3.0 out of 5.0 stars
(Disponível na Apple TV em 4/2024 e no DVD.)
O western costuma ter como protagonista O Homem Que Luta Só, O Cavaleiro Solitário. Basta lembrar títulos como esses aí, ou dois dos maiores clássicos do gênero, Matar ou Morrer (1952) e Shane (1953). Mas não em um filme de Lawrence Kasdan. Silverado, de 1985, “o primeiro grande western de Hollywood em um longo tempo”, é a história de quatro homens absolutamente diferentes entre si que se unem para enfrentar bandidos, opressão, racismo e injustiça.
Não poderia ser diferente: Lawrence Kasdan é o cineasta de temas que sempre envolvem várias pessoas, em geral de origens e vidas bem distintas. Às vezes afrescos, amplos painéis sobre gerações, os filmes desse grande autor falam de amizade, solidariedade, em um mundo sempre conturbado, cheio de conflitos, competição, individualismo.
“O primeiro grande western de Hollywood em um longo tempo.” A definição foi dada pelo crítico Leonard Maltin, o autor dos guias de filme mais vendidos no tempo em que se vendiam guias de filme, e me parece perfeita. É uma produção classe AAA da Columbia Pictures, com orçamento confortável, grande elenco, equipes técnicas experientes, competentes. As filmagens foram nas paisagens grandiosas, impressionantes do Novo México. A fotografia, assinada por John Bailey, é uma maravilha – o filme é cheio de belíssimas tomadas gerais daquela imensidão sem fim de terra, os personagens pequeninhos lá no centro da tela. Tudo é caprichadíssimo em cada quesito técnico. Não foi à toa que a Academia deu ao filme duas indicações ao Oscar, nas categorias de melhor som e melhor trilha sonora original, assinada por Bruce Broughton.
Pretendo falar de Lawrence Kasdan e seus filmes mais adiante, mas antes é forçoso apresentar um resumo da trama que o diretor criou para seu western, juntamente com seu irmão mais velho, Mark – os dois assinam o roteiro original.
Um homem que procura o irmão para ir para a Califórnia
O primeiro dos quatro protagonistas da história que vemos é Emmett (o papel de Scott Glenn, na foto acima, ao centro) – e a abertura do filme é impactante, forte, arrebatadora. Emmett está em uma pequena cabana perdida no meio do nada quando é atacado por três pistoleiros. O sujeito é fodinha – mata os três. E se apossa de um dos cavalos deles.
Só lá pelo meio dos 132 minutos do filme – que passam bem depressa, sem a gente perceber – o espectador ficará sabendo que Emmett havia sido condenado a vários anos de prisão por ter matado um homem em um ato de clara legítima defesa. O que vemos de imediato é que, após ser atacado pelos pistoleiros, ele está cavalgando solitariamente – saberemos depois que pretende encontrar seu irmão Jake (o papel de um Kevin Costner muito jovem) na cidade de Turley e seguir com ele até Silverado, para visitar a irmã Kate (Patricia Gaul) e despedir-se dela antes de rumarem para a Califórnia, onde tenciona se estabelecer.
No meio daquela vastidão de terra sem fim, Emmett dá com uma visão estranha, esquisita: um homem deitado no chão, vestido apenas com a roupa de baixo que se usava na época, uma ceroula – um troço ridículo, grotesco, e ainda por cima vermelho.
Paden (o papel de Kevin Kline, foto abaixo, no segundo dos seis filmes que fez com Lawrence Kasden) havia sido vítima de ladrões, é claro. Levaram tudo, menos a ceroula.
Como, por sorte, Emmett estava levando o cavalo de um dos pistoleiros que haviam tentado matá-lo, os dois homens podem seguir cavalgando até Turley.
Em um posto da Cavalaria, Paden vê o homem que havia roubado seu cavalo. Com dinheiro emprestado por Emmett, compra uma arma e vai na direção do ladrão. O cara atira primeiro, mas é morto.
