Anotação em 2010: A seqüência dura oito minutos; durante oito minutos angustiantes, sufocantes, de fazer doer o coração, uma mulher de uns 25 anos e uma menina de uns 12 lutam selvagemente, brutalmente, dentro de uma sala de jantar em que todas as portas estão trancadas.
Tomadas mais longas alternam-se com outras bastante curtas; há close-up dos rostos contorcidos de dor e raiva, há planos maiores, de conjunto, em que vemos a sala sendo devastada pela luta, objetos caindo no chão, se estraçalhando. A montagem é ágil, brilhante. As atrizes são absolutamente soberbas – se é que dá para o espectador perceber o brilho da atuação, se não está mergulhado ele mesmo numa sensação de angústia, se perguntando até onde vai aquilo.
É uma das seqüências mais impressionantes, mais memoráveis, mais extraordinárias da história do cinema, esta, em que Anne Sullivan (Anne Bancroft) tenta, à força, domar a fera que tem diante dela, a pequena Helen Keller (Patty Duke), que ficou cega e surda quando bebê e vive num mundo à parte, como se estivesse sendo criada por lobos no meio de uma selva distante de qualquer tipo de civilização.
A seqüência fica bem no meio da narrativa de O Milagre de Anne Sullivan/The Miracle Worker, o segundo dos poucos filmes dirigidos por Arthur Penn – pouquíssimos, mas o suficiente para garantir seu lugar entre os mais importantes cineastas americanos e do mundo.
É um filme marcante, de imensa importância e valor, apesar de andar um tanto esquecido, assim como o próprio Arthur Penn, que morreu em setembro de 2010, logo após completar 88 anos.
O filme não consta, por exemplo, dos recentes 1001 Filmes Para Ver Antes de Morrer e 501 Must-See Movies. Foi lançado em DVD no Brasil neste ano de 2010, numa edição pobre, sem qualquer extra ou especial, esse tipo que tem sido comum de DVD praticamente pirata, embora lançado por empresa que tem CGC e pelo menos teoricamente paga imposto. Mesmo assim, é uma ótima oportunidade para ser visto por quem ainda não conhece – ou revisto pelos mais velhos.
Penn dirigiu a peça para a TV, depois na Broadway e depois no cinema
É uma história real, embora não haja nenhuma referência a isso no próprio filme. Nos créditos iniciais, explica-se que o roteiro é de William Gibson, baseado em sua peça teatral. Não há menção ao fato de que Gibson se inspirou no livro The Story of My Life, de Helen Keller.
Arthur Penn dirigiu uma versão da peça de William Gibson para a TV americana, em 1957. Poucos anos mais tarde, dirigiu também a montagem da mesma peça na Broadway, com Anne Bancroft como Anne Sullivan e Patty Duke como Helen Keller. Quando teve a oportunidade de levar a peça para o cinema, em 1962, produzido por um velho amigo que conhecera ainda durante a Segunda Guerra, Fred Cole, Penn manteve a mesma dupla que apresentava o drama nos palcos de teatro. Foi um dos seus grandes acertos. As interpretações das duas são impressionantes, comoventes, absurdamente maravilhosas. As duas ganharam o Oscar – Anne Bancroft, então com 31 anos, o de melhor atriz, Patty Duke, com 16, o de atriz coadjuvante. Na época, foi a atriz mais jovem a receber um Oscar nas categoriais tradicionais.
Anne Bancroft e Patty Duke, ambas nascidas Anna Marie em Nova York
E, antes de falar da história do filme, baseada na história real de Helen Keller, não resisto à tentação de falar um pouquinho de Anne Bancroft e Patty Duke.
