(Disponível no Amazon Prime Video em 3/2022.)
Roteirista brilhante, Aaron Sorkin bolou uma ótima forma de demonstrar logo de cara para as gerações mais novas exatamente qual era a importância de Lucille Ball, a estrela que, ao lado do marido Desi Arnaz, é a protagonista do filme Apresentando os Ricardos/Being the Ricardos, de 2021. O filme abre lembrando aos espectadores mais velhos – e informando aos mais jovens – que Lucille Ball e seu marido tinham uma audiência de cerca de 60 milhões de pessoas toda segunda-feira.
– “Vocês precisam entender uma coisa. Um programa de televisão hoje, um grande sucesso, tem o quê? Dez milhões de espectadores. Vamos exagerar, e dizer 15 milhões. E isso já é um sucesso gigantesco. Pois é isso que vocês têm que entender: I Love Lucy tinha 60 milhões.”
E mais: – “As lojas ficavam abertas até tarde nas segundas-feiras, mas trocaram para as quintas-feiras. Sabem por quê? Porque ninguém saia de casa durante I Love Lucy nas segundas. Houve uma queda significativa no consumo de água entre as 21h e as 21h30 nas segundas-feiras.”
Quem fala isso, olhando para a câmara – e portanto para os olhos do espectador – é Jess Oppenheimer (interpretado por John Rubinstein), produtor executivo e roteirista-chefe do programa I Love Lucy.
Aaron Sorkin abre seu filme como se ele fosse um documentário a respeito do programa que foi um estrondoso, absoluto sucesso na televisão americana entre 1951 e 1957, com 181 episódios, contando o dia-a-dia do casal Ricky e Lucy Ricardo. I Love Lucy tem sido reapresentado de vez em quando não apenas nos Estados Unidos como também em diversos outros países, Brasil inclusive – e, aqui, inspirou a simpaticíssima série Alô, Doçura, estrelado pela maravilhosa Eva Wilma e seu marido na vida real, John Herbert, na TV Tupi de São Paulo, retransmitido para todo o Brasil pelas emissoras dos Associados, entre 1953 e 1964.
Being the Ricardos começa como um documentário, em que estão sendo ouvidos, passados muitos anos, o produtor Jess Oppenheimer e dois dos principais roteiristas que criavam as tramas dos episódios semanais de I Love Lucy, Bob Carroll, Jr e Madelyn Pugh. A partir daí, passamos a ver na tela o que eles estão narrando.
A escolha dos atores que fazem o papel do casal Lucille Ball e Desi Arnaz, que por sua vez interpretam Lucy e Ricky Ricardo, é uma das muitas grandes qualidades do filme. Nicole Kidman e Javier Bardem estão excepcionais.
O diretor e roteirista Aaron Sorkin optou por fazer, em seu filme, não propriamente uma biografia de Lucille Ball e Desi Arnaz, mas um filme especificamente sobre o programa I Love Lucy, sobre a vida dos dois astros durante aquele período de tempo em que estrelavam o show de maior sucesso da TV americana.
Para aumentar a dose de emoção, tensão, Sorkin focalizou especificamente uma semana na vida do casal de atores – a semana em que Walter Winchell, um dos mais famosos jornalistas do país, afirmou no rádio que Lucille Ball era membro do Partido Comunista.
Um grande diretor de filmes sobre política
Aquele início da década de 1950 era a época terrível da histeria e da paranóia ds caça às bruxas promovida por Joseph McCarthy e seu Comitê de Atividades Anti-Americanas da Câmara, o HUAC, House of Anti-American Activities. Nos Estados Unidos do macartismo, ser comunista era algo como ser serial killer, estuprador, pedófilo. Algo como na Antiguidade havia sido ter lepra. Quem era acusado de ser comunista – ou mesmo de ter sido namorado de um comunista, ou conhecido de uma conhecida do cunhado de um comunista – entrava na lista-negra e passava a ser proibido de trabalhar. Nenhum estúdio de cinema, nenhuma emissora de TV, nenhuma empresa tinha coragem de dar trabalho a alguém que entrasse na lista negra do HUAC.
