Sinfonia de Paris / An American in Paris

 

 

 

 

4.0 out of 5.0 stars

(Disponível em DVD e na Apple TV.)

Alguns dos maiores artistas norte-americanos do século XX emprestaram seu talento para Sinfonia de Paris/An American in Paris, de 1951. Não é propriamente de se estranhar que o filme seja uma absoluta maravilha.

A música de George Gershwin, com as letras de seu irmão Ira. A coreografia e a dança de Gene Kelly. A direção elegante, fina, chique de Vincente Minnelli. A história, os diálogos e os roteiros de Alan Jay Lerner.

Ah, meu, com esses caras aí reunidos, seria preciso muito azar, muita zebra para dar errado.

Deu certo demais. An American in Paris é unanimemente reconhecido como um dos melhores musicais já produzidos no país que mais sabe produzir belos musicais.

Não é absolutamente necessário ter uma boa história para se fazer um belo musical. Já escrevi isso algumas vezes, e é bem verdade. Há vários exemplos de bons musicais com apenas um fiapinho de trama.

An American in Paris tem dois momentos especialmente belos que por si só já garantiriam ao filme um lugar especial entre os musicais – de Hollywood e do mundo todo. A sequência absolutamente sensacional em que, em sonho, o pianista e compositor Adam Cook (interpretado pelo pianista e compositor Oscar Levant) rege uma grande orquestra toda formada por ele mesmo, tocando a sinfonia que ele havia finalmente conseguido escrever. E a sequência ainda mais absolutamente sensacional de 17 minutos do balé final – uma daquelas sequências antológicas, para figurar em qualquer lista das mais importantes da História do cinema.

Mas claro que é melhor ainda quando há uma história interessante – e é boa a história criada por Alan Jay Lerner (1918-1986), o cara que escreveu My Fair Lady (1964) e Camelot (1967), três Oscars e mais quatro outras indicações ao prêmio, 19 títulos como roteirista e/ou autor do argumento, 277 títulos com canções que levam sua assinatura.

Sim, no fundo, no fundo, a história é rapaz conhece moça, rapaz e moça se apaixonam, há problemas, mas depois, ah, meu – happy end, né? Claude Lelouch sempre repetiu que só existem duas ou três histórias na vida, as variações é que são quase infinitas – e a variação bolada por Alan Jay Lerner é muito boa. E vem contada com belas imagens e diálogos espertos, inteligentes, gostosos, muitas vezes irônicos, sarcásticos.

“Se você não consegue pintar em Paris, é melhor desistir…”

– “Isto é Paris, e eu sou um americano que vive aqui. Meu nome é Jerry Mulligan”, apresenta-se o protagonista com a voz de Gene Kelly em off enquanto vemos imagens da cidade mais bela do mundo. “Sou um ex-soldado. Em 1945, quando o Exército me disse para achar emprego, eu fiquei. E vou dizer a você por quê. Sou um pintor, e toda a minha foi só o que tive vontade de ser.”

Que beleza de frase: “Quando o Exército me disse para achar emprego”. E pensar que o filme é de 1951, apenas meros seis anos após o fim da Segunda Guerra Mundial, em que Paris ficou sob o domínio nazista, é impressionante, até mesmo um tanto assustador. E justifica plenamente o fato de que as crianças da Rive Gauche, onde Jerry Mulligan mora num minúsculo apartamento, gostam tanto dele: diabo, os americanos eram boa parte, talvez a maioria dos Aliados que haviam libertado a França tão pouco antes. Nada mais natural que admirar o americano em Paris…

Mais adiante, Jerry dará uma explicação séria, circunspecta, de por que um pintor ama Paris, e uma outra em tom brincalhão, gozativo.

– “Vim para Paris para estudar e pintar porque Utrillo fez isso, e Lautrec, e Roualt. Eu amava o que eles criaram e pensei que alguma coisa poderia acontecer comigo também.”

E… – “Irmão, se você não conseguir pintar em Paris, melhor desistir e casar com a filha do patrão.”

Protagonista apresentado, vamos à trama.

Praticamente ao mesmo tempo, entram na vida desse americano em Paris duas mulheres, a americana Milo Roberts e a francesa Lise Bouvier.

