb. A australiana tem 1 metro e 74; a americana tem 14 centímetros e 16 anos a menos que ela.
Carol-Cate Blanchett tem muito mais dinheiro, experiência, vivência, segurança, auto-estima e até tamanho do que a pequena, franzina Therese-Rooney Mara.
Seria mesmo a coisa mais normal do mundo que a garotinha de aparência frágil se encantasse, se fascinasse por aquele mulherão que de repente, por um lance de absoluto acaso, fica parada à sua frente, na seção de brinquedos da loja de departamentos, num mês de dezembro, semanas antes do Natal, fazendo a ela perguntas sobre o que ela gostaria de ganhar de presente quando tinha 4 anos de idade.
Para Carol, que havia rompido um caso de anos com uma amiga de infância, Abby (o papel de Sarah Paulson), aquela balconista de loja tinha também diversos atrativos. A beleza, o frescor, a própria fragilidade, a inexperiência. A falta de medo de enfrentar situações novas, desconhecidas.
Cate Blanchett e Rooney Mara – ou pelo menos uma delas, ou então as duas – estão presentes em praticamente todas as sequências do filme. Os outros personagens – mesmo Abby, a grande amiga de Carol, mesmo Harge, o marido (Kyle Chandler), mesmo Richard, o já citado namorado de Therese – são todos de fato coadjuvantes, secundários.
E o fantástico é que essa garota Rooney Mara aguenta o duelo com a experiente, testada Cate Blanchett. Estão de igual para igual, as duas. Rooney Mara de fato é uma das atrizes mais talentosas dessa sua geração nascida em meados dos anos 80.
Não foi nada à toa, portanto, que as duas tenham sido indicadas ao Oscar. E o fato de Rooney Mara ter sido indicada à categoria de atriz coadjuvante não foi, ao contrário do que a princípio fiquei pensando, uma pura e simples besteira da Academia: foi uma decisão do estúdio, dos produtores, submeter a indicação da atriz na categoria secundária. A decisão, ridícula sob todos os aspectos, foi motivo de controvérsia, conforme informa o IMDb.
No Bafta, Rooney Mara também concorreu na categoria de atriz coadjuvante. No Globo de Ouro, não: ela e Cate Blanchett concorreram na categoria de atriz.
Nenhuma das duas levou qualquer um desses prêmios. O que não é demérito algum. Como diria Geraldo Vandré, a vida não se resume a prêmios.
O filme teve outras 4 indicações ao Oscar, nas categorias de melhor roteiro adaptado para Phyllis Nagy, melhor fotografia para Edward lachman, melhor figurino para Sandy Powell e melhor trilha sonora para Carter Burwell.
Para encerrar o quesito prêmios, foram 57 vitórias, fora outras 208 indicações em festivais mundo afora.
Além da homossexualidade, o filme trata – e muito bem – da questão guarda dos filhos
O tema central do filme é a relação homossexual das duas mulheres, uma delas casada e com uma filha, outra que tinha namorado firme e não suspeitava da possibilidade de ter atração por outra pessoa do mesmo sexo.
E o tema é maravilhosamente bem tratado e bem mostrado – com ênfase para o fato de que, naqueles anos 50, a sociedade era muitíssimo mais conservadora, careta, retrógada do que hoje, em muitas áreas, e em especial na aceitação plena, tranquila, da homossexualidade. É sempre bom lembrar, antes de reclamar que as coisas hoje vão muito mal, que as coisas eram muito piores algumas poucas décadas atrás. Os Beatles já estavam aí, os Stones já estavam aí, em meados dos anos 60, e na Grã-Bretanha, a democracia mais antiga e sólida do planeta, ainda se condenavam à cadeia os homens acusados de – credo em cruz, que palavra! – sodomia.
(Hoje reclamam que a palavra homossexualismo é ofensiva… E sodomia, então? E pederastia? Mas deixa pra lá.)
