Em vários de seus filmes, Woody Allen demonstrou desprezar os muito ricos de Manhattan, o umbigo do mundo capitalista. Desprezar, não ter qualquer simpatia. Muito ao contrário: considerar aquela gente, aquele tipo de sociedade fútil, vulgar, desimportante, apegada a valores menores. Alice, de 1990, é provavelmente o filme em que esse desprezo, até mesmo ódio, fica mais evidente, mais forte, mais virulento.
Essa característica foi a que mais me pareceu importante ao rever o filme agora, 28 anos depois de seu lançamento.
Uma vez, muito tempo atrás, li uma crítica que dizia que, se Woody Allen despreza tanto aquelas pessoas – a classe alta da maior metrópole americana –, deveria parar de fazer filmes sobre elas. Não tenho a menor idéia de quem era o autor da crítica – não guardei, esqueci completamente. Mas aquilo ficou na minha cabeça.
Acho esquisito essa coisa de críticos dizerem o que um artista deve ou pode fazer, e o que não deve e não pode fazer. Mais que esquisito, isso me parece bastante ridículo.
O fato é que eventualmente Woody Allen acabaria deixando um tanto de lado os milionários de Manhattan, em diversos de seus filmes seguintes.
Mas me parece também que, na época em que fez Alice, o realizador queria não apenas externar seu desprezo, seu ódio, pelos muito ricos de Manhattan. Alice, de uma certa forma, mostra também que a Era Mia Farrow estava chegando ao fim.
Ainda fariam mais dois filmes juntos o grande cineasta e a atriz esplêndida, estupenda: Neblina e Sombras (1991) e Maridos e Esposas (1992). A Era Mia Farrow acabaria aí – e, já no seu filme seguinte, Um Misterioso Assassinato em Manhattan (1993), em que a principal personagem feminina ficou com a mulher anterior da vida do artista, a maravilhosa Diane Keaton, sumiram as angústias, as tristezas, o tom pesado de vários dos filmes da fase Mia Farrow.
Sem Mia Farrow, Woody Allen voltou a fazer comédias hilariantes: depois de Um Misterioso Assassinato em Manhattan viriam Tiros na Broadway (1994), Poderosa Afrodite (1995), Todos Dizem Eu Te Amo (1996).
Como se tivesse cessado o inverno, o mau tempo, e a vida sorrisse de novo, com o céu gloriosamente azul.
Uma atriz maravilhosa num desempenho extraordinário
Mia Farrow sem dúvida infernizou – e continua infernizando – a vida de Woody Allen. As acusações todas que fez ao ex-companheiro na minha opinião são apenas produto de cabeça ruim de mulher abandonada. Mas isso não vem ao caso. O que importa é o seguinte: Mia Farrow é uma atriz absolutamente extraordinária.
Meu Deus do céu e também da terra, como Mia Farrow trabalha bem!
Essa é a segunda característica que mais me impressionou ao rever agora Alice.
Alice, ou Simplesmente Alice, como foi o título escolhido pelos exibidores brasileiros, é Mia Farrow. O elenco tem um monte de grandes nomes, belos atores, vários deles contratados para aparecer pouquíssimo mas nenhum outro ator tem um milésimo da importância da personagem de Mia Farrow. Mia Farrow está em praticamente todas as sequências de Alice – e está arrasadoramente brilhante, esplendorosa, fantástica.
Mia Farrow brilhou em muitos filmes – basta lembrar de O Bebê de Rosemary, a obra-prima de Roman Polanski de 1968. Está muito bem em todos os 13 filmes que fez com Woody Allen, a partir de Sonhos Eróticos de uma Noite de Verão, de 1982 – mas em alguns deles consegue ser ainda mais impressionantemente maravilhosa que nos demais. Acho que suas interpretações em Broadway Danny Rose (1984), A Rosa Púrpura do Cairo (1985) e aqui neste Alice são as melhores de todas.
Mas isso também não importa nada. É só uma opinião – e que pode mudar diante da revisão de qualquer outro dos filmes que os dois fizeram juntos. É como aquela coisa que uma vez falei: a melhor música dos Beatles é sempre a que a gente está ouvindo naquela hora.
O olhar de Mia Farrow. A intonação da voz. A postura. O menor gesto. Não há nada exagerado, nada grandioso, nada berrante. É tudo suave, contido, pequeno. Low profile.
