Dunkirk

4.0 out of 5.0 stars

Dunkirk é um daqueles poucos filmes para os quais toda exaltação, todo pleonasmo, todo superlativo é pouco. É um filme chocantemente belo, uma obra-prima.

Coloca o diretor inglês Christopher Nolan definitivamente entre os grandes realizadores do cinema.

A retirada de Dunquerque – um dos episódios mais importantes da Segunda Guerra Mundial, de todo o século XX – já havia sido mostrada em vários outros filmes, e seguramente ainda será, mas a rigor não é mais necessário: Dunkirk é uma daquelas obras definitivas. Está tudo ali.

Bem – quase tudo. Está ali tudo o que aconteceu no campo de batalha. Claro, o filme não pretendeu abordar o pano de fundo político e militar, o que levou àqueles eventos, como foi articulado em Londres o que ficou conhecido como a Operação Dínamo. O escopo de Dunkirk é o momento ali, os acontecimentos na cidade francesa de Dunquerque e seus arredores, no final de maio e princípio de junho de 1940, apenas nove meses depois de iniciada a guerra, com a invasão da Polônia pelas tropas da Alemanha nazista em 1º de setembro de 1939.

Em poucos minutos, o filme explica a situação

Uma das muitas maravilhosas características do filme é como Christopher Nolan – autor, sozinho, do roteiro, com base em narrativas históricas e depoimentos de veteranos sobreviventes – conseguiu resumir com maestria a situação para o espectador já bem no começo da narrativa.

Não é preciso que o espectador saiba bastante sobre a retirada de Dunquerque para compreender o contexto. Nolan precisou apenas de umas poucas sequências bem no início dos 106 minutos de duração para passar as informações básicas, fundamentais.

Vemos um pequeno grupo de soldados caminhando em uma rua de cidade abandonada. Não há vida normal, não há civis – apenas aqueles oito ou dez soldados. Sobre eles caem panfletos lançados pela Luftwaffe, a força aérea nazista. Um dos soldados vê uma mangueira de água enrolada na calçada, e se abaixa para ver se restou ali um pouquinho de água para que ele pudesse matar a sede.

Aqueles soldados estavam portanto privados de tudo, até mesmo de água.

O soldado pega um dos milhares panfletos nazistas que caem do céu e dá uma olhada. A câmara focaliza o panfleto por alguns poucos segundos, mas dá perfeitamente para entender o que diz o departamento de agit/prop nazista, agitação e propaganda: há um mapa que mostra Dunquerque, cidade litorânea, absolutamente cercada pelo exército alemão, que se aproxima.

Aqueles soldados estão inteiramente cercados, e sendo empurrados para as praias. Encurralados. Sem saída. O panfleto traz a sugestão: – “Rendam-se”.

Um letreiro de pouquíssimas linhas completa o quadro para o espectador, numa admirável demonstração de capacidade de síntese:

“O inimigo empurrou os exércitos britânico e francês para junto do mar. Cercados em Dunquerque, eles esperam por seu destino. Esperando ser resgatados. Esperando um milagre.”

Todo o exército britânico encurralado, acuado

Aquele grupo de soldados continua caminhando pelas ruas desertas de Dunquerque – e eles vão sendo abatidos, um a um, por atiradores inimigos.

Apenas um deles – aquele que havíamos visto beber um pouquinho de água de uma mangueira abandonada na calçada – consegue escapar. Passa por uma barricada em que soldados franceses tentam conter o ataque dos primeiros inimigos da infantaria que chegaram a Dunquerque. Os franceses o deixam passar, desejam a ele boa sorte.

E então o soldado Tommy (o papel de Fionn Whitehead) chega à praia, e vê, ao mesmo tempo que o espectador, o cenário terrível, brutal, apavorante, infernal: ao longo da extensa praia, estão formadas dezenas e dezenas de filas de soldados, voltados para o mar, à espera de navios da Marinha de guerra britânica para resgatá-los.

São dezenas, centenas de milhares de soldados encurralados ali. Em pouco tempo saberemos que são cerca de 400 mil.

E então, da direita da tela, vem o ruído de um avião que se aproxima.

