Mad Men – A Primeira Temporada

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3.5 out of 5.0 stars

Mad Men é uma maravilha.

Digo isso e é necessário dizer logo em seguida que sim, eu sei, estou bastante atrasado: a primeira temporada, esta que vi e sobre a qual escrevo, é de 2007, e neste ano de 2013 Mad Men já está na sexta temporada.

Embora sabendo que estou bastante atrasado, digo o que tanta gente já disse antes de mim: muito do melhor cinema que se faz hoje nos Estados Unidos, na Inglaterra, é para a televisão.

Dá vontade de fazer um monte de considerações sobre esse fenômeno. Mas não é o caso. Isto aqui é apenas uma anotação sobre a Primeira Temporada de Mad Men. (Aqui, a anotação sobre as temporadas 2 a 5.)

O foco principal é o comportamento, o modo de vida das pessoas

zzmad2Mad Men – conforme nos explica, didaticamente, um letreiro no primeiro dos 13 episódios da primeira temporada – é o termo que designa os publicitários das grandes agências americanas. Vem de Madison Avenue, a avenida de Manhattan onde estão instaladas as maiores agências de publicidade do país. É também, naturalmente, um jogo de palavras com mad, louco. Homens da Madison Avenue, mas também homens loucos.

E o letreiro acrescenta que o termo foi criado por eles mesmos.

A série acompanha o dia-a-dia de uma agência fictícia, a Sterling Cooper, a partir de 1960. Vemos como eles trabalham, como recebem os clientes, como apresentam para eles suas idéias. A agência é fictícia, mas as empresas e marcas citadas são reais: American Airlines, Lucky Strike, entre tantas outras. Citam-se também diversas agências concorrentes, como a McCann e várias outras.

No entanto, o principal foco da série, ao menos nesta primeira temporada, não é propriamente o mundo da publicidade. Mais do que mostrar o cotidiano do trabalho na agência, Mad Men focaliza a vida daquelas pessoas. É um painel sobre a sociedade americana daquele início dos anos 60 – o modo de vida, o comportamento, os valores das pessoas.

Tudo bem: outras séries também mostram isso. Law & Order, Special Victims Unit também aborda a vida pessoal dos detetives. Dexter, a mesma coisa. The Good Wife fala bastante do cotidiano dos personagens, as relações familiares, afetivas.

Mas Mad Men é, creio, bem mais radical nisso. Em Mad Men, diferentemente das três séries citadas, o foco principal é o comportamento, os hábitos, o jeito de pensar, de agir, de interagir. A publicidade, embora importante, fica em segundo plano. (Na foto, Don Draper, o protagonista da história, interpretado por Jon Hamm, e sua mulher, Betty, interpretada por January Jones.)

zzmad3Confesso que demorei um pouco para perceber isso. Mas o erro foi meu. A série é bastante clara, mostra com nitidez que o que pretende é fazer um inventário sobre o comportamento das pessoas naquela época.

Claro, mostra-se o trabalho dos publicitários, os Mad Men. Mostram-se as relações entre eles, a disputa por espaço dentro da agência, a competição que sempre existe, ainda mais numa atividade tão absolutamente competitiva que é a criação, a busca de idéias numa agência.

Mas o foco mesmo – insisto – é no comportamento.

Mostra-se uma sociedade machista, racista, preconceituosa, conservadora

Há uma insistência enorme em mostrar como era extremamente machista a sociedade, naquele alvorecer dos anos 60, pré-revolução feminista, pré-revolução sexual, pré-vitória da luta pela igualdade dos direitos civis entre brancos e negros.

No início da série, não há uma mulher entre os redatores, no departamento de arte, entre o pessoal de mídia, de acompanhamento das contas dos clientes. As mulheres são secretárias e telefonistas – e a expectativa maior entre elas é tornar-se amante de algum dos publicitários e poder obter ganhos materiais com isso.

As mulheres dos publicitários não trabalham fora, não têm profissão, não têm atividade criativa ou produtiva, não têm vida própria: são dondocas, cuidam da casa dos filhos e olhe lá.

Uma mulher divorciada muda-se para o subúrbio de classe média onde mora o casal protagonista da história – e as mulheres do bairro ficam indignadas com aquilo. Como se ser divorciada fosse uma mancha, um pecado, como se divorciada fosse sinônimo de puta.

