(Disponível na Netflix em 2/2024.)
Estávamos todos muito enganados: Augusto Pinochet não morreu. Até porque é um vampiro, um bebedor de sangue, de preferência de gente jovem, um comedor de corações humanos – O Conde (2023), de Pablo Larraín, o mostra comendo corações diversas, diversas vezes, ou batido no liquidificador ou direto da mão para a boca gulosa. E, como se sabe, não é fácil um vampiro morrer.
O Conde Pinochet até que quer morrer. Já viveu 250 anos, desde os tempos de Luís XVI e Maria Antonieta na França, e ao longo dos séculos dedicou a vida a combater revoluções e revolucionários, a lutar contra qualquer tentativa de mudar o status quo. Agora está muito velho, muito cansado – e absolutamente indignado, porque no Chile, onde passou os anos mais recentes de sua vida, agora andam fazendo investigações sobre ele e sua família, e o chamando de corrupto, de ladrão. Um absurdo, uma vergonha, um acinte: assassino, sim. Isso sim, tudo bem. Mas corrupto, ladrão? O Conde não suporta tamanha ignomínia.
Quer morrer – mas, diabo, para um vampiro, é difícil morrer.
Essa é a trama criada por Pablo Larraín, um dos maiores cineastas chilenos, juntamente com seu colaborador frequente Guillermo Calderón. Os dois assinam juntos o roteiro original.
Tudo, absolutamente tudo, em O Conde, é feito com a mais absoluta competência, o mais incrível talento. A fotografia em um preto-e-branco resplandecente, obtido com os maiores requintes permitidos pela tecnologia, é um esplendor absoluto. Não é nada à toa que foi indicada ao Oscar de melhor fotografia. Não ganhou, mas dane-se o Oscar – a beleza visual do filme merece lugar na História.
Não há trilha sonora composta para o filme. Larraín decidiu usar trechos de peças eruditas – e, diacho, funciona de uma forma sensacionalmente fantástica. Vemos o Conde Pinochet espremer corações humanos e voar, o casaco de general aberto como asas por sobre a paisagem chilena, ao som de Vivaldi, Strauss, Ligeti, Henry Purcell, Fauré. É impressionante, acachapante.
As atuações não têm nada de realistas, é claro. E são todas maravilhosas, impressionantes. O Conde, interpretado pelo veterano Jaime Vadell. Lucia, sua mulher, o papel de Gloria Münchmeyer. Fyodor Krassnoff, o secretário, braço direito, faz-tudo do Conde, interpretado por Alfredo Castro. Os cinco filhos do Conde, os papéis de Catalina Guerra,
Amparo Noguera, Antonia Zegers, Marcial Tagle e Diego Muñoz. Esses atores nos dão uma visão do inferno, do mundo de pessoas mesquinhas, desprezíveis, abjetas, nojentas.
E tem essa Paula Luchsinger, que faz Carmen, a freira exorcista que vira a contadora que vai encontrar onde está a fortuna amealhada por Pinochet em seus anos como ditador do Chile, e depois vira o objeto de desejo do velho patético. O que é aquilo, meu Deus? Que atriz impressionante, que caracterização fantástica, que expressivas são suas caras e bocas!
É tudo maravilhosamente bem realizado. Mas o mais impressionante de tudo, me pareceu, foi mesmo a idéia básica – o ditador sanguinário, assassino, como um vampiro.
Que idéia incrível!
Comédia, Fantasia, História, Terror
A sensação que se tem é assim: depois de escrever, produzir e dirigir filmes sérios, densos, sobre a realidade de seu país nos anos da ditadura militar e no período da volta à democracia, esse grande realizador que é Pablo Larraín perdeu a paciência com a figura do general Augusto Pinochet Ugarte, 1915-2006, ditador plenipotenciário do Chile de 1973 a 1990. Cansou de falar a sério sobre o criminoso e sua herança. Perdeu a paciência, cansou. Em Gauchês se diz deu pra ti. Em Português absolutamente castiço, encheu o saco. E aí resolveu fazer uma comédia – de humor negro, é verdade, mas uma comédia. Uma imensa gozação, uma sátira arrasadora, contundente, virulenta.
Achei interessante a forma com que o IMDb classificou o filme: Comédia, Fantasia, História. É História, eventos reais – mas é também Fantasia.