Por uma dessas coincidências malucas, apontadas no livro The Films of the Sixties, as duas nasceram no Estado de Nova York, com o mesmo nome, Anna Marie. Anna Marie Italiano, nascida no Bronx em 1931, estudou arte dramática na sua cidade natal, foi descoberta cedo pela 20th Century Fox e assinou contrato com o estúdio para uma série de filmes; reza a lenda que o chefão da Fox, Darryl F. Zanuck, apresentou a ela uma relação de nomes artísticos, e a moça escolheu Anne Bancroft. Sua estréia no cinema foi em 1952, em Almas Desesperadas/Don’t Bother to Knock, ao lado de outra iniciante bela e promissora, uma tal de Marilyn Monroe. Está esplendorosamente linda nesse filme, mas, por causa da pele morena e da ascendência italiana, foi em seguida condenada a papéis desprezíveis em filmes idem. Depois de 15 filmes, cascou fora de Hollywood, o celeiro dos sonhos fazedor de pesadelos, e voltou para Nova York e para o teatro. Conseguiu o papel da protagonista da peça Two For the Seesaw (que seria filmada em 1962, o mesmo ano do filme O Milagre de Anne Sullivan, por Robert Wise, com Shirley MacLaine no papel principal). O autor era William Gibson, o produtor, Fred Coe, e o diretor, Arthur Penn.
Quando o trio foi montar na sua nova peça, The Miracle Worker, levou também a atriz.
A outra Anna Marie nasceu em 1946, no interior do Estado, em Elmhurst, filha de um chofer de táxi nova-iorquino que se separou da mulher quando a garota era bem jovem. Talento natural, foi logo descoberta por casal de produtores, que deram a ela novo nome, Patty Duke; fez trabalhos para a TV e para o teatro, chegou a contracenar com Laurence Olivier, foi parar na nova produção teatral do trio Gibson-Coe-Penn.
Depois de O Milagre de Anne Sullivan, Patty Duke teria longa carreira no cinema e na TV, onde apresentou durante anos The Patty Duke Show. Anne Bancroft também teria longa e bela carreira, mas ficaria marcada para sempre pelo personagem que interpretaria em 1967, a Mrs. Robinson de A Primeira Noite de um Homem/The Graduate, de Mike Nichols.
Costuma-se falar muito na “química” de casais – Spencer Tracy-Katharine Hepburn, Rock Hudson-Doris Day. É impressionante a “química” Anne Bancroft-Patty Duke, no filme de Arthur Penn. São duas interpretações apaixonantes. Só não dá para dizer quem é melhor que quem.
Uma doença, e o bebê fica cega e surda
A Helen Keller da vida real nasceu em 1880, em Tuscumbia, interiorzação do Alabama. No seu filme, Penn não usa aquele recurso de informar em letreiro o ano e o local da ação. O filme começa com um intróito tão rápido quanto doloroso: um médico visita o casal Keller, examina a filhinha deles no berço, que tinha tido o que é descrito como uma congestão. Assim que o pai, o Capitão Keller (Victor Jorgy) sai do quarto para acompanhar o médico até a porta de casa, a mãe, Kate (Inga Swenson), se aproxima do berço, faz ruídos com a mão, começa a chamar a filha pelo nome; dá gritos de pavor, o marido reaparece na cena, a mulher chama a atenção dele para os olhos da filhinha – Helen Keller estava cega e surda.
Começam então os créditos iniciais. Corte no tempo, e Helen está com uns 12, 13 anos. Sem qualquer comunicação com o mundo além do amor e da proteção da mãe, é como um animal de estimação – um animal de estimação capaz de, a qualquer momento, se suas vontades imediatas não forem satisfeitas, transformar-se numa fera imprevisível.
Em rápidos diálogos, rápidas tomadas, o filme informa ao espectador que aquela é uma família rica, da aristocracia do Sul Profundo rural e escravagista, derrotado não fazia muito tempo pelos ianques (o Capitão Keller usa o termo pejorativamente, assim como todos os sulistas) na Guerra da Secessão (1861–1865). Moram numa grande propriedade em área rural, e, embora a escravidão já tivesse acabado, têm diversos empregados negros. Já haviam tentado encontrar quem tentasse educar Helen, sempre em vão.
A irmã do Capitão Keller, Tia Ev (Kathleen Comegys), é quem sugere o nome de uma instituição de Boston, a escola Perkins, que, segundo se dizia, era avançadíssima e obtinha grandes resultados em casos em que as famílias já haviam perdido a esperança.
Segundo o CineBooks’ Motion Picture Guide, na vida real foi Alexander Graham Bell, o inventor do telefone, que, a pedido dos Keller, intercedeu junto ao Perkins Institution par que indicassem alguém para cuidar de Helen.