Duas mulheres tão díspares quanto, à época, as atrizes que as representavam. Nina Foch, nascida na Holanda em 1924, já estava radicada fazia tempo nos Estados Unidos, era experiente, estava na carreira desde 1943. Leslie Caron, de 1931, tinha apenas 19 anos durante as filmagens, sabia pouquíssimo de Inglês e jamais havia trabalhado antes diante de uma câmara de filmar. O que faltava em experiência e domínio da língua, no entanto, era compensado pelo talento imenso de bailarina, que por sorte dela (e nossa) Gene Kelly havia identificado ao ver uma apresentação de balé em Paris.

A francesinha Lise trabalhava como balconista em uma loja de perfumes. A americana Milo era podre de rica, divorciada, e tinha como hobby paquerar jovens artistas promissores e financiar suas carreiras, em troca, claro, de companhia, carinho, amor.

Lise a princípio não dá a menor bola para o americano em Paris: – “É uma pena que você não tenha tanto charme quanto tem persistência”, diz ela diante de uma nova investida dele.

Uma mulher adulta, independente, rica, doida pelo pintor duro, que nunca havia vendido um único quadro. Uma jovenzinha pobre, que não queria saber dele. Oferece-se um tostão furado para quem adivinhar por quem Jerry Mulligan vai se apaixonar perdidamente.

Mas não é para reclamar. Comédia musical não tem nada a ver com surpresas.

O coração da garota balança entre os dois homens

Até que haverá surpresa – para Jerry, não para o espectador. O espectador fica sabendo muito, mas muito antes dele, que Lise tem um namoro firme – e com um sujeito que Jerry conhece, Henri Baurel, um famoso astro do music hall parisiense, cantor, showman querido por todos (o papel de Georges Guétary, ao centro na foto abaixo).

Os dois ficam se conhecendo no início da narrativa, apresentados por um amigo comum, o pianista e compositor Adam Cook que já foi citado acima, interpretado por Oscar Levant, à direita na foto abaixo).

Em uma sequência interessantíssima, inventiva, também no começo do filme, Henri fala ao seu velho amigo Adam sobre a jovem por quem está apaixonado. Conta que, durante a guerra, um casal amigo, os pais de Lise, membros da Resistência aos invasores nazistas, haviam sido presos. Ele, então, tomou a garotinha sob seus cuidados.

Quando Lise cresceu, chegou aos 18 anos e passou a viver sozinha foi que Henri percebeu que estava apaixonado por ela. E a descreve para Adam: ela é linda, é ativa, é alegre, adora dançar – e vamos vendo na tela, pela primeira vez, Lise-Leslie Caron em quatro maravilhosas sequências de dança, nos estilos mais diversos possíveis.

Bem mais adiante, quando Lise finalmente se rende ao charme de Jerry, e os dois passam a namorar, o espectador poderá ficar achando que a moça está sendo irresponsável, leviana. Não está: na verdade, conforme veremos, Lise está literalmente dividida entre o pintor americano que apareceu em sua vida e o homem de coração bom que cuidou dela na ausência dos pais, nos dias duros da guerra. Entre o novo amor e a amizade, a gratidão, a admiração pelo cara que a ama de paixão.

Absolutamente compreensível.

Uma mulher que paga pela companhia masculina

Esse músico Adam Cook interpretado pelo músico Oscar Levant é um personagem absolutamente delicioso. É um gozador, um sujeito de ironia aguçadíssima, um humor ferino, cortante – e para ele Alan Jay Lerner criou várias frases de inteligência faiscante.

Adam se apresenta assim para o espectador, bem no início da narrativa, logo após Jerry Mulligan ter ele próprio se apresentado:

– “Sou um pianista clássico. Essa é uma forma pretensiosa de dizer que estou desempregado no momento.”

– “Não tenho uma cara bonita, eu garanto a você, mas, debaixo desse exterior flácido, há uma enorme falta de caráter.”

Ah, meu, que maravilha…

Naquele tempo em que se podia fazer piada sem levar pau das brigadas do politicamente correto, Adam tem uma frase deliciosa que causaria furor entre as feministas radicais de hoje:

– “Vê o que está acontecendo hoje em dia? As mulheres agem como os homens e querem ser tratadas como mulheres.”

Adam estava falando com seu amigo Jerry sobre as ações da milionária Milo Roberts, que vinha patrocinando um belo estúdio para o pintor, usando seus contatos com galeristas para divulgar o trabalho dele.