Faltou o gênero Terror/Horror. No site agregador de opiniões Rotten Tomatoes, o filme é classificado como Comedy/Horror.
É tudo isso. Mas é, sobretudo, creio, um descarrego, uma vingança, uma expressão de que a paciência acabou – desse monstro, só dá pra falar assim, numa fantasia em que ele é mostrado como um vampiro.
A voz em off da narradora fala um texto impressionante
El Conde tem uma narradora. Ouvimos a voz dela em off, desde o início do filme. Uma bela voz, que relata para nós a história – em Inglês.
Confesso que não achei estranho ser em Inglês (e confesso também que não identifiquei nada específico na voz). Ora, diacho, é um filme para ser visto no mundo todo. Pablo Larraín, como seu colega Sebastián Lelio, como os brasileiros Bruno Barreto, Fernando Meirelles, Walter Salles, Heitor Dhalia, é um cineasta do mundo, já realizou filmes nos Estados Unidos e/ou no Reino Unido.
Mais ainda: a narradora fala com a perspectiva de uma pessoa do Norte do Equador, do Primeiro Mundo.
O texto escrito por Guillermo Calderón & Pablo Larraín para ser dito pela narradora é uma maravilha. É obrigatório registrar aqui ao menos parte do início da narração.
– “Naturalmente, nosso querido conde já bebeu sangue humano de todos os cantos do mundo. O sangue inglês, obviamente, é o preferido. Ele afirma ter um toque de Império Romano. Uma nota de pele viking. Difícil descrever. É um sangue amargo e escuro. Por outro lado, infelizmente, o conde também já experimentou o sangue da América do Sul, o sangue de trabalhadores. Ele não recomenda. É acre, segundo ele, com aroma canino. Um reles buquê que permanece por semanas nos lábios e no paladar.”
Enquanto a voz em off da narradora diz essas frases, vemos super big close-ups de pedaços da cabeça do ator que faz o Conde, Jaime Vadell – uma orelha, os lábios, o bigode. Ao final da última palavra do parágrafo acima, vemos pela primeira o rosto inteiro de Jaime Vadell, quer dizer, do Conde. Ele tem uma expressão séria, sisuda, fechada, um jeito antipático, desagradável. Há alguma semelhança física com o rosto do general Pinochet, sim – mas o ator Jaime Vadell conseguirá ser semelhante à figura real mais pela forma com que fala, age, demonstra suas sensações. Ele criou um personagem virulentamente repulsivo, assim como o general carniceiro.
– “Toda essa farsa começou séculos atrás. Na França, é claro.”
E agora vemos imagens do que seria a França antes da Revolução de 1789.
– “O jovem Claude Pinoche viveu por quase 20 anos em um antigo orfanato parisiense. Seus pais nunca foram conhecidos. Mais tarde, ele viria a ser um orgulhoso oficial do Exército de Luís XVI. À noite, bebia e corria atrás das meretrizes nas tabernas. Até que um dia o soldado Pinoche descobriu sua verdadeira identidade. Na manhã seguinte, as prostitutas disseram que, bêbado, ele havia mordido o pescoço de uma das moças.”
Vemos uma muitíssimo bem realizada sequência em que o jovem Pinoche (interpretado por Daniel Contesse) ataca um grupo de mulheres que o acusa – e ataca com força estrondosa, inimaginável.
– “Pouco depois, a Revolução teve início.”
Vemos a rainha Maria Antonieta sendo levada para o cadafalso.
– “Em vez de defender seu rei, Pinoche desertou. Vestido de plebeu, ele se fez passar por um revolucionário. Ele viu a nobreza ser guilhotinada diante do público. Viu a lâmina cair sobre Maria Antonieta.”
Vemos o jovem Pinoche, depois que a multidão deixa a praça, ir lamber o sangue na lâmina da guilhotina – é uma tomada impressionante, apavorante, chocante. Corta rápido, e vemos o Pinochet velho novamente em close-up.
– “Ele resolveu usar os seus próprios poderes para lutar contra todas as revoluções. O súdito eterno de um rei decapitado. O primeiro passo foi desaparecer da História. Ele esteve presente ao seu próprio funeral. (…) Fugiu da França, e desapareceu. Anos depois, o vampiro Pinoche ressurgiu lutando contra revoluções no Haiti, na Rússia, na Argélia. Cansado de ser um simples soldado, decidiu se tornar comandante. E, para isso, escolheu um país sem rei. Um canto insignificante da América Latina. Em 1935, ele reapareceu com seu nome definitivo, nessa terra do ao Deus dará – o Chile.”
