(Disponível no YouTube em 9/2024.)
É um filme fascinante este The Criminal Code, no Brasil O Código Penal, que o então jovem Howard Hawks realizou em 1930, apenas três anos após o cinema aprender a falar. E fala-se muito no filme: é a adaptação da peça teatral homônima que havia estreado na Broadway um ano antes, em 1929, o ano do crash da Bolsa de Nova York que marcaria o início da Grande Depressão.
E é uma trama maravilhosa, incrivelmente bem urdida – não é de se admirar que o cinema tenha refilmado a história duas vezes, em 1938 e em 1950. Trata de crime, leis, Justiça e prisão de uma forma questionadora, inquieta, sem certezas plenas. Ou, melhor dizendo, com apenas uma certeza: a de que as coisas não são ou preto ou branco – são matizadas, nuançadas, complexas, controversas.
O personagem central, Martin Brady – interpretado por Walter Huston, esse ator gigantesco – é um promotor, um homem “duro, embora essencialmente justo”, como define com acuidade o crítico Leonard Maltin. A história parte de um caso em que o promotor Brady consegue no júri a condenação de um rapaz que cometeu um crime. O promotor fica contente com sua vitória, é claro, mas sabe – ele diz isso com todas as letras, fora do tribunal, é claro – que, se o rapaz, Bob Graham, tivesse um bom advogado, sairia do julgamento em liberdade.
Bob (o papel de Phillips Holmes), de uns 20 e poucos anos, havia chegado poucos meses antes à cidade grande em que se passa a história, vindo do interior – não se diz o nome da cidade, o que é a melhor maneira de dizer que aquilo poderia perfeitamente acontecer em qualquer cidade de porte. Uma puta, Gertrude (o papel de Mary Doran), o havia convidado para um drink em um nightclub. Estavam lá dançando quando outro rapaz, um tal Parker, começou a xingar a moça. Bob reagiu em defesa dela. Estava para começar uma briga, e Parker enfiou a mão no bolso. Bob achou que ele iria pegar uma arma; pegou uma garrafa que estava à mão e bateu com ela na cabeça do outro, que caiu no chão. Sete pessoas, inclusive Gertrude, foram ouvidas pela polícia, e deram testemunhos semelhantes. Levado para o hospital, Parker morreria no dia seguinte.
– “Um bom advogado criminal tornaria esse caso difícil para nós”, diz o promotor Brady para um funcionário, Lew (Hugh Walker), depois de ouvir em seu gabinete o depoimento de Gertrude e depois o de Bob Graham. – “Se eu fosse o advogado dele, arguiria que foi legítima defesa, e ele sairia solto. (…) Não cumpriria um dia.”
Acontece que Brady, “um homem duro, embora essencialmente justo”, não era o advogado de defesa de Bob, e sim o promotor. Para Nettleford (Arthur Hoyt), o idoso advogado que tem como cliente a empresa em que Bob trabalhava, e que recebe em seu gabinete minutos de ter feito aquelas afirmações sobre Bob não cumprir um dia de pena, Brady diz: – “Vou pedir um veredito de assassinato em segundo grau. (Basicamente, assassinato sem premeditação.) É a lei do Estado. Você encontra no Código (e segura o exemplar do Código Penal que fica sobre sua mesa).”
Neste momento, o dr. Nettleford admite que não havia tido a oportunidade de consultar o Código Penal nos últimos 20 anos.
– “O Código Penal é minha Bíblia, sr. Nettleford.”
Isso aí é apenas o ponto de partida da trama, repito, insisto. Quando estamos com 15 dos 95 minutos de duração do filme, os jurados já votaram, e o juiz proclama a sentença: dez anos de prisão para Robert Graham.
Há alguns excessos – mas não atrapalham o brilho da trama
Os roteiristas Fred Niblo Jr., Seton I. Miller e o grande Howard Hawks – que estava, em 1930, com apenas 34 anos – são bem rápidos.