Mia Farrow faz o espectador ter simpatia por aquela Alice. Alice não é uma mulher fascinante, não tem uma inteligência admirável; bem ao contrário, é uma dondoca, a esposa de um sujeito extremamente bem sucedido, podre de rico, a mulher que supervisiona a casa, o apartamento gigantesco, sem ter que a rigor fazer nada – sequer precisa dar ordens à empregada e a babá, porque elas sabem muito bem o que fazer –, e dá uma atenção superficial, mais pró-forma que real, intensa, séria, aos dois filhos aí de uns 6 e 4 anos.
Dona de casa que não tem no que trabalhar na casa, Alice passa o tempo fazendo compras de coisas caras em lojas caras, cuidando da forma com personal trainer, indo a salões de beleza, fofocando com as amigas.
Uma dondoca fútil, de vida vazia, sem sentido.
Como é interpretada com aquele brilho absurdo por Mia Farrow, no entanto, Alice conquista a simpatia do espectador. A gente fica torcendo por ela – para que ela se dê bem, para que ela consiga sair daquela inquietação crescente com o vazio da sua vida.
É impressionante: quando se revê Alice, fica absurdamente claro como Woody Allen errou a mão em seu filme de número 47, Roda Gigante/Wonder Wheel, de 2017. A personagem central de Alice é uma dondoca a rigor desinteressante – e no entanto o espectador é levado a simpatizar com ela, a torcer por ela. A personagem central de Roda Gigante, Ginny, interpretada por outra atriz absolutamente extraordinária, Kate Winslet, é uma batalhadora, uma mulher que até teve chances na vida, mas não conseguiu aproveitá-las, e sofre como uma moura, come o pão que o diabo amassou – mas o filme, bem ao contrário, não faz o espectador simpatizar por Ginny, torcer por ela. Porque o tom que Woody Allen imprime ao filme é uma coisa quase sádica: é como se Roda Gigante estivesse gozando a infelicidade da protagonista, rindo dela, rindo de cada nova tristeza dela.
Grandes atores em pequenos papéis
Nestes nossos tempos atuais de paranóias de #MeToo, em que quase todos os homens do show business passaram a ser vistos como predadores sexuais, diversos atores têm dito que não gostariam de trabalhar com Woody Allen, ou que não voltariam a trabalhar com ele.
Fantástico: 28 anos atrás, trabalhar em um filme Woody Allen era a glória. Mesmo que fosse num papel bem pequeno, mesmo que fosse para aparecer na tela por uns poucos minutos.
É impressionante como bons atores fazem papéis pequenos em Alice.
Depois de Alice, a protagonista que está presente em praticamente todas as sequências do filme, há personagens importantes. William Hurt faz Doug, o marido, profissional extremamente bem sucedido. Joe Mantegna faz Joe, músico de jazz sem fama, o homem por quem Alice se pega atraída, após 15 anos de casamento e de fidelidade. E Keye Luke faz o dr. Yang, o médico chinês que Alice procura queixando-se de dores das costas, e logo diagnostica que o problema dela é na cabeça: está angustiada, insatisfeita, nervosa, ansiosa, estressada. Ele passa, então, a receitar ervas de fato raras, que provocam as mais estranhas, surpreendentes – mágicas, fantásticas – reações em Alice.
William Hurt – é necessário registrar – estava com tudo, em 1990, quando o filme foi lançado; ganhara o Oscar de melhor ator por O Beijo da Mulher Aranha (1985), do argentino-brasileiro Hector Babenco, e tivera indicações ao Oscar por Filhos do Silêncio (1986) e Nos Bastidores da Notícia (1987). Foi a única vez que trabalhou dirigido por Woody Allen.
Todos os demais atores aparecem bem pouco tempo na tela:
* Alec Baldwin, jovem, belo e ainda magricela, faz o fantasma de Ed, o ex-namorado de Alice que havia morrido muitos anos antes, e reaparece depois que ela toma chá de uma das ervas estranhas do dr. Yang. O espectador mal vê o rosto de Alec Baldwin – mas ele protagoniza uma sequência linda, absolutamente onírica, viajandona, em que leva Alice para voar sobre Manhattan e depois dançam à meia-luz num antigo bar a que haviam ido décadas antes.