A freira Carmen é metáfora sobre o papel da Igreja
Neste exato momento, estamos chegando a 8 minutos dos 111 que duram o filme.
A seguir virão momentos de fato de filmes de horror, assustadores, aterrorizantes, outros momentos trágicos, porém com um lado engraçado, que fazem o espectador gargalhar diante da troça insólita. Tudo sempre estupidamente bem realizado, repito.
Mas minha sensação – pessoal, intransferível – foi de que, a partir dessa abertura que relatei, a partir da idéia básica brilhante, sensacional, de mostrar Pinochet como um vampiro, a trama criada pela dupla Calderón & Larraín tem coisas um tanto confusas, difíceis de se compreender, acompanhar. Não sei – talvez haja muitas referências a coisas que os chilenos conhecem muito bem, mas eu não.
Para mim foi difícil compreender a família Pinochet que o filme mostra. São cinco filhos feios, brutos, desagradáveis, gananciosos, extremamente gananciosos, sim – mas, diacho, quase todo filho de político corrupto é assim mesmo. E daí? Lucia, a esposa – qual é a dela, afinal? Gananciosa, sim, claro, mas e além disso? A traição em pessoa? Não sei; para mim não ficou claro. Talvez eu não tenha prestado a devida atenção a detalhes, talvez devesse ver o filme de novo.
Na verdade, eu não tinha mesmo informações sobre fatos da vida de Pinochet. Depois de ver o filme foi que fiquei sabendo que realmente ele tem ascendência francesa, como diz a narradora. E, sim, ele e a mulher, Lucía Hiriart Rodríguez, tiveram cinco filhos: Inés Lucía, María Verónica, Jacqueline Marie, Augusto Osvaldo e Marco Antonio.
Não compreendi também o tipo de cenário que Pablo Larraín escolheu para ser a propriedade dos Pinochet – uma espécie de uma fazenda perdida numa terra ampla, longe de tudo. (Parte das filmagens foi na região de Punta Arenas, no extremo Sul do Chile, já perto da Terra do Fogo.)
Talvez a personagem mais complexa da trama seja Carmen, Carmencita, a jovem freira interpretada por essa fascinante Paula Luchsinger. Com toda certeza Carmen, seu trabalho como cantadora que procura levantar onde está a fortuna que Pinochet roubou durante seu governo, aquilo é uma metáfora sobre a Igreja Católica no Chile e suas relações com o regime militar. É possível que – diferentemente do que aconteceu, por exemplo, no Brasil de Dom Paulo Evaristo Arns, Dom Hélder Câmara, Dom Adriano Hypólito, Dom Mauro Morelli e tantos, tantos outros – a hierarquia católica chilena tenha apoiado o golpe e a ditadura. Não tenho conhecimento sobre isso.
Tudo isso, insisto, foram sensações, percepções minhas, muito pessoais. Não vai nesses comentários queixa contra o filme.
“O problemas é que o amor morre antes do corpo”
A narradora de vez em quando aparece para fazer algum comentário sobre os fatos, as pessoas. Bem mais para o fim, ela surge na tela, interpretada pela atriz escocesa Stella Gonet – que está ótima, esplendorosa no papel.
A narradora não é uma personagem simpática – muitíssimo ao contrário. Mas a dupla de autores criou algumas frases memoráveis que são ditas por ela:
– “Se você quiser que alguma coisa seja dita, peça a um homem. Se quiser que alguma coisa seja feita, peça a uma mulher.”
– “O problema é que o amor morre antes do corpo.”
Esta aqui é dita quando o Conde se descobre apaixonado por Carmencita, a freira exorcista-contadora – mas serve para muitas ocasiões:
– “Não há nada mais horrendo que ver um homem se apaixonar.”
– “Dizem que quando uma pessoa experimenta o suculento músculo de um coração que ainda bate, é difícil voltar a ser uma pessoa normal.”