Logo depois da curta sequência do tribunal, vemos tomadas de dezenas e dezenas de presos caminhando em fila pelos corredores entre as celas de uma grande penitenciária lotada, provavelmente ao final de um dia de trabalho nas oficinas. “Os anos passam – monótonos, vazios, desesperançados”, diz um letreiro sobre a imagem.
O rapaz que era boa pinta, alegre, ingênuo, a juventude em pessoa, parece agora um trapo velho, esgarçado, sujo. Bob divide uma pequena cela com dois homens bem mais velhos, Jim Fales e Ned Galloway (os papéis, respectivamente, de Otto Hoffman e Boris Karloff).
Depois que recebe um telegrama com a notícia de que a mãe – que o visitava uma vez por semana – havia morrido, Bob começa a dizer que não aguenta mais, e passa a gritar, desesperado – e um dos veteranos tem que dar um soco nele para desacordá-lo e impedir que os guardas viessem pegá-lo e levá-lo para a solitária.
Quando o filme chega a 30 minutos, Martin Brady, que havia concorrido nas eleições para governador do Estado e perdido, está assumindo novas funções. Será o diretor do presídio estadual, em que há centenas de homens que ele condenou. Inclusive, claro, o garoto Bob, agora um trapo de gente.
Tá certo – isso aí é um tanto literatura, teatro, cinema. Na vida real, não teria qualquer sentido um sujeito que já foi promotor de Justiça no Estado assumir o cargo de diretor da penitenciária estadual lotada de criminosos que ele condenou.
Literatura, teatro, cinema. Podemos chamar também de liberdade poética.
É preciso admitir que há momentos, jeitos, modos, neste The Criminal Code, que ficaram um tanto datados. Envelheceram, ao longo deste quase cem anos de História. O próprio estilo de atuação do grande Walter Huston (1884-1950) pode parecer um tanto estranho para as platéias mais jovens – um pouco mais pomposo, um pouco menos natural do que as interpretações dos atores dos tempos recentes.
Também a forma um tanto imperial com que Martin Brady enfrenta a turba de criminosos em seu primeiro encontro com eles parece ficção demais, longe de qualquer resquício de realismo. Admito isso também – mas esses senões, na minha opinião, não empanam o brilho da trama, com a quantidade de questões que ela traz para a mente do espectador.
É um personagem fascinante esse Martin Brady
“Duro, embora essencialmente justo”, e tendo sua atenção chamada pelo médico da penitenciária, o dr. Rinewulf (Nicholas Soussanin), para o estado de Bob Graham, Brady logo tira o rapaz da insalubre fábrica de juta em que ele trabalhava e o transforma em seu motorista. E aí é absolutamente natural que Bob deixe de ser um trapo, volte a ser uma pessoa menos angustiada, menos doentia, de novo bonito. E é igualmente natural que ele caia de amores por Mary (o papel da estreante Constance Cummings, na foto acima), a filha única de Brady.
Não considero propriamente um spoiler dizer que só bem para o final da narrativa Brady ficará sabendo da existência dessa ligação entre sua filha e o rapaz que ele levou à prisão por dez anos – embora soubesse que um bom advogado faria o júri deixá-lo livre. Nem estraga o prazer de quem ainda não viu o filme (que está disponível no YouTube, grátis que nem passeio no parque) dizer que, nos últimos 15 minutos, haverá eventos fortes, inesperados, de deixar o espectador sem fôlego.
O maior vilão de toda a história, pior que os criminosos encerrados ali, é o chefe dos guardas do presídio, Gleason (DeWitt Jennings). Gleason submete o pobre Bob a duríssima tortura física – mas é incrível como a sessão de tortura psicológica do diretor Brady nos parece ainda mais apavorante.
Euzinho, pessoalmente, que quanto mais velho fico mais me envolvo emocionalmente com os personagens, as histórias dos filmes, cada vez mais longe do distanciamento brechtiano, sofri como se fosse eu o torturado.