* Cybill Shepherd, a atriz de beleza cristalina, estonteante, que virou a cabeça de Peter Bogdnovich – e a de adolescentes ao redor do mundo inteiro – em A Última Sessão de Cinema, interpreta Nancy Brill, uma antiga amiga de Alice, que agora tinha arranjado um emprego numa emissora de TV, como a pessoa que escolhe que roteiros comprar. A atriz aparece apenas em duas rápidas sequências; Woody Allen e seu fotógrafo, o grande italiano Carlo Di Palma, nem quiseram aproveitar aquele rosto maravilhoso em um close-up sequer.
Aliás, parece que foi uma regra definida por Allen e Di Palma: ao longo dos 106 minutos do filme, só há close-ups de Mia Farrow, e alguns poucos de Joe Mantegna.
* Judy Davis, a ótima atriz australiana revelada pelo mestre David Lean em Uma Passagem Para a Índia, e que trabalhou umas três ou quatro vezes com Woody Allen, faz a ex-mulher de Joe. Aparece em apenas duas sequências, rapidamente.
* Julie Kavner, atriz, dubladora, comediante de grande fama nos Estados Unidos, que trabalhou em três ou quatro filmes de Allen, aparece em uma única sequência, como uma decoradora que leva uma peça cara para o apartamento chique de Alice.
* Gwen Verdon, a grande atriz da Broadway que foi a musa do diretor e coreógrafo Bob Fosse, aparece em duas rápidas sequências como a mãe de Alice.
* Bernadette Peters, atriz de cinema e teatro, cantora de sucesso, aparece numa sequência toda caracterizada como uma figura da mitologia grega, em que se apresenta a Alice como A Musa.
* Elle Macpherson, uma super top model australiana que ganhou da imprensa o apelido de The Body, O Corpo, aparece em uma ou duas rápidas tomadas, como uma modelo que está experimentando roupa numa loja de grife de Manhattan.
* Blythe Danner, outra atriz de grande beleza, mãe de três atores, Gwyneth, Bruce e Jake Paltrow, interpreta Dorothy, a irmã mais velha de Alice, que se afasta um tanto dela por considerar que ela se perdeu na vida, virando aquela dondoca mãe e dona de casa e nada mais. Blythe até que aparece numas três sequências – mas, no total, não fica na tela mais que uns poucos minutos.
Uma sequência belíssima, Bergman puro
Uma das sequências em que as duas irmãs Alice e Dorothy se encontram é uma das mais belas, mais impressionantes – e mais bergmanianas – de todos os filmes de Woody Allen. Numa das viajandonas que Alice empreende com os chás de erva do dr. Yang, ela se vê diante da casa em que ela viveu com a família quando criança.
Ela e Dorothy estão do lado de fora da casa – e, através da janela, Alice vê a mãe e o pai jovens, Dorothy e ela quando crianças. Ela e Dorothy falam da adolescência de Alice: quando adolescente, Alice frequentava colégio católico, era uma católica fervorosa e pensava em ser freira. Dorothy sugere que ela aproveite para se confessar – e diante da casa da família surge um confessionário, no qual Alice entra.
Ingmar Bergman puro.
Há, ao longo do filme, frequentes referências ao catolicismo de Alice. O dr. Yang, por exemplo, diz para ela que todos os católicos acreditam em fantasmas.
O ator que fez o fantástico médico chinês, Keye Luke, morreria em janeiro de 1991, três semanas depois da estréia de Alice nos cinemas americanos. Estava com 86 anos, e tinha – incrível – 220 títulos em sua filmografia. Nasceu na China; a família emigrou para Seattle, e ainda jovem, entrou para o cinema como desenhista de pôsteres. Passou depois a consultor técnico sobre filmes que falavam de Ásia, até estrear como ator em O Véu Pintado (1934), a adaptação da novela de Somerset Maugham com Greta Garbo no papel que, na refilmagem de 2006, uma co-produção EUA-China, seria o de Naomi Watts.
Para as gerações mais velhas, Keye Luke ficou marcado como Lee Chan, o Filho Número Um de Charlie Chan, nos filmes da 20th Century Fox da década de 1930 com o detetive chinês interpretado por Warner Oland.
Uma comédia que não provoca gargalhadas, mas sorrisos
Esse personagem do médico chinês que vários conhecidos de Alice indicam para ela é seguramente uma das coisas mais engraçadas deste filme que não é uma comédia aberta, escandalosamente hilariante como várias que Woody Allen criou. Diversos filmes de Allen provocam gargalhadas estrepitosas – mas definitivamente não é o caso deste Alice.