A série insiste em mostrar como era conservadora, careta, a sociedade focalizada ali. Machista, conservadora, careta – e preconceituosa. Fala-se de judeus com evidente preconceito – e fala-se bastante de judeus. Os negros são apenas trabalhadores braçais, faxineiros, garçons. No episódio 8, por exemplo, o ascensorista do prédio da agência explica a um jovem executivo de contas da agência e uma secretária que o elevador de serviço não está funcionando, e pede a autorização deles para que um faxineiro negro suba no elevador social. A secretária aprova sem problemas, com um sorriso; quando o faxineiro desce, no entanto, o jovem executivo faz um comentário racista, filho da mãe.

zzmad7Os publicitários têm suas amantes. É o status normal, é do jogo. Os que não têm amantes fixas estão sempre procurando uma secretária, uma garçonete ou mesmo uma profissional para comer. É do jogo. Já as mulheres não podem fazer o mesmo. (Na foto acima, Midge, amante de Don Draper, interpretada por Rosemarie DeWitt.)

Trepam muito – e bebem mais ainda. Bebem e fumam o tempo todo. Como é um lugar que depende de idéias, de criatividade, a bebida é liberada; todos têm bebida e copos em suas salas – e bebe-se desde a manhã.

Mary observou – corretamente, como sempre – que, se a série se passasse nos anos 80, ou 90, todos ali cheirariam cocaína. Como era o início dos anos 60, todos bebem e fumam sem parar.

Como são em geral conservadores, quadrados, caretas, votam nos republicanos. Era o ano da eleição que seria disputada por Richard Nixon e John F. Kennedy, e fala-se bastante de política. E fala-se mal de Kennedy. Um dos dois sócios da agência, o mais velho deles, Bertram Cooper (Robert Morse), é abertamente republicano, e tenta fazer com que a agência trabalhe na campanha presidencial de Nixon.

O protagonista da série parece uma pessoa ajustada, mas tem um passado misterioso

O protagonista da história é Don Draper, o diretor de criação da agência Sterling Cooper. Draper (muitíssimo bem interpretado por Jon Hamm, 50 títulos no currículo, boa parte deles séries de TV) é um profissional extremamente competente, talentoso, dedicado; os dois donos da agência, Roger Sterling (John Slattery) e o já citado Bertram Cooper, têm o maior respeito por ele, assim como a maioria dos publicitários da agência.

Draper mora num subúrbio de classe média alta ao Norte de Nova York; é casado com Betty (January Jones), uma mulher bem jovem que parece a boneca Barbie – parece a boneca, ou poderia ter sido a inspiração para os criadores dela. Não repete um vestido – e está sempre perfeitamente elegante, mesmo quando cozinha para o marido. Só lá pelo episódio 9 ficaremos sabendo que ela chegou a trabalhar – como modelo – na juventude. Mas casou-se com Don Draper bem novinha, e, aos 28 anos, já tem dois filhos, uma garota aí de uns 7 anos, Sally (Kiernan Shipka), e um garoto de uns 6, Bobby (Jared Gilmore).

zzmad5A relação entre os dois é boa na aparência, mas percebe-se que sob a superfície há águas agitadas. São em geral atenciosos um com o outro, até carinhosos, mas há momentos de tensão. Don tem uma amante de longa data, Midge (Rosemarie DeWitt), e o sexo com ela é ótimo, mas ele de fato parece gostar da mulher-boneca que tem em casa, e ama os dois filhos.

Betty vive em função do marido, dos filhos e da casa, é uma perfeita dona de casa de classe média alta – mas tem lá suas inquietações. Ela mesma não consegue perceber com clareza os motivos, mas tem uma certa angústia indefinível, vaga. A sensação que se tem, nesta primeira temporada, é de que a qualquer momento ela vai perceber com nitidez que leva uma vida vazia, que é apenas um satélite, sem luz própria.

Embora psiquiatra, psicólogo, seja algo visto com má vontade, preconceito, naquele mundo, naquela época, Betty vai se tratar com um psiquiatra.

Draper é, aparentemente, uma pessoa “normal”, sem grandes problemas, desajustes. Mas é só aparentemente. No terceiro episódio, um acontecimento banal, fortuito, fará o espectador ficar com a pulga atrás da orelha: numa viagem comum de trem entre o subúrbio em que mora e Manhattan, um sujeito reconhece Don: haviam servido juntos no Exército. O antigo companheiro se identifica, diz o nome e o número da unidade em que haviam servido. Só que ele não chama Don Draper de Don Draper, e sim de Dick Whitman.