As filas se desfazem rapidissimamente, os soldados todos se deitam na areia.

A câmara do diretor de fotografia Hoyte Van Hoytema se coloca juntinho da areia, perto da cabeça do soldado Tommy, bem à esquerda do quadro, da tela (na foto acima). No longo espaço à direita, estão centenas de homens deitados, à espera das balas e das bombas que virão do avião inimigo.

E vamos vendo – na mesma tomada – as bombas explodindo na areia, cada vez mais próximas de Tommy e da câmara.

Explode uma perto dele, e muita areia lançada ao ar cai sobre Tommy.

É uma tomada rápida – não deve durar mais que um minuto.

É uma das tomadas mais impressionantes que o cinema já mostrou, em 120 anos de História. Daquelas antológicas, como a sequência inicial de O Resgate do Soldado Ryan (1998), de Steven Spielberg, do desembarque aliado na Normandia, a tentativa de avanço dos soldados franceses na terra de ninguém durante a Primeira Guerra em Glória Feita de Sangue (1957), de Stanley Kubrick, ou o genial plano-sequência dali mesmo, da retirada de Dunquerque, em Desejo e Reparação (2007), de Joe Wright.

Em umas poucas sequências, na abertura do filme, até essa tomada em que vemos Tommy deitado no chão e à direita na tela as bombas chegando ao solo e explodindo, Christopher Nolan descreve e define toda a situação: naquele momento, 9 meses após o início da Segunda Guerra, cerca de 400 mil homens, praticamente todo o exército da Grã-Bretanha, mais milhares de franceses, estavam encurralados nas areias de Dunquerque pelos soldados nazistas, e inteiramente expostos aos ataques dos aviões da Luftwaffe.

Praticamente todo o efetivo do exército da Grâ-Bretanha, mais dezenas milhares de franceses, estavam acuados, encurralados, inteiramente prontos para serem dizimados pelas bombas da aeronáutica e depois pelos tanques e pela infantaria nazista.

Como gado na fila do abate.

É tudo tão duro que o filme parece longo

Em seu roteiro, Christopher Nolan criou uma dezena de personagens para ilustrar para o espectador os acontecimentos daqueles dias decisivos. Ao longo dos 106 minutos de grande cinema, vamos acompanhando o que acontece com esses personagens, em ações paralelas – e é impossível evitar que cada um de nós, espectadores, se envolva na história, tenha simpatia por aquelas pobres pessoas, e sofra com elas.

E o espectador se envolve de tal forma, e o drama é tão absurdo, tão duro, tão doloroso, que os 106 minutos do filme parecem longos, mesmo sendo tudo tão acachapantemente bem feito, bem realizado, bem executado.

São, basicamente, quatro núcleos de personagens. O primeiro é em torno de Tommy, o primeiro personagem que vemos. Tommy vê um companheiro ferido na areia, arranja uma maca e um outro soldado, e tenta, desesperadamente, furar a imensa fila de espera por uma vaga no navio-hospital que está ancorado junto a um molhe e vai retirar dali o número de soldados que puder carregar.

Veremos que o navio-hospital não chegará a zarpar rumo à Inglaterra: ali mesmo, junto do molhe, será bombardeado pelos aviões alemães.

Um segundo núcleo de personagens focaliza um trio de aviadores britânicos que ruma para Dunquerque para enfrentar os aviões da Luffwaffe. Acompanhamos de perto dois dos pilotos, Farrier e Collins – interpretados respectivamente por Tom Hardy e Jack Lowden. Durante pouquíssimas tomadas, no entanto, vemos os rostos dos dois atores, já que na imensa maior

parte do tempo eles estão com equipamentos que tampam quase todo o rosto.

No molhe onde os navios britânicos grandes têm condições de atracar – os poucos que conseguem chegar até ali –, supervisiona a operação um comandante da Marinha, Bolton (o papel de Kenneth Branagh). Sua ligação principal é com um coronel do exército, Kenneth Winnant (James D’Arcy).

São bons homens, bons oficiais, bem treinados – mas ali, diante daquelas centenas de milhares de reses diante do abatedouro, pouco podem fazer, a não ser, talvez, rezar.