Alice é uma comédia, sim – não é, de forma alguma, um drama, tipo Interiores (1978), Setembro (1987), A Outra (1988). Embora tenha também muita amargura, tem todo o ritmo, o jeito, o clima de comédia – mas é uma comédia suave, daquelas que provocam não gargalhadas, mas sorrisos.
Atriz dramática extraordinária, Mia Farrow tem também o perfeito domínio do timing da comédia – e o espectador não consegue deixar de acompanhar sorrindo as indecisões, o vaivém de Alice diante da tentação representada pelo bonitão Joe.
E é nada menos que genial a escolha de “La Cumparsita” para acompanhar muitas das sequências em que Alice expõe sua indecisão e seu assombro diante do que acontece com ela por causa das ervas esquisitas do dr. Yang. Os compassos do tango criado em 1917 pelo uruguaio Geraldo Matos Rodriguez acentuam de maneira fantástica a graça da coisa, as carinhas que Mia Farrow faz, seu gestual.
Essa é uma das muitas marcas registradas de Woody Allen: saber usar, com precisão, maestria, músicas conhecidas, famosas, como trilha sonora de seus filmes. São raríssimos os filmes do realizador que têm trilha sonora própria: na imensa maioria das vezes, são escolhidos trechos de canções – em geral da Grande Música Americana e/ou de jazz – ou peças eruditas. E a escolha é sempre perfeita.
Só para dar um exemplo: quando vemos a sequência de Scoop (2006) em que o personagem de Hugn Jackman tenta se livrar da jovem loura interpretada por Scarlett Johanson – à la Clyde Griffiths com Roberta Alden, no romance A Tragédia Americana, de Theodore Dreiser –, e, em ação paralela, o personagem de Woody Allen dirigindo a toda por uma estrada inglesa em um carrinho míni, para alcançar a dupla a tempo de impedir o crime, a música que ouvimos parece ter sido composta especificamente para aquela situação. É o terceiro movimento do Lago dos Cisnes de Tchaikovsky – mas é impossível ouvir novamente a melodia sem lembrar da sequência do filme de Woody Allen.
Aqui, parece que Geraldo Matos Rodriguez escreveu seu tango especialmente para o filme que Woody Allen faria 73 anos mais tarde.
Algo mágico – mas mágica é com Woody Allen mesmo.
Invisível, Alice vê a traição do marido
Woody Allen tem ligação forte com a mágica, o mundo dos mágicos, e com hipnose. Desde criança, era fascinado com os truques dos mágicos, e tentou aprender vários deles. No início de sua carreira, chegou a se apresentar como mágico. Mágicos e magia estão presentes em outros filmes seus: Édipo Arrasado, de Contos de Nova York (1989), Neblina e Sombras (1991), O Escorpião de Jade (2001), o citado Scoop – O Grande Furo (2006), Magia ao Luar (2014).
Neste Alice, as ervas do dr. Yang fazem mágica.
Uma das ervas fará aquele que tomar seu chá apaixonar-se perdidamente por Alice – e é uma delícia a sequência em que a erva é colocada num ponche na festa de Dorothy, e todos os homens se apaixonam perdidamente.
Mas, sem dúvida alguma, a erva que provoca as cenas mais divertidas, mais engraçadas – e mais criativas – do filme é aquela que faz com que quem beba seu chá se torne invisível.
A imaginação de Woody Allen, naquele final dos anos 1980 e início dos 1990, estava a mil – e ele fazia os espectadores entrarem em um mundo de fantasia que faz lembrar os melhores momentos do realismo mágico de Gabriel García Marquez, Julio Cortázar ou José J. Veiga. A mãe dominadora que fica no céu conversando com a população de Nova York em Édipo Arrasado e a Alice que fica invisível e ouve as amigas fofocando sobre ela e vê o marido se atracando com uma amante são uma absoluta maravilha.
Um filme “visualmente maravilhoso”
O próprio autor não demonstra grande afeto por Alice. Em fevereiro de 2006, em uma das muitas entrevistas a Eric Lax que resultaram no belo livro Conversas com Woody Allen, ele afirmou:
“Não tenho nenhum (pausa) afeto especial por Simplesmente Alice. Não detesto o filme. Nunca penso nele. (Lembrando.) A Mia ficou ótima com aquele chapéu vermelho; o Alec Baldwin, claro, é sempre ótimo. O Bill Hurt também.”
