Foi um baita prazer rever Quatro Casamentos e um Funeral. Que maravilha de filme, meu Deus do céu e também da terra!
É a perfeição. É o que toda comédia romântica gostaria de ser grande crescesse. É romântico, extremamente engraçado, inteligente, alegre, pra cima.
Uma beleza de história, um roteiro redondinho, personagens bem construídos, interessantes. Piadas espertas, frases maravilhosas, diálogos deliciosos. Uma elegia à vida, ao amor, à amizade, ao companheirismo, à solidariedade
E que elenco! Interpretações maravilhosas de todo mundo. Tá certo: agora que a gente viu Hugh Grant repetindo suas caretas em diversos outros filmes, pode-se estar um pouco cansado delas. Mas isso é um detalhinho mínimo, ridículo.
Meu Deus, a beleza de Andie MacDowell (na foto) – e também de Kristin Scott Thomas!
Esta nova revisão só confirmou: Quatro Casamentos é, para mim, uma das melhores comédias românticas dos últimos 20 anos – que, aliás, o filme fará ano que vem, 2014. Do mesmo nível de Harry e Sally – Feitos um Para o Outro, de 1989, e Simplesmente Amor/Love Actually, de 2003, não por coincidência dirigido por Richard Curtis, autor do roteiro de Quatro Casamentos e também de Um Lugar Chamado Notting Hill, de 1999, todos os três com o charme, a elegante deselegância e as caretas de Hugh Grant.
Para começo de conversa, outras opiniões
Certamente há muita gente que não concorde comigo, e então vou ver outras opiniões já.
Fico curioso para ver a sinopse do Cinéguide, o guia francês que consegue fazer as sinopses mais sintéticas que há.
Diz ele, sobre Quatre Marriages et un Enterrement: “Um celibatário empedernido se deixa pouco a pouco perturbar pelos casamentos sucessivos de seus amigos e se apaixona por uma bela americana”.
Ahnn.. Conciso, sim, mas não tão acurado assim. Não é que Charles, o personagem de Hugh Grant, se deixe perturbar pelos casamentos dos amigos. Ele permanece empedernidamente contra o casamento. (Na foto abaixo, Charles-Hugh Grant e Scarlett-Charlotte Coleman, sempre atrasados para os casamentos.)
Vejamos o Guide des Films do mestre Jean Tulard. Três estrelas em quatro – algo raro, já que o Guide não dá estrela alguma para a grande maioria dos filmes que comenta.
“Charles, um sedutor irresistível, vai de casamento a casamento. Mas estes são os de seus amigos. Em uma das cerimônias, ele encontra a bela Carrie (o papel de Andie MacDowell). Lançado na comédia, depois de alguns filmes acadêmicos, Newell se sai bem no desafio. É divertido e apenas tem alguns momentos mortos no início. Sucesso comercial inesperado.”
Leonard Maltin, o autor do guia de filmes mais vendido no mundo, deu 3 estrelas em 4: “Deliciosa comédia contemporânea sobre um jovem que não consegue sustentar uma relação, enquanto todos os seus amigos parecem estar se casando. Então ele se encontra com outra convidada de casamento, e a trama engrossa. Ótimo elenco de muitas figuras, com o atraente Grant à frente, mantém o filme à tona sob a direção segura de Newell. O roteiro de Richard Curtis pode não aguentar um exame minucioso (a conversação final de fato parece fora de lugar), mas é certamente divertido.”
Cada cabeça, uma sentença. Para mim, o roteiro é a perfeição, e a conversa final é uma delícia.
Eis o