O quarto grupo de personagens é formado por civis – e é absolutamente fascinante. O sr. Dawson é um homem aí de uns quase 60 anos, que possui um belo barco, um iate – e resolve atender ao apelo do governo para navegar através do Canal da Mancha até Dunquerque e ali recolher o maior número possível de compatriotas encurralados, marcados para morrer.

Mr. Dawson é interpretado por Mark Rylance, o extraordinário ator que dá um show de interpretação em Ponte dos Espiões (2015), de Steven Spielberg, como o espião soviético Rudolf Abel. Aqui, dá outro show.

O governo estava requisitando todos os barcos civis capazes de fazer a travessia do Canal da Mancha – mas Mr. Dawson não aceitou a idéia de simplesmente entregar seu belo barco ao governo. Quis ele mesmo pilotar a nave. Levou com ele seu filho Peter (Tom Glynn-Carney) e o maior amigo do filho, George (Barry Keoghan).

Dunkirk mostra que o grande herói é o povo

Os personagens que Christopher Nolan criou são todos interessantes, fascinantes mesmo – eles de fato atraem a simpatia do espectador, que passa a torcer por eles.

Tommy, o soldado jovem, que vemos desde a primeira sequência, é extremamente simpático, gente fina – um garotinho ainda, mal saído da adolescência. Come o pão que o diabo nazista amassou, sofre como cão, mas vai em frente, sempre.

São ótimas figuras os dois aviadores amigos, Farrier e Collins.

É um homem bem formado e bom caráter o comandante Bolton.

Não que todos os ingleses mostrados no filme sejam gente boa, homens corajosos, heróis. Não. Há os covardes, sim, os fracos, os tíbios, os de caráter duvidoso, os de mau caráter. Há os que ficaram à beira da ausência de razão, de racionalidade, por enfrentarem tanta dor, tanta privação, como o soldado sem nome que Dawson recolhe a meio caminho entre a Inglaterra e Dunquerque, interpretado por Cillian Murphy.

Há, em suma, de tudo, como na vida mesmo – mas as pessoas boas são a maioria, como na vida mesmo. Há mais filmes e séries sobre bandidos e gente mau caráter do que sobre a maioria das pessoas, mas isso não impede que a maioria seja a maioria – pessoas boas.

Mas, entre todos os bons homens que o realizador criou para seu filme, o melhor é mesmo este Dawson.

Quando sai por um momento do estado de catatonia em que se encontra, o soldado sem nome tem novo ataque de nervos ao saber que o barco que o resgatou está indo de volta para o inferno de Dunquerque, em vez de singrar águas boas que o levariam de volta ao lar. Diz que Dawson e seus dois ajudantes irem para Dunquerque é loucura, é absurdo, que aquilo é coisa de gente jovem, e treinada.

Dawson insiste então para que ele vá lá para baixo, para os compartimentos inferiores, e descanse.

Mais tarde, o soldado sem nome percebe que aquele velho teimoso feito uma mula não está voltando para a Inglaterra, e sim seguindo rumo ao inferno. Grita, briga, diz que é preciso voltar para casa. Que ele, o velho, deveria estar em casa.

Ao que Mr. Dawson responde, muito britanicamente: – “Não vai haver casa alguma se permitirmos que haja um massacre do outro lado do canal”.

Dunkirk, como Guerra e Paz de Liev Tolstói, mostra que o grande herói é o povo.

Sem aquela retirada, o nazismo poderia ter vencido

Em sua obra extraordinária, Liev Tolstói demostra grande respeito pelo general Kutuzov, que chefiava o exército russo que primeiro recuou, mas depois acabou derrotando Napoleão – é verdade que com a ajuda do General Inverno.

Dunkirk cita o primeiro-ministro Winston Churchill – sem ir fundo no tema, na coisa política, na estratégia, nas decisões lá na cúpula. Mas cita Churchill, é claro, com o respeito devido. Como o general Kutuzov merecia respeito.

Mas o filme – assim como aquele que possivelmente é o maior romance jamais escrito – mostra que o grande herói é o povo.