Ahá: então esse publicitário bem sucedido, talentoso, aparentemente normal, tem segredos, tem um passado desconhecido, misterioso! Guarda esqueletos no armário!

Mais adiante, nos episódios seguintes, começam a surgir algumas pistas sobre esse passado misterioso. Os criadores da série vão dando essas informações bem aos poucos, a conta-gotas. Só no episódio 12, o penúltimo da temporada, será apresentada a parte central do mistério.

Peggy Olsen, a jovem secretária, comete o equívoco de se interessar por Pete, um pusteminha

Midge, a amante de Don, é assim a personagem criada para mostrar que nem todo mundo, na Nova York de 1960, era conservador, careta, reacionário. Ela é uma artista plástica que vive no Greenwich Village, o bairro boêmio de Manhattan. Tem amigos doidões, beatniks, proto-hippies, maconheiros, inimigos da sociedade de consumo. Ela é, portanto, em tudo por tudo diferente de Don, o seu oposto, antípoda. Só se entendem perfeitamente na cama.

zzmad6Como em geral todas as histórias têm um vilão (assim como as redações de jornal, as agências de publicidade, as empresas de uma maneira geral na vida real), Mad Men também tem o seu. O violãozinho de Mad Men, Pete Campbell (Vincent Kartheiser), é um jovem gerente de contas, ambicioso, mau caráter, bobo, presunçoso. Um yuppizinho desprezível (embora, é claro, na época o termo não existisse), um pusteminha, que vai trombar com Don Draper ao longo de toda a temporada.

Quando a série começa, Pete está para se casar – as pessoas casavam-se jovens, naquele tempo. Veremos depois que ele se casa contra uma mocinha chamada Trudy (Alison Brie), uma daquelas típicas garotas da época, cuja maior ambição na vida era exatamente casar com um jovem com uma carreira promissora e passar a vida como dondoca dona de casa.

Como as decisões do coração são muitas vezes ilógicas, e equivocadas, Peggy Olson vai ficar interessada por Pete. Peggy é interpretada por Elisabeth Moss, na foto acima, que nos créditos iniciais aparece em segundo lugar, logo após Jon Hamm, o ator que interpreta o protagonista Don Draper. Ela começa a trabalhar como secretária na Sterling Cooper bem no início da ação, no primeiro episódio, designada para atender exatamente a Don Draper.

Estamos ainda bem no início da primeira temporada quando o nojentinho Pete Campbell, bêbado após sua festa de despedida de solteiro, bate à porta do apartamento do Brooklyn que Peggy divide com uma colega. Jovem, bobinha, inocente, talvez influenciada pelos conselhos da secretária executiva Joan (a bela e bastantuda Christina Hendricks, na foto bem abaixo), talvez encantada pela aparência toda certinha do rapaz, Peggy abre para ele a porta e as pernas. Será a primeira trepada da vida dela e a única na primeira temporada, enquanto todo o resto dos personagens trepa incansavelmente.

A primeira série dramática a ganhar o Emmy por quatro anos seguidos

Embora Pete Campbell seja um vilão, não há propriamente heróis, e muito menos super-heróis, em Mad Men. São personagens de carne e osso, gente como a gente; uns são mais bobos, outros mais ambiciosos, alguns são mais talentosos que outros. Herói, anjo, isso não há.

zzmad0O próprio protagonista, Don Draper, é um misto de herói e anti-herói. Demonstra ter bom caráter, mas é duro, exigente, não gosta de ser contrariado – e tem as manchas do passado.

É na composição da figura de Don Draper que a série comete um furo grave, na minha opinião. Pode ser até que nas temporadas seguintes haja alguma explicação convincente, mas me pareceu que a escalada de Don Draper, do que ele havia sido no passado nebuloso, misterioso, até 1960, quando a ação começa, foi rápida demais. A mudança pela qual passa é imensa. Nos flashbacks, veremos o que ele era até 1951 – um rapaz de origem bem humilde, criado em um meio que não permitiria que ele tivesse muito estudo. Depressa demais, torna-se um homem muito culto, erudito, que leu muito e viu bons filmes, conhecedor de muita coisa.

É uma mudança absurda, incrível, num período de apenas nove anos.

Esta primeira temporada da série foi ao ar em 2007, como já mencionei lá em cima, e atualmente (meados de 2013) está sendo exibida a sexta temporada, que, parece, será a última.

