Um de Nós Morrerá / The Left-Handed Gun

Nota: ★☆☆☆

Arthur Penn, um dos mais celebrados diretores do cinema americano da segunda metade do século XX, intelectual de esquerda, fascinado e influenciado pelo cinema europeu, estreou no cinema com um western, The Left-Handed Gun, no Brasil Um de Nós Morrerá, de 1958.

O filme foi “recebido com indiferença nos Estados Unidos” – como descreve a biografia do autor na Baseline, uma base de dados americana sobre cinema e TV – mas com elogios na Europa. Lá, venceu o Gran Prix no Festival de Cinema de Bruxelas, e recebeu excelentes críticas, em especial na França.

Diz de Arthur Penn (1922-1010) e de The Left-Handed Gun o texto da Baseline:

“Um diretor de atores, Penn é adepto de estabelecer relações solidárias com os atores e obter deles uma incrível gama de expressões. Por ser tecnicamente astuto, ele compreende a poesia do cuidadoso trabalha de câmara. Segundo ele argumenta, em um filme você não precisa dizer com palavras: ‘Um olhar, um simples olhar dirá’. O uso que Penn faz da iluminação e do som é estilisticamente e intelectualmente sofisticado, mas são os seus temas, mais que seu estilo, que dão força à sua oeuvre. Usando mito, violência e ambiguidade moral, Penn muitas vezes trata de temas contemporâneos através das vidas de deserdados da sociedade.”

Bonito! E usar oeuvre em vez de alguma palavra inglesa para obra é muito chique.

Mais adiante, o texto relata que em 1958 Penn dirigiu seu primeiro filme, baseado numa peça escrita por Gore Vidal para a televisão, “uma interpretação psicológica da lenda de Billy the Kid”. O filme “identificava diversos temas que seriam recorrentes em seu trabalho: a dicotomia da relação pai-filho; a função do mito em reconciliar a realidade; a natureza arbitrária da violência; e o deserdado como um reflexo da sociedade”.

A violência e os deserdados da sociedade são dois dos principais temas de Penn

É necessária uma sinopse. Transcrevo a do Guide des Films de Jean Tulard, que foi escrito pelo próprio mestre, e não por um de seus vários colaboradores:

“William Bonney, um jovem rapaz abandonado, é acolhido por um rico criador de gado que acaba por considerá-lo como um filho. Esse proprietário é morto numa emboscada por quatro notáveis da região. William, conhecido como Billy, o vinga abatendo dois dos assassinos. É salvo por uma anistia, e seu amigo Pat Garrett o convida para seu noivado. Mas Billy se recusa a aquietar-se e abate os dois últimos assassinos de seu pai adotivo. Furioso, Pat Garrett aceita o cargo de xerife e captura Billy. Ele foge. (Acrescento que, para fugir, mata mais duas pessoas.) Tem lugar a confrontação decisiva entre Pat e Billy. (E deixo de fora a última frase.)

Violência e os deserdados da sociedade, como afirma o texto da Baseline, são, sem dúvida alguma, dois dos principais temas da obra de Arthur Penn. Estão presentes em praticamente todos seus filmes, nos maiores, nos extraordinários – O Milagre de Annie Sullivan (1962), Caçada Humana (1966), Bonnie e Clyde – Uma Rajada de Balas (1967), O Pequeno Grande Homem (1970), Um Lance no Escuro (1975) –, da mesma forma que nos nem tanto assim: Mickey One (1965), Duelo de Gigantes (1976).

Ao rever agora The Left-Handed Gun, que vi pela primeira vez em 1967 e do qual gostei muito na época, fiquei absolutamente chocado. Achei o filme muito, muito ruim – mas vou deixar minhas opiniões para o fim desta anotação, e privilegiar as informações objetivas e as avaliações dos críticos.

A começar por uma informação importantíssima, dada por Peter Biskind, autor de diversos filmes sobre o cinema americano: Penn não pôde acompanhar a montagem final do filme. Terminadas as filmagens, os executivos da Warner entregaram o material a um montador, Folmar Blangsted. Penn não teve participação no trabalho – que, em suma, define como fica a obra, define o formato do filme.

Esse tipo de coisa, que pode parecer inteiramente absurda – e é inteiramente absurda mesmo –, acontecia mesmo, naquele tempo, e durante toda a época do domínio dos grandes estúdios sobre as produções, que só mudaria muito nos anos 70 e 80. O diretor muitas vezes era simplesmente ignorado na hora de dar forma final à obra. Foi assim, só para dar um exemplo famoso, com A Marca da Maldade/Touch of Evil, do mesmo ano de 1958: o estúdio, no caso a Universal, pegou o material filmado por Orson Welles e botou um montador para dar a forma final. Fez mais até: um outro diretor foi chamado para acrescentar algumas novas cenas, que foram adicionadas na montagem do filme que foi para os cinemas, sem que Welles tivesse aprovado nada daquilo.