Por uma dessas coincidências de que são feitos a vida e os filmes – em especial os westerns –, está ali naquele posto de cavalaria um antigo comparsa de crimes de Paden. um sujeito grande, largo, chamado Cobb (o papel de Brian Dennehy). Cobb diz que agora está com negócios legítimos, e oferece emprego para o velho companheiro, mas este recusa.
Emmett e Paden estão em um saloon em Turley quando entra um homem negro, chega ao balcão, diz que não bebe e não dorme em uma cama há dez dias e pede um uísque.
Um quarteto de dois irmãos, um ex-operário, um ex-bandido
Não é muito comum, usual, haver pessoas negras nos westerns. Claro, há westerns com negros, sem dúvida alguma. O grande e belo Woody Strode está em pelo menos três filmes do mestre dos mestres John Ford, O Homem Que Matou o Facínora (1962), Terra Bruta (1961) e Audazes e Malditos (1960), em que interpreta o personagem-título original, Sargeant Rutledge, e também em Os Profissionais de Richard Brooks (1966) e Era Uma Vez no Oeste de Sergio Leone (1968), para ficar só em obras de grandes nomes. Houve dois filmes feitos para a televisão com o título de Buffalo Soldiers, em 1979 e 1997, sobre a unidade da Cavalaria americana formada apenas por negros. Os chamados buffalo soldiers são personagens da relativamente recente (e muito boa) série Godless. Claro, claro, há, sim, westerns com negros – mas não é muito comum, usual.
Quando Mal Johnson (o papel de Danny Glover, no mesmo ano de A Cor Púrpura, de Steven Spielberg) é tratado com nojento racismo pelo dono do saloon, Emmett e Paden não se manifestam. Parecem chocados – mas não se manifestam. Pouco depois, quando o xerife de Turley, um tal Langston, chega ao saloon, aí, sim, os dois homens afirmam, de maneira firme, que não foi o desconhecido que começou a baderna que quebrou meio bar. Que foi o próprio dono do bar o responsável.
O xerife é interpretado pelo inglês do grupo Monty Python John Cleese, que cria uma figura desprezível, nojenta.
Ele expulsa Mal Johnson não apenas do bar, mas da cidade. Depois pergunta aos dois forasteiros brancos o que eles tinham vindo fazer na cidade, e Emmett diz que vinha encontrar um homem – um sujeito assim, assim, assado, que usa dois revólveres. O xerife diz que sabe quem é – e leva os dois até a delegacia da cidade, em que está preso Jake o irmão mais novo de Emmett (o papel, repito, de Kevin Costner),.
Havia acontecido agora com o irmão caçula o que acontecera anos antes com o mais velho: houve uma briga, os dois sacaram os revólveres, Jake foi mais rápido e matou o outro. Mas a “Justiça” da cidade, ou seja, o xerife Langston, decidira que tinha sido assassinato, e o enforcamento de Jake estava marcado para a manhã seguinte.
No dia seguinte, o cadafalso de madeira que havia sido construído para o enforcamento de Jake estava em chamas, e ele, Emmett e Paden fugiam a toda velocidade do xerife Langston e um bando de gente da cidade.
Quem interrompe a perseguição, atirando nos perseguidores do alto de uma colina com sua poderosa espingarda, é Mal Johnson.
E agora estão juntos os quatro protagonistas da história. Dois irmãos acusados injustamente de assassinato, embora tivessem matado em legítima defesa, e estavam rumo a uma nova vida na Califórnia, passando antes por Silverado. Um homem negro que havia trabalhado muitos anos em Chicago, como operário em um matadouro de frigorífico, e agora vinha reencontrar a família perto de Silverado. E um ex-pistoleiro e jogador que queria abandonar a vida de crimes, mas mantendo o jogo de cartas e a proximidade das mulheres.
“Daqui a um tempo eu não serei tão bonita. Mas a terra será.”
Mulheres.
Há em Hollywood uma lei não escrita – mas seguida à risca pelos estúdios – de que todo filme tem que ter o que eles chamam de “female interest”. Interesse feminino, ou seja: mulher. No woman, no dinheirinha na bilheteria.
