Bonequinha de Luxo / Breakfast at Tiffany’s

zztiffany1

1.0 out of 5.0 stars

Breakfast at Tiffany’s, no Brasil Bonequinha de Luxo é um dos filmes mais adorados da história. É um cult, um clássico. Teve 5 indicações ao Oscar, levou 2: no total, foram 15 prêmios, fora outras 8 indicações. Está nos livros 500 Must-See Movies e 1001 Filmes para Ver Antes de Morrer. Os guias de filme são pródigos em elogios.

Reúne um monte de grandes nomes. Audrey Hepburn, para começar, é claro. O grande Blake Edwards, diretor por quem tenho o maior respeito. Truman Capote, o autor da noveleta que deu origem ao filme. Henry Mancini, o autor de belíssimas trilhas sonoras, que musicou diversos filmes de Blake Edwards. Johnny Mercer, o extraordinário letrista de tantos clássicos da Grande Música Americana, autor da letra da canção “Moon River”, aquela maravilha. George Axelrod, o autor do roteiro, escritor e roteirista de primeiro time, autor da peça teatral que resultou em O Pecado Mora ao Lado, entre várias obras importantes.

“Filme charmoso”, “detalhes datados não diminuem a comédia fina”

zztiffany2Vamos às opiniões dos outros. Começo pelo sempre sintético Leonard Maltin, que dá 3.5 estrelas em 4: “Filme charmoso a partir da história de Trumam Capote, com Hepburn como Holly Golightly, garota de cidade pequena que fica chique em Nova York. Detalhes datados não diminuem a comédia fina e o romance. Roteiro de George Axelrod. Vencedor do Oscar de trilha sonora (Henry Mancini) e canção, ‘Moon River’ (Mancini e Johnny Mercer).”

O CineBooks’ Motion Picture Guide Review deu 4 estrelas em 5: “A novela de Truman Capote ganha vida gloriosamente nas telas com Audrey Hepburn saltitando através do filme no papel da sempre charmosa Holly Golightly, que insiste em viver do seu jeito, com um espírito indomável, mas mostrando uma vulnerabilidade que captura o coração do espectador.”

E depois: “(George) Peppard está crível e discreto como o jovem escritor (uma versão pouco disfarçada do próprio Capote) que se torna amigo de Holly Golightly. Patricia Neal como a ‘patrocinadora’ do autor foi bem escolhida. Martin Balsam como o agente de Holly Golightly oferece uma significativa visão da personalidade de sua cliente pelo meio do filme quando a descreve: ‘Ela é falsa, está certo, mas uma falsa real’. A participação de Mickey Rooney como um fotógrafo japonês adiciona uma incongruência desnecessária aos procedimentos. Com este filme, um novo tipo de mulher faz sua primeira aparição significativa na tela: Hepburn interpreta uma precursora da mulher liberada que iria aparecer em filmes do final dos anos 60.”

Essa última afirmação é uma arrematada asneira. E isso não é minha opinião, não – é apenas a verdade dos fatos. Muitas mulheres liberadas já haviam sido retratadas no cinema americano antes de 1961, o ano de lançamento de Breakfast at Tiffany’s. Basta lembrar as diversas mulheres fortes, independentes, que trabalham fora e ganham a vida interpretadas por Katharine Hepburn: advogada em A Costela de Adão (1949), professora e desportista em A Mulher Absoluta (1952), jornalista da área internacional em A Mulher do Dia (1942), para citar só três.

zztiffany3Ou da figurinista bem sucedida, rica, interpretada por Lauren Bacall em Teu Nome é Mulher (1957). Ou da mulher que fica rica no ramo alimentício, interpretada por Claudette Colbert em Imitação da Vida (versão de 1934), ou a que fica rica no ramo de roupas, interpretada por Lana Turner na refilmagem de Imitação da Vida (1959). Ou da também rica figurinista feita por Barbarba Stanwyck em Chamas Que Não se Apagam (1956).

Ou da mulher que cria uma rede de restaurantes interpretada por Joan Crawford em Mildred Pierce (1945).

A lista poderia continuar por diversos parágrafos. Chamar Holly Golightly de “precursora da mulher liberada”, mais ainda que uma cretinice, é um absurdo erro que demonstra ignorância, desconhecimento.

E além do mais, Holly Golightly vive do que os homens pagam em dinheiro a ela por sua beleza. Uma versão bem light, bem edulcorada de garota de programa. Mulher liberada uma ova.

Mas vamos em frente.