O que me parece estranho é que o produtor do filme, Fred Coe, era amigo pessoal de Arthur Penn. Ficaram amigos nos anos em que Penn serviu Exército, de 1944 a 1946, ou seja, nos dois últimos anos da Segunda Guerra Mundial e no primeiro ano após o encerramento do conflito. Foi Fred Coe que levou Penn para dirigir uma série dramática na televisão, Gulf Playhouse: First Person.

(Penn começou na televisão; depois, paralelamente, fez muito teatro na Broadway, com imenso sucesso – teve três indicações ao Tony de melhor diretor, e levou um troféu. Continuaria a trabalhar na TV e no teatro depois desta estréia no cinema.)

Então afastar o diretor da montagem final, sendo o produtor um amigo, me parece estranho – mas é bem possível que tenha havido ordem superior, dos executivos da Warner, de tal maneira que o próprio produtor Coe não tenha podido fazer nada.

Gore Vidal, o autor da peça que deu origem ao roteiro, não gostou do filme

Essa informação de que a Warner não permitiu que o diretor acompanhasse o processo de montagem do filme é confirmada no IMDb, o site mais enciclopédico sobre cinema há. Segundo o IMDb, a Warner interferiu diversas vezes na produção.

Outra informação da página de Trivia do IMDb: “Paul Newman foi tido amplamente como inadequado para o papel de Billy the Kid já que aos 33 anos ele era consideravelmente mais velho que o personagem. Billy deveria ter 18 anos no começo da ação”.

Prometi deixar minhas opiniões para o fim, mas é impossível não registrar aqui: é absolutamente insuportável ver Paul Newman, homem feito, trintão, fazendo o papel de um kid, um garotinho. É ridículo, é um completo absurdo.

Mais uma informação do IMDb: Gore Vidal – escritor de ficção e de ensaios, dramaturgo, roteirista, comentarista político, político, ator – não gostou da adaptação de sua peça para o cinema. Uma vez descreveu The Left-Handed Gun como “um filme do qual só os franceses poderiam gostar”.

E ainda uma outra informação do IMDb absolutamente surpreendente: segundo estudiosos comprovaram em meados dos anos 1980, com base em uma série de documentos, fotografias, Billy the Kid… não era canhoto! Era destro!

Assim, nem o título do filme de Penn resiste. The Left-Handed Gun na verdade era right-handed! Le Gaucher, do título do filme na França, não usava a mão gauche, e sim a droite!

O Guide des Films de Jean Tulard exalta o filme como uma obra-prima

Vou começar a transcrever trechos de críticas com o texto de Jean Tulard no seu Guide des Films. Ele dá ao filme de Arthur Penn a cotação máxima, de 4 estrelas, e é absolutamente necessário registrar que são raríssimos, raríssimos os filmes que têm 4 estrelas no monumental Guide do mestre francês, de 3 volumes e cerca de 3.700 páginas.

São 15 mil filmes resenhados; apenas um pequeno número recebe cotação; 3 estrelas são dadas para poucos filmes; 4 estrelas, então, é só para o que Tulard e seus colaboradores consideram la crème de la crème.

Pois este filme – de que o adolescente Sérgio Vaz adorou e eu velho achei um pavor – ganhou 4 estrelas no Guide des Films:

“A mais brilhante das biografias do legendário Billy the Kid. De cara, o espectador é capturado: um homem exausto, carregando uma sela, um ruído de um fuzil sendo engatilhado e o homem que pára. Todos os elementos da tragédia estão postos. Porque é de uma tragédia que se trata. Penn confidenciou a um jornalista: ‘Le Gaucher é Édipo no Oeste. Há, no western, convenções, um ritual, uma simplicidade mítica, que fazem um maravilhoso molde da tragédia’. O assassinato do pai adotivo vai fazer de Billy the Kid uma máquina de matar que não pode, por sua vez, evitar o encontro da própria morte. E essa morte vem de um amigo, Garrett. A fatalidade impregna este filme que deu a Paul Newman um dos seus melhores papéis.”

Hum… Há controvérsias.

