É dificílimo, quase impossível imaginar hoje o espanto, o furor que O Belo Antonio, de Mauro Bolognini, deve ter provocado em seu lançamento, em 1960. Em especial na Itália, naquela época um país profundamente católico, machista, patriarcal. Anos antes da pílula, antes das grandes manifestações feministas. Antes de toda a revolução dos costumes, da forma de se falar sobre sexo que viria a partir dos anos 60. Continue lendo “O Belo Antonio / Il Bell’Antonio”
Os Reis do Ié-Ié-Ié / A Hard Day’s Night
A Hard Day’s Night é um filme engraçado, divertido, gostoso de se ver. É inteligente, esperto, safo. Irreverente, gozador, suavemente ousado. Tem alguma coisa dos filmes dos irmãos Marx, tem um tom do cinema novo inglês de seu tempo, dos Angry Young Men. Apesar disso, ou por isso mesmo, era inovador. Fresco, fresh, no sentido mais literal e mais puro. Continue lendo “Os Reis do Ié-Ié-Ié / A Hard Day’s Night”
Eu Te Amo, Eu Te Amo / Je t’aime, Je t’aime
Surpreendente. Ousado. Inovador. Fantástico. Fora de série. Extraordinário. Uma imensa chatice. Um absoluto pé no saco. Continue lendo “Eu Te Amo, Eu Te Amo / Je t’aime, Je t’aime”
Doutor Jivago / Doctor Zhivago
Tudo, absolutamente tudo em Doutor Jivago, tanto o romance de Boris Pasternak escrito entre 1945 e 1955 quanto o filme de David Lean de 1965, é gigantesco, grandioso, impressionante. Como as duas coisas que eles retratam: o grande amor e a Rússia. Continue lendo “Doutor Jivago / Doctor Zhivago”
Lolita
Todo o marketing para o lançamento de Lolita, o longa-metragem número 5 dos 12 que Stanley Kubrick realizou, foi em cima do romance em que o filme se baseava. “Como eles conseguiram fazer um filme de Lolita?” era uma das taglines – as frases de venda, os bordões, bolados pela equipe de marketing da MGM, que distribuiu o filme. Continue lendo “Lolita”
Terra do Sonho Distante / America America
America America, no Brasil Terra do Sonho Distante, é o preferido do seu realizador, o grande, imenso, gigantesco Elia Kazan (1909-2003). Kazan fez poucos filmes, se compararmos com outros realizadores: apenas 19 longa-metragens, ao longo de 31 anos de carreira. Poucos – mas vários deles são obras-primas. Continue lendo “Terra do Sonho Distante / America America”
Queimada! / Burn!
Quem quiser achar defeitos em Queimada! (1969) não terá dificuldades. Só para dar um exemplo: os escravos da fictícia ilha de Queimada, nas Antilhas, colonizada pelos portugueses, sabem falar inglês! Apesar desse e de outros problemas, no entanto, Queimada! é um filme importante, impactante, que merece respeito. Continue lendo “Queimada! / Burn!”
Dr. Fantástico / Dr. Strangelove Or: How I Learned To Stop Worrying and Love The Bomb
Há filmes que ficam velhos, datados. Os que abusam dos maneirismos, dos modismos de seu tempo, esses tendem a envelhecer bem rapidamente, ao contrário dos que optam por uma narrativa mais escorreita, mais clássica. Estes últimos são naturalmente mais tendentes a virarem clássicos. Continue lendo “Dr. Fantástico / Dr. Strangelove Or: How I Learned To Stop Worrying and Love The Bomb”
Harper – O Caçador de Aventuras / Harper
Em meados dos anos 60, propuseram a Paul Newman o papel principal em um filme sobre um detetive particular bastante parecido com aqueles dos romances policiais dos anos 40, Philip Marlowe, de Raymond Chandler, e Sam Spade, de Dashiel Hammett. Continue lendo “Harper – O Caçador de Aventuras / Harper”
O Colecionador / The Collector
Mais de meio século e tanta loucura, tanta violência, tanta degradação depois, O Colecionador/The Collector, de William Wyler, continua tão forte, tenso, agoniante, angustiante, amargo, apavorante e brilhante quanto quando chegou aos cinemas, em 1965. Continue lendo “O Colecionador / The Collector”
Mago, o Falso Deus / The Magus
Há duas opiniões deliciosas, sensacionais, sobre The Magus, no Brasil Mago, o Falso Deus, a história criada pelo inglês John Fowles e transformada em filme com roteiro do próprio autor – o único roteiro que ele se aventurou a fazer na vida. Dirigido pelo inglês Guy Green, o filme foi lançado em 1968, no auge da psicodélia, do tremor de terra na política e na sociedade de diversos países, como a França, os Estados Unidos, a Checoslováquia, o Brasil. Continue lendo “Mago, o Falso Deus / The Magus”
O Professor Aloprado / The Nutty Professor
O Professor Aloprado (1963), o quarto filme co-escrito e dirigido por Jerry Lewis, é uma explosão de talento, de idéias, de sacadas – visuais e de texto. Um geiger, um vulcão de inventividade. Continue lendo “O Professor Aloprado / The Nutty Professor”
Adorável Pecadora / Let’s Make Love
Let’s Make Love, de 1960, que no Brasil ganhou o absurdo título de Adorável Pecadora, foi o penúltimo filme de Marilyn Monroe. Depois dele viria apenas Os Desajustados/The Misfits, de 1961. Quando morreu, em 5 de agosto de 1962, com apenas 36 anos, estava começando a filmar Something’s Gotta to Give, com George Cukor, o mesmo realizador deste Let’s Make Love. Continue lendo “Adorável Pecadora / Let’s Make Love”
Guerra e Paz / Voyna i Mir
O Guerra e Paz de Sergei Bondarchuk é um espetáculo, uma maravilha, uma preciosidade, uma pérola rara, inteiramente fora de série. É um monumental conjunto de exageros, de recordes, de marcas impressionantes. Continue lendo “Guerra e Paz / Voyna i Mir”
A Visita / The Visit
A Visita, de 1964, baseado na peça do suíço Friedrich Dürrenmatt de 1956, é um filme forte, virulento, atordoante. Daqueles de não deixar espectador algum indiferente, impassivo. Bem ao contrário: é daqueles de deixar o espectador atordoado, assombrado, aturdido, atônito. Continue lendo “A Visita / The Visit”