Nos primeiros 10, 15 minutos do fascinante Saving Mr. Banks, no Brasil Walt nos Bastidores de Mary Poppins, o espectador fica se perguntando: como uma mulher tão absolutamente chata, mal-humorada, de mal com a vida, intolerável, pôde criar um personagem tão alegre, tão delicioso quanto Mary Poppins?
Ao contar a história de como Walt Disney conseguiu convencer P.L. Travers, a autora dos livros de Mary Poppins, a autorizar a realização do filme Mary Poppins, este Saving Mr. Banks não apenas desvenda esse mistério, como também mostra como as experiências duras, pesadas, traumáticas, pelas quais passa um ser humano, podem acabar se transformando em motivo de alegria para milhares, milhões de pessoas.
P.L. Travers se baseou em acontecimentos de sua infância traumática, de sua experiência de vida dura, pesada, triste a não mais poder, para criar as situações, as histórias e a figura da babá mágica que encantou gerações de crianças (e adultos) através de uma série de livros – e que, levada para o cinema pela perseverança, insistência, teimosia de Disney, tornou-se muitíssimo mais popular ainda.
Mary Poppins, reparou a minha Mary, não era um personagem universal – até Disney fazer o filme.
De fato: Mary Poppins não era Peter Pan, não era Bela Adormecida, não era Cinderela, não era Branca de Neve – personagens conhecidos em todos os países do Ocidente, pelo menos. Mary Poppins era uma coisa mais restrita aos países de língua inglesa – até Disney fazer o filme.
Quando Saving Mr. Banks está lá por uns 60 minutos (ele é um pouco mais longo que o padrão, dura deliciosos 125 minutos), o espectador poderia perfeitamente se imaginar na pele de Walt Disney, e dizer: ah, vá tomar, sua vaca, sua pentelha, sua horrorosidade. Não quero mais filmar suas histórias.
Ainda bem que Walt Disney não mandou P.L.Travers tomar. Ainda bem que ele aguentou toda a insolência, a absurda pentelhice da mulher, e fez o filme.
E ainda bem que os estúdios Disney resolveram contar a fascinante história do embate entre esse sujeito genial e aquela mulher insuportável.
Emma Thompson tornou-se feia para interpretar P.L.Travers
Disney – o filme nos conta – passou 20 anos tentando obter de P.L. Travers os direitos de adaptar os livros sobre Mary Poppins para o cinema. Durante 20 anos ela se recusou a dar a autorização.
A narrativa de Saving Mr. Banks começa em 1906, num lugar da Austrália chamado Maryborough – e em seguida mostra Londres, em 1961. Em 1906, a mulher que viria a ser conhecida como P. L. Travers tinha sete anos de idade; em 1961, P.L. Travers está sem dinheiro – seus livros não estavam vendendo mais, naquela época, e seu agente sugeria a ela, com vigor, que aceitasse o convite de Walt Disney de fazer a longa viagem de Londres para Los Angeles, para ver de perto os planos de levar Mary Poppins às telas.
Ao longo de toda a narrativa, vão se misturar esses dois tempos: a infância da garotinha Helen Goff no interior da Austrália, no início do século, e a viagem da escritora P.L. Travers a Hollywood em 1961. Passado e presente vão sendo apresentados lado a lado, simultaneamente, durante todos os 125 minutos do filme.
A garotinha Helen é interpretada por uma menina lindíssima, encantadora, de cabelinhos encaracolados, Annie Rose Buckley (a segunda da esquerda para a direita na foto acima). A mulher em que ela se transformou, a P.L. Travers escritora de fama que estava então com 62 anos, vem na pele de Emma Thompson, essa atriz em tudo por tudo extraordinária.
Emma Thompson é uma mulher bela, muito bela. Para interpretar a escritora amarga, mal-humorada, solteirona, solitária, ranheta, conseguiu tornar-se feia. Grandes atores têm essa capacidade de se transmutar.