“Um dos dramas românticos mais deliciosos e inesquecíveis”

Eis o que diz o livro 1001 Filmes para Ver Antes de Morrer: “Truman Capote, autor do romance que inspirou Bonequinha de Luxo, imaginou Marilyn Monroe interpretando o papel da protagonista, a festeira Holly Golightly, mas é difícil imaginar alguém que tivesse se adequado tão bem ao papel quanto Audrey Hepburn. Na abertura do filme, diante da Tiffany’s, a famosa joalheria de Manhattan, a atriz nunca esteve tão encantadora e luminosa.

“Na história de Capote, Holly é nitidamente uma garota de programa. Como o filme de Blake Edwards foi feito em 1961, quando assuntos como esse davam dor de cabeça aos censores, a Holly de Hepburn é retratada como uma moça boêmia que sobrevive de presentinhos de admiradores. No mesmo edifício onde reside vive o escritor Paul (George Peppard), que luta para demonstrar seu talento e também se mantém graças à ajuda de uma rica benfeitora (Patricia Neal), com quem tem um caso. O equilíbrio delicado dos relacionamentos dos dois personagens é posto em cheque quando Paul se apaixona por sua vizinha linda e um tanto exasperante.

zztiffany4“Com o cabelo puxado para trás, chiquetérrima em um vestido preto, portando uma elegante piteira, Audrey Hepburn incorporou uma imagem inesquecível que não esmaeceu com a passagem do tempo. Acrescente a isso a música marcante de Henry Mancini e um punhado de momentos clássicos (Hepburn cantando ‘Moon River’ e procurando seu querido gato pelas ruas de Nova York durante um temporal), e o resultado é um dos dramas românticos mais deliciosos e inesquecíveis produzidos em Hollywood.”

O livo 500 Must-See Films diz: “Holly Golightly não agradecerá se você se referir às suas origens no Texas – não desde que ela foi para Nova York e encontrou maneiras de permitir a homens agradecidos que financiem sua existência glamourosa. Sempre que Holly fica triste, ela vai até a Tiffany’s – a única joalheria que vale a pena observar. Seu novo vizinho, Paul (Peppard), não a julga: ele mesmo tem sua própria amiga rica, 2-E (Neal). Pouco a pouco, Holly e Paul vão ficando íntimos, mas qualquer tipo de relação ‘real’ a deixa aterrorizada. Ela não quer possuir ou ser possuída por ninguém.”

Um filme idiota, com situações que não se sustentam ou são ridículas

Pois bem. Agora vou dar minha opinião. Ao revê-lo agora, achei Bonequinha de Luxo um filme absolutamente idiota. E com uma leve pitada de racismo.

Claro: Audrey está linda, maravilhosa, deslumbrante, elegantérrima, graciosa. “Moon River” é uma beleza – e toda a trilha de Henry Mancini é perfeita.

Mas é uma história boba, com situações que ora não se sustentam (como as primeiras vezes em que Holly e Paul se encontram, por exemplo), ora são simplesmente ridículas (o japonês caricatural interpretado por Mickey Rooney, toda a sequência da festinha, em especial o personagem de Martin Balsam beijando uma mulher de pé dentro do chuveiro).

zztiffany5E a personagem central, Holly Golightly, se a gente pensar um pouquinho, é bem pior do que “um tanto exasparente”, como diz o livro 1001 Filmes: é uma garota chata, desmioladinha, leviana, deslumbrada com luxo e riqueza. Linda, sem dúvida, mas com uma cabecinha com a profundidade de um pires.

Pode ser um defeito meu, uma idiossincrasia imbecil, mas não consigo ter qualquer simpatia ou admiração por uma personagem cuja maior aspiração na vida é observar jóias.

A questão, provavelmente, tem a ver com as adaptações que o roteirista George Axelrod teve que fazer na trama original de Truman Capote para não desagradar ao censores do Hays Office. Ficou absolutamente falsa a figura da moça festeira que vai com ricaços a restaurantes caros e elegantes e ganha gorjeta de US$ 50 cada vez que vai ao toalete – em troca de nada.

Detalhinho mínimo de espectador cricri: Holly ouvir lições de Português de Portugal preparando-se para a viagem ao Brasil é bastante ridículo.

O detalhe do racismo, que não é nada desprezível, aparece duas vezes. A primeira, na tal ridícula festa no apartamento – um enxerto de comédia escrachada, pastelão, no meio de um drama –, quando Holly se refere ao tal brasileiro milionário, José da Silva Pereira, como dark – escuro. (Aliás, o brasileiro Pereira é interpretado por José-Luis de Villalonga, natural de Madri.)

