Bus Stop, no Brasil Nunca Fui Santa, de 1956, foi o segundo filme lançado quando Marilyn Monroe já era indiscutivelmente a maior estrela do cinema americano.
O primeiro havia sido O Pecado Mora ao Lado/The Seven Year Itch, de 1955. Depois de Bus Stop, Marilyn faria apenas mais quatro filmes.
O trailer mostra uma série de capas de revistas – a Time, a Paris Match – com Marilyn, e um letreiro diz: “Marilyn Monroe está de volta às telas!… No filme mais ansiosamente aguardado em muitos anos!…” E a voz empostada de um locutor faz referência à peça Bus Stop, que tinha sido um “fenomenal sucesso na Broadway”.
O filme é uma absoluta porcaria, um abacaxi azedo, uma fenomenal bobagem, que só tem mesmo duas únicas qualidades – a espantosa beleza de Marilyn, e a sensível, ótima atuação dela. Dá pra rir: ao rever agora pela primeira vez, depois de meio século, dei boas risadas – mas a graça vem mais do fato de que é tudo bobo demais da conta. Ri do ridículo que é aquilo.
Bem, obviamente esta é apenas a minha opinião, e, como gosto sempre de lembrar, a minha opinião vale no máximo uns três guaranis furados, e vou transcrever aqui o que dizem críticos respeitados.
Antes, quero registrar que, logo após ver o filme agora, para fazer esta anotação, comentei com Mary que não conseguia compreender como a peça em que o filme se baseia pode ter tido tanto sucesso, nem como é possível que ela tenha sido escrita por William Inge, um autor de outras peças sérias, dramáticas, que deram origem a filmes muito bons. Só para dar um exemplo, é dele o roteiro original de Clamor do Sexo/Splendor in the Grass, o grnade filme de 1961 de Elia Kazan.
A Wikipedia, essa maravilha, resolveu o mistério: a peça de William Inge – que teve 478 apresentações na Broadway, em 1955 e 1956, e mereceu quatro indicações ao Tony, inclusive ao prêmio principal, de melhor peça – tem muito pouco a ver com o filme.
A peça é drama com oito personagens. O filme é comédia com dois protagonistas
Bus Stop, a peça, é um drama, com alguns elementos cômicos apenas. A ação se passa ao longo de algumas poucas horas, numa lanchonete que é a parada de ônibus do título, no interior do Kansas. Uma tempestade de neve impede um ônibus de continuar a viagem, e então o motorista e quatro passageiros convivem durante algum tempo com três pessoas do local. Os oito personagens são importantes. Chérie, a mulher bonita, cantora de saloons baratos, e Bo, o jovem caubói inocente de tudo, são apenas dois entre oito.
O filme é completamente diferente. É uma comédia – e a história foi reescrita, refeita (pelo experiente George Axelrod), para servir como um veículo para o brilho de Marilyn. Assim, Chérie e Bo são os personagens centrais da história, os demais são coadjuvantes; a parada de ônibus do título, a lanchonete, aparece no começo e depois no fim, mas a ação começa no rancho de Bo, em Montana, e, na maior parte do filme, em Phoenix, no Arizona, onde Bo vai participar de um rodeio e então fica conhecendo Chérie.
No filme, Chérie, uma moça do interiorzão, tem o sonho de ir para Hollywood, tentar virar uma estrela. Veio viajando do Leste rumo a Hollywood e foi parando pelo meio do caminho para garantir a sobrevivência como cantora de bar vagabundo; no momento da ação, está em Phoenix, cantando numa pocilga chamada Blue Lagoon Cafe. Conta que é perseguida pelos homens desde que tinha 12 anos, mas nunca encontrou ninguém que a tratasse bem, que a respeitasse, que demonstrasse carinho por ela.
É um papel que cai como uma luva para Marilyn. Chérie é a perfeita mistura de beleza estonteante, paralisante, com carência afetiva, de pureza, inocência, ausência de malícia com uma sensualidade explosiva, irresistível.
Define-se como uma “chanteuse” – assim, naquele francês mal pronunciado dos americanos. E foi do francês, claro, que tirou seu nome artístico, Chérie, xerrí, oxítono.
Bo, mais bronco do que as vacas que sabe dominar como ninguém, não consegue dizer xerrí, e a chama o tempo todo de Cherry, cereja. Txéri, paroxítono.
Ele é interpretado por Don Murray; nos créditos iniciais aparece “Introducing Don Murray”. Foi de fato o primeiro filme dele, mas não era um estreante: tinha trabalhado em uma dezena de séries de TV.