A relação do pintor pobre com a milionária divorciada é algo muito, mas muito interessante. Cacete: é uma comédia musical do início dos caretíssimos anos 50. O Código Hays de autocensura dos estúdios estava em pleno vigor ainda. Mulher pagar pelos serviços de um homem não era, de forma alguma, um tema palatável. E, no entanto, Alan Jay Lerner, o diretor Vincente Minnelli e também a MGM bancaram – e venceram.

Ao rever o filme agora, mais de 70 anos depois, ainda me pareceu extremamente corajoso o diálogo entre Jerry e Milo quando ele percebe que ela havia comprado seus quadros porque queria a companhia dele:

– “Preciso de dinheiro, sim, mas não tão desesperadamente. Se precisa de companhia, há rapazes que vivem disso.” (Na foto abaixo, Nina Foch, que faz Milo.)

A condensação de tudo que se pode falar sobre França e/x EUA

Sempre me fascinou a relação entre os norte-americanos e os europeus, em especial os franceses – este tema de tantos e tantos e tantos livros e filmes. Henry James, Edith Wharton, Ernest Hemingway, F. Scott Fitzgerald – para ficar só entre alguns dos mais respeitados autores da literatura dos Estados Unidos.

É uma relação mais que bicentenária, que passa pela influência do iluminismo francês sobre os “founding fathers” dos Estados Unidos como nação independente – Benjamin Franklin, Thomas Jefferson –, a libertação da França dos invasores nazistas, até a influência dos filmes e da música americana sobre os franceses sempre ciosos de seu patriotismo.

São tantos os filmes que falam dessa relação de amor e ódio entre EUA e Europa que fiz um tag para reuni-los, além de escrever uma longa pensata sobre o tema.

Fantástico: An American in Paris é a condensação, o suco de tudo que pode se falar da Relação de Amor e Ódio EUA-Europa.

O segundo filme em cores a ganhar o Ocar principal

O filme foi indicado a oito Oscars, e levou seis: melhor filme, melhor roteiro, melhor fotografia em cores, melhor direção de arte, melhor figurino, melhor trilha sonora. Só não levou as estatuetas de melhor direção e melhor montagem.

No total, foram 11 prêmios, inclusive o Globo de Ouro de melhor filme.

Detalhinho interessante: An American in Paris foi apenas o segundo filme em cores a ganhar o Oscar de melhor filme – e foi 12 anos depois do primeiro, … E o Vento Levou (1939).

A tendência se inverteria a partir dos anos 60, a década em que os grandes realizadores – François Truffaut, Luchino Visconti, Federico Fellini, Michelangelo Antonioni, Alain Resnais, Roman Polanski, para citar só alguns – aderiram às cores. Depois de Se Meu Apartamento Falasse (1960), os vencedores do Oscar de melhor filme foram filmes em cores. Com apenas duas exceções: A Lista de Schindler (1993) e O Artista (2011).

Essa informação sobre os vencedores do Oscar mais importantes está em um dos 55 itens da página de Trivia do IMDb sobre An American in Paris. Outro item informa que, até 2018, foi a única vez em que um filme musical levou o Oscar de roteiro original.

Aliás, ao longo destes quase cem anos de Oscar, apenas 11 musicais levaram o principal prêmio da Academia. Vale a pena registrar toda a relação: Melodia da Broadway (1929), Ziegfeld, o Criador de Estrelas (1936), O Bom Pastor (1944), este Sinfonia de Paris (1951), Gigi (1958), West Side Story (1961), My Fair Lady (1964), A Noviça Rebelde (1965), Oliver! (1968), Amadeus (1984) e Chicago (2002).

Aqui vão outras informações interessantes que pesquei na página de Trívia do IMDb, mais outras lembranças minhas:

* O filme apareceu no 68º lugar na lista dos Greatest American Movies do American Film Institute. No entanto, não constou da lista que foi atualizada em 2007. Diacho, esqueceram de An American in Paris

* Gene Kelly queria que o filme fosse feito em Paris – mas o estúdio e o produtor Arthur Freed, que aliás era um mestre, decidiram fazer tudo nos estúdios da MGM em Hollywood. Foram construídos 44 sets reconstituindo cenários parisienses.