Fascinante personagem esse Martin Grady interpretado por Walter Huston, o pai de John, avô de Anjelica, bisavô de Jack. Um exemplo de que as coisas não são ou pretas ou brancas, de que a realidade é em geral adversativa. “Um homem duro, embora essencialmente justo.” Essencialmente justo, mas capaz de mandar para dez anos numa prisão em que não há chance alguma de recuperação dos presos um jovem que ele sabe muito bem que poderia sair do tribunal sem cumprir um único dia de cadeia. Capaz de apoiar o rapaz, dar a ele uma chance como seu motorista particular – mas todavia contudo capaz de submetê-lo a uma sessão de tortura psicológica de fazer inveja a um Klaus Barbie, um Sérgio Paranhos Fleury, um coronel Brilhante Ustra.
Hollywood tem um histórico de belos filmes sobre prisões
Enfiar numa prisão uma pessoa que cometeu um crime sem intenção, quase por acidente, tem sentido? Pode levar à recuperação da pessoa, pode permitir que cumprida a pena ela tenha uma boa reinserção na sociedade? Mais amplamente: pode uma prisão – em geral superlotada, insalubre, doentia – permitir a recuperação de quem cometeu um crime?
Essas questões básicas, fundamentais, são muitíssimo bem colocadas neste The Criminal Code – assim como em diversos outros bons filmes de Hollywood. Fiz uma tabela com alguns deles – vai um pouco mais abaixo. E é fundamental registrar que só parecem ter respostas prontas para essas questões as pessoas de extrema direita, aquelas que consideram que bandido bom é bandido morto. Os filmes de Hollywood sobre o tema, muitíssimo ao contrário, têm uma visão menos radical, menos truculenta, mais progressista.
E, de resto, isso não é exceção. Embora seja uma eterna ladainha da esquerda mais antiga dizer que o cinema de Hollywood é arma do imperialismo americano, o cinemão que se faz ali é em geral avançado, aberto, progressista, a favor dos direitos das minorias todas. Hollywood, na verdade, sempre muito mais avançada do que a média da sociedade norte-americana.
Bem. Perdão pela rápida digressão, mas acho que ela é extremamente pertinente.
Eis alguns bons filmes de Hollywood sobre o mesmo tema, a vida na prisão:
Filme | Direção | Elenco |
1932 – Cadeira Elétrica/The Last Mile
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Samuel Bischoff | Howard Phillips, Preston Foster, George E. Stone |
1947 – Brutalidade/Brute Force
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Jules Dassin | Burt Lancaster, Charles Bickford, Ella Raines, Yvonne De Carlo, Ann Blyth |
1962 – O Homem de Alcatraz/Birdman of Alcatraz | John Frankenheimer | Burt Lancaster, Karl Malden, Thelma Ritter, Telly Savalas |
1967 – Rebeldia Indomável/Cool Hand Luke |
Stuart Rosenberg
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Paul Newman, George Kennedy, Jo Van Fleet |
1994 – Um Sonho de Liberdade/The Shawshank Redemption | Frank Darabont | Tim Robbins, Morgan Freeman |
1980 – Brubaker
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Stuart Rosenberg
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Robert Redford, Yaphet Kotto, Morgan Freeman |
1999 – À Espera de um Milagre/The Green Mile | Frank Darabont | Tom Hanks, David Morse, Michael Clarke Duncan, James Cromwell |
O filme deu à Columbia sua primeira indicação ao Oscar
Aqui vão informações objetivas sobre o filme e seu contexto que acho pertinentes, importantes.
* The Criminal Code foi produzido pessoalmente por Harry Cohn, o sujeito que viria a ser o chefão, o boss, o tycoon da Columbia Pictures. Criada em 1924, a Columbia era, em 1930, a minor entre as majors, a pequeninha entre os grandes estúdios. É voz corrente que a Columbia só se tornaria um estúdio poderoso depois que aquele imigrante siciliano, Francesco Rosario Capra, danou a fazer um filme de grande bilheteria atrás do outro, ao longo dos anos 1930, em especial depois de conseguir, em 1935, o fabuloso feito de vencer nas cinco principais categorias do Oscar (filme, direção, ator, atriz, roteiro), com Aconteceu Naquela Noite.
