Em Blood Work, no Brasil Dívida de Sangue, de 2002, seu 23º filme como diretor, Clint Eastwood interpreta um policial bem diferente de Harry Callahan, o inspetor de polícia de San Francisco que parece ter prazer em matar bandidos.
Clint Eastwood se firmou como grande ator e um dos maiores astros do cinema interpretando o sujeito de poucas palavras e muitos tiros – todos certeiros, as poucas palavras e os muitos tiros – nos western spaghetti de Sergio Leone. E depois incorporou esse tira igualmente matador, o Dirty Harry dos filmes de Don Siegel. Foram seus grandes mestres, o italiano de Roma e o americano de Chicago – tanto que dedicou aos dois seu filme de 1992, Os Imperdoáveis/Unforgiven. A obra-prima foi indicada a 9 Oscars e levou 4, inclusive os dois mais importantes, os de melhor filme e melhor diretor – mas, mais que isso, marcou o início das suas obras de absoluta maturidade pessoal e artística.
Neste Blood Work, lançado 10 anos após Unforgiven, ele interpreta um tira que pensa, raciocina, reflete, pondera. Chama-se Terry McCaleb, é um experiente, veterano agente do FBI em Los Angeles; no jargão dos policiais, é um profiler, o sujeito que sabe criar perfis dos criminosos. Sabe atirar também – mas sua especialidade são, como diria o detetive belga Hercule Poirot, as células cinzentas.
Extremamente competente, ajudou pelo menos uma colega a subir na carreira, passando a ela dicas que levariam à resolução de um caso famoso. A colega se chama Jaye Winston (o papel de Tina Lifford), e ela terá importância na história. Mas a competência – que o tornou um nome conhecido dos repórteres policiais e fez sua fama nos jornais da Califórnia – também criou desafetos, como os detetives da polícia de Los Angeles Ronaldo Arrango (Paul Rodriguez, ao centro na foto abaixo) e seu parceiro John Waller (Dylan Walsh, à direita na foto). Este segundo é bem mais tranquilo, mas Arrango – sujeito chato, que fala sem parar – não consegue esconder que morre de inveja da fama e da competência de McCaleb, e faz todo o possível para irritá-lo.
A competência de McCaleb e o fato de a imprensa falar muito dele fizeram com que o agente do FBI virasse uma fixação, uma obsessão de um serial killer que atua na cidade.
O policial corre atrás do suspeito – e tem um ataque cardíaco
A animosidade do detetive Arrango contra McCaleb e essa obsessão do assassino pela figura do agente do FBI são mostradas já na sequência inicial – um brilho de síntese criada pelo roteirista Brian Helgeland, um brilho de sequência encenada com maestria por Clint Eastwood.
McCaleb chega à cena do crime – um sobrado num bairro residencial. Arrango e Waller já estão lá, e, ao ver a chegada do homem do FBI, Arrango começa uma ladainha infinita contra ele – primeiro para o parceiro, depois para o próprio McCaleb, enquanto os dois vão levando o policial federal pelos cômodos da casa, onde estão as vítimas de número 5 e 6 do assassino serial. Numa parede, o criminoso escreveu com sangue: “McCaleb, me pegue” – e, logo abaixo, um longo número, composto de nove algarismos, que os policiais passarão tempos tentando decifrar sem encontrar um significado.
Assim que sai da casa, passa pela fita de cena do crime estendida pela polícia e se vê no meio de uma aglomeração de repórteres que fazem perguntas sem parar, McCaleb olha para o chão – e vê que os sapatos de um homem ali no meio do tumulto estão manchados de sangue. O homem começa a correr, e McCaleb vai atrás.
As tomadas da perseguição são bem encenadíssimas – algo de fazer babar qualquer diretor especializado em filmes de ação.
Mas McCaleb já é um senhor de idade. (Em 2002, o ano de lançamento do filme, Clint Eastwood estava com 72 anos.) Depois de correr atrás do possível assassino por várias quadras, e de até pular alguns muros, McCaleb, ao chegar a uma cerca de arame que o outro já havia conseguido pular, cai no chão, com um dor pavorosa no peito.
O sujeito que ele perseguia pára de correr, olha para trás, para o policial caído no chão, do outro lado da cerca. Como se estivesse preocupado com o ataque cardíaco de McCaleb.