– “Faz muito tempo, mas eu me lembro daquela semana”, diz Bob Carroll, Jr. (John Rubinstein), logo após a primeira fala de Jess Oppenheimer. “Foi uma semana assustadora, muito assustadora. “
E aí vemos uma senhora que um letreiro identifica como a roteirista Madelyn Pugh (interpretada por Linda Lavin). – “Esses caras se assustam facilmente”, ela diz, com um sorriso brincalhão. “Eu sou do Meio-Oeste, enfrentei a Depressão, a época do Dust-Blow. Não me assusto facilmente. Mas, sim, foi uma danada de uma semana assustadora.”
It was a scary goddam week, ela diz, no original.
Se ela estivesse dando uma entrevista para a TV, teria problema com o linguajar. Até hoje as grandes redes não aprovam palavrões – sequer os mais leves, como goddam.
O que as entrevistas daqueles três veteranos que faziam I Love Lucy mostram de cara para o espectador é isso: depois daquela afirmação feita pelo jornalista Walter Winchell no rádio, todas as dezenas e dezenas de pessoas que trabalhavam para realizar o programa semanal estrelado por Lucille Ball e Desi Arnaz ficaram apavoradas diante da perspectiva de simplesmente o show sair do ar e eles perderem seus empregos.
Não há como não reconhecer: que beleza de maneira de abrir um filme sobre I Love Lucy!
Demonstração do imenso talento desse Aaron Sorkin, que já havia me deixado impressionadíssimo com seu filme anterior, Os 7 de Chicago/The Trial of the Chicago 7 (2020), que eu ousaria chamar de um dos melhores filmes políticos já feitos nos Estados Unidos, sobre os graves, sangrentos conflitos entre a polícia de Chicago e a multidão de manifestantes, quase todos jovens estudantes, que se reuniu na cidade durante a Convenção Nacional do Partido Democrata em agosto de 1968.
Aaron Sorkin, nascido num subúrbio de Nova York em 1961, tem 16 títulos no currículo como roteirista – e há política ou assuntos polêmicos que no fundo têm a ver com política em quase todos eles, desde o drama pesado Questão de Honra/A Few Good Men (1992), baseado em peça de sua própria autoria, que envolve um crime entre militares na base americana de Guantánamo, em Cuba, até a série de TV de grande sucesso West Wing: Nos Bastidores do Poder (1999-2006), em que Martin Sheen interpreta o presidente dos Estados Unidos, passando pela comedinha Meu Querido Presidente/The American President (1995), sobre o romance entre o sujeito do título e uma lobista de entidades ambientalistas.
Tudo na vida de Lucille Ball parece coisa de cinema
I Love Lucy foi um fenômeno extraordinário, sensacional. A vida de Lucille Ball parece coisa de cinema, é cheia de eventos absolutamente interessantes, fascinantes. O casamento dela com Desi Arnaz idem, ibidem – parece coisa de roteirista inteligente, imaginativo. Tudo em torno da atriz daria bons filmes.
Homem político, Sorkin puxou para esse lado que envolve a possível ligação dela com o Partido Comunista – e creio que isso foi um grande achado. Não deve ser, hoje, algo muito sabido pelas pessoas, mesmo as mais velhas. Muito antes ao contrário. Creio que boa parte do público americano – que se lembra muito bem, ou ao menos sabe muito bem quem foi Lucille Ball, o que foi I Love Lucy – desconhecia absolutamente essa fantástica história. O que dirá o público dos outros países.
Para mim foi uma absoluta surpresa saber que, nos piores anos do macartismo, surgiu essa informação de que Lucille Ball era filiada ao Partido Comunista dos EUA. Poucos meses atrás, vi Lucille Ball em um policial de clima um tanto noir de 1946, Envolto nas Sombras/The Dark Corner, e li um tanto sobre ela – e não vi nada dessa coisa do comunismo. Revi agora os verbetes sobre ela nos livros The International Dictionary of Films and Filmakers – Actors and Actresses e 501 Movie Stars, e não há qualquer menção a esse episódio da vida dela.
Foi talvez um episódio menor – mas nem por isso pouco importante. Acho mesmo brilhante que Aaron Sorkin tenha estudado esse evento, essa questão, e usado como um tema para fisgar o espectador de seu filme.
Um casal apaixonado, uma relação turbulenta
Depois dessa abertura fisgativa, inteligente, bem sacada, em que vemos os depoimentos dos três veteranos responsáveis pelo programa I Love Lucy, o filme mostra os acontecimentos daquela semana. Letreiros vão nos informando a passagem dos dias – segunda-feira, terça-feira…
É interessante: o filme mostra os dias da semana mas, em momento algum, especifica, explicita em que ano aquilo ocorreu.