A Columbia era um estúdio tão modesto que a indicação de The Criminal Code para o Oscar de melhor roteiro adaptado foi a primeira de toda a sua história.
* Howard Hawks, um dos mais importantes diretores de Hollywood no século XX, havia dirigido seu primeiro filme em 1926, ainda no tempo do cinema mudo – Espelhos d’Alma/The Road for Glory. Este O Código Penal foi seu décimo longa-metragem como diretor. O décimo-primeiro viria dois anos depois, em 1932 – e foi um dos maiores clássicos do cinema americano, Scarface: A Vergonha de uma Nação.
Interessante: naqueles tempos do studio system, em que diretores, atores, roteiristas eram empregados dos estúdios, Hawks não tinha contrato com a Columbia, mas fez com ela diversos grandes filmes, conforme se diz na introdução do livro The Columbia Story – o livro cita este The Criminal Code aqui e mais Suprema Conquista/Twentieth Century (1934), O Paraíso Infernal/ Only Angels Have Wings (1939) e Jejum de Amor/His Girl Friday (1940).
* Foi a estréia no cinema de Constance Cummings (1910-2005), que faz Mary Brady, a filha do promotor e depois diretor da penitenciária. Estava com apenas 20 aninhos; havia começado a carreira na Broadway como atriz e dançarina, e foi vista em um espetáculo pelo produtor Samuel Goldwyn. Três anos depois deste The Criminal Code, em 1933, casou-se com o roteirista e ator inglês Benn W. Levy, e radicou-se por décadas na Inglaterra, onde fez diversos filmes, entre eles a deliciosa comédia de Noël Coward dirigida por David Lean Uma Mulher do Outro Mundo/Blithe Spirit (1945) – e recebeu da rainha Elizabeth II o título de CBE (Commander of the Order of the British Empire).
* As diferenças de sorte. Constance Cummings viveu 95 anos. Já Phillips Holmes, o ator que interpreta Bob Graham, o par romântico da personagem interpretada por Constance, morreu com apenas 42 anos, em 1942, em uma colisão de dois aviões. Viveu muito pouco – mas trabalhou intensamente. Só em 1930, foram lançados oito filmes com o rapaz boa pinta nascido em Grand Rapids, Michigan, em 1907.
* O inglês Boris Karloff (1887-1969, à esquerda na foto abaixo) já havia interpretado no teatro Ned Galloway, o companheiro de cela de Bob, um assassino frio, calculista, e repetiu o papel no filme. Em 1930, já era um veterano em Hollywood, com um grande número de filmes a partir de 1919. Mas seria nos anos imediatamente seguintes ao do lançamento deste The Criminal Code que atingiria o estrelato, em uma sequência de filmes de terror de imenso sucesso – A Máscara de Fu Manchu, A Múmia (ambos de 1932), O Gato Preto (1934) e A Noiva de Frankenstein (I935).
Em 1968, o então jovem Peter Bogdanovich estreou na direção com Na Mira da Morte/Targets, um thriller em que Boris Karloff interpreta um personagem exatamente igual a ele mesmo, um veterano ator de filmes de terror. Algumas tomadas de The Criminal Code com o ator aparecem no filme.
* Um detalhe anotado no IMDb: no meio daquelas dezenas e dezenas de extras que fazem papel dos prisioneiros da penitenciária, não há um único negro. Diz o site enciclopédico: “O único prisioneiro não-caucasiano na prisão com 2.500 homens é o japonês Tetsu Komai”.
* A primeira refilmagem da peça de Martin Flavin, a de 1938, teve o título Penitentiary, no Brasil Penitenciária, com direção de John Brahm e Walter Connelly no papel central feito originalmente por Walter Huston. A segunda, de 1950, teve o título de Convicted, no Brasil O Setenciado. A direção foi de Henry Levin, e o elenco tinha três estrelas: Glenn Ford faz o preso, Broderick Crawford, o promotor e depois diretor do presídio, e a belíssima Dorothy Malone faz a filha dele, nessa versão chamada Kay.