A atuação de Emma Thompson é brilhante, absolutamente brilhante. Ela faz com que o espectador despreze a personagem, desgoste daquela mulher tão insuportavelmente chata.
E Tom Hanks, esse Tom Hanks que fica maior a cada novo filme, a cada novo papel, a cada ano que passa, faz um Walt Disney que é o extremo oposto da mulher amarga, insuportável. O magnata que construiu um império começando do zero, do nada, é mostrado no filme como um sujeito bem humorado, de bem com a vida, gentil, atencioso com todos os funcionários de seu estúdio.
A autora faz as exigências mais absurdas, mais descabidas, para dar seu aval ao filme
P. L. Travers chega à Califórnia e aos estúdios Disney fazendo questão de demonstrar que acha tudo aquilo um nojo. Que sente profundo desprezo por toda a obra de Disney, pela Disneylândia, por Hollywood, pelos Estados Unidos de maneira geral.
Que ela não precisa de Disney. Que ele é que precisa de um “sim” dela.
Já no primeiro encontro, Disney abre o coração para ela. Conta que suas filhas adoravam ler as histórias de Mary Poppins, e foi através delas que ficou conhecendo a babá mágica. Tomou profundo amor pelo personagem, e prometeu às filhas que transformaria as histórias em um filme.
E promessa que se faz aos filhos se cumpre.
A barreira que a mulher ergue entre os dois começa pela forma de tratamento. Ela é avisada de que ele não gosta de ser chamado de Mr. Disney, e sim de Walt – mas ela dirá sempre Mr. Disney. Ele chama a todos pelo primeiro nome, e então se dirige a ela como Pamela, ou Pam – mas ela insiste em que deve ser tratada como Mrs. Travers.
Ela faz exigências. Não quer que Mary Poppins seja um filme musical – e os compositores Robert e Richard Sherman (interpretados, respectivamente, por B.J. Novak e Jason Schwartzman) já vinham há tempo compondo as lindas canções para o filme.
Não quer, absolutamente não quer, não permitirá que haja animação, desenho animado, cartoons, no filme.
Exige que não haja qualquer tipo de insinuação de envolvimento afetivo entre Mary Poppins e Bert, o segundo personagem mais importante da história.
Exige que todas as conversas com o roteirista Don DaGradi (Bradley Whitford) e os irmãos Sherman sejam gravadas.
Ao iniciar a leitura do roteiro, implicará com a falta da palavra “número” no endereço da família Banks: não pode ser Cherry Tree Street, 17 – tem que ser Cherry Tree Street number 17.
Lá pelas tantas, exigirá que no filme não apareça nada, absolutamente nada, da cor vermelha.
Em vez de perder a paciência, Disney tenta compreender a personalidade da autora
Walt Disney não perde a paciência com a pentelha uma vez sequer. Vai segurando o desprazer, o desgosto, a frustração, a raiva. A mulher ainda não havia assinado o contrato, e Disney queria fazer o filme. Tinha prometido às filhas fazer o filme – e promessa feita aos filhos cumpre-se.
Em vez de se deixar esmorecer pelas exigências absurdas, por toda a atitude insolente, pretensiosa, hostil da mulher, ele fica querendo entender por que ela age daquela maneira.
Enquanto a narrativa vai rolando, Saving Mr. Banks vai mostrando ao espectador, pouco a pouco, nas sequências da infância dela na Austrália, por que a escritora age daquela maneira.
É uma beleza de roteiro, este, assinado por duas mulheres, Kelly Marcel e Sue Smith. Nos créditos finais, há um agradecimento a outra mulher, Valerie Lawson, a autora da biografia da escritora, Mary Poppins, She Wrote: The Life of P. L. Travers. Muito provavelmente foi dessa biografia que as roteiristas retiraram as informações sobre a infância da autora.