Insisto: Dunkirk é sobre os eventos em Dunquerque, no campo de batalha. Não pretendeu abordar o pano de fundo político e militar, como foi articulado em Londres o que ficou conhecido como a Operação Dínamo – os reiterados apelos do governo para que os britânicos emprestassem suas embarcações para a retirada das centenas de milhares de soldados encurralados em solo francês.

Assim, o filme não fica teorizando a respeito da importância que a retirada de Dunquerque teve para a guerra como um todo, avaliando que o conflito poderia ter sido completamente diferente caso tivesse havido de fato o massacre generalizado daquelas quatro centenas de milhares de soldados.

O filme quer mostrar é o movimento ali, o momento ali.

Mas o espectador pode perfeitamente, ao terminar o filme, fazer as conjeturas todas.

É até simples.

A Grã-Bretanha foi a principal fortaleza que impediu que toda a Europa fosse tomada pelos nazistas, pelo flanco ocidental – o Exército Vermelho da União Soviética segurou o flanco oriental.

Os Estados Unidos só entrariam no conflito mais de um ano depois, em dezembro de 1941, depois que o Japão atacou as forças americanas em Pearl Harbor.

Então é assim: se o exército britânico tivesse sido dizimado em Dunquerque, é bastante possível que a Segunda Guerra tivesse tido outro desenrolar.

Se não tivesse havido a retirada de Dunquerque, é bastante possível que o nazismo tivesse vencido.

No mesmo ano, dois filmaços sobre Dunquerque

Toda essa parte mais política, mais ampla, a respeito dos eventos de Dunquerque, que a obra de Christopher Nolan propositalmente não aborda, está em outro grande filme do mesmo ano de 2017, O Destino de uma Nação/Darkest Hour, do jovem Joe Wright. Darkest Hour se concentra na figura de Winston Churchill, no período em que ele governou a Grã-Bretanha pela primeira vez, entre 10 de maio de 1940 e 26 de julho de 1945 – ou seja, praticamente ao longo de toda a Segunda Guerra Mundial.

As datas são impressionantes: Churchill assumiu o cargo de primeiro-ministro em 10 de maio – e já no dia 25 praticamente todo o efetivo do exército britânico estava acuado em Dunquerque, gado pronto para o abate.

Foi de Churchill o chamamento para que os britânicos cedessem suas embarcações para a retirada dos soldados presos na cidade francesa.

Os fatos são impressionantes demais.

E é fascinante que no mesmo ano, 77 anos após os fatos, tenham sido produzidos esses dois grandes filmes, que se completam, se complementam, e contam a história da retirada, do recuo, da evacuação que se transformou numa das maiores vitórias dos aliados sobre o nazismo.

Christopher Nolan criou um diálogo entre o comandante Bolton, da Marinha, e o coronel Winnant, do Exército, que explica bastante a situação.

O comandante fala que Churchill esperava poder retirar uns 35 mil homens. E que se fossem retirados uns 40 mil seria uma vitória.

Ao final do filme, letreiros informam que foram retirados – graças às pequenas embarcações, pesqueiros, iates, barcos de lazer da população civil – mais de 400 mil soldados que estavam condenados a morrer ali.

O roteiro de Christopher Nolan mostra, com maestria, a reação popular a essa retirada que se transformou em grande vitória. Vemos dois soldados rm um trem que chegava a uma cidade; um deles comenta que eles deverão ser recebidos com hostilidade, ódio, nojo. Alguém bate na janela do trem, que está em velocidade reduzida – um velho, sorridente, estende para eles duas garrafas de cerveja. Atrás dele, diversas pessoas aplaudem o trem com os soldados que escaparam da morte certa.

Nolan cria um roteiro que foge da cronologia

         Como é um roteiro de Christopher Nolan, um sujeito que definitivamente não gosta de narrativas simples, diretas, escorreitas – afinal, é o autor dos roteiros de Amnésia (2000), O Grande Truque (2006), A Origem (2010), Interestelar –, Dunkirk não apresenta os fatos na ordem cronológica. Não, não – bem ao contrário.

O filme vai mostrando eventos em torno de cada um daqueles quatro grupos básicos de pessoa de que falei acima, simultaneamente. Vemos, por exemplo, o soldado Tommy; corta, e vemos o sr. Dawson no seu barco; corta, e vemos os pilotos Farrier e Collins e ação; corta, e vemos o comandante Bolton no molhe que avança sobre o mar de Dunquerque.