O final trágico da peça foi trocado por um happy ending
Muita informação, muitas histórias – mas ainda falta registrar um ponto importante. Na peça de Martin Flavin, o fim do drama pesado era uma tragédia que se abatia sobre o jovem prisioneiro. Os executivos dos estúdios de Hollywood não gostavam nada de entregar para as platéias dramas que terminavam em tragédias. A crença geral era de que as pessoas não estariam dispostas a pagar ingresso para sair do cinema tristes, deprimidos com o que viram. Não recomendariam aos amigos.
E então os roteiristas Fred Niblo Jr., Seton I. Miller modificaram o final da história, e a Columbia Pictures entregou ao público um happy ending.
Leonard Maltin simplificou demais a trama do filme no verbete nos seus guias que vendiam demais, naqueles tempos em que guias de filmes eram vendidos nas livrarias. Deu apenas 2.5 estrelas em 4 e escreveu: “O diretor de prisão Huston – duro, embora essencialmente justo – enfrenta um dilema quando sua filha se apaixona pelo prisioneiro Holmes. Fora do tom em algumas partes, vívido em outras, mas o elenco e o diretor fazem dele um filme obrigatório para fãs.” E em seguida ele informa que cenas do filme aparecem em Targets de Peter Bogdanovich e que houve as duas refilmagens.
O livro The Columbia Story coloca o filme entre as produções de 1931, o que é um tanto estranho, já que ele teve uma estréia, embora restrita, ainda em 1930, como mostra o IMDb – a estréia nacional foi nos primeiros dias de janeiro de 1931. Esse detalhe à parte, eis o que diz o livro:
“Baseado em uma peça de Martin Flavin, The Criminal Code era um drama de prisão que se beneficiou imensamente da forte interpretação central de Walter Huston. Huston fazia um promotor de Justiça que, depois de acusar com sucesso um jovem (Phillips Holmes) de assassinato, sabendo que um bom advogado de defesa poderia ter assegurado uma absolvição, torna-se o diretor exatamente da prisão para o qual ele havia sido mandado.”
O verbete prossegue relatando os principais fatos da história, até o desfecho, e aí acrescenta que o roteiro alterou a história para fazer um happy ending. “Dirigido tensamente por Howard Hawks de um modo caracteristicamente macho, e com Karloff repetindo seu retrato assustador já apresentado no palco do preso Galloway, The Criminal Code foi uma das melhores realizações do estúdio para 1931 – e um sucesso tanto de crítica quanto de bilheteria.”
Um filme sem dúvida muito bom. Mary e eu gostamos muito de ver.
Anotação em setembro de 2024
O Código Penal/The Criminal Code
De Howard Hawks, EUA, 1930
Com Walter Huston (Martin Brady),
Phillips Holmes (Robert Graham), Constance Cummings (Mary Brady, a filha), Mary Doran (Gertrude Williams, a prostituta), DeWitt Jennings (Gleason, o chefe dos guardas do presídio), John Sheehan (McManus), Boris Karloff (Ned Galloway), Otto Hoffman (Jim Fales), Clark Marshall (Runch, o delator), Arthur Hoyt (Nettleford, o velho advogado), Ethel Wales (Katie), Nicholas Soussanin (dr. Rinewulf), Paul Porcasi (Spelvin, dono do bar), James Guilfoyle (Doran), Lee Phelps (Doherty), Hugh Walker (Lew, funcionário da promotoria), Jack Vance (repórter)
Roteiro Fred Niblo Jr., Seton I. Miller
Baseado na peça teatral de Martin Flavin
Fotografia James Wong Howe
Montagem Edward Curtiss
Produção Harry Cohn, Columbia Pictures.
P&B, 95 min (1h35)
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