E é aí que McCaleb tira de debaixo do paletó seu revólver, e começa a atirar. Chega a acreditar que acertou um dos tiros no suspeito, mas este consegue fugir.
Ao rever o filme agora (não escrevi nada sobre ele quando o vi pela primeira vez, no ano do lançamento, no então Unibanco da Frei Caneca), não me contive, e, ao final dessa primeira sequência fantástica, perguntei para a Mary: “Ué, mas por que ele não atirou no cara antes?”
Pergunta besta. Não atirou antes porque acreditava que iria conseguir agarrar o suspeito. Não atirou antes porque não era Dirty Harry, o tira que atira antes de pensar, de perguntar – era Terry McCaleb, experiente profiler do FBI. Policial que primeiro usa o cérebro, e até as pernas – e só depois recorre ao três-oitão.
Corta – passam-se dois. O policial está aposentado e de coração novo
Depois dessa espetacular sequência de aventura, no momento em que Terry McCaleb está tendo o ataque cardíaco no chão, junto de uma alta grade que ele não conseguiu transpor, corta – e um letreiro nos avisa que se passaram dois anos.
McCaleb está se recuperando de um transplante de coração. Havia ficando dois anos na fila, esperando um doador.
É agora um aposentado. Tinha mesmo idade e poupança suficiente para isso. Mora num barco ancorado numa das marinas de Los Angeles, mais especificamente em Long Beach – creio que o filme não diz isso explicitamente, mas não importa.
A cardiologista que trata dele, a dra. Bonnie Fox, é severa, durona, exige que ele descanse, tenha vida bem regrada. É o papel de Anjelica Huston – e quero, é claro, falar dela mais tarde.
Num barco ancorado na marina bem perto do dele vive um sujeito chamado Buddy (o papel de Jeff Daniels). É um boa vida, que não faz coisa alguma – só toma cerveja o dia inteiro, e de vez em quando toca uma gaitinha. O roteirista Brian Helgeland não teve a menor preocupação em tentar explicar de que Buddy vive, se herdou um dinheiro da família, nada – só mostra que é um boa vida, que não faz coisa alguma.
Para chegar a seu barco, McCaleb tem que passar por Buddy; sempre se cumprimentam, trocam algumas frases.
Em um dia em que McCaleb está chegando de volta à marina, Buddy avisa o vizinho que há alguém esperando por ele em seu barco.
É uma mulher bonita, vistosa, bem morena, uma mexicana. Apresenta-se: Graciella Rivers (é o papel de Wanda De Jesús, nas duas fotos abaixo).
É uma beleza de diálogo.
A mulher põe a mão no peito dele e diz que o coração era da irmã dela
Ela diz que leu bastante sobre ele; ele diz que está aposentado, mas pode indicar um bom investigador que não vai cobrar os olhos da cara. Ela insiste em que ele é o melhor de todos, e pede para que ele olhe uma fotografia – uma mulher, morena, parecida com ela mesma, e um garoto.
Ele pergunta quem morreu, ela diz que foi a mulher, irmã dela, Gloria Torres, Glory.
Ele olha para a foto, e tenta devolvê-la para Graciella.
Ela: – “Por que você não olha para a foto de novo, por favor? Mais uma vez, e você saberá por que. Só me diga se você vê alguma coisa, sente alguma coisa.”
E ele: – “Miss Rivers, sou um cara aposentado do FBI, não um vidente.”
Mas Graciella Rivers é persistente. Diz para ele ficar com a foto – ela tem cópia, e o número do telefone dela está anotado atrás.
E aí dá um passo à frente, como se estivesse para finalmente parar de insistir, ir embora. Mas, ao passar na frente de McCaleb, põe a mão no peito dele, na altura do coração.
– “Seu coração, sr. McCaleb. Era da minha irmã.”
– “Como sabe disso?”
– “O jornal. Vocês dois têm o mesmo tipo sanguíneo, que é raro, AB negativo. E o senhor foi operado no mesmo dia em que ela morreu.”
Uma grande sacada para uma história policial – e um roteirista de primeira
Um competentíssimo policial agora aposentado, com um coração recém transplantado que pertenceu a uma jovem mulher que foi assassinada.