Eis o que diz o livro The Warner Bros. Story:

“Originalmente uma peça de televisão de autoria de Gore Vidal, The Left-Handed Gun era um western ‘psicológico’ cuja falta de ação ao contar como um Billy the Kid homossexual vai atrás dos quatro homens que mataram seu companheiro torna o filme lento e de alguma maneira ‘artístico’. As intenções do produtor Fred Coe e do diretor Arthur Penn em transformar o que era basicamente uma história rotineira de vingança em algo mais significante deveriam ser respeitadas, mas não da forma com que eles fizeram. Paul Newman foi escolhido para interpretar Billy. Sua atuação foi vítima não apenas da direção e do roteiro (de Leslie Stevens) mas de seu próprio estilo de resmungar à la ‘Método’ que desaceleraram as coisas ainda mais.”

“Método”, claro, é o método de interpretação criado pelo polonês Konstantin Stanislavski, e adotado pelo Actors Studio de Nova York, onde estudaram Paul Newman, Marlon Brando, James Dean, Al Pacino, Ellen Burstyn, Harvey Keitel.

Pauline Kael destaca uma cena especialmente bem feita

Ao ler o que dizem sobre o filme de um lado Jean Tulard e de outro lado os autores de The Warner Bros. Story, me vem à cabeça aquela velha noção: a respeito de um filme,  pode-se dizer qualquer coisa. Absolutamente qualquer coisa. Que é genial – e que é um pavor.

Bem, com absolutamente tudo na vida é assim. Sobre um quadro abstrato inteiramente vermelho de um pintor considerado genial um crítico pode escrever páginas e páginas – de elogios ou de crítica feroz.

Pauline Kael, a prima donna da crítica americana, diz o seguinte, na tradução de Sérgio Augusto na edição brasileira do livro 1001 Noites no Cinema:

“O primeiro de Arthur Penn, adaptado por Leslie Stevens de um telefilme de Gore Vidal, tem um pouco das qualidades violentas, lendárias e nostálgicas do posterior Uma Rajada de Balas. Um jovem Paul Newman, belíssimo, faz Billy the Kid como um rapaz ignorante no Velho Oeste sedento de sexo. Há um presságio da sensibilidade que deu forma a Uma Rajada quando a espingarda de Billy estoura um homem arrancando-o de uma de suas botas. O homem cai na rua, mas a bota permanece de pé; uma menina põe-se a dar risadinhas da bota e não vai muito longe – a mãe lhe dá um tapa, e esse tapa é o selo da consciência do horror. Diz que toda criança deve aprender que muitas coisas que parecem engraçadas não são só engraçadas. Diz que só idiotas ririam da dor e da morte. O próprio tapa é engraçado, mas ainda assim prendemos a respiração; ninguém se atreve a rir.”

O livro 501 Movie Directors, editado por Steven Jay Schneider, diz:

“O talento de Penn estava evidente em seu filme de estréia, The Left–Handed Gun (1958), em que obteve de Paul Newman, interpretando Billy the Kid, uma atuação de fisicalidade intensa, imediata.”

Leonard Maltin deu ao filme 2.5 estrelas em 4: “Titubeante western psicológico tratando a carreira de Billy the Kid, com atuação de Paul Newman típica do Método. Primeiro longa-metragem de Penn, baseado numa peça de TV de Gore Vidal de 1955 da Philco Playhouse. Ver também Gore Vidal’s Billy the Kid.”

Gore Vidal’s Billy the Kid é uma produção feita para a TV em 1990, escrito e supervisionado diretamente pelo escritor, como uma resposta dele ao filme de Arthur Penn. Val Kilmer interpreta o jovem bandido.

A curta vida de Billy the Kid já deu origem a vários, vários filmes

A vida curta e, no meu entendimento, em nada especial, em nada interessante, de William Bonney já deu origem a vários, vários filmes. Billy the Kid foi interpretado por um John Mack Brown em O Vingador/Billy the Kid (1930), dirigido por King Vidor.

Em 1941, foi interpretado por Robert Taylor em Gentil Tirano/Billy the Kid, dirigido por David Miller.

Ao lado de outro nome lendário do Velho Oeste, Doc Holliday, Billy the Kid é personagem de O Proscrito/The Outlaw (1943), o fascinante (enquanto peça de museu) filme dirigido pelo milionário Howard Hughes; aqui ele foi interpretado por Jack Buetel.

Em 1950, foi interpretado por Audie Murphy em Duelo Sangrento/The Kid from Texas, dirigido por Kurt Neumann.