Quem o Perkins indica para fazer a longa, exaustiva viagem de trem entre Boston, a capital da rica e avançada Nova Inglaterra, até os confins do Sul Profundo para ser a professora de Helen Keller é uma jovem chamada Anne Sullivan (na vida real, ela estava com 26 quando chegou a Tuscumbia, em 1887).
Uma ianque morena quase cega para cuidar da filha do aristocrata sulista
O espectador fica conhecendo Anne Sullivan quando ela está se embarcando em Boston no primeiro dos muitos trens que, de baldeação em baldeação, vão levá-la até o Alabama. Junto dela está seu professor, seu tutor. Anne Sullivan, que aparece na pele de uma jovem, belíssima, expressiva, fantástica Anne Bancroft, impressiona profundamente. Tem uma expressão forte, de pessoa dotada de imensa determinação – temperada e abalada por um passado de feridas feias, profundas.
Penn usa a longa viagem de trem, com sonhos, pesadelos, memórias de Anne, em maravilhosas imagens justapostas, umas sobre as outras, para nos mostrar quem é essa mulher. É quase cega; tinha passado por sucessivas operações para chegar ao que é hoje – uma pessoa que consegue enxergar, mas tem que cuidar permanentemente dos olhos, banhá-los, umedecê-los, e protegê-los da claridade com óculos escuros. Órfã, pobre, viveu a partir dos 11 anos em instituições para menores abandonados, em meio a ratos e doentes incuráveis; numa delas perdeu seu único parente, seu único elo com o resto da humanidade, o irmão Jimmy. Na Perkins Instituton, graças à abnegação dos professores e sua própria férrea determinação, havia aprendido a ler e a dominar a linguagem de sinais – cada letra do alfabeto representada por uma posição dos dedos da mão.
Os Keller vão receber, como a última esperança para Helen, uma jovem morena quase cega ela mesma, em seu primeiro emprego, sem experiência prévia como tutora de ninguém – e ainda por cima ianque.
Um filme tão impressionante que não dá para esquecer nem em 50 anos
Era apenas sua segunda realização no cinema – antes, havia feito Um de Nós Morrerá/The Left Handed One, em 1958, com Paul Newman interpretando o lendário bandido Billy the Kid, baseado em peça de Gore Vidal –, mas Arthur Penn tinha já boa experiência na televisão e no teatro, além de um talento descomunal. Seu filme tem imagens impressionantes; a fotografia de Ernesto Caparros, em glorioso preto-e-branco, o uso de sombras e de momentos de claridade intensa, os enquadramentos estudados, medidos, em algumas tomadas, alternando-se com outros ágeis, sôfregos, nos momentos de enfrentamento físico entre as duas personagens, é tudo de uma beleza e um impacto fascinantes.
Não é à toa que eu me lembrava de diversas situações, de diversas tomadas, até de diálogos – embora não tenha voltado a ver o filme depois das várias em seguida que vi ainda bem garoto, em Belo Horizonte (a primeira em 31 de abril de 1963, no então Cine Tupi, depois Cine Jacques, segundo diz meu caderninho).
“Comovente adaptação da peça de William Gibson sobre a cega e surda Helen Keller e sua admirável professora, Anne Sullivan”, diz Leonard Maltin, que dá 3.5 estrelas em 4. “Foram feitas poucas mudanças na peça, e, como no teatro, a seqüência da luta-pela-autoridade é um ponto alto. Bancroft e Duke ganharam Oscars recriando seus papéis na Broadway. Refeito para a TV com Duke no papel de Sullivan.”
Não sabia dessa informação, ou não me lembrava, o que dá no mesmo. Essa refilmagem para a TV foi feita em 1979, dirigida por um Paul Aaron. Não há lei proibindo refilmagens.
“A emocionante história de Helen Keller, um dos grandes indivíduos do século XX, começou como um livro de autoria de Keller”, define o CineBooks’ Motion Picture Guide. “Todas as pessoas envolvidas na produção deste filme merecem congratulações. A seqüência de oito minutos da luta física entre Anne Bancroft e Patty Duke, com a professora tentando ensinar à aluna algum comportamento, será lembrada por muito tempo como uma das mais eletrizantes jamais encenadas ou filmadas.”