E que, ao aceitar o desafio de voltar a fazer uma investigação, colocará em risco a saúde e o próprio coração que recebeu.
Que beleza de sacada, que idéia brilhante para ser a base de uma história policial.
O autor da idéia é o romancista Michael Connelly, nascido em 1956 na Filadélfia, prolífico, autor de mais de duas dezenas de novelas policiais. Connelly criou vários personagens – policiais, detetives –, que aparecem em mais de um de seus livros. Terry McCaleb e sua amiga Jaye Winston, por exemplo, estão presentes em algumas de suas obras. Blood Work foi lançado em 1998.
Clint Eastwood foi rápido e comprou logo os direitos de adaptação do livro para o cinema.
Teve a inteligência e a sorte de pedir a Brian Helgeland que escrevesse o roteiro. Helgeland é um mestre. É dele o roteiro de Los Angeles: Cidade Proibida (1997), aquele filmaço de Curtis Hanson baseado em novela do grande James Ellroy. É dele também a história original e o roteiro de Teoria da Conspiração (1997), bom filme de Richard Donner com Mel Gibson e Julia Roberts. Assina ainda o roteiro de Zona Verde (2010), de Paul Greengrass, filme que demonstra, tintim por tintim, como a motivação usada por George W. Bush para invadir o Iraque em 2003 era uma grande falácia.
Clint seguramente gostou do trabalho de Brian Helgeland: seu filme seguinte, Sobre Meninos e Lobos (2003), baseado no romance do então muito jovem Dennis Lahane, também teve roteiro dele.
“Uma abordagem um pouco diferente do trabalho de detetive”
“O roteiro parecia uma interessante história de detetive com uma certa vulnerabilidade tanto física quanto psicológica para o protagonista superar”, disse Clint Eastwood, após concluir Blood Work, à equipe que o entrevistou para fazer o making of que acompanharia o filme no DVD. “Sempre que um ator acha um papel em que há obstáculos a superar, o filme fica mais interessante do que apenas saindo para solucionar o caso entre algumas perseguições na rua. Foi isso o que me atraiu. Comprei os direitos do livro e Brian Helgeland escreveu o roteiro, do qual gostei muito. Foi uma oportunidade de fazer uma abordagem um pouco diferente do trabalho de detetive com o qual fiquei identificado durante muitos anos.”
Que figura, esse senhor Clinton Eastwood Jr.!
“Uma abordagem um pouco diferente do trabalho de detetive com o qual fiquei identificado”.
Não poderia haver um policial mais diferente de Dirty Harry do que esse Terry McCaleb. São antípodas, antônimos.
Na entrevista para o filmete Making Blood Work, Clint prossegue:
“Neste ponto específico da minha maturidade…”
E, ao dizer a palavra maturity, ele dá um sorrisinho irônico.
“… eu senti que era hora de fazer papéis que tivessem obstáculos diferentes do que se eu fosse um jovem aí de uns 30, 40 anos.”
Nesse interessante making of, Clint faz elogios fartos a Jeff Daniels; diz que é ele um dos grandes atores americanos, e que tem sido subestimado. Elogia a disposição de Jeff Daniels, sempre pronto para tudo, para qualquer cena que tivesse que ser rodada. O próprio Daniels conta que, ao ser convidado por Clint, vinha de uns dois projetos de filmes independentes em que ele, além de ator, havia sido também o diretor, e então para ele foi um prazer imenso poder apenas atuar – e atuar com aquele diretor, é claro.
Eu nem sabia que Jeff Daniels havia tido experiências como diretor. O IMDb mostra que fez dois filmes, exatamente em 2001 e 2002, Escanaba in da Midnight e Super Sucker, ambos baseados em histórias dele mesmo, com roteiro dele. Para mim, o papel mais marcante de Jeff Daniels, antes deste Blood Work, havia sido o do ator que sai da tela para conversar com Cecilia-Mia Farrow, em A Rosa Púrpura do Cairo, a obra-prima de Woody Allen de 1985.