E em 1973 veio Pat Garrett & Billy the Kid, do grande Sam Peckinpah, com James Coburn como Garrett e Kris Kirstofferson como Billy. Antes de ver o filme, me apaixonei absolutamente pela trilha sonora, lançada pela Columbia americana, que comprei importada assim que chegou a São Paulo – o álbum Pat Garrett & Billy the Kid tinha 10 faixas compostas e executadas por Bob Dylan. É uma maravilha de trilha sonora, é uma maravilha de disco, as canções são excepcionais e uma delas considero uma das melhores de todas as, sei lá, 400, 500 canções que Dylan escreveu, de uma simplicidade contundente, emocionante, que ganhou vida própria, foi gravada por muitas bandas e artistas – “Knockin’ on Heaven’s Door”.

(Na minha opinião, a única coisa realmente boa que Billy the Kid fez na vida foi ter inspirado esta canção.)

Apesar de ter a assinatura de Sam Peckinpah – e Sam Peckinpah era uma grife respeitadíssima em 1973 –, o filme foi um fracasso de público e crítica.

Revi-o muitos anos depois, em 2010, e gostei muito do que revi. E escrevi que “os críticos passam, as obras ficam, chegam novos críticos”:

Os críticos, mesmo os bons, como Roger Ebert, passam, e as obras ficam. Pat Garrett & Billy the Kid já teve três edições especiais em DVD nos Estados Unidos – duas delas em disco duplo, com diversos extras.

Ao contrário dos críticos da época do lançamento, o livro Great Hollywood Westerns, de Ted Sennett, e o AllMovie – para dar só dois exemplos – tratam o filme com respeito e admiração. Os dois realçam o que há por trás da história simples, da ação que o filme narra, e que é exatamente o que Peckinpah já havia feito em Pistoleiros do Entardecer: com um tom melancólico, outonal, de fim de um ciclo, o filme fala do desaparecimento do Velho Oeste tal como era conhecido e tal como havia sido mitificado em mil narrativas escritas e centenas e centenas de filmes. Ficava para trás o tempo glorioso dos pioneiros, dos desbravadores – chegavam o capitalismo, os grandes fazendeiros, os magnatas. Uma outra civilização.

O filme é ruim. Dá sono. O roteiro é fraco, troncho. O personagem não fica de pé

É bem verdade: as obras ficam – mas o mundo muda. Nós mudamos. Muda nossa forma de ver o mundo – e os filmes.

Há obras que passam despercebidas em sua época e vão tendo seu valor descoberto ao longo dos anos. Há obras que, bem ao contrário, não resistem a uma revisão muito tempo depois. Dias atrás revi Mickey One, o terceiro filme de Arthur Penn, de 1965, sete anos depois desta sua estréia e três anos após O Milagre de Annie Sullivan. Tinha visto Mickey One duas vezes em seguida, em 1967, aos 17 anos de idade, e tinha adorado, e dado cotação máxima a ele. Agora, me pareceu datado, vencido, confuso, vergado sob o peso de tanto simbolismo, de tanto maneirismo.

O Milagre de Annie Sullivan, de 1962, que adorei quando vi na época do lançamento, revi em 2010, e fiquei absolutamente deslumbrado.

Cada um é cada um, cada filme é cada filme, claro, óbvio.

Bem ao contrário de Mickey One, The Left-Handed Gun não me pareceu, na revisão agora, datado, vencido, por ser ambicioso demais, pretensioso demais.

Não é uma questão de ser ambicioso ou pretensioso, ou maneirista, ou cheio de simbologias. É um filme fraco, ruim – simplesmente.

Tenho até preguiça de tentar explicar por quê.

O filme me cansou, me deu sono.

É ruim. O roteiro é fraco, frouxo, troncho. Não constrói direito os personagens. O Billy the Kid que ele mostra é um garoto mal saído da adolescência, que ora tem rompantes de agitação, ora tem rompantes de ensimesmamento. O pai morreu cedo, aos 11 anos ele matou alguém, embora em legitima defesa. Foi portanto uma criança abandonada, carente – tanto que sequer teve a graça básica, fundamental, de aprender a ler. Mas o Billy the Kid que Paul Newman compõe, com todos os trejeitos do Método, mais parece garotinho mimado, que não tem educação nem conhece limites.

Não conhece limite algum. Mata a torto e a direito, e não apenas os quatro que mataram o homem que o acolheu – mata quem vier à frente. (É interessante que os distribuidores portugueses do filme tenham escolhido o título Vício de Matar: mais uma vez, os portugueses comprovam que seguem literalmente a lógica.)

Não conhece limite algum. Dá em cima da mulher do melhor amigo, do homem que o protege, que cuida dele!

Um moleque sem limites, um garotinho mimado – mas o que faz um moleque, um garotinho, na pele de um sujeito de mais de 30 anos de idade, que o espectador já havia visto em diversos papéis adultos?