Não teria sentido antecipar, nesta anotação, o que o filme vai revelando pouco a pouco sobre a infância da garotinha Helen Goff, a quem o pai sonhador (interpretado por Colin Farrell, talvez uma oitava acima do tom) chamava de Ginty. Mas não atrapalha nada, creio, dizer que Saving Mr. Banks vai nos mostrando, pouco a pouco, como quem não quer nada, da maneira mais natural possível, de onde surgiram vários dos elementos das histórias de Mary Poppins.
A importância do vento, do vento que muda de direção. O nome da babá renunciante, Katie Nana, no filme de 1964 interpretada por Elsa Lanchester. O formato da bolsa de Mary Poppins – e o fato de que de lá dentro saem os objetos mais insuspeitados. A própria personificação de Mary Poppins, sua figura (na foto acima, uma tia da pequena Helen Goff). A folha de papel que Mr. Banks rasga. O banco onde Mr. Banks trabalha, toda a relação de Mr. Banks com o banco – e aí não dá para deixar de reparar a obviedade da escolha do sobrenome da família dos garotinhos de que Mary Poppins irá cuidar.
Ao final, ao fim e ao cabo, é impossível o espectador não ficar extasiado, impressionado, perturbado, comovido com como essa pessoa tão amarga, solitária, triste, foi capaz de usar elementos de sua história pessoal, de sua infância, muitos deles traumáticos, para criar uma personagem tão deliciosa, tão agradável, que fez e faz tanta gente feliz há tantas gerações.
Uma bela licença poética: Disney pega um avião e visita P.L.Travers em Londres
Embora Saving Mr. Banks procure ser o mais acurado possível, o mais próximo da verdade dos fatos, houve, é claro, como sempre há, quando se conta no cinema uma história verdadeira, algumas licenças poéticas, algumas fugas da mais estrita realidade.
A maior delas é, sem dúvida, a visita de Walt Disney à casa de P.L. Travers em Londres.
O homem, na verdade, não foi lá. É uma licença poética.
Houve uma conversa telefônica, uma longa ligação internacional, num tempo em que as ligações de longa distância eram caríssimas – e muitíssimo mais raras do que hoje em dia.
Segundo assegura a roteirista Kelly Marcel, o conteúdo do diálogo mostrado no filme de fato existiu. Disney de fato contou para a irascível autora suas agruras durante a infância, a dureza que era, aos oito anos de idade, entregar os jornais distribuídos pelo seu pai de casa em casa, na sua cidade natal do Missouri, no inverno gelado, às vezes com sapatos bem velhos, quase furados.
Na minha opinião, o pecadilho de fugir um pouquinho da estrita realidade é absolutamente perdoável. A licença poética de fazer Walt Disney tocar a campainha da casa de P.L.Travers permitiu que o filme tivesse uma sequência absolutamente bela, emocionante, comovente. O detalhezinho de Walt Disney dizer a frase “Eu seguramente gostaria muito de tomar um chá inglês”, e P.L.Travers dizer que ela, por seu lado, tomaria um uísque, é uma maravilha. Ao que Disney, um apreciador do néctar escocês, responde: – “Quando em Roma…”
Naquele momento, tomei um golinho. Em honra de Tom Hanks, de Emma Thompson, de Walt Disney, do diretor John Lee Hancock, de Mary Poppins. Cheers!
Emma Thompson já interpretou outra babá mágica
Vou ao IMDb atrás de informações – importantes ou apenas gostosas – sobre Saving Mr. Banks e sua produção, mas começo com uma observação minha mesmo: é fascinante lembrar que Emma Thompson, que aqui interpreta a autora de livros sobre Mary Poppins, a babá mágica, interpretou, ela mesma, uma outra babá mágica inglesa, Nanny McPhee.
Nanny McPhee é a personagens de uma série de livros infanto-juvenis escritos por Christianna Brand, Nurse Matilda. A própria Emma Thompson escreveu o roteiro de Nanny McPhee – A Babá Encantada, uma co-produção Inglaterra-EUA-França, de 2005, dirigida por Kirk Jones, e também de um segundo filme, Nanny McPhee e as Lições Mágicas/Nanny McPhee and the Big Bang, de 2010.