E então os irmãos Lawrence e Mark Kasdan inventaram Hannah, uma bela moça que faz parte de um grande grupo de colonos que viaja com suas carroças rumo a terras perto da cidade de Silverado. O papel de Hannah, o female interest de Silverado, o filme, foi dado a Rosanna Arquette, que, naquele ano de 1985, estava com tudo – são também de 1985 Procura-se Susan Desesperadamente, em que Rosanna contracena com Madonna, e Depois de Horas, a deliciosa comédia dramática de Martin Scorsese sobre um nerd perdido na loucura da noite do Soho, em Nova York.
A Columbia não teve dúvidas: meteu o nome da female interest do filme lá no alto, tanto nos cartazes quando nos próprios créditos iniciais. Embora Rosanna Arquette não apareça mais do que uns cinco minutos na tela, seu nome surge nos créditos iniciais logo depois dos de Kevin Kline e Scott Glenn – antes mesmo dos de Kevin Costner e Danny Glover!
Nem cinco minutos na tela – mas há um diálogo interessante com ela. Uma das várias coisas em que Lawrence Kasdan é bamba é na redação de diálogos.
Rola quando o filme está chegando aos 50 dos seus 132 minutos. Os quatro protagonistas haviam encontrado, no caminho entre Turley e Silverado, o comboio de carroças levando o grande grupo de colonos. Todo o dinheiro dos colonos fora roubado pelos homens que haviam se apresentado para protegê-los durante a travessia. Nossos heróis perseguem os bandidos, conseguem reaver o dinheiro dos colonos e assumem a tarefa de acompanhá-los até as terras que vão ocupar, perto de Silverado.
Paden, o jogador mulherengo, acompanha Hannah em um passeio pelas terras que ela e uma família amiga vão ocupar.
Hannah: – “Bela terra…”
Paden: – “Bela mulher.”
Hannah: – “Muitos homens disseram isso. Talvez seja verdade. Algumas mulheres custam a acreditar.”
Paden: – “Acredite.”
Hannah (agora virando-se diretamente para encarar o paquerador): – “É isso que atrai os homens, mas nunca dura.”
Paden: – “Por quê?”
Hannah: – “Porque eles não gostam do que eu quero.”
Paden: – “E o que é?”
Hannah: – “Quero construir alguma coisa. Fazer as coisas crescerem. Para isso é preciso trabalhar duro. Uma vida inteira. Não é para isso que um homem procura uma mulher bonita. Depois de algum tempo eu não serei mais tão bonita. Mas esta terra será.”
Uau, meu, mas que fala maravilhosa! Vale para botar o nome Rosanna Arquette lá no alto. Vale o filme.
I want to build something. Make things grow. That takes hard work. A lifetime of it. That’s not why a man comes to a pretty woman. After a while I won’t be so pretty. But this land will be.
Ah, meu, isso é a perfeita definição do caráter das mulheres dos colonos mostradas em trocentes westerns!
Lawrence Kasdan é uma maravilha.
O xerife trabalha para o latifundiário bandido
Não acho que seja necessário relatar em detalhes o que acontece depois que os quatro heróis e a heroína chegam a Silverado. Basta mencionar, creio, que aquele ex-parceiro de Paden, o volumoso Cobb, é então o dono de um grande saloon e também o xerife da cidade, e usa sua função não para proteger a lei e combater bandidos, mas para proteger o homem mais rico do pedaço, um tal McKendrick, um latifundiário bandido, abominável, e combater os colonos e agricultores que quiserem trabalhar na região – toda a terra em volta de Silverado tem que pertencer ao ricaço, e a ninguém mais.
Cobb oferece a Paden o cargo de organizador dos jogos dentro do seu imenso saloon, e Paden aceita – mas a cada dia vai ficando mais enojado com toda aquela situação, as ações de Cobb, os crimes de McKendrick.
É preciso também registrar que há uma personagem feminina de fato interessante, e que tem importância na trama. Chama-se Stella, é uma mulher forte, de personalidade marcante, que gerencia tudo no saloon, com exceção da jogatina – e tem aversão ao patrão e tudo o que ele significa. Stella é o papel de Linda Hunt, essa atriz interessantíssima, pequenina – tem 1 metro e 45 –, feia, mas de presença forte na tela.