Aqui vai uma informação que o filme não dá: foi em 1953. Being the Ricardos mostra a semana da preparação, ensaios e apresentação do episódio número 68 de I Love Lucy, intitulado “The Girls Go Into Business” – que foi ao ar em 12 de outubro de 1953.
Muito bem elaborado, o roteiro alterna então os eventos da “semana assustadora” com algumas entradas dos três profissionais que dão seus depoimentos, feitos, naturalmente, muitos e muitos anos depois. E há ainda alguns flashbacks, sequências que mostram fatos anteriores à “semana assustadora”, como, só para dar um exemplo, o dia em que Lucille Ball e Desi Arnaz se conheceram, num estúdio da RKO, onde ambos trabalhavam. O encontro foi em 1940 – e foi paixão absoluta à primeira vista. Casaram-se em novembro daquele ano.
A relação entre os dois – o filme mostra isso insistentemente – era passional, quente, tumultuada, turbulenta. Amavam-se demais – mas Desi, bonitão, charmoso, simpático, era mulherengo, e Lucille morria de ciúme.
Naqueles depoimentos bem no início do filme, a roteirista Madelyn Pugh, que era amiga de Lucille Ball, além de colega de trabalho, diz uma ótima frase ao se referir à reação de Lucille e Desi quando ouviram Walter Winchell falar no rádio que a estrela pertencia ao Partido Comunista: “Não sei o que eles estavam fazendo naquele momento, mas, sendo Lucille e Desi, deveriam estar ou arrancado a cabeça um do outro ou então arrancando a roupa.”
Dois artistas talentosos, dedicados
No trabalho, no entanto, os dois não brigavam. Muito ao contrário: um dava toda a força às decisões do outro. Eram os chefes, os patrões: I Love Lucy era uma produção da Desilu, a empresa criada pelo casal – até o nome da produtora era formado pela união de sílabas dos nomes dos dois. Lucille fazia de tudo para que Desi não se sentisse coadjuvante, secundário – Lucy era uma personagem muito mais badalada, festejada, admirada, do que o marido Ricky.
O autor e diretor Sorkin incluiu em seu filme vários exemplos da luta constante de Lucille para que todos respeitassem o marido da mesma forma com que a respeitavam. – “Faço isso para salvar meu casamento”, ela diz, mais de uma vez.
Era uma equipe grande. No primeiro dia dos trabalhos da semana, os principais profissionais se sentavam como se fosse em torno de uma gigantesca mesa – os dois astros-patrões, o produtor executivo e roteirista chefe Jess Oppenheimer (interpretado, quando jovem, por Tony Hale), os roteiristas Bob Carroll e Madelyn Pugh (Jacke Lacy e Alia Shawkat), outros roteiristas que têm menor importância no filme, o diretor do episódio da semana, e os dois atores que interpretavam o casal de amigos dos Ricardo, William Frawley e Vivian Vance (interpretados por J.K. Simmons e Nina Arianda).
Já havia, diante de cada um deles, uma cópia do roteiro do episódio da semana. A primeira tarefa era discutir o roteiro – sempre havia sugestões para melhorar algo aqui, algo a ali, retocar uma situação, burilar uma frase…
O trabalho prosseguia ao longo da semana. Às segundas-feiras, finalmente, o episódio era encenado diante de um auditório e ia ao ar ao vivo.
Ao vivo! Tudo era ao vivo, naquele início da televisão, nos anos 50. Ainda não existia essa coisa de gravar em vídeo e exibir depois. Tudo, tudo, tudo era ao vivo.
O que Being the Ricardos mostra, nas muitas sequências em que vemos a equipe preparando o episódio seguinte, acertando o roteiro, depois ensaiando, é que Lucille Ball era absolutamente perfeccionista – e uma profissional brilhante. Não era apenas produtora e atriz; cuidava de cada detalhe, era atenta a tudo, sempre tinha boas idéias para tornar melhor – e mais engraçado – um diálogo, a posição de um dos atores, um determinado gesto.
Desi Arnaz também era um ótimo profissional, em tudo – era um grande administrador da empresa, além de ser competente no lado artístico. Mas Lucille Ball, especialmente, era um tremendo de um talento.
O que torna absolutamente incompreensível o fato de ela nunca ter estourado como atriz ao longo de todos os anos em que foi contratada pela RKO e depois pela MGM.