Bem mais adiante, quando a narrativa já se aproxima do fim, Holly Golightly, certa de que está indo para o Brasil casar-se com o milionário, se sai com a seguinte frase:

“Daqui a muitos, muitos anos, vou voltar. Eu e os meus nove moleques brasileiros. Eles serão escuros, como José, é claro. Mas terão olhos verdes lindos e brilhantes. Vou trazê-los de volta, sim, porque eles precisam ver isto aqui. Eu amo Nova York.”

zztiffany7Comentei sobre essa frase no Facebook, e dois amigos me contestaram. Um deles, o Luís Octávio de Lima, argumentou que a tradução de dark por escuros é que tornou a frase racista. Outro, Carlos Marchi, disse que chamar os moleques de escuros ou pretos ou mulatos não é racismo.

De fato não é. Simplesmente dizer que um negro é negro ou um mulato é mulato não é racismo algum. Mas no contexto em que Holly fala a frase há uma nítida indicação racista. Ela está se lamentado do fato de que seus filhos serão escuros. E a tradução aí de dark é escuros mesmo, porque se ela quisesse dizer morenos – significando pessoas de cabelo negro -, teria usado brunette.

Não é uma questão do politicamente correto, de forma alguma. Tenho nojo profundo da submissão ao politicamente correto. O filme faz referência à cor de pele de uma maneira evidentemente racista.

E também não é uma questão de que o filme tenha ficado datado, tenha envelhecido mal, como disse outro amigo, Melchíades Cunha Júnior. Há centenas, milhares de grandes filmes muito anteriores a Bonequinha de Luxo que permanecem maravilhosos.

Sei que é uma opinião danada de polêmica, mas eu digo que Bonequinha de Luxo sempre foi uma porcaria. Ele nos enganou a todos  por causa do charme absoluto de Audrey Hepburn.

O eventual leitor discorda? Pois lanço a ele o desafio: veja o filme de novo.

Anotação em junho de 2014

Bonequinha de Luxo/Breakfast at Tiffany’s

De Blake Edwards, EUA, 1961

Com Audrey Hepburn (Holly Golightly), George Peppard (Paul Varjak), Patricia Neal (2-E), Buddy Ebsen (Doc Golightly), Martin Balsam (O.J. Berman), Mickey Rooney (Mr. Yunioshi), José-Luis de Villalonga (Jose da Silva Pereira), John McGiver (o funcionário da Tiffany’s), Stanley Adams (Rusty Trawler), Alan Reed (Sally Tomato)

Roteiro George Axelrod

Baseado na novela Breakfast at Tiffany’s, de Truman Capote

Fotografia Franz Planer

Música Henry Mancini

Canção “Moon River” por Henry Mancini-Johnny Mercer

Montagem Howard Smith

Figurinos de Audrey Hepburn por Hubert de Givenchy; figurinos de Patricia Neal por Pauline Trigere; supervisão de figurino Edith Head

Produção Paramount. DVD Paramount.

Cor, 115 min

*

26 Comentários para “Bonequinha de Luxo / Breakfast at Tiffany’s”

  1. Olá Sérgio! Concordo contigo. De 4 estrelas daria 2. Não o acho nada de especial. Penso que a adoração provém essencialmente da presença magnifica de Audrey Hepburn. O filme é simples, aborrecido, vulgar. A personalidade de Holly é chata, sempre com mudança de planos e sem maiores ambições. Não gosto muito do filme. Dos três que vi da Audrey (este, My fair lady e Férias em Roma) preferi este último. Um romance mais envolvente, com personalidades mais interessantes.

  2. Caro amigo, o filme não é tão ruim assim; é apenas muito diferente do livro.
    No Livro Holly é uma puta e o personagem interpretado por George Peppard é homossexual. O engraçado do filme é ver o esnobe espanhol José Luis de Villalonga interpretando um ‘rancheiro’ brasileiro que fala com forte sotaque português.

  3. Só vi uma vez, de fato mas, na minha mémoria tenho boas lembranças desse filme. Também não o considero um filme extraordinário não , longe disso, é mediano para bom. Mas entendo sua opinião sim, no fundo o personagem de hepburn é altamente desprezível, muito embora ela nunca seja.