Mas há um outro tema fundamental em Carol, que Todd Haynes mostra igualmente muito bem: a questão da guarda dos filhos.
É impressionante como o ser humano consegue realizar proezas admiráveis, como colocar sondas espaciais viajando para fora do nosso sistema solar, ou descobrindo remédios para algumas doenças antes fatais, e ao mesmo tempo não tem capacidade para tratar coisas básicas, fundamentais, como dar a liberdade absoluta para que cada pessoa escolha a maneira e a hora de morrer, ou saber dividir a guarda dos filhos sem infernizar a vida do casal, dos juízes e em especial dos filhos.
Carol trata a questão como ela deve ser tratada. Mostra os absurdos que as pessoas são capazes de cometer quando querem se vingar do ex-cônjuge e na verdade o que fazem é infelicitar, infernizar a vida dos próprios filhos. E depois mostra, escancara a porta de saída – tão lógica, tão simples, tão fácil, mas que tanta gente insiste em não ver.
A autora não queria revelar que a história do livro era real
Se há, nestas três obras de Todd Haynes, uma impressionante coerência, tanto de temas quanto de tratamento estético, há uma coincidência fantástica entre Mildred Pierce e este Carol. As duas histórias – histórias em que as mulheres são as protagonistas, e têm que enfrentar uma sociedade conservadora, cheia de preconceitos e dominada por um machismo milenar – foram criadas por escritores que ficaram conhecidos por suas novelas policiais, tramas envolvendo crimes e criminosos.
James M. Cain (1892–1977), que escreveu Mildred Pierce, é o autor dos livros que deram origem aos clássicos filmes noir Pacto de Sangue/Double Indemnity (1944), de Billy Wilder, e O Destino Bate à Porta/The Postman Always Rings Twice (1946), de Tay Garnett.
E Patricia Highsmith (1921-1995), autora do romance que deu origem a Carol, é conhecida por seus thrillers psicológicos, vários deles levados ao cinema em obras como Pacto Sinistro/Strangers on a Train (1951), de Alfred Hitchcock, e O Sol por Testemunha/Plein Soleil (1960), de René Clément depois refeito como O Talentoso Ripley/The Talented Mr. Ripley (1999), de Anthony Minghella.
Ripley, Tom Ripley, o personagem criado por ela, está presente em cinco romances. Ele é também o personagem de O Amigo Americano/Der Amerikanische Freund (1977), de Wim Wenders. Ou seja: o personagem da texana Patricia Highsmith esteve em um filme francês, um americano e um alemão, todos feitos por grandes realizadores.
Carol se baseia no romance The Price of Salt, de 1952, o segundo livro da autora (o primeiro foi Strangers on a Train), que foi lançado originalmente sob o pseudônimo de Claire Morgan. Em 1990, The Price of Salt foi relançado, desta vez com o nome de Patricia Highsmith, e com um novo título, Carol.
A Wikipedia informa que o uso do pseudônimo se explica pelo fato de que Patricia Highsmith não queria associar seu nome a nada que tivesse a ver com “literatura lésbica”. E também porque ela queria, a todo custo, evitar que fossem feitas comparações entre situações do livro e acontecimentos de sua vida.
Atualmente, não há mais segredo: Carol Aird foi inspirada por Virginia Kent Catherwood (1915-1966), uma socialite da Philadelphia com quem Patricia Highsmith teve um caso. Virginia perdeu a guarda da filha depois que o caso de amor homossexual foi usado contra ela na Justiça, com a apresentação de uma gravação feita em um quarto de hotel.
E, sim: Patrícia Highsmith, iniciando a vida, de fato trabalhou durante algum tempo como vendedora na Bloomingdale’s, a mais famosa loja de departamentos de Nova York. E houve um dia, em um dezembro, em que ela atendeu a uma mulher loura vestida num elegante casaco de mink.
Anotação em março de 2016
Carol
De Todd Haynes, EUA-Inglaterra, 2015
Com Cate Blanchett (Carol Aird), Rooney Mara (Therese Belivet)
e Kyle Chandler (Harge Aird), Jake Lacy (Richard Semco), Sarah Paulson (Abby Gerhard), John Magaro (Dannie McElroy), Cory Michael Smith (Tommy Tucker), Kevin Crowley (Fred Haymes), Nik Pajic (Phil McElroy), Carrie Brownstein (Genevieve Cantrell), Trent Rowland (Jack Taft), Sadie Heim e Kk Heim (Rindy Aird, a filhinha de Carol), Amy Warner (Jennifer Aird, a sogra de Carol), Michael Haney (John Aird, o sogro)
Roteiro Phyllis Nagy
Baseado na novela de Patricia Highsmith
Fotografia Edward Lachman
Música Carter Burwell
Montagem Affonso Gonçalves
Casting Laura Rosenthal
Produção Film 4,
Number 9 Films, Dirty Films, HanWay Films, Infilm
Cor, 118 min
***1/2
Filme bom, muito bem feito, e com todos os outros adjetivos que você citou, mas tem uma beleza plástica demais, uma coisa muito perfeita, uma fotografia super colorida e cheia de filtro, que de certa forma me incomodam nos filmes. Não chega a ser um defeito, mas acho over, quase fake. Esteticamente falando enche os olhos, mas não me pegou (pode ser que eu não estivesse num bom estado de espírito quando vi o filme, não sei).
Gostei da história, da coragem das protagonistas, do conjunto; gosto muito de obras que se passam nessas décadas (em especial a de 1950; embora para as mulheres tenha sido terrível, como objeto de observação me agrada. Também gosto dos figurinos, dos carros, etc), mas não foi um filme que me tocou. Quando a história termina e eu não sinto vontade de assistir de novo, ou de imediatamente voltar a alguma parte específica, é porque não me conquistou.
Algumas cenas são bem interessantes: lembro que fiquei chocada com o episódio armado pelo marido de Carol no hotel, colocando um detetive, ou algo que o valha, para flagrar as duas na cama. Baixo e sórdido. Fiquei com pena da personagem quando ele a colocou na justiça pela guarda da filha, e o motivo alegado foi sua opção sexual.
Também me irritei com a insistência e inconveniência dele na noite ou véspera de Natal, bêbado e quase partindo pra violência. Não ficou claro, ou eu não captei, se o casamento deles foi por conveniência, ou se ela era bissexual, pois ele já se casou com ela sabendo de seu relacionamento anterior com outra mulher (do qual também sentia ciúme). Acho terrível uma pessoa ficar se arrastando por outra que já não a quer, e o que é ainda pior: atrapalhando a vida, o caminho e usando os filhos como joguetes.
As duas atrizes estão excelentes, e ainda bem que Blanchet maneirou no botox, mas gostei um pouco mais da personagem e talvez da atuação de Rooney Mara; acho que faltou alma à personagem de Cate Blanchet, provavelmente pelo fato de Carol ser chique e refinada demais, penteadíssima, maquiadíssima, com as unhas sempre feitas, cheia de pose (até a voz é empostada). Mas é muito bom ver o contraste das duas atrizes e a personificação que cada uma deu à sua personagem.
Já vi “Longe do Paraíso”, mas não me lembro de quase nada, só de algumas impressões borradas.
“Hoje reclamam que a palavra homossexualismo é ofensiva… E sodomia, então? E pederastia? Mas deixa pra lá.”
Pois não é? Ai, que preguiça!
Tenho vontade de ler alguma coisa de Patricia Highsmith, mas vou adiando… Falando nisso, estou lendo um livro da outra Patricia, a Smith. O “Só Garotos”. Não sei se você já leu, Sérgio, mas acho que iria gostar, pois é cheio de referências a artistas das décadas de 1960 e 1970, além de ter uma escrita fluida. Ela cita muito Bob Dylan, de quem era super fã quando garota, e me lembro de você nessas partes. =)