* Emma Thompson foi indicada ao Globo de Ouro e ao prêmio do sindicato dos atores por sua interpretação de P. L. Travers. O filme teve apenas uma indicação ao Oscar, o de trilha sonora, assinada por Thomas Newman.
* Ao todo, o filme teve 10 prêmios e 45 indicações nos diversos prêmios e festivais.
* Consta que Walt Disney fez a primeira tentativa de comprar os direitos de filmagem dos livros com a personagem Mary Poppins ainda em 1938. Teriam sido, portanto, 26 anos entre o primeiro pedido de Disney e o lançamento de Mary Poppins em 1964. 26 anos! Mais de um quarto de século! Quase quatro vezes o tempo que Jacó dedicou a pedir o amor de Raquel!
* Os estúdios Disney possuem as fitas originais em que foram gravadas as duras tratativas entre a chata de galocha P.L.Travers e o time de criação de Mary Poppins. São 39 horas de gravações. A roteirista inglesa Kelly Marcel ouviu tudo aquilo. Depois, também Tom Hanks e Emma Thompson ouviram. A atriz comentou que ouvir aquilo era como “ser cutucada nos ouvidos com garfos quentes”.
* De fato, P.L. Travers detestou a idéia de que Dick Van Dyke interpretasse Bert, o multi-artista de rua amigo de Mary Poppins e o segundo personagem mais importante da história, depois da própria personagem-título. No filme, alguém – não me lembro se o roteirista ou um dos dois compositores – afirma que Dick Van Dyke era um dos melhores – e a autora se enfurece, e diz que os melhores são Olivier, Burton, Guinness (respectivamente, é claro, Laurence, Richard, Alec), mas jamais Dick Van Dyke.
* Dick Van Dyke, talvez pouco conhecido no Brasil, é um ator adorado nos Estados Unidos. Trabalhou em séries de TV, teve o seu próprio show em horário nobre, ganhou 17 prêmios, fora outras 12 indicações. Entre os prêmios, coleciona (sim, no presente, porque está firme, aos 89 anos, em 2014) vários Emmies e um Grammy; entre as indicações, há duas para o Globo de Ouro.
* Segundo o IMDb, Van Dyke, essa figura super simpática, admitia que ele não seria o ator ideal para interpretar Bert. Não que ele não tenha gostado de ter ganho o papel – ao contrário, dizia que era o melhor papel que teve no cinema. Mas disse, em entrevistas, que outros atores teriam sido escolhas melhores. Modéstia dele – algo raro entre atores. Dick Van Dyke está excelente como Bert em Mary Poppins.
* Há uma frase especialmente cruel pronunciada por P.L.Travers no filme. É quando, após uma discussão tensa com o roteirista e os compositores em que Robert Sherman ousa mostrar sua irritação com a mulher, ela manda que ele saia da sala. Ele sai – mancando, apoiado em uma bengala. A chata pergunta o que ele tem, e Richard, o irmão de Robert, diz que ele levou um tiro na perna. Pois P.L. Travers tem a capacidade de fazer um comentário do tipo: “Não é de se estranhar”, ou “Ele merecia”.
* Robert Sherman de fato foi baleado na perna – durante a Segunda Guerra Mundial, depois que a unidade em que servia ajudou a libertar os presos de Dachau, o campo de concentração nazista. Euzinho, se fosse Richard Sherman, teria dado um tabefe na cara da mulher naquele instante.
* Walt Disney fumava. Há uma cena no filme em que P.L.Travers avança resolutamente rumo à sala de Disney. As secretárias tentam falar com ela, tentam impedi-la, mas a mulher avança feito os tanques do marechal Rommell e entra na sala de Disney num momento em que ele está fumando. Quando ele fumava, as secretárias sabiam que não podiam deixar ninguém entrar.