  4. Muito boa a polêmica q vc criou. De fato, o
    filme é fraco. O grande Mickey Rooney está insuperavelmente ridículo, mas…Audrey está
    fabulosamente maravilhosa, no auge de sua beleza e classe. Personagem à parte – escort girl ou “biscate”, como chamávamos nos anos
    60, com muita propriedade – jamais ela foi tão Audrey quanto nesse filme! Para nós, homens, é difícil simpatizar com Holly, mas para as mulheres, nem tanto. Tenho o DVD e não o revejo com assiduidade por ter o filme como medíocre. Mas a música e Audrey estão/são sublimes. Só por isso, no mínimo, sempre, 3 estrelas na classificação. Mas, de resto, sua crítica é absolutamente correta, e acho que dando
    o devido peso a Audrey, vc concordará em rever essa nota cruel. A propósito, registro que meus filmes prediletos com
    Audrey são Sabrina, Funny Face e Um Caminho para Dois, mas em nenhum ela atingiu a culminância de Bonequinha de Luxo.

  5. Só fui ver Bonequinha de Luxo este ano, não é o tipo de filme que me atrai, e tinha altas expectativas por conta da sua fama. Mas quando ele finalmente terminou (eu não aguentava mais tanta coisa rasa) achei uma bela porcaria, super estimado, e fiquei sem entender o porquê de tanta adoração em cima dele, mas deve ser mesmo por causa da Audrey Hepburn. Achei tão fraco e ruim que nenhuma cena ficou marcada, é tudo superficial.

    Ainda que tenha tido mudanças no roteiro, para mim ficou implícito que a personagem da Audrey era uma prostituta, afinal, não tem nenhuma lógica receber dinheiro apenas para ir jantar fora com homens. Dizem que ela relutou em aceitar o papel, e que para ter uma melhor acolhida do público, durante a divulgação falaram que a personagem era uma “kook”, e não uma garota de programa. Então tá.
    Penso como você sobre a Holly Golightly, detesto gente deslumbrada.

    Não acho nada cricri implicar com a cena das lições de português de Portugal às vésperas de uma viagem ao Brasil, é realmente ridículo, deviam ter tido mais cuidado. E até quando teremos que aturar atores de nacionalidade espanhola fazendo papéis de brasileiros? Pra mim isso é falta de respeito, já que nem falamos a mesma língua (aconteceu o mesmo em Comer Rezar Amar, quase 50 anos depois).

    A melhor coisa do filme é o gato.

  6. Eu concordo com tudo, é racista, raso e estereotipado. E, ainda assim, para mim, absolutamente adorável e encantador. Já revi mais de uma vez e sempre me apego. A fragilidade sub-reptícia da personagem e sua alegria de viver me aprisionam, talvez. Ou talvez seja porque gosto imensamente que ser prostituta seja uma escolha. Ou, apenas, porque coisas que não fazem sentido normalmente passam a fazer quando feitas por alguém especial 😉

  7. Hoje resolvi assistir esse clássico e confesso ter sido necessário um esforço para chegar até o final. É MUITO chato!
    Decididamente marcou época pelo visual – figurino de Audrey é deslumbrante – e trilha sonora. Quanto ao enredo, ficou devendo.
    Concordo 100% com sua opinião, eu poderia assinar esses comentários!
    A personagem principal é uma bobinha deslumbrada; não dá nem para torcer por ela.
    Quando a fresquinha soltou o gato na rua, quase desisti de vez…
    A péssima representação de um japonês chega a ser constrangedora, caricatura mal feita!
    Pelo menos descobri que não fui só eu que não conseguiu se encantar com esse filme.

  8. Não posso nem dizer q achei o filme chato pq n consegui chegar até o final…Sempre pensei q fizesse jus ao “classico”. Insuportável. Chateeerrimo… Bobalhão…Tirando as músicas e as roupas da Audrey q são “tuuuuudo” até hoje…

  9. Oii

    Depois de tanto citarem a Audrey em obras, decidi ir pouco atrás dela. Vi bonequinha de luxo na Netflix e fui assistir. Realmente também não me agradou pelo mesmo motivo.

    Sem falar que me irritava toda hora que aparecia o japonês. Gente, porque ser apresentado daquele jeito?!

    Então fui pesquisar sobre a atriz. E vi em sua história um pouco de porque ela pode ser considerada um ícone. Ainda vou ver os outros filmes dela

    Beijos!

  10. Passou sexta (dia 15/12/2017) na sessão cult da TV Cultura. Se vi, foi muito tempo atrás, mas nao me recordo. Sempre ouvi falar muito desse filme. Como acho interessante temas sobre prostituição e etc, tinha curiosidade em ver o filme. Nao li o conto, mas dizem que Truman Capote coloca ela como uma garota de programa de luxo, uma ficha rosa da época, uma puta de luxo, não uma puta “oficial”, digamos assim. Tiveram que driblar censura, mas nao achei que ficou tão implícito que ela era uma ficha rosa, uma puta de luxo. A questão dos 50 pra ir ao toalete; uma cena em que um cara bota uma nota no criado mudo e tbem qdo o agente pergunta “acha que ela é?”, mas depois essa frase se referia a ela ser falsa, mas claro que foi uma coisa de duplo sentido, até explícito.
    Li que no conto fica claro a bissexualidade dela tbem e que ela, de fato, não se prendia a ninguem, nem, no final…distanciaram bem o final, no filme, dessa situação. O cara , no conto, nao era michê, como o do filme (sim, o filme dá aentender bem que ela é ficha rosa e ele um michê) e, me parece, que o cara era gay.