Um “retrato perversamente engraçado, cheio de sangue”
Pablo Larraín não conheceu o Chile pré-Pinochet, o país que fez a primeira experiência de implantar um regime socialista dentro da democracia, com a eleição de Salvador Allende em 1970. Nasceu três anos após o golpe militar de 11 de setembro de 1973, em que Allende se matou dentro do Palácio de La Moneda bombardeado por aviões da Força Aérea. (Há em O Conde um trecho de filme jornalístico mostrando o bombardeio do palácio.)
Neste início de 2024 em que vimos O Conde, a filmografia do cineasta tinha 43 títulos como produtor, nove como roteirista e 18 como
diretor. Entre eles estão filmes belos, importantes, como Ninguém Sabe que Estou Aqui (2020), produção de Larraín e direção de Gaspar Antillo, Gloria (2013), produção de Larraín e direção de Sebastián Lelio, No (2012) e Neruda (2016), estes dois produzidos e dirigidos por ele.
Pablo Larraín tem 46 prêmios e 83 indicações.
Este O Conde teve estréia no Festival de Veneza, e lá ganhou o prêmio de melhor roteiro. A fotografia de Edward Lachman foi indicada ao Oscar e também ao prêmio da American Society of Cinematographers entre os filmes de ficção.
O filme teve a aprovação de 82% das críticas coletadas pelo site Rotten Tomatoes. A apreciação dos leitores foi menor, de 65%, e isso é bastante compreensível. O Conde não é propriamente um filme fácil – especialmente para quem não tem qualquer interesse sobre política, América do Sul em geral e Chile em particular.
O consenso dos críticos, segundo o Rotten Tomatoes, é: “Uma sátira negramente delirante com base em horror da vida real, El Conde encontra Pablo Larraín revisitando temas familiares sem perder o poder provocativo deles.”
Um belo resumo.
No site RogerEbert.com, que mantém viva a memória do grande crítico que amava ver filmes, O Conde recebeu a cotação de 3.5 estrelas em 4 e uma apreciação assinada por Carlos Aguiar bem longa, como eram os textos de Roger Ebert – que só não eram maiores do que os deste fã dele aqui…
“Caso alguma vez você venha a ser mordido e transformado em uma criatura eterna com gosto por fluidos vitais, saiba que um suco feito com corações humanos batidos no liquidificador tirados diretamente do peito de uma vítima – um coquetel cardíaco, vamos dizer assim – faz maravilhas para seu corpo não-morto. Pelo menos é o que diz a lenda na sátira de dentes afiados El Conde, do diretor chileno Pablo Larraín, em que o mais abominável monstro do país, o impiedoso ditador Augusto Pinochet (Jaimed Vadell) assume a forma de um vampiro com séculos de idade condenado a viver para sempre escondido depois de fingir sua morte para evitar a punição que merecia.”
Meu, que maravilha de abertura de texto! Deixa a minha própria abertura, lá em cima, no chileno… Perdão, no chinelo.
Logo em seguida, o texto de Carlos Aguiar fala da voz de narradora em off que parece quase de um conto de fadas, e é em Inglês – a razão disso será revelada mais tarde, ele diz. Sim, bem mais tarde, quando o filme já se aproxima do fim, a narradora aparece na tela, como eu disse lá acima, e revela-se por que ela fala em Inglês, e não no Espanhol usado por todos os demais personagens da história. Como ela surge só bem depois da metade do filme, e é uma surpresa que o diretor havia escondido dos espectadores, falar quem é ela seria, obviamente, um spoiler – e tenho tentado fugir de spoiler feito partidários fanáticos de um líder popular fogem da verdade dos fatos.
Mais trechos da crítica do site RogerEbert.com. Diacho, como escrevem bem os caras…
“Tudo vem envolto na sedutora atemporalidade das imagens em preto-e-branco do diretor de fotografia Edward Lachman, que chegam ao máximo da expressividade quando uma sombria figura totalmente vestida com o melhor uniforme militar alça vôo literalmente como um morcego sobre uma cidade litorânea. (…)”
“Usando humor negro e um toque de grotesco, Larraín despoja o velho assassino de qualquer virtude hipócrita à qual ele queira se apegar. Embora a impunidade permaneça uma verdade dolorosa, há uma alegria mórbida em ver o Pinochet da ficção perceber que a História vai tratá-lo para sempre como uma vergonha, e que ele não pode mais alterar a forma com que é visto. (…)”
“Para resolver tudo, Carmen (Paula Luchsinger Escobar), uma jovem freira, é encarregada de ajudar a família a fazer um balanço de seus bens de maneira absolutamente confidencial. Luchsinger Escobar irradia uma efervescência excêntrica em sua ânsia de conhecer todos os detalhes repugnantes dos filhos de Pinochet e de sua esposa igualmente perversa,
Doña Lucia (Gloria Münchmeyer). (…) Uma tomada da jovem religiosa levitando em puro êxtase, como se estivesse ascendendo para sua beatificação, faz lembrar a graça poderosa de A Paixão de Joana d’Arc de Dreyer, com um toque de sensualidade depravada.”