Em uma outra entrevista a Eric Lax, em maio de 2005, Woody Allen falou da beleza visual de Alice, e elogiou tanto o diretor de fotografia Carlo Di Palma quanto Santo Loquasto, o diretor de produção de vários, vários de seus filmes. O próprio entrevistador, um grande expert nos filmes do realizador, diz que sempre achou que Alice é “visualmente maravilhoso”, e então Allen comenta:
“É em grande parte um tributo ao Carlo e ao Santo. Era um filme contemporâneo que eu queria puxar para o lado poético. O Santo construiu os cenários e também achou locações maravilhosas para mim, e o Carlo iluminou tudo com aquela luz quente, de modo que ficou bom. Outro dia, eu estava zapeando pelos canais de televião e vi o filme, parei um segundo e deliguei o som, ficou só olhando por sessenta segundos, nem isso, e lembrei de muitas coisas bonitas. Lembro daquele apartamento que o Santo construiu porque não conseguimos encontrar um apartamento, é banhado em luz quando você olha. O filme tem cenas ótimas. O ator chinês era fantástico.”
“Um passeio perturbador pelas verdades da sua vida”
Leonard Maltin não gostou do filme. Deu apenas 2 estrelas em 4: “Um dos ‘filmes de câmara’ de Woody, com Farrow como a mulher tímida, mimada do rico Hurt, tentando encontra a si mesma e contemplando o impensável – um caso extraconjugal. Com aquele elenco escolhido a dele, é certamente assistível, mas as brincadeiras parecem forçadas, e a história abertamente familiar. Até a escolha das músicas para a trilha, algo em que Allen é em geral infalível, é mão pesada. Agradável despedida do ator Keye Luke, no entanto.”
Cada cabeça, uma sentença. Faço o grande elogio da escolha de “La Cumparsita” para a trilha sonora, e vem o Maltin dizer que a escolha das músicas foi feita com mão pesada.
Roger Ebert deu 3 estrelas em 4. Ele começa assim seu texto:
“Alice de Woody Allen arranca sua heroína para fora de seu ninho luxuoso e a leva para um passeio perturbador pelas verdades da sua vida, embalada pelos chás de ervas misteriosos de um acunpunturista enigmático. É um filme estranho, mágico, em que Allen usa as artes do curador chinês como um atalho para a psicanálise; ao final do filme, cuja ação cobre apenas alguns dias, Alice aprendeu verdades sobre seu marido, seus pais, seu casamento, sua família e sobre si própria, e passou por uma profunda mudança de valores. Como este é um filme de Woody Allen, muito desse processo metafísico é engraçado.”
É como eu sempre digo: quando eu crescer, gostaria de escrever como Roger Ebert.
“Alice de Woody Allen arranca sua heroína para fora de seu ninho luxuoso e a leva para um passeio perturbador pelas verdades da sua vida.”
Aaaaaah!
Anotação em dezembro de 2018
Simplesmente Alice/Alice
De Woody Allen, EUA, 1990
Com Mia Farrow (Alice Tate)
e Joe Mantegna (Joe), Alec Baldwin (Ed, o ex-namorado), Blythe Danner (Dorothy, a irmã), Judy Davis (Vicki, a ex de Joe), William Hurt (Doug Tate, o marido), Keye Luke (Dr. Yang), Bernadette Peters (A Musa), Cybill Shepherd (Nancy Brill, a amiga), Gwen Verdon (a mãe), Julie Kavner (a decoradora), Holland Taylor (Helen), Robin Bartlett (Nina), Patrick O’Neal (o pai), Caroline Aaron (Sue), James Toback (o professor), David Spielberg (Ken), Elle Macpherson (a modelo na loja), Bob Balaban (Sid Moscowit), June Squibb (Hilda, a empregada), Marceline Hugot (Monica, a babá), Dylan O’Sullivan Farrow (Kate, a filhinha), Matthew H. Williamson (Dennis, o filhinho)_
Argumento e roteiro Woody Allen
Fotografia Carlo De Palma
Montagem Susan E. Morse
Casting Juliet Taylor
Desenho de produção Santo Loquasto
Produção Robert Greenhut, Charles H. Joffe, Jack Rollins, Orion Pictures. DVD MGM.
Cor, 106 min (1h46)
R, ***1/2
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