É preciso registrar: George Axelrod, o cara que, a mando dos chefões da 20th Century Fox, pegou alguns elementos da peça dramática de William Inge e inventou essa grande bobagem para Marilyn brilhar e aparecer boa parte do tempo com roupa de cantora de saloon, com um bom decote nos seios fartos e as gloriosas coxas de fora, é um bom roteirista. São dele os roteiros de belos dramas como Sob o Domínio do Mal (1962) e de comédias como O Pecado Mora ao Lado (1955), Quando Paris Alucina (1964) e Como Matar Sua Esposa (1965). Mas também cometeu outras bobagens, como Bonequinha de Luxo (1961).
Bo é mostrado como forte como um touro e ingênuo como um anjo
Órfão, Bo foi criado por um homem bondoso, honesto, boa gente, Virgil (o simpático Arthur O’Connell). Os primeiros 15 minutos do filme mostram Bo e Virgil empreendendo a longa viagem do rancho no interiorzão de Montana até Phoenix, com a parada na lanchonete de Grace (Betty Field) e da garçonete Elma (o papel de uma Hope Lange linda demais aos 23 aninhos, em seu primeiro filme).
O roteirista George Axelrod faz Virgil dizer algumas frases que definem muito bem quem é esse Bo, um sujeito alto e forte feito um touro, que, na parada de ônibus na lanchonete de Grace, come três hambúrgueres servidos por Elma e engole, de um glut glut, direto da garrafa, um litro de leite.
Quando se preparam para a longa jornada, Virgil diz para Bo, mas sobretudo para os espectadores: – “Bo, quando você tinha 5 anos, coloquei você numa sela, e você saiu cavalgando. Quando você tinha 7 anos, joguei você no rio e você saiu nadando. Agora que você está com 21, é tempo de você saber o que é uma garota.”
Ao que Bo-Don Murray, como uma cara de absoluto sonso, diz: – “A gal???”
Daí a pouco, Bo diz para Virgil, depois de uma séria reflexão com seus dois neurônios, algo assim: – “Sabe, Virgil? Eu vou conhecer uma gal linda como um anjo e vou casar com ela.”
Virgil também explica para alguém no ônibus (mas, de novo, sobretudo para os espectadores) que Bo jamais havia saído do rancho antes. Aquela era a primeira vez que ele via algo do mundo além das suas vacas e cavalos.
O caubói laça Marilyn como se ela fosse um bezerro
Em Phoenix, na véspera do dia do grande rodeio, Bo fica horas tomando banho de banheira e depois botando sua melhor roupa. Ele está na banheira quando Virgil olha para fora da janela do quarto – e então, quando estamos com exatos 15 minutos de filme, a câmara mostra Marilyn pela primeira vez.
Chérie está sentada no parapeito de uma janela dos fundos de um bar.
Virgil diz a Bo que já está indo para o bar em frente, ele que vá para lá depois.
Além de cantar no Blue Lagoon Cafe, Chérie tem como parte de suas funções entreter os fregueses. A moça que, vemos logo, é a grande aliada dela no lugar, Vera (Eileen Heckart), sugere a ela que vá se sentar com aquele senhor grisalho ali, que parece boa gente, inofensivo. E Chérie senta-se à mesa de Virgil, que logo pede para ele mesmo uma cerveja e um uísque para a dama.
Quando Chérie está para pedir o quarto uísque, Virgil prova a bebida e vê que é chá – o velho conto do vigário do dono de saloon barato. Ameaça fazer um escândalo, mais aí o dono do bar chama Chérie para cantar.
E ela está no palco, cantando “That Old Black Magic” – aquela Marilyn Monroe toda, meu Deus do céu e também da terra – quando entra no saloon Bo, o caubói mais inocente da História do mundo.
Bo bate o olho naquilo e diz para Virgil: – “Aquele é o meu anjo!”
E em seguida manda todos os bêbados do bar calarem a boca para ouvir a moça que está cantando.
O vozerio continua, e Bo sobe numa mesa, assobia, berra para todo mundo calar a boca que a moça está cantando.
Todo mundo cala a boca.
Quando Chérie termina sua apresentação e sai do palco, Bo vai ao encontro dela. O bar todo está em silêncio, e as pessoas estão olhando para o caubói grandão e a estrela gostosérrima. Aí Bo ordena que todo mundo volte a conversar, e se apresenta para ela:
– “Meu nome é Beauregard Decker, senhora. Tenho 21 anos e sou dono de um rancho em Timber Hill, Montana, onde tenho um ótimo rebanho de gado Hereford, uma dúzia de cavalos e as melhores ovelhas e porcos e galinhas do país. Eu vim para o rodeio de amanhã com a idéia de encontrar um anjo e este anjo é você. Agora, eu não tenho muito tempo para conversa doce, e então eu ficaria muito grato se você saísse comigo até lá fora para respirar ar puro.”
E isso é só o começo.
Vem muito mais bobajada daí pra frente. Lá pelas tantas, num momento em que Chérie está quase entrando num ônibus rumo a Los Angeles, para fugir do caubói doidão, Bo saca uma corda e laça a moça. Literalmente. Como se Marilyn Monroe fosse um bezerro.