O texto de Carlos Aguiar foi publicado no site RogerEbert.com no dia 15 de setembro de 2023, exatamente o dia do lançamento do filme na Netflix – três dias depois, portanto, dos 50 anos do golpe militar. O autor cita isso no parágrafo final:
“Este retrato perversamente engraçado, cheio de sangue, de um tirano decadente chega ao streaming no momento em que se completam 50 anos do golpe de Pinochet contra o presidente Allende. Larraín não oferece esperanças falsas sobre a erradicação das ideologias que permitiram que ele acontecesse e durasse. Em vez disso, ele avisa que o mal nunca perece de verdade – apenas se transforma para envenenar novas mentes.”
O mal nunca perece de verdade – apenas se transforma para envenenar novas mentes.
Os norte-americanos que testemunharam o 6 de janeiro de 2021 sabem muito bem disso. Os brasileiros que testemunhamos o 8 de janeiro de 2023 sabemos muito bem disso.
Anotação em março de 2024
O Conde/El Conde
De Pablo Larraín, Chile, 2023
Com Jaime Vadell (o Conde)
e Gloria Münchmeyer (Lucia, a mulher do conde), Alfredo Castro (Fyodor Krassnoff, o fiel secretário), Paula Luchsinger (Carmencita, a freira exorcista), Stella Gonet (Margaret, a narradora), Catalina Guerra (Luciana Pinochet, filha), Amparo Noguera (Mercedes Pinochet, filha), Antonia Zegers (Jacinta Pinochet, filha), Marcial Tagle (Aníbal Pinochet, filho), Diego Muñoz (Manuel Pinochet, filho), Clemente Rodríguez (Claude Pinoche, o conde ainda jovem, na França), Rosario Zamora (irmã Alberta), Marcelo Alonso (Strigoi, o vampiro pai de Pinochet), Jaime McManus (o cardeal), Patricia Rivadeneira (mulher da classe alta), Alessandra Guerzoni (prostituta), Aldo Parodi (sacerdote), Mateo Iribarren (verdugo), Francisca Walker (María Antonieta), Sofía Maluk (Margaret jovem), Daniel Contesse (o Conde aos 28 anos), Daniela Seguel (Lucía aos 20 anos), Mariela Mignot (prostituta), Josefina González (prostituta), Fanny Moreno (prostituta)
Argumento e roteiro Guillermo Calderón & Pablo Larraín
Fotografia Edward Lachman
Com trechos de composições de Johann Strauss, Gyorgy Ligeti,
Henry Purcell, Gabriel Fauré, Antonio Vivaldi e outros
Montagem Sofía Subercaseaux
Casting Eduardo Paxeco
Desenho de produção Rodrigo Bazaes Nieto
Produção Rocío Jadue, Juan de Dios Larraín, Pablo Larraín, Fabula.
P&B e Cor, 111 min (1h51)
***
Brilhante texto, caro Sergio! Compartilho das tuas análises e opiniões.
Uma dúvida: a referência de que tudo começou na França, seria em razão do pai do Gal. ser de descendência francesa?
E, sim, a narradora não poderia ser outra: foi grande aliada do Gal. na Guerra das Malvinas, fornecendo informações secretas sobre a movimentação militar na Argentina, oferecendo suas bases aéreas para a RAF e ajudando a salvar britânicos do conflito.
Um grande abraço, é sempre um prazer te ler!
Oi, Alexia!
Muitíssimo obrigado pelos elogios. Você excede na gentileza…
Sim, acho que os autores se aproveitaram da ascendência francesa para fantasiar aquela coisa da Revolução Francesa, da adoração dele pela realeza e o ódio das revoluções. O que foi uma bela sacada, não é?
Um grande abraço, Alexia!
Sérgio