Clint diz que tem gostado cada vez mais de dirigir, em vez de atuar
Ao final do making of de quase 20 minutos, Clint Eastwood comenta sobre essa dualidade de ator e diretor, ator que se transforma em diretor mas continua atuando também diante das câmaras. É um depoimento precioso, que termina assim:
– “À medida em que vou ficando mais velho, mais gosto de dirigir. Acho que provavelmente eu sempre quis, desde os anos 70, separar as duas funções, com o correr dos anos. Dirigir era um plano reserva para quando me vissem na tela e dissessem ‘Não, não quero vê-lo mais’. Então eu teria outro emprego garantido. Mas agora estou lentamente chegando ao ponto de querer separar as duas coisas.”
Depois deste Dívida de Sangue, ou seja, depois de 2002, e até agora, fevereiro de 2018, Clint Eastwood trabalhou como ator em apenas mais 3 filmes – Menina de Ouro (2004), Gran Torino (2008) e Curvas da Vida (2012). Este último foi o primeiro filme em quase 20 anos em que ele trabalhou como ator mas não dirigiu – o realizador é Robert Lorenz; mas, incansável, Clint foi um dos produtores, com sua empresa, a Malpaso Productions.
Apenas 3 filmes como ator, depois de Dívida de Sangue – e 13 como diretor. O cara de fato é incansável.
Das três personagens femininas, uma é mexicana, uma é negra e uma branca
Sempre achei que Clint Eastwood brinca, faz pilhéria, quando se declara republicano. Se for mesmo republicano, é o republicano mais progressista, mais aberto, mais liberal que existe: afinal, em seus filmes ele já criticou duramente a pena de morte, o racismo, a xenofobia, e fez bela defesa da eutanásia.
Neste Dívida de Sangue, escolheu uma atriz mexicana não muito conhecida para o principal papel feminino, o dessa Graciella Rivers que perde a irmã, assassinada no que parece ser um assalto a um mercadinho, e uma atriz negra igualmente pouco famosa para outro papel feminino importante, o da agente do FBI Jaye Winston.
São, as duas, Wanda de Jesús e Tina Lifford, mulheres interessantes, atraentes, e boas atrizes. Tina Lifford, vejo no IMDb, tem mais de 100 títulos em sua filmografia. Numa olhada rápida, não dá para perceber nenhum filme grande ou de fato importante ali.
Wanda de Jesús tem mais de 50 títulos – entre eles O Informante/The Insider (1999) e Robocop 2 (1990).
São de fato boas atrizes, e merecem todo respeito. Creio, porém, que é uma firme declaração de intenções o fato de Clint Eastwood ter escolhido essas duas mulheres para dois dos papéis femininos mais importantes de seu filme – e não qualquer outra atriz Wasp (branca, anglo-saxônica e protestante) que poderia atrair mais gente nas bilheterias no maior mercado do mundo.
Entre as três personagens femininas importantes, há uma Wasp, sim – e é uma maravilha ver Anjelica Huston no papel da dra. Bonnie Fox, a cardiologista do protagonista Terry McCaleb.
A dra. Bonnie Fox aparece em umas quatro sequências do filme. Logo na segunda sequência, a que vem após o letreiro dizendo “Dois anos mais tarde”, ela está examinando o paciente que tinha recebido o novo coração pouco antes, e dando a ele a boa notícia de que não tinha havido rejeição – mas ela é firme, severa, cobrando dele estrita obediência às suas recomendações a respeito de repouso, cuidado para não esquecer os diversos remédios, e tal.
Na segunda sequência em que ela aparece, Terry McCaleb está no consultório dela com febre, e contando sobre a visita que havia recebido da irmã da mulher cujo coração estava agora no seu peito.
A médica fica furiosa com tudo aquilo – com o fato de aquela mulher dizer que sabia quem era a doadora do coração, algo que ninguém deve ficar sabendo; e, em especial, com o fato de que Terry está ali dizendo para ela que aceitou investigar o caso do assassinato da doadora de seu coração.
Tremenda atriz, Anjelica Huston dá uma bronca tão poderosa que qualquer paciente teria mesmo que se sentir culpado.
No making of que vem no DVD, a esplêndida atriz conta que foi extremamente divertido dar broncas homéricas em Clint Eastwood, o sujeito que matou tantas dezenas de pessoas em tantos filmes, como policial e como pistoleiro do Velho Oeste.
E é claro que Anjelica se lembra também, no depoimento para o filmete Making Blood Work, que Clint fez o papel do pai dela, John Huston, em Coração de Caçador/White Hunter Black Heart (1990).