Algumas pequenas fraquezas, coisas de somenos
A primeira dama da crítica americana, Pauline Kael, no entanto, aponta: “A peça tem suas fraquezas”.
Sim: o filme tem fraquezas – pequenas, mas tem. Senti isso, vi isso enquanto revia o filme, lentamente, parando o DVD aqui e ali, voltando atrás para rever um pequeno detalhe, voltando de novo para rever outro. Revi O Milagre de Anne Sullivan com o respeito imenso que o filme merece, que Arthur Penn merece – mas, passados 47 anos da primeira vez que vi, foi impossível não perceber as pequenas fraquezas.
É claro que só leio o que já foi escrito sobre um filme depois de vê-lo, ou revê-lo. Mas uma das fraquezas que vi agora no filme – até porque é óbvia – está no comentário de Pauline Kael. São distoantes do resto do filme as interpretações de Victor Jory e Inga Swenson como os pais de Helen. São teatrais demais – é um gestual que absolutamente não combina com o cinema. Poderiam ser admitidos na época do cinema mudo – jamais aqui, neste filme de 1962.
E até mesmo Anne Bancroft deixa escapar, duas ou três vezes, um gestual mais apropriado ao teatro que ao cinema.
Alguns diálogos entre o Capitão Keller e sua mulher, e entre eles e Anne Sullivan, também soam um pouco estranhos. É difícil aceitar que aquele aristocrata sulista pudesse engolir as verdades que a garota morena e ianque diz – embora, de uma certa forma, a própria ação demonstre que o casal está perdido, sem saber o que fazer, e se, de um lado seria normal demitir sumariamente a professora que ousa contestá-los, de outro eles não tinham mesmo outra opção.
A garota criada como um animal viraria escritora e ativista política
Mas a verdade é que essas fraquezas somem, desaparecem, viram pó de traque, diante da força estupenda do filme, da história, da interpretação magnífica das duas atrizes em estado de absoluta glória. E também da constatação de que, afinal de contas, aquilo ali é uma história real.
“Um dos grandes indivíduos do século XX”, bancava o Cinebooks’. Beleza de ousadia. Dá até vontade de tergiversar um pouco, de imaginar, numa ousadia à la Horácio Ferrer, um mundo que no futuro considere como grandes indivíduos do século não Fidel, mas Yoani Sánchez, não Stálin, mas Bóris Pasternak, não apenas Franklin D. Roosevelt, mas também Helen Keller.
Helen Keller é uma dessas pessoas que parece que existem para contrariar os cínicos, os que sucumbem à noção de que a humanidade é uma invenção que não deu certo. Tornada cega e surda aos 19 meses de idade, tendo portanto crescido sem saber falar, criada como um animal até a adolescência, tornou-se escritora e ativista política. Saiu das tevas profundas para tornar-se a primeira surda e cega a obter um diploma de bacharel em artes; lutou pelo voto feminino e pelos direitos dos trabalhadores. Escreveu 12 livros e um grande número de artigos. Morreu em 1968, 16 anos depois que Arthur Penn mostrou o início da sua vida no cinema. Em1999, o Instituto Gallup a incluiu na sua lista das Pessoas Mais Admiradas do Século XX.
O único filme claramente otimista de um cineasta maior
Superação é um tema recorrente do cinema. Não poderia ser diferente – é um tema recorrente da vida. Há quem torça o nariz para histórias de superação; virou hábito entender que histórias de superação são coisas do “cinema americano”.
Arthur Penn é um dos cineastas americanos ao qual o epíteto negativo de “americano” menos cabe. Parece muito mais europeu que americano. O filme que fez depois de O Milagre de Anne Sullivan, Mickey One, de 1965, parecia muito mais um filme francês, ou italiano, do que americano. Em 1966, fez um dos filmes mais anti-americanos de toda a história, Caçada Humana/The Chase – a crítica americana foi absolutamente impiedosa, e, em uníssono, arrasou o filme, que, na Europa, não por mero acaso, colecionou elogios. Arthur Penn, como aconteceria anos mais tarde com Woody Allen, sempre foi mais badalado pela crítica européia do que pela de seu próprio país.