  11. Concordo com a crítica. O livro do Capote podia ter dado um bom filme, mas algo falhou. Talvez o facto do realizador ter sido o Blake Edwards, que pessoalmente nunca me convenceu, acho que, salvo uma ou duas exceções, nunca conseguiu fazer filmes para além da mediania. Faltou algo ao filme, apesar da boa prestação dos 2 protagonistas.

  12. Quando era mais nova, demorei muito para entender o filme. Mas hoje, tenho que dizer que é um dos meus preferidos.
    Ao meu ver, traumatizada pela sua infância (casou-se com 14 anos) Holly, foge da sua realidade tentando viver a vida de outra pessoa – por isso aquele estado da personagem estar “sempre no mundo da lua” ser ingênua , embora ainda queira estar ligada ao seu passado anterior ao seu casamento (chama Paul de Fred), toda essa experiência a torna frívola e ambiciosa.
    No momento em que se despede de seu antigo marido (cena na estação de trem) e percebe que aquilo não é mais uma mágoa, aceita seu verdadeiro eu (Lula Mae) e vai viver sua vida ao lado de Paul – que sempre a aceitou com todos os defeitos. Se tornando assim um dos meus romances favoritos, pela paciência dele: por entendê-la em todos os momentos, e por ela aceitar finalmente suas raizes dando a chance a si mesma de finalmente ser feliz.
    Não acho que o filme seja perfeito, mas o vejo como um romance clássico e cheio de esperança.

  13. Eu acho que você pegou pesado DEMAIS com o Breakfast at Tiffany’s! É verdade que adocicaram demais a novela genial do Truman Capote, mas estamos no começo dos anos 60! Toda a revolução cultural ainda estava por vir! Não dava para fazer um filme sobre uma garota de programa e seu vizinho gay – como é a estória original. E voce destacou somente os pontos baixo do filme, que existem, mas existem muitos pontos altos: a indiscutível beleza e elegância de Audrey Hepburn, a música de Henry Mancini, coadjuvantes excelentes como e personagem rica e esnobe de Patricia Neal (que nem existe na estória original), e o sempre competente Buddy Ebsen, a fotografia deslumbrante do filme, as locações em Novo York… Acho um filme encantador, já revi várias vezes e sempre me emociono com a cena final.

  14. Olá, Daniel!
    Acho que você tem razão, sim. Acho que peguei pesado demais mesmo.
    Reconheço todas as qualidades que você apontou. Claro, óbvio, Audrey, sua beleza, seu encanto. Toda a trilha sonora – e “Moon River”, aquela maravilha O George Peppard de fato está bem, a Patricia Neal é uma grande atriz, sim… A fotografia de fato é irrepreensível.
    E devo dizer: sou fã do Blake Edwards, adoro um monte de filmes que ele fez, do “Pantera Cor de Rosa” a “Victor/Victoria”, os ótimos dramas pesados “Escravas do Medo” e “Vício Maldito”, todos comentados no 50 Anos de Filmes.
    Repito: você tem toda razão. Peguei pesado demais.
    Um abraço – e obrigado pela gentileza com que você me deu o puxão no ouvido.
    Sérgio

  15. Olá Sérgio! COmo professora de Inglês e residente no Reino Unido por muitos anos, preciso só te dizer que “dark”, em Inglês, não é uma alusão racista. Ë um termo para homens de cabelo escuro, tanto faz a cor da pele. Existe ainda a expressão “a tall dark and handsome stranger”, que é como se fosse o homem dos sonhos das pessoas – um moreno misterioso e belo. Tá aqui o wikipedia : https://en.wikipedia.org/wiki/Tall,_dark_and_handsome e está em vários dicionários também. Podemos, sim, falar do filme, mas a língua diz isso, tradicionalmente, como algo bom, até meio cliché, quando um vidente diz a alguém que será feliz no amor pq um “tall, dark handsome man”irá aparecer. Assim, dark não é uma expressão de raça, pois se aplica a qualquer etnia… Vai que alguém um dia fala essa expressão – só pra elucidar. VLW! Abraço – Adrianne – English Teacher

Comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *