Um Mundo Perfeito / A Perfect World


3.0 out of 5.0 stars

Anotação em 1996, com acréscimos em 2008: Acabamos meia hora atrás de ver, pela primeira vez, Um Mundo Perfeito, o primeiro filme de Clint Eastwood depois de Os Imperdoáveis. Que brilhantíssimo artista é esse cara. Que trajetória mais extremamente pessoal que ele carrega nas obras dele na maturidade. Que figura mais estranhamente multifacetada, que coisa mais difícil de se rotular, que enigma dentro do esquemão das grandes corporações. Continue lendo “Um Mundo Perfeito / A Perfect World”

Minha Secretária / Nélly et Monsieur Arnaud


3.0 out of 5.0 stars

Anotação em 1996: Acerta na mosca o Jean Tulard no Dicionário de Cinema dele quando diz que os filmes de Sautet, sempre interpretados pela mesma equipe de atores (Michel Piccoli, Yves Montand, Romy Schneider), sempre com música de Philippe Sarde, se fixam nos meios abastados da capital francesa e pegam os mesmos personagens, “suas dores do coração e suas dificuldades financeiras”. Continue lendo “Minha Secretária / Nélly et Monsieur Arnaud”

Os Ladrões / Les Voleurs


3.0 out of 5.0 stars

Anotação em 1996: Ótimo, ótimo filme. Depois de Minha Estação Preferida/Ma Saison Preferé, Téchiné reúne novamente Catherine Deneuve e Daniel Auteil, de novo falando de família. No filme anterior os dois grandes atores eram irmãos; aqui, são rivais, disputando o amor de uma jovem ladra (Laurence Cote, impressionante). Ele é policial, ela é professora de filosofia. Continue lendo “Os Ladrões / Les Voleurs”

Julgamento Final / Class Action


3.0 out of 5.0 stars

Resenha para a revista Bárbara, em 1996:Julgamento Final vai bem fundo nos conflitos entre homens e mulheres na vida profissional – assim como na dimensão da coragem da mulher. Aqui, os profissionais que se enfrentam em campos opostos são filha e pai, carregando um passado cheio de profundas mágoas. Continue lendo “Julgamento Final / Class Action”

Jack


3.0 out of 5.0 stars

Anotação em 1996: Em entrevistas, Coppola disse que este filme não tem nada de pessoal, dele; que é um projeto industrial. Me lembro de ter lido uma entrevista em que ele dizia esperar que o filme fizesse sucesso porque isso o ajudaria a ter condições de, no futuro, fazer um filme pessoal. OK – não é um grande filme. Mas é muito bom. Continue lendo “Jack”

A História de um Jovem Homem Pobre / Romanzo di un Giovane Povero


3.0 out of 5.0 stars

Anotação em 1996: Um Scola triste, depressivo, pesado, sombrio, sobre o desemprego e a vida sem glamour algum num bairro classe média baixa de uma grande cidade. É a história de um Vincenzo (Ravello), filho único de um pequeno comerciante que ao morrer deixa pequena pensão. Formado na universidade, em filosofia, ele concorre a todos os empregos possíveis, mas não encontra nenhum. Continue lendo “A História de um Jovem Homem Pobre / Romanzo di un Giovane Povero”

O Homem das Estrelas / L’Uomo delle Stelle


3.0 out of 5.0 stars

Anotação em 1996: Uma beleza emocionante. O filme rompe aquela estrutura normal das tragicomédias em que a gente começa rindo e aos poucos vai deixando de rir e vai ficando amargurado. É dividido em dois tempos distintos, e a passagem da comédia para a tragédia se dá de repente, num momento só, o momento em que Joe Morelli cruza pela segunda vez com o carabinieri, agora tornado delegado, e é preso, espancado pela máfia e na saída da prisão encontra a Beata louca.

Mas vamos por partes.   Continue lendo “O Homem das Estrelas / L’Uomo delle Stelle”

Fargo


3.0 out of 5.0 stars

Anotação em 1996: O filme é baseado em fatos reais, nos avisam os irmãos Coen logo de cara – embora seja uma mentira. Parece ter saído da cabeça de um escritor de livros policiais, tipo Um Plano Simples. Se fosse uma história real, seria mais uma prova de que vida e arte nos Estados Unidos espelham a mesma realidade: uma sociedade rica, a mais rica do planeta, e inteiramente ensandecida, em que, por um pouco de dinheiro, se matam pessoas – sete, no caso específico – com a mesma facilidade com que se matam baratas. Continue lendo “Fargo”

O Céu de Lisboa / Lisbon Story


[Rating:3]

Anotação em 1996: Virou moda: a cada novo filme de Wim Wenders, a crítica desce o pau. Foi assim com Até o Fim do Mundo, foi assim com Tão Longe, Tão Perto, a continuação de Asas do Desejo, que eu perdi, e agora com este Lisbon Story. A crítica que vá à merda. O filme prossegue na catilinária de Wenders sobre a banalização das imagens, mas é um belo – embora propositadamente lento e sem qualquer ação, mas cheio de monólogos – manifesto de amor ao cinema no ano do seu centenário, à Europa unificada, à interligação entre culturas diferentes. Continue lendo “O Céu de Lisboa / Lisbon Story”

Os Irmãos McMullen / The McMullen Brothers

3.0 out of 5.0 stars

Anotação em 1996: Uma bela surpresa. O filme, independente, dirigido por um garoto estreante de 28 anos com orçamento de US$ 25 mil, chegou ao Sundance Festival, promovido por Robert Redford, e ganhou o Grande Prêmio da Crítica. Por causa do sucesso (faturou US$ 10 milhões e foi proporcionalmente o filme mais rentável do ano), Edward Burns já fez um segundo filme, com orçamento de US$ 3,5 milhões. Continue lendo “Os Irmãos McMullen / The McMullen Brothers”

Mamãe é de Morte / Serial Mom


3.0 out of 5.0 stars

Anotação em 1995, com complemento em 2008: Este é o que se poderia, com toda a propriedade, chamar de filme de humor corrosivo. O humor é tão negro quanto corrosivo. É um pau violento, escrachado, na sociedade americana, na sua adoração pela violência, no culto aos filmes de violência e às pessoas violentas, no culto à mídia, até no culto pelo politicamente correto (não reciclar lixo, por exemplo, é pior do que assassinar). Continue lendo “Mamãe é de Morte / Serial Mom”