Consta que Clint Eastwood e John Huston não se conheceram pessoalmente, embora fossem colegas de profissão e trabalhassem, os dois, no cinema de Hollywood.
Em Coração de Caçador, Clint reconstituiu – com muita liberdade poética, sem se ater com exatidão à verdade dos fatos – a temporada de John Huston na África Central, no início dos anos 50, para filmar Uma Aventura na África/The African Queen com Humphrey Bogart e Katharine Hepburn.
Foi quando o pai estava no meio da selva africana fazendo aquele filme que Anjelica nasceu. John Huston só conheceu a filha quando as filmagens terminaram e ele viajou de volta para a Europa.
“Clint Eastwood + Helgeland + Connelly = um thriller admirável”
Leonard Maltin não gostou muito de Blood Work – deu 2.5 estrelas em 4: “Eastwood nunca esteve tão relaxado na tela, e este filme serve para ele como uma luva, mas a construção da história é muito melhor do que o que é afinal entregue, com um final superficial e uma revelação óbvia demais sobre o bandido”. E em seguida afirma que o final do romance escrito por Michael Connelly é muito melhor do que o do filme.
Bem, não sei qual é o final do romance, mas sou obrigado a concordar com Maltin: o começo do filme é melhor que o fim. A proposta é melhor que o que é no final entregue.
Já o Guide des Films de Jean Tulard gostou de Créance de Sang. O Guide segue com rigor um esquema perfeito: primeiro faz uma sinopse, em seguida apresenta sua avaliação. Eis como ele resume a trama: “Um tira do FBI (sim, ele não usa policial, e sim a expressão flic, que correspondente à palavra inglesa cop, o nosso tira), vítima de uma crise cardíaca depois de uma perseguição e salvo por um transplante, decidiu se aposentar. Mas quando uma jovem vem pedir que ele investigue o assassinato de sua irmã, revelando que é o coração desta última que foi enxertado nele, ele não pode dizer não. E no entanto ele está velho, cansado e abarrotado de medicamentos…”
A avaliação do Guide é curta e grossa, em forma de uma fórmula matemática: “Clint Eastwood + Helgeland + Connelly = um thriller admirável”.
Anotação em fevereiro de 2018
Dívida de Sangue/Blood Work
De Clint Eastwood, EUA, 2002
Com Clint Eastwood (Terry McCaleb)
e Jeff Daniels (Buddy Noone), Wanda de Jesús (Graciella Rivers), Anjelica Huston (Dra. Bonnie Fox), Tina Lifford (agente Jaye Winston), Paul Rodriguez (detetive Ronaldo Arrango), Dylan Walsh (detetive John Waller), Mason Lucero (Raymond Torres), Gerry Becker (Mr. Toliver), Rick Hoffman (James Lockridge), Alix Koromzay (Mrs. Cordell), Igor Jijikine (Mikhail Bolotov), Dina Eastwood (repórter), Beverly Leech (repórter), June Kyoto Lu (Mrs. Kang)
Roteiro Brian Helgeland
Baseado em romance de Michael Connelly
Fotografia Tom Stern
Música Lennie Niehaus
Montagem Joel Cox
Casting Phyllis Huffman
Produção Malpaso Productions, Warner Bros.
Cor, 110 min (1h50)
R, ***
Título na França: Créance de Sang.
Que bom ler a Anjelica sendo elogiada por você 🙂
Gostei deste filme, não é um dos melhores de Clint Eastwood mas está muito bem feito. A partir de certa altura ele começou a usar o seu envelhecimento como tema, explícito ou não, dos seus filmes. Foi o que aconteceu com “Unforgiven” – ele esperou uns 10 anos até fazer o filme.
Michael Connelly é, para mim, o melhor escritor de romances policiais contemporâneo – e digo “melhor” no sentido de qualidade de escrita. Segundo eu soube, apaixonou-se pela literatura policial na adolescência ao ler Raymond Chandler – outro mestre. Só podia dar coisa boa. “Dívida de Sangue” eu ainda não li, mas acredito que seja melhor do que o filme, pelo menos pelo final, como foi dito. 🙂
O personagem é um dos criado por Michael Conelly, criador de Bosch o detetive de Los Angeles. Tem a série sobre ele no Amazon Prime. Li vários livros deste personagem e gostei muito