* Pelo que diz o IMDb, essa sequência do filme causou controvérsia entre a equipe de produção. Tom Hanks queria que seu Disney fosse bastante próximo do real, e então defendeu que houvesse no filme menção ao fato de que o cara fumava. O estúdio responsável pelo filme – que, afinal, tem o nome de seu fundador – insistia em que mostrar o vício do tabaco não seria apropriado a um filme para toda a família. Tom Hanks acabou conseguindo uma concessão do Walt Disney Pictures: na sequência em que P.L.Travers avança feito um tanque nazista sobre a sala de Disney, ele está apagando um cigarro.
* Numa cena anterior, a do primeiro encontro entre Disney e Travers, Tom Hanks tosse a tosse típica de fumantes.
A autora viveu até os 97 anos. Walt Disney morreu aos 65 anos
A criatura nascida Helen Goff num lugar perdido da Austrália em 1899, que usaria as lembranças de sua infância doce e ao mesmo tempo traumática para criar uma personagem maravilhosa, morreria em 1996, aos 97 anos de idade. Meu Deus: 97 anos de vida amarga, solitária…
Walt Disney, o sujeito que fez, faz e fará gerações e gerações de pessoas felizes com seus filmes lindos, maravilhosos, morreria em 1966, apenas dois anos após o lançamento da gema preciosa que é Mary Poppins, aos 65 anos de idade. Comparado com a bruxa, um garotão.
Quem acredita em Deus diz que Seus caminhos são misteriosos.
De fato.
Walt Disney morreu de câncer de pulmão. Pelo que o filme mostra, a bruxa que criou a babá mais deliciosa da História não fumava.
Anotação em junho de 2014
Walt nos Bastidores de Mary Poppins/Saving Mr. Banks
De John Lee Hancock, EUA-Inglaterra-Austrália, 2013
Com Emma Thompson (P.L. Travers), Tom Hanks (Walt Disney),
e Annie Rose Buckley (Ginty, ou Helen Goff garorinha), Colin Farrell (Travers Goff), Ruth Wilson (Margaret Goff), Paul Giamatti (Ralph), Bradley Whitford (Don DaGradi), B.J. Novak (Robert Sherman), Jason Schwartzman (Richard Sherman), Lily Bigham (Biddy), Kathy Baker (Tommie), Melanie Paxson (Dolly), Rachel Griffiths (Tia Ellie)
Roteiro de Kelly Marcel e Sue Smith
Fotografia John Schwaertzman
Música Thomas Newman
Montagem Mark Livosi
Produção Walt Disney Pictures, Ruby Films, Essential Media & Entertainment, BBC Films, Hopscotch Features. DVD Disney
Cor, 125 min
***1/2
Caro Sérgio, ouso discordar um pouco de voçê novamente ! Pelo que eu sei, o filme edulcora um tanto a figura de Walt Disney. Ele não era exatamente esse sujeito afável e tolerante (o fato de ser representado pelo “queridinho da América” Tom Hanks só reforça a falsa impressão) que o filme pinta. Aliás, existem várias biografias sérias que afirmam que ele era um notório misógino. Talvez, daí o embate tão intenso com PL Travers, sobretudo, durante a confecção do filme. Pois, apesar de irascível e pouco afeita a fazer concessões, ela é uma espécie de feminista, não declarada, óbvio, já que detestava rótulos. E esse homem, que também era um empresário implacável, teve que fazer inúmeras concessões, para uma mulher, a fim de que o filme pudesse sair do papel. Mas uma coisa eu concordo em número, gênero e grau: Emma Thompson é uma atriz maravilhosa ! Sem ela o filme seria apenas um filme da Disney, e isto faz toda a diferença. Ela é uma mulher madura que continua bonita, inteligentíssima, articulada e que, acertadamente, não faz um retrato nada fácil da sua personagem. Eu costumo dizer que graças a atrizes/atores como ela, Cate Blanchett, Juliete Binoche, Marion Cotillard,Joaquim Phoenix e tantos outros (que não caberia neste post) é que Deus de fato existe ! Abraço. Ana Paula