Marilyn passou depressa de coadjuvante a maior estrela do cinema
Marilyn Monroe teve pequenos papéis em 13 filmes produzidos entre 1947 e 1951. Em vários deles foram papéis mínimos; em um, por exemplo, foi o de uma garçonete de um bar que aparecia rapidamente. E vários deles foram filmes nada marcantes.
Dois de 1950 são grandes filmes, em que ela teve papéis pequenos mas já de alguma importância: A Malvada/All About Eve, de Joseph L. Manckiewicz, e O Segredo das Jóias/The Asphalt Jungle, de John Huston.
Em 1952, foram lançados cinco filmes com ela; em dois deles, eram papéis pequenos – Páginas da Vida e Só a Mulher Peca. Em O Inventor da Mocidade, Travessuras de Casados e Almas Desesperadas, já interpretava personagens mais importantes.
Entre 1953 e 1954, chegaram aos cinemas cinco filmes em que Marilyn já estava entre os protagonistas: Torrentes de Paixão/Niagara, Os Homens Preferem as Louras, Como Agarrar um Milionário, O Rio das Almas Perdidas e O Mundo da Fantasia.
Foi uma ascensão fulminante. Em setembro 1954 quando começaram as filmagens de O Pecado Mora ao Lado/The Seven Year Itch, já era a maior estrela de Hollywood. O Pecado Mora ao Lado, o primeiro dos dois que fez com o diretor Billy Wilder, teria pré-estréia de gala em Nova York em 1º de junho de 1955, o dia em que completava 29 anos de idade.
Faria apenas outros cinco filmes: este Nunca Fui Santa, O Príncipe Encantado/The Prince and the Showgirl (1957), Quanto Mais Quente Melhor/Some Like it Hot (1959), Adorável Pecadora/Let’s Make Love (1960) e Os Desajustados/The Misfits (1961).
Quando morreu, em 5 de agosto de 1962, Marilyn era a maior estrela do cinema mundial. E estava com apenas 36 anos.
Me ocorreu, ao rever agora este Bus Stop, que Marilyn fez, em sua curta carreira, um western, O Rio das Almas Perdidas, e dois outros que, embora não sejam propriamente westerns, envolven caubóis, cavalos e rodeios. Além deste aqui, há também Os Desajustados. Só que Bus Stop é uma bobagem e os Desajustados, um filmaço.
Marilyn tinha já dificuldade em decorar as falas, e fazia muitas exigências
Entre os 39 itens da página de Trivia do IMDb sobre o filme, várias falam das dificuldades de Marilyn para memorizar as falas, sua insegurança e, ao mesmo tempo, suas exigências, suas muitas demandas. O roteirista George Axelrod diz que em boa parte do tempo, durante as filmagens, um membro da equipe, Joe Curtis, estava por perto da atriz, fazendo o ponto – recitando para ela os diálogos que ela então repetia.
E ainda tinha a “acting coach”, a diretora pessoal de Marilyn, Paula Strassberg, a mulher de Lee Strasberg, que dirigia o Actors Studio, a famosérrima escola dramática por onde passaram Marlon Brando, Paul Newman, Al Pacino.
Don Murray falou em entrevistas que era muito difícil filmar as cenas com Marilyn. Por causa da dificuldade dela em memorizar as falas, várias vezes cada tomada tinha que ser repetida umas 30 vezes. “Eu ficava relaxado nas cenas em que ela não aparecia”, disse.
E havia as exigências. A jovem Hope Lange, estreando no cinema aos 23 aninhos de idade, tinha os cabelos louros, bem claros. Marilyn bateu o pezinho: não poderia haver duas louras no filme. E então tingiram os cabelos de Hope de castanho.
Conta-se também que ela recusou diversas roupas desenhadas para ela pelo departamento de figurinos da Fox.
Já o diretor Joshua Logan teceu os maiores elogios a Marilyn. Em entrevistas, realçou o talento dela, a “inteligência natural”. “Ela fazia o ato de dirigir valer a pena. Ela fazia tantas coisas fascinantes acontecerem com sua face, sua pele, seu cabelo, seu corpo, enquanto dizia as falas… Ela era inspiradora.”
Consta que foi Marilyn que insistiu com Logan para que Chérie aparecesse sempre branca demais, como se dormisse o dia inteiro e jamais, em ocasião alguma, estivesse exposta ao sol. Com seu maquilador particular, Allan Snyder, recobriu-se de maquiagem para ter aquele tom de pele quase doentio – que acaba funcionando muito bem na tela.