Depois do até inesperado sucesso de bilheteria de seu filme de 1967, Bonnie and Clyde, pôde fazer uma produção cara, ambiciosa – Pequeno Grande Homem, um anti-western, um violento panfleto contra o extermínio dos índios, contra a Cavalaria, o General Custer, todo o mítico Oeste de John Ford.
É o cineasta que fala (e cito o que já disseram) “da função do mito na reconciliação com a realidade, a natureza arbitrária da violência, o desajustado como um reflexo da sociedade.” “Frente à ordem social, Penn filma o indivíduo anormal (O Milagre de Anne Sullivan), os fora-da-lei (Um de Nós Morrerá), o marginal (Caçada Humana, Amigos para Sempre), o índio fadado ao extermínio pelos brancos (Pequeno Grande Homem), a comunidade hippie (Deixem-nos Viver/Alice’s Restaurant), apreendendo desse modo o mal-estar de uma sociedade que só consegue resolver seus problemas através da violência (a morte de Bonnie e Clyde e o massacre dos índios…) Daí, exceto em O Milagre de Anne Sullivan, o pessimismo de Penn, e talvez seu silêncio.”
A primeira frase entre aspas é do americano CineBooks’. A segunda é do francês Jean Tulard. Penn ficou silencioso desde 1996, quando fez um filme para a TV, até sua morte, ocorrida algumas semanas depois que revi O Milagre de Anne Sullivan e escrevi esta anotação.
Olhando para trás, tentando entender, a impressão que tenho é que O Milagre de Anne Sullivan é o único filme de Arthur Penn que contém um otimismo aberto,franco.
É preciso (como nos filmes de outro grande autor americano da segunda metade do século XX, Martin Scorsese) passar pelas piores privações para se candidatar à redenção, mas, embora difícil, quase impossível de se atingir, a redenção existe – é o que ele parece querer dizer.
Se não houver possibilidade de crença na redenção, ainda que ela seja difícil, quase impossível de se atingir, a vida não tem sentido.
Se houver determinação, se se escolher a aprendizagem, o estudo, o aprimoramento, há saída.
É o que, afinal de contas, a vida de Helen Keller significa.
O Milagre de Anne Sullivan/The Miracle Worker
De Arthur Penn, EUA, 1962
Com Anne Bancroft (Anne Sullivan), Patty Duke (Helen Keller), Victor Jory (Capitão Keller), Inga Swenson (Kate Keller), Andrew Prine (James Keller), Kathleen Comegys (tia Ev)
Roteiro William Gibson, baseado em sua peça The Miracle Worker, que por sua vez se baseou no livro The Story of My Life, de Helen Keller
Fotografia Ernesto Caparros
Música Laurence Rosenthal
Montagem Aram Avakian
Produção Fred Coe, United Artists.
P&B, 107 min
R, ****
Tenho uma enorme, imensa admiração por Arthur Penn. Ele é um daqueles diretores que nunca entram nas listas que faço de cabeça, mas que sempre me causam um travo na boca por tê-los esquecido. Senti muito sua morte, que bom que os filmes permanecem. Este, em sua força e otimismo, gosto. Mais, ainda, aprecio Caçada Humana (e não, não é apenas porque tem Brando e Redford, embora bons e sexies atores não façam mal a filme nenhum).
Maravilhosa Luciana, a moça com a Borboleta nos Olhos… É uma absoluta delícia receber seus comentários.
Um abraço.
Sérgio
Eu ia comentar o filme, mas quando li “a moça com a borboleta nos olhos” achei belíssimo! Sérgio, você é quase um caso de falta de educação. Como é que pode ser cinéfilo, sensível, humilde, inteligente, culto? Apenas poetas elaboram metáforas tão belas. Os olhos são a janela da alma e a borboleta, o símbolo da liberdade. São clichés, mas o que fazer com eles quando são tão verdadeiros?
Ih, Glória, não mereço isso tudo, não, siô… E provo o que digo: a sacada de Borboleta nos Olhos não é minha – é o nome do belo blog da Luciana. Aliás, não deixe de visitá-lo: http://www.borboletasnosolhos.blogspot.com/
Um abraço, e muito obrigado!
Sérgio