* O diretor Vincente Minnelli foi obrigado a se ausentar das filmagens durante alguns dias, envolvido, entre outros assuntos pessoais, com o divórcio da mãe de sua filha Liza, a estrela Judy Garland. Gene Kelly, ator principal e coreógrafo, assumia a direção na ausência do cineasta.

* No ano seguinte, 1952, ao fazer outro dos maiores musicais de todos os tempos. para muita gente o maior de todos, Cantando na Chuva, Gene Kelly teve seu nome creditado como diretor, ao lado do grande Stanley Donen.

* Poucos anos depois, o diretor Vincente Minnelli, o roteirista Alan Jay Lerner e Leslie Caron se reuniriam novamente para fazer outro musical passado em Paris, Gigi (1958), baseado em um livro de Colette, em que a atriz interpreta uma jovem que está sendo treinada para ser uma cortesã na Belle Époque, o início do século XX. Foi um tremendo sucesso e ganhou nove Oscars, inclusive nas categorias de filme, direção e roteiro adaptado. Vejo agora que, quando escrevi uma pequena anotação sobre Gigi, em 2001, não entrei em sintonia com o filme…

“O maior número musical jamais colocado em um filme”

A origem de An American in Paris, o poema sinfônico de George Gershwin que Minnelli, Lerner, Kelly & Caron transformaram no balé de 17 minutos que encerra o filme, tem a ver com Maurice Ravel ((1875–1937).

Gershwin, nova-yorquino de 1898, estava portanto com 28 quando, em 1926, fez sua primeira viagem a Paris e procurou o compositor do “Boléro” para ter aulas com ele. Depois de ouvir o americano tocar algumas de suas composições ao piano, o mestre francês teria dito que não tinha nada para ensinar ao jovem: – “Para que ser um Ravel de segundo grau se você pode ser um Gershwin de primeira grandeza?”

A frase pode ser uma lenda, mas o fato é que, a partir dessa viagem e dos encontros com Ravel, Gershwin começou a trabalhar em um poema sinfônico que tivesse o clima, a energia de Paris durante aqueles Années Folles, os loucos anos 20 – que, nos Estados Unidos, foram chamados de The Jazz Age. (F. Scott Fitzgerald, que passou muitos daqueles anos na Europa, em especial na França, lançara em 1922 Tales of the Jazz Age, no Brasil Contos da Era do Jazz.)

O poema sinfônico “An American in Paris” teve sua primeira apresentação no dia 13 de dezembro de 1928 no Carnegie Hall, com a New York Philharmonic e o auxílio de saxofones e buzinas de táxis parisienses trazidas de lá pelo próprio compositor.

Consta que a idéia de fazer um filme com a música de Gershwin surgiu na cabeça de Arthur Feed depois que ele assistiu a uma apresentação de composições do autor no famoso Hollywood Bowl. Produtor de mais de 50 títulos, entre eles grandes clássicos dos musicias – Agora Seremos Felizes/Meet Me in St. Louis (1944), O Pirata (1948), Desfile de Páscoa (1948), Um Dia em Nova York/On the Town (1949), Núpcias Reais (1951), Cantando na Chuva (1952), A Roda da Fortuna/The Band Wagon (1943), A Lenda dos Beijos Perdidos/Brigadoon (1954) –, Arthur Freed conversou ao longo de anos sobre essa idéia com Vincente Minnelli, Gene Kelly, o músico Johnny Green e o roteirista e letrista Alan Jay Lerner.

Àquela altura, final dos anos 40, início dos 50, George Gershwin já estava morto – morreu em 1937, com apenas 38 anos de idade, vítima de um tumor cerebral. Arthur Freed foi conversar sobre a compra dos direitos autorais do poema sinfônico com Ira, o irmão e parceiro. Ira estabeleceu que poderia vender os direitos autorais sobre “An American in Paris” – desde que o filme que fosse usar a composição não contivesse outras músicas a não ser de autoria de Gershwin.

Os direitos foram enfim comprados por US$ 158 mil, com Ira recebendo mais US$ 56 mil como consultor, segundo o IMDb.

A sequência final de cerca de 17 minutos em que ouvimos o poema sinfônico e vemos a fantástica sequência do balé coreografado pelo perfeccionista Gene Kelly custou US$ 250 mil – uma fortuna na época. Foram necessários seis meses para os ensaios e um mês inteiro para a filmagem.