A série foi a primeira a ganhar o Emmy, o Oscar da TV americana, na categoria de melhor série dramática por quatro anos consecutivos. Ao longo das seis temporadas, acumulou a absurda quantidade de 65 prêmios e outras 155 indicações. Só contando os Emmys, a série levou 13 prêmios.

Ganhou 4 Globos de Ouro, fora outras 8 indicações.

O criador da série é Matthew Weiner, que é também o principal produtor executivo. Nascido em 1965, Weiner tem em seu currículo o trabalho como produtor executivo de     mais de uma dezena de episódios da Família Soprano. Em 2013, está finalizando seu primeiro longa-metragem para o cinema como roteirista e diretor, You Are Here, uma comédia com Owen Wilson e Melissa Rauch.

A série rema contra a maré vigente, e tem um ritmo propositalmente lento

Como é o padrão das boas séries feitas nos últimos anos para a TV – as já citadas The Good Wife, Dexter, Special Victims Unit, para falar de algumas que admiro –, todos os detalhes técnicos, todo o artesanato é extremamente bem realizado: fotografia, figurinos, direção de arte. A reconstituição de época é irretocável.

zzmad4A trilha sonora criada para a série por David Carbonara, pelo que pude perceber, não é extensa, não tem diversos temas diferentes. Tem basicamente um tema, que aparece nos créditos iniciais – remando contra a maré dos tempos atuais, a série tem créditos iniciais em que o pobre espectador pode ler os nomes dos atores e dos principais técnicos da equipe, sem ter que ao mesmo tempo acompanhar diálogos.

O grande show, na trilha, vem com as músicas incidentais, as canções que tocam ao fundo, durante a ação. Como é 1960, há muito da Grande Música Americana, como Bing Crosby, por exemplo. Mas, exatamente porque é início dos anos 1960, há a chegada das coisas então novas. O último episódio da primeira temporada fecha com o jovem Bob Dylan – a gravação original de “Don’t think twice, it’s all right”. Há aí uma pequena licença poética: a canção é do segundo disco do mestre, de 1963, e a ação, naquele momento, está entre 1960 e 1961. Mas as licenças poéticas são permitidas – e, quando é para tocar o jovem Dylan, são absolutamente bem-vindas.

(Ao final de um dos episódios do meio da segunda temporada, a voz de um dos atores mistura-se à gravação de Peter, Paul and Mary. É maravilhoso.)

Os atores estão sempre bem, ao longo dos diversos episódios dirigidos por vários profissionais diferentes.

Mas a característica que mais me impressionou na primeira temporada de Mad Men (e também na segunda, que começamos a ver imediatamente depois de terminada a primeira) é o ritmo.

Em especial a partir de meados dos anos 70, o cinemão comercial adotou um ritmo ágil, rapidíssimo, apressado. A estética MTV pareceu se espalhar pelos filmes dos grandes estúdios. Estética MTV, ou talvez estética coelhinho: tudo muito depressa. Tomadas curtas, montagem frenética.

Mad Men – exatamente como outra maravilhosa produção recente para a TV americana, Mildred Pierce, de Todd Haynes – rema firme contra essa maré.

O ritmo de Mad Men é suave. Há longas tomadas. Há diversas tomadas sem diálogo, para mostrar o ambiente, o comportamento. Há seqüências de pequenos detalhes do dia-a-dia que poderiam parecer até dispensáveis, mas na verdade ajudam o espectador a compreender melhor os personagens.

Mad Men dirige-se a um público adulto. Fala de coisas sérias, importantes. Não quer se aproximar de qualquer tipo de linguagem adolescente – os adolescentes já têm filmes demais para ver. Mad Men é adulto, para adultos.

Que maravilha.

(Clique aqui se quiser ver a anotação sobre as temporadas 2 a 5.)

Anotação em junho de 2013

Mad Men – A Primeira Temporada

Série criada por Matthew Weiner, EUA, 2007

Diretores: Alan Taylor, Ed Bianchi, Lesli Glatter, Andrew Bernstein e outros.

Com Jon Hamm (Don Draper), Elisabeth Moss (Peggy Olson), Vincent Kartheiser (Pete Campbell), January Jones (Betty Draper), John Slattery (Roger Sterling), Christina Hendricks (Joan Harris), Robert Morse (Bertram Cooper), Aaron Staton (Ken Cosgrove), Rich Sommer (Harry Crane), Michael Gladis (Paul Kinsey), Bryan Batt (Salvatore Romano), Rosemarie DeWitt (Midge Daniels), Maggie Siff (Rachel Menken), Alison Brie (Trudy Campbell), Darby Stanchfield (Helen Bishop), Kiernan Shipka (Sally Draper), Jared Gilmore (Bobby Draper)

Roteiro Matthew Weiner, Tom Palmer, Andre & Maria Jacquemetton e outros.