Ah, sim: aquela coisa de o livro The Warner Bros. Story falar em Billy the Kid homossexual me parece a maior imbecilidade.

Parece um tanto homo o personagem do jornalista, Mountrie, que persegue Billy the Kid pra cima e pra baixo, mesmerizado com a fama crescente do bandidinho. Aliás, Mountrie é interpretado por Hurd Hatfield, que também trabalha em Mickey One, fazendo um papel que, segundo um crítico, demonstra um interesse homossexual pelo personagem-título interpretado por Warren Beatty. Eu nem tinha reparado isso quando vi Mickey One. Meu gayômetro não é lá essas coisas.

Agora, com gayômetro ou sem, é impressionante pensar nos atores homens com quem Arthur Penn trabalhou. Paul Newman aqui. Warren Beatty em Mickey One. Marlon Brando e o extra-jovem Robert Redford em Caçada Humana. Warren Beatty de Novo em Bonnie and Clyde: Uma Rajada de Balas. Marlon Brando de novo e Jack Nicholson em Duelo de Gigantes.

Todos eles excelentes atores, dos melhores que há – e todos muito bonitos.

Provavelmente só Luchino Visconti dirigiu tanto homem bonito quanto Arthur Penn.

Para não dar assim tanto na vista que só escolhia ator bom e bonito, Penn dirigiu também Gene Hackman (em Bonnie and Clyde e Um Lance no Escuro) e Dustin Hoffman (Pequeno Grande Homem).

Foi, sem dúvida alguma, um extraordinário diretor de atores e atrizes. Nada menos que oito atores dirigidos por ele foram indicados ao Oscar: Patty Duke, Anne Bancroft, Estelle Parsons, Warren Beatty, Faye Dunaway, Gene Hackman, Michael J. Pollard e o Chefe Dan George. Desses oito indicados, as três primeiras levaram para casa as estatuetas.

Como escrevi na anotação sobre Mickey One: isso serve para dar uma noção do talento desse grande realizador.

Agora, mestre Jean Tulard e o Sérgio Vaz adolescente que me perdõem, mas este The Left-Handed Gun é uma porcaria.

Com todo meu respeito por Arthur Penn.

Anotação em maio de 2017

Um de Nós Morrerá/The Left-Handed Gun

De Arthur Penn, EUA, 1958.

Com Paul Newman (William Bonney, o Billy The Kid)

e John Dehner (Pat Garrett), Lita Milan (Celsa), Martin Garralaga (Saval), Hurd Hatfield (Moultrie), James Congdon (Charlie Boudre), James Best (Tom Folliard), Colin Keith-Johnston (Tunstall), John Dierkes (McSween), Wally Brown (Moon), Ainslie Pryor (Joe Grant), Denver Pyle (Ollinger), Paul Smith (Bell), Nestor Paiva (Maxwell), Jo Summers (Mrs. Garrett), Robert Foulk (Brady), Anne Barton (Mrs. Hill)

Roteiro Leslie Stevens

Baseado na peça de TV The Death of Billy the Kid, de Gore Vidal

Fotografia Peverell Marley

Música Alexander Courage

Montagem Folmar Blangsted

Figurinos Marjorie Best

Produção Fred Coe, Warner Bros.

P&B, 102 min (1h42)

R, *

Título na França: Le Gaucher. Em Portugal: Vício de Matar.

5 Comentários para “Um de Nós Morrerá / The Left-Handed Gun”

  1. Se tem uma coisa que me irrita en filmes é isso de a idade do ator não bater com a do personagem ( de cabeça me lembro de Audrey Hepburn naquele filme de Billy Wilder).
    Tenho até preguiça de tentar explicar por quê.

  2. Ô inferno que é comentar do celular! Uma leve descuidada, e o comentário entrou de novo sem eu ter terminado. Vou repetir:
    Se tem uma coisa que me irrita em filmes é isso de a idade do ator não bater com a do personagem ( de cabeça me lembro de Audrey Hepburn naquele filme de Billy Wilder).
    “Tenho até preguiça de tentar explicar por quê.” Eu ri! Se você teve preguiça de explicar, eu tenho de ver, até por que não gosto mesmo de western; e também, depois dessa descascada, quem ainda vai querer perder tempo vendo isso?

    Na sua lista de atores que trabalharam com Arthur Penn e foram indicados ao Oscar, faltou o próprio e lindo Paul, não? Ele já estava tão cansado de ir à cerimônia e não levar, que quando ganhou não estava presente.

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