No cinema, Lucille não teve chance de brilhar
Me sinto tentado a transcrever todo o texto sobre Lucille Ball do livro 501 Movie Stars. É um texto excelente, resume com perfeição e graça tudo o que li sobre ela primeiro ao ver Envolto nas Sombras/The Dark Corner e também agora, depois de ver este Being the Ricardos.
Lá vai então. O texto do livro organizado por Steven Jay Schneider é assinado por GCQ, Garrett Chaffin-Quiray, escritor e professor em San Diego, Califórnia.
“Na escola de artes dramáticas a ruiva Lucille Ball (nascida em 1991, em Jamestown, Nova York) foi ofuscada por seus pares, que incluíam Bette Davis, e advertida por um professor de que ‘não tinha futuro algum como atriz’. Apesar disso, dedicou-se à carreira, aparecendo na Broadway antes de se mudar para Hollywood à procura de papéis no cinema. Eventualmente contratada pela RKO Pictures, teve alguns poucos bons papéis (Top Hat, 1935, Dance, Girl, Dance, 1940), mas recebia principalmente pequenos papéis em filmes B. Nos anos 1940 foi contratada pela MGM, mas não teve grande sucesso lá também, e ficou conhecida nos círculos de Hollywood como ‘rainha dos Bs’.
“Em 1940 ela conheceu o músico cubano Desi Arnaz no set de filmagem de Too Many Girls (1940). Depois de um romance-redemoinho, casaram-se. Alguns anos mais tarde Ball ganhou o papel principal na comédia de rádio My Favorite Husband. Em 1950, a CBS se ofereceu para transformar o show em um piloto parta a televisão. Ball e Arnaz queriam fazer o casal central, mas a CBS não achava que o público americano iria aceitar um marido cubano para uma esposa que era a americana típica. O casal finalmente convenceu os produtores a deixar que eles interpretassem os papéis, aceitando uma quantidade extraordinária de risco profissional e financeiro.”
Interrompo a transcrição para dizer que esses eventos citados acima – o programa de rádio My Favorite Husband, a proposta da CBS a Lucille, a recusa da emissora em aceitar que Desi Arnaz encarnasse o marido, a firmeza com que Lucille bateu o pé na mesa – ou somos nós dois ou então nada feito –, tudo isso é muito bem mostrado em flashbacks em Being the Ricardos.
O texto prossegue:
“I Love Lucy estreou em 1951 e se transformou o padrão de todas as sitcoms que viriam depois. (Sitcom – as comédias de costumes apresentadas na TV.) Durou seis anos, através de conflitos no elenco, filmagens em locações, competição duríssima, e dois filhos do casal Ball-Arnaz. O casal se divorciou nos anos 1960, mas ela continuou fazendo basicamente o mesmo papel em The Lucy Show, 1962-1968, 156 episódios, e Here’s Lucy, 1968-1974, 144 episódios, com algumas pausas para o cinema (Yours, Mine and Ours, 1968, Mame, 1974), mas o ponto estava definido: I Love Lucy é aquilo de que são feitas as lendas, e cada episódio permanece tão fresco e engraçado quanto no dia em que foi encenado. O programa finalmente transformou Lucille Ball na estrela que os filmes não conseguiram fazer.”
A primeira barriga grávida a aparecer na TV
É necessário falar sobre os dois filhos do casal, citados aí en passant no bom texto do livro 501 Movie Stars. Being the Ricardos fala muito dos filhos, e eles são um elemento importantíssimo na história do programa I Love Lucy.
Lucie Arnaz nasceu em 17 de julho de 1951. I Love Lucy já estava no ar – e, segundo se fala em Being the Ricardos, Lucille e toda a equipe tiveram que fazer mil manobras para esconder o barrigão das câmaras da TV. Ela se colocava atrás de mesas, de alguma coisa que não permitisse que as famílias americanas vissem uma barriga de mulher grávida no sacrossanto espaço de seus lares.
O moralismo careta de boa parte da sociedade americana tem dessas coisas. Não me lembro se barriga de mulher grávida constava do Código Hays, o código de autocensura dos grandes estúdios, mas era uma lei de Hollywood, que ficou em vigor até os anos 1960: Não mostrarás em cena cama de casal. Cama de casal dá idéia de sexo, então os casais dormiam em camas separadas. É provável que esse também fosse o entendimento geral na então nascente indústria da televisão: barrigão de mulher faz lembrar sexo, e sexo não pode aparecer na tela.
Na época em que se passa a maior parte da ação de Being the Ricardos, 1953, Lucille estava grávida de novo. Há um momento no filme em que Lucille Ball-Nicole Kidman afirma: – “Eu sou o maior ativo no portfólio da Columbia Broadcasting System. O maior ativo no portfólio da Philip Morris Tobacco, da Westinghouse.” As duas empresas, claro, eram as patrocinadoras do programa.
Mesmo assim, quando, durante a segunda gravidez da atriz, o casal resolveu que Lucy, a personagem, ficaria grávida, e Lucille poderia aparecer com sua barriga na tela, o mundo caiu. Os executivos da CBS disseram várias vezes o que, em bom português, pode ser resumido como “nem fodendo”.
Desi Arnaz mandou um telegrama para o presidente da Philip Morris contando a intenção do casal e pedindo sua aprovação.
Algum tempo depois, soube-se que o presidente da empresa distribuiu o seguinte comunicado: “To all Philip Morris and CBS employees: don’t fuck with the Cuban”.
Para não repetir o palavrão, pode-se dizer que ele mandou os empregados da Philip Morris e da CBS não encherem a paciência do cubano.
A barrigona de Lucille Ball carregando o que viria a ser Desi Arnaz Jr. foi a primeira barriga de mulher grávida a aparecer nas telas da televisão americana.
Lucille e o filho recém-nascido foram a capa do número 1 da revista TV Guide, em abril de 1953.
Lucille morreu em 1989. Desi, em 1986.
Lucie Arnaz e Desi Arnaz Jr. são atores e produtores; os dois foram produtores executivos deste belo filme que conta um pedacinho da história de seus pais.
Quanto à coisa do comunismo… O filme explica bem a história. Sim, de fato, em 1936, a jovem Lucille Ball, então com 25 anos, se registrou como eleitora do Partido Comunista, para agradar ao avô que a criara, Frederick Charles Hunt. Naquela época isso não era nada raro – bem ao contrário. Mas jamais participou de qualquer atividade ligada ao Partido. Como Desi Arnaz disse mais de uma vez: “A única coisa vermelha em Lucy é seu cabelo, e mesmo isso não é legítimo”.
Anotação em março de 2022
Apresentando os Ricardos/Being the Ricardos
De Aaron Sorkin, EUA, 2021
Com Nicole Kidman (Lucille Ball),
Javier Bardem (Desi Arnaz)
e J.K. Simmons (William Frawley, ator do show), Nina Arianda (Vivian Vance, atriz do show), Tony Hale (Jess Oppenheimer, produtor executivo e roteirista-chefe), John Rubinstein (Jess Oppenheimer mais velho), Alia Shawkat (Madelyn Pugh, roteirista).Linda Lavin (Madelyn Pugh mais velha), Jake Lacy (Bob Carroll, roteirista), Ronny Cox (Bob Carroll mais velho), Clark Gregg (Howard Wenke), Nelson Franklin (Joe Strickland), Jeff Holman (Roger Otter), Jonah Platt (Tip Tribby), Christopher Denham (Donald Glass), Brian Howe (Charles Koerner), Ron Perkins (Macy), Baize Buzan (Mary Pat), Dana Lyn Baron (Miss Rosen), Dan Sachoff (David Levy), Max Silvestri (David Hart), Russ Burd (Irwin Gotlieb)
Roteiro Aaron Sorkin
Fotografia Jeff Cronenweth
Música Daniel Pemberton
Montagem Alan Baumgarten
Casting Kathy Driscoll, Francine Maisler
Direção de arte Jon Hutman
Figurinos Susan Lyall
Produção Todd Black, Jason Blumenthal, Amazon Studios, Escape Artists, Big Indie Pictures.
Cor, 131 min (2h11)
23/3/2022, com Marynha.
***1/2
Não da para acreditar que Lucille Ball, não tenha estourado antes no cinema, bem antes dessa série, ela seria perfeita naquelas comédias screwball comedy, dos anos 30 e 40, com certeza os estúdios depois de ver o sucesso de Ball, na TV, devem ter se contorcidos, de terem percebido o quanto dinheiro eles perderam, mas se eles perderam e nós também.
Lucille Ball foi uma grande atriz, empresária, produtora e mulher.