Stella e Paden estabelecem um belo relacionamento.
“O mito do Velho Oeste contado com uma liberdade despreocupada”
Roger Ebert – o crítico que amava os filmes, sentia prazer em ver filmes e procurava em cada um deles os pontos positivos, o que valia a pena, e nunca escrevia pelo prazer de meter o pau em uma obra – encantou-se com Silverado. Ebert escreve maravilhosamente bem – mas, como este humilde escriba aqui, escreve muito. Apesar disso, a vontade que dá é traduzir e transcrever toda a crítica dele sobre o filme – para o qual deu 3.5 estrelas em 4.
“Voltando para casa depois do final do segundo western no Princess Theater, nós interpretávamos os papéis que tínhamos visto na tela. Tínhamos sete ou oito anos na época, mas não tínhamos a menor dificuldade em nos identificar com os caubóis nos filmes. Todas as suas motivações eram transparentemente claras para nós – exceto, talvez, por que alguém gostaria de beijar uma moça quando poderia estar praticando os truques no laço.”
(Para contextualizar: Roger Ebert é de 1942, do Estado de Illinois – radicou-se desde jovem em Chicago. Imagino que o Princess Theater a que se refere tenha sido para ele o que os Cines Metrópole, Tupi, Guarani, Brasil, de Belo Horizonte, foram para mim.)
“Os westerns de que eu me lembro daqueles dias foram filtrados através de uma névoa de tempo, mas uma coisa que estou certo de lembrar corretamente é que eles eram gostosos. Eram filmes de alto astral, alegres, anárquicos, em que adolescentes que haviam crescido demais pulavam em seus cavalos e gritavam e acenavam com seus chapéus no ar, e cavalgavam tão rapidamente quanto o vento até a cidade seguinte e a aventura seguinte.
“Silverado é um western assim. A intenção é que essa comparação seja um elogio. Este filme é mais sofisticado e complexo que os westerns da minha infância, e é certamente mais belo e com melhores atuações. Mas ele tem o mesmo espírito; ele se dá uma liberdade despreocupada do mito do Velho Oeste – o mito de uma nação ‘se percebendo incessantemente em direção ao Oeste’, nas palavras de Robert Frost, com milhas ilimitadas de pradarias e desertos e montanhas, interrompidas apenas ocasionalmente por uma dúzia de homens atirando uns nos outros sem que todos sejam atingidos.
“Silvertado é obra de Lawrence Kasdan, o homem que escreveu Caçadores da Arca Perdida, e tem um tanto do mesmo brilho irresponsável daquele filme. É a história de quatro caubóis que se unem, cavalgam até a cidade, recusam-se a ceder ao xerife corrupto e acabam lutando por justiça. Esta é uma história, você vai concordar, que já foi contada antes. O que diferencia é o estilo e a anergia que Kasdan dá ao projeto.”
Isso aí é apenas a metade inicial do texto de Roger Ebert – e, meu que texto, que maravilha!
Vejo que Pauline Kael, a prima donna da crítica americana, desce a lenha no filme – mas, ah, diacho, não vou perder tempo com ela. Bobagem.
Um cineasta versátil, eclético, autor de filmes marcantes
Gostaria é de lembrar um pouquinho sobre Lawrence Kasdan, esse sujeito que, na minha opinião, é um dos maiores, mais sérios, mais densos realizadores do cinema americano de todos os tempos.
Sim, claro, claro, Lawrence Kasdan foi o autor do roteiro de Caçadores da Arca Perdida (1981), como lembra Roger Ebert. Foi também o co-autor, junto com Leigh Brackett, de O Império Contra-Ataca (1980), o segundo episódio da primeira trilogia de Star Wars. Roteirista talentoso de dois dos maiores sucessos de bilheteria, marcos do cinema de aventura de Hollywood, foi também o autor do roteiro original de Corpos Ardentes/Body Heat (1981), um dos melhores filmes noir da História.