Vários nomes foram falados para o papel de Bo: Elvis, Brando…
O IMDb cita diversos atores que, em algum momento, foram cogitados para o papel de Bo Decker. Executivos da Fox queriam Elvis Presley. Imagine Elvis e Marilyn juntos, que loucura teria sido. Mas o Capitão Parker, o homem que ditava o que Elvis deveria fazer e o que não deveria, desaconselhou.
Falou-se em Marlon Brando. Consta que Marilyn sugeriu Rock Hudson, mas ele não aceitou. Falou também em Montgomery Clift, mas ele também recusou – iria contracenar com Marilyn naquele que acabaria sendo o último filme dela e também o último de Clark Gable, Os Desajustados (1961).
O papel acabaria indo para um nova-iorquino que jamais havia subido num cavalo na vida. Joshua Logan viu Don Murray atuar na Broadway na peça The Skin of Our Teeth, de Thornton Wilder, e o escolheu.
Murray foi indicado ao Oscar de melhor ator coadjuvante, embora a rigor fique mais tempo na tela que Marilyn.
Primeiro filme de Don Murray, primeiro filme de Hope Lange. Apaixonaram-se e se casaram, os dois jovens. Ficaram casados de 1956 a 1961, quando Hope trocou o marido por Glenn Ford, com quem trabalhou naquele ano em Dama por um Dia, de Frank Capra. Em 2017, Don Murray continua na ativa. Hope Lange morreu aos 70 anos, em 2003.
Para Jean Tulard, esse talvez seja “o mais belo papel de Marilyn Monroe”
Leonard Maltin dá 3.5 estrelas em 4 para Bus Stop: “O filme que finalmente provou que Monroe de fato sabia atuar; excelente comédia-drama sobre inocente caubói (Murray) que se apaixona por cantora de saloon e decide se casar com ela – não se incomodando em perguntar. Ótimas atuações de todos, com a famosa interpretação de “That Old Black Magic” por MM como um destaque; adaptação de George Axelrod da peça de William Inge.”
Maltin informa ainda que o filme foi exibido pela TV com o título de The Wrong Girl, e que mais tarde a história foi usada numa série de TV.
Sim: o IMDb fala de Bus Stop, uma série de TV de 1961, de 26 episódios, que, pelo jeito, é mais fiel ao espírito da peça, não se concentrando nos personagens de Chérie e Bo.
Em 1982 foi feito um telefilme Bus Stop com roteiro do próprio William Inge.
“Belo papel dramático para uma Marilyn que procurava o reconhecimento artístico”, diz o Petit Larousse des Films. “É preciso vê-la cantando ‘That Old Black Magic’ para compreender o impacto de uma atriz muitas catalogada como deslumbrante idiota.”
O Larousse ainda chama a atenção para a utilização notável de um close-up “emocional” nas sequências finais – e o guia está certíssimo em fazer isso. É de fato notável o uso do close-up nos rostos de Marilyn Monroe e Don Murray bem no final do filme, no bus stop do filme, a lanchonete de Grace. Aqueles eram os primeiros anos do CinemaScope, o formato de tela grande, retangular, com que o cinema americano tentava combater a sua então jovem rival, a TV. A ordem, na época, era usar e abusar de planos gerais, grandiosos, de preferência com muitos extras para encher toda a tela. Era o tempo dos épicos, dos filmes bíblicos tipo O Manto Sagrado, Demetrius, o Gladiador, Os Dez Mandamentos.
Joshua Logan mandou para o espaço as intruções de como usar o CinemaScope e tacou close-up no rosto lindérrimo de Marilyn. É de fato notável.
O próprio Jean Tulard assina a resenha de Arrête d’Autobus em seu fabuloso Guide des Films. Dá 3 estrelas em 4, algo raro (a maioria dos 15 mil filmes comentados não leve estrela alguma), e se derrete-se todo-se:
“Talvez o mais belo papel de Marilyn Monroe, bela, comovente, indefesa, sublime. O espectador é tomado pela graça dela nesta comédia em que todos os atores estão excelentes.”
Anotação em outubro de 2018
Nunca Fui Santa/Bus Stop
De Joshua Logan, EUA, 1956
Com Marilyn Monroe (Chérie), Don Murray (Beauregard Decker, o Bo)
e Arthur O’Connell (Virgil Blessing), Betty Field (Grace, a dona do restaurante da parada de ônibus), Eileen Heckart (Vera, a amiga de Chérie), Robert Bray (Carl, o motorist do ônibus), Hope Lange (Elma Duckworth, garçonete de Grace), Hans Conried (o fotógrafo da Life Magazine), Max Showalter (o reporter da Life Magazine)
Roteiro George Axelrod
Baseado na peça de William Inge
Fotografia Milton Krasner
Música Curyril J. Mockridge e Alfred Newman
Montagem William Reynolds
Produção 20th Century Fox. DVD Fox.
Cor, 96 min (1h36)
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Título na França: Arrête d’autobus. Em Portugal: Paragem de Autocarro.
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