Fotografia Phil Abraham, Steve Mason, Frank G. DeMarco, Bill Roe

Música David Carbonara

Produção Lionsgate Television, Weiner Bros., American Movie Classics (AMC). DVD Universal

Cor, 614 min

***1/2

15 Comentários para “Mad Men – A Primeira Temporada”

  1. Bela análise. Teremos uma da segunda temporada também? Em tempo: a sexta temporada não foi a última. Pelo que li, a sétima foi confirmada como final.

  2. Sergio, eu estou bem mais atrasado que voce.
    Vou começar a assistir o sexto episódio desta primeira temporada.
    Eu me interessei por esta série há poucos dias. Vi um capitulo no HBO não me lembro qual temporada e gostei.Por sorte, encontrei em um site de filmes online e comecei a assistir . Inclusive , agora acabaram de postar todas as temporadas.
    Eu até havia comentado isto com a Jussara no teu texto de “Intrusos/Intruders”.
    Aqui um trecho:

    ” Salvei tôda a primeira temporada de “Mad Men” e, comecei a assistir.
    Veja só o “absurdo” da coisa, deve estar na sexta ou sétima e eu estou na primeira.
    Me agrada muito , pela época que se passa a história, Não sei se conseguirei as outras temporadas “.
    E, como disse acima, já consegui.
    A segunda foto que está aqui no texto , foi do quinto episódio que vi ontém.
    De fato o passado do Don Draper é muito, muito nebuloso.Não posso opinar muita coisa, estou no comecinho mas, estou gostando muito.
    Vou me esforçar para assistir mais capitulos por dia senão, vou demorar para terminar. É que vejo muitos filmes e sobra pouco tempo para a série.
    Vou assistir uns quatro episódios agora e, vejo meus filmes depois.
    Um abraço !!

  3. Sérgio,
    Acho “Mad Men” a melhor crítica à sociedade estadunidense que surgiu na televisão no século XXI. E, à medida que a série avança pelos anos 60, a coisa vai ficando mais e mais divertida.

    Da primeira temporada, o momento que mais gosto é aquele em que Pete descobre o passado de Don, e, ao denunciá-lo ao Bertram, ouve como resposta que ele não se interessa pelo passado seus funcionários, mas pela sua rentabilidade. Isso é sensacional: o juvenil completamente enquadrado naquele papinho empresarial “moderno”, ouvir essa ao recorrer aos sentimentos patrióticos do chefe.

    Uma coisa interessante é que a série opta por uma análise de um local privilegiado da sociedade, o que acaba por criar uma espécie de desfile, no qual surgem pontualmente os personagens “diferentes”, que são sumariamente escorraçados pelos protagonistas, como no caso da cena do elevador.

    E é por isso que a série é tão boa: ela utiliza a agência como microcosmo da sociedade da época, mas, no fim das contas, acaba falando muito da sociedade estadunidense atual. Curiosamente, isso não constitui óbice para que este seja um dos programas que possuem maior parcela de telespectadores pertencentes à casta maior rica dos Estados Unidos: http://jkellimarie.wordpress.com/2010/07/25/shows-with-wealthy-viewers/.

    Grande abraço!

    André

  4. De fato, os personagens são complexos, possuem nuances e a cada episódio a gente descobre mais sobre eles.
    Apesar de a série toda ser muito boa, o que eu mais gosto nela são os personagens.

  5. Desde que eu vi pela primeira vez Mad Men me amou e me pegou, eu realmente gosto dos personagens, o roteiro eo enredo em geral.

  6. Mad Men é uma série maravilhosa que eu recomendo. A estreno de seus últimos capítulos não são perdidos, vai ser ótimo.