Eclético, versátil, fez uma série de grandes dramas sérios, pesados, densos, dirigidos ao público adulto, maduro. O Reencontro/The Big Chill (1983) é seguramente o filme americano definitivo sobre a geração que foi jovem nos anos 60 ao chegar à faixa dos 30, nos anos 80. O Reencontro reuniu alguns dos grandes atores dessa geração, a que nasceu entre 1945 e os primeiros anos 1950 – a geração que é a dele, Kasdan, e é a minha. Estão lá Kevin Kline, Glenn Close, William Hurt, Jeff Goldblum, Meg Tilly, JoBeth Williams, Tom Berenger – todos interpretando amigos que não se viam fazia tempo e se reúnem para o enterro de um outro colega. O morto era outro grande ator da geração, Kevin Costner – mas na versão final as cenas em que o morto aparecia foram cortadas…
Em 1991, fez outra obra-prima, Grand Canyon – uma visão dura, densa, série, sobre aquela geração que estava então na faixa dos 40 anos. Os cartazes do filme usaram duas taglines – as frases promocionais, as escolhidas pelo marketing do estúdio para vender o filme – que remetiam são filme de 1983: “Nos anos 80, o diretor Lawrence Kasdan trouxe para você The Big Chill. Bem-vindo aos anos 90.” Brilho de frase promocional. Mas a outra é ainda melhor: “Do diretor de The Big Chill. Uma história de amizade e outras maravilhas naturais.”
Amizade e outras maravilhas naturais! Que maravilha de frase!
Em 2012, Kasdan fez outro filme que define um momento da vida de uma geração: Querido Companheiro/Darling Companion acompanha o dia-a-dia de um grupo de amigos que agora está entrando na velhice. É uma absoluta maravilha.
É fascinante ver que, em todos esses três filmes que falam dos sonhos, das esperanças, das tristezas, dos desencantos de uma geração, Kevin Kline está presente. Acho que daria para dizer que Kevin Kline está para Lawrence Kasdan assim como Gunnar Björnstrand e Max von Sydow estão para Ingmar Bergman.
Uma bela diversão. E mais que isso
Leonard Maltin deu 3 estrelas em 4 para Silverado. Gostei da avaliação dele – com exceção de uma frase: “Amplo, bem feito western sobre quatro camaradas improváveis que unem forças contra alguns sujeitos muito maus. O primeiro grande western de Hollywood em um longo tempo não é um clássico, mas oferece grande entretenimento ao fazer de tudo – com a certeza de que nunca vai parar de se mover. Apenas não pense muito sobre ele. Roteiro de Mark e Lawrence Kasdan, ótima trilha de Bruce Broughton. Super Techniscope.”
O espectador pode não pensar muito sobre o filme – pode curti-lo como uma gostosa, alegre diversão. Mas também pode levá-lo muito a sério, sim.
O western é um gênero que – assim como a ficção científica – permite que os autores digam coisas muito sérias parecendo que estão apenas oferecendo entretenimento.
Anotação em abril de 2024
Silverado
De Lawrence Kasdan, EUA, 1985
Com Kevin Kline (Paden),
Scott Glenn (Emmett),
Kevin Costner (Jake),
Danny Glover (Mal),
Brian Dennehy (Cobb), Linda Hunt (Stella), Rosanna Arquette (Hannah), John Cleese (xerife Langston), Jeff Goldblum (Slick, o jogador), Raymond Baker (McKendrick, o ricaço bandido), Joe Seneca (Ezra), Lynn Whitfield (Ray), Jeff Fahey (Tyree), Pepe Serna (Scruffy), Patricia Gaul (Kate, a irmã de Emmett e Jake), Amanda Wyss (Phoebe), Earl Hindman (J.T., o marido de Kate), James Gammon (Dawson), Tom Brown (Augie, o filho de Kate e J.T.), Meg Kasdan (moça do bar), Richard Jenkins (Kelly, o jogador)
Argumento e roteiro Lawrence Kasdan & Mark Kasdan
Fotografia John Bailey
Música Bruce Broughton
Montagem Carol Littleton, Mia Goldman
Desenho de produção Ida Random
Figurinos Kristi Zea
Produção Lawrence Kasdan, Columbia Pictures, Delphi IV Productions, Eaves Movie Ranch.
Cor, 132 min (2h12)
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