Seria de se esperar que aqueles acontecimentos estivessem ocorrendo mais ou menos ao mesmo tempo. Mas não, não estão.

Eles vão sendo mostrados com algumas horas de diferença entre eles – de tal maneira que por várias vezes o espectador vê o mesmo acontecimento que já foi mostrado antes se desenrolando novamente na tela, desta vez sob o ponto de vista de outro grupo de personagens.

Para dar um exemplo, para deixar isso claro:

Vemos o piloto Collins, cujo avião foi atingido por tiros de uma aeronave alemã, dizendo para o companheiro Farrier que vai tentar pousar na água – aquaplanar. E vemos a aquaplanagem.

Várias sequências depois, vemos de novo o avião de Collins na água – agora sob a visão do sr. Dawson e do filho.

Prêmios demais – merecidíssimos

Dunkirk amealhou 60 prêmios, fora 211 outras indicações.

Foram 8 indicações ao Oscar, inclusive aos dois prêmios principais, melhor filme e melhor direção. Levou 3 estatuetas, as de melhor montagem, melhor edição de som e melhor mixagem de som.

Alguns registros:

* Dunquerque é a grafia em Português da cidade que, em francês, é Dunkerque e em inglês Dunkirk. Os exibidores brasileiros optaram por manter aqui a grafia inglesa. Então tá.

* Em 1958 foi lançado um filme inglês chamado Dunkirk, no Brasil O Drama de Dunquerque, dirigido por Leslie Norman, com John Mills e Richard Attenborough à frente no elenco.

* Em 2004, houve nova produção britânica, com o mesmo título, Dunkird – uma tentativa de reconstituição dos eventos reais. A direção foi de Alex Holmes, e o elenco tinha o ex-007 Timothy Dalton e o então bem jovem e promissor Benedict Cumberbatch,

* Em 1964, o francês Henri Verneuil lançou Week-end à Zuydcoote, no Brasil Gloriosa Retirada, com Jean-Paul Belmondo e Catherine Spaak. Na trama, um sargento francês e seus soldados debatem se devem tentar se juntar aos ingleses que estão sendo retirados de Dunquerque ou se ficam para enfrentar as tropas nazistas que se aproxima.

* Nos créditos finais de Dunkirk, há um letreiro que diz o seguinte: “Os produtores gostariam de agradecer a todos os veteranos da Operação Dínamo que contribuíram para este filme fosse feito, partilhando de suas memórias e pensamentos sobre os eventos de 25 de maio a 4 de junho de 1940”.

* Kenneth Branagh contou em entrevistas que, na première de gala do filme em Londres, cerca de 30 sobreviventes da retirada de Dunquerque – senhores nonagenários – compareceram. Perguntados sobre o que tinham achado filme, alguns disseram que ele reproduziu fielmente os acontecimentos – mas que a trilha sonora era mais alta, mais forte, mais barulhenta que os bombardeios alemães.

Obelix bateria o punho direito cerrado na testa e diria: “Ah, esses bretões…”

Anotação em agosto de 2018

Dunkirk

De Christopher Nolan, Inglaterra-Holanda-França-EUA, 2017

Com Tom Hardy (Farrier, aviador), Jack Lowden (Collins, aviador), Mark Rylance (Mr. Dawson, do iate), Tom Glynn-Carney (Peter, o filho de Dawson), Barry Keoghan (George, o amigo de Peter), Cillian Murphy (o soldado que o grupo salva), Kenneth Branagh (comandante Bolton), James D’Arcy (coronel Winnant), Fionn Whitehead (Tommy), Harry Styles (Alex), Aneurin Barnard (Gibson), Lee Armstrong (granadeiro), Luke Y. Thompson (oficial), Tom Nolan (tenente), Matthew Marsh (almirante), Adam Long (subtenente)

Roteiro Christopher Nolan

Fotografia Hoyte Van Hoytema

Música Hans Zimmer

Montagem Lee Smith

Casting John Papsidera e Toby Whale

Produção Warner Bros.

Cor, 106 min (1h46)

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