  7. Eu tinha resistência a ver “Mad Men”, talvez por achar que só falasse de publicidade. E quando vi a primeira e a segunda temporadas, super sombrias e pra baixo, várias vezes pensei em abandoná-la, por causa do *machismo e sexismo horrorosos. Apesar de ser o retrato de uma época, e de termos evoluído um pouco, não dá pra dizer que vivemos numa sociedade menos machista. Duvido que um grupo de homens, quando sozinho, fale amenidades sobre suas colegas de trabalho. A série apenas mostra isso de forma direta e crua, o que me incomodou muito muito muito no começo. A partir da terceira temporada as coisas melhoram, e eu desisti de parar de ver. Ainda assim, não consigo gostar de nenhum dos personagens homens secundários, todos machistas, sexistas, que só sabem fazer piadas depreciativas. Nunca consegui rir de nenhuma. Gosto da série pelos dramas dos personagens, as boas atuações e a ótima caracterização do período (sou fã de algumas coisas da década de 1950, e embora “Mad Men” se passe nos anos 1960, muito do começo da década ainda era proveniente dos anos 50, segundo os entendidos). E como resistir ao charme e à beleza de Jon Hamm, na pele de Don Draper, que enche a tela, todas as vezes em que aparece? Que homem grande, que pernas, que voz maravilhosa, e que atuação! Todo mundo acha injusto ele nunca ter levado um Emmy. Arrisco dizer que Jon Hamm é o homem mais gato e sexy vivo de Hollywood hoje (sem falar que é uma simpatia, espirituoso, franco, inteligente, e não se acha bonito — diz que a beleza dele está ligada ao personagem — além de tudo é modesto). E que voz! Já falei das pernas?

    Poucas pessoas falam de Bert Cooper, e taí um personagem de quem eu gosto. É o único homem que respeita as mulheres na agência, as secretárias, e que nunca vi fazendo piada sobre elas. Gosto do jeitão dele, do seu lado mais equilibrado de levar as coisas, e até da sua mania de limpeza. Suas falas e aparições são curtas, mas acho que ele acrescenta tempero à trama, e sabe colocar cada um em seu lugar, até o quase intocável Don. Numa entrevista que vi com Jon Hamm, ele diz que na série todos são moralmente meio fora de compasso, mas que ninguém é mau, e que Bert é o único mais ajustado, com sua abordagem e perspectiva zen de ver as coisas, até por ser o mais velho. Mas que como todos os outros, ele tem seus defeitos e problemas etc.

    Mad Man acabou faz uma semana e meia, e estou ainda na fase de ler todos os comentários possíveis sobre o final, de ler e ouvir entrevistas com os atores, Matthew Weiner etc. Antes disso, eu estava numa maratona louca pra ver a sétima e conseguir alcançar o pessoal dos EUA, para acompanhar as opiniões. Isso explica em parte o meu sumiço. Mas ‘eu voltei, agora pra ficar’… (poderia comentar mais, mas vou deixar pra fazer isso depois; o problema vai ser só conseguir resumir). Por falar nisso, não vai sair texto sobre a sexta temporada?

    Só uma pequena correção: Peggy e Peter transaram duas vezes na primeira temporada, a segunda delas foi num dia em que ela chegou mais cedo à agência (foi no sofá da sala dele, onde mais tarde sua querida esposa acabou sentando quando foi visitá-lo de surpresa – se não me falha a memória).

    *qual não foi minha surpresa ao saber que na segunda temporada 7 dos 9 roteiristas eram mulheres. Mas que tolinha eu fui: só mesmo uma mulher para saber descrever tão bem e claramente situações, cantadas, piadas machistas.

  8. Oi, Jussara! Vi a sexta temporada há poucos dias e estou agora no meio da sétima. Quando terminar faço o comentário sobre essas duas últimas…
    Um abraço.
    Sérgio

  9. Escreve o Sérgio:
    “No entanto, o principal foco da série, ao menos nesta primeira temporada, não é propriamente o mundo da publicidade. Mais do que mostrar o cotidiano do trabalho na agência, Mad Men focaliza a vida daquelas pessoas. É um painel sobre a sociedade americana daquele início dos anos 60 – o modo de vida, o comportamento, os valores das pessoas.”
    Estou de perfeito acordo.
    Esta série que comecei a ver há poucos dias provoca-me um tédio brutal. Realmente modos de vida, comportamentos e valores das pessoas não são (para mim) um motivo de grande interesse.
    Prefero que haja mais emoção, acção, tiros, mortes, sangue, raptos, roubos, etc., etc..
    Parece-me que não vou conseguir ver toda a série.
    Penso em “Breaking Bad”, “Homeland”, “Dexter”, “The Walking Dead” que me encheram de entusiasmo e esta nem se aproxima.

  10. Deveria ter acrescentado que o que me incomoda sobretudo é passar o tempo de um episódio a ver pessoas a falar umas com outras, a comer, a fumar, a fornicar, a escrever e por aí fora. Não acontece nada de facto. Nada.

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