Há uma curiosidade interessante – e irônica – sobre a sequência final na página de Trívia do IMDb. O site lembra que, no documentário Era uma Vez em Hollywood (1974), sobre os musicais da Metro, é Frank Sinatra que fala sobre a sequência; ele a define como ”the greatest musical number ever put on film”. No entanto, o documentário não apresenta a sequência inteira, com seus 17 magníficos minutos – e sim uma remontagem que dura menos de dez minutos…

Roger Ebert faz reparos, Pauline Kael elogia

Leonard Maltin deu 3.5 estrelas em 4 para o filme: “Musical alegre, original, construído em torno da trilha de Gershwin; deslumbrante nas cores. A trama sobre o pintor Kelly dividido entre a gamine Carone e a rica Foch é creaky, mas as canções, as danças, a produção são soberbas.”

Bem… Dizer que o personagem de Gene Kelly fica dividido, rasgado entre as duas mulheres me parece bem creaky, mas…

Roger Ebert deu exatamente a mesma cotação, 3.5 estrelas em 4. O grande crítico começa comparando An American in Paris a Singin’ in the Rain, que, é sempre bom lembrar, veio apenas um ano depois. Diz que o primeiro venceu vários Oscars, enquanto o segundo não teve tanto reconhecimento imediato. No entanto, ali pelos anos 60, Singin’ in the Rain era amplamente considerado o maior dos musicais de Hollywood, enquanto An American in Paris era lembrado com mais respeito que entusiasmo – e a culpa disso ele atribui à fraqueza da trama deste filme.

“E no entanto American tem muitas qualidades, inclusive seu famoso número de balé, com Kelly e Leslie Caron simbolizando toda a sua história em dança. E há outros belos números, passados nos locais conhecidos de Paris, que são infinitamente inventivos com seu uso de equipamentos e locações.”

Pauline Kael diz que o musical dirigido por Vincente Minnelli e vencedor de Oscars, sobre um romance entre um pintor americano e uma garota francesa, é “muito chique e exagerado”. E explica: “Tem um balé com cenas no estilo de Dufy, Renoir, Utrillo, Rousseau, van Gogh, e Toulouse-Lautrec” – o que é a mais pura verdade dos fatos.

Irene Sharaff, que assina a criação dos figurinos e do visual do balé, criou um estilo de roupa e decoração para cada trecho da longa sequência inspirado em vários pintores impressionistas.

Mas – prossegue Dame Kael – “os dois amantes que dançam têm sorrisos contagiantes e a música de Gershwin mantém tudo bem-humorado”.

Meu Deus do céu e também da Terra! Jamais imaginei viver para ver Roger Ebert, sempre tão afetuoso com os filmes, fazer críticas, e Dame Kael, sempre cri-cri, fazer elogios!

O Guide des Films do mestre Jean Tulard traz uma avaliação um tanto mandrake:

“Uma das mais célebres comédias musicais de Minnelli, e, bizarramente, uma das menos bem-sucedidas, a menos pessoal. Isso dito, você não deve fugir do seu prazer.”

Então tá.

Mary e eu adoramos rever essa beleza.

Anotação em abril de 2024

Sinfonia de Paris/An American in Paris

De Vincente Minnelli, EUA, 1951

Com Gene Kelly (Jerry Mulligan),

Leslie Caron (Lise Bouvier),

Oscar Levant (Adam Cook, o compositor),

Nina Foch (Milo Roberts, a milionária),

Georges Guetary (Henri Baurel, o astro do Music Hall), Eugene Borden (George Mattieu), Martha Bamattre (Mathilde Mattieu), Mary Jones (senhora dançarina), Ann Codee (Therese), George W. Davis (François), Hayden Rorke (Tommy Baldwin), Paul Maxey (John McDowd), Dick Wessel (Ben Macrow)

Argumento e roteiro Alan Jay Lerner

Fotografia Alfred Gilks, John Alton

Música George Gershwin, letras Ira Gershwin

Direção musical Johnny Green, Saul Chaplin

Montagem Adrienne Fazan

Direção de arte Cedric Gibbons, Preston Ames

Coreografia Gene Kelly

Figurinos Orry-Kelly

Produção Arthur Freed, MGM.

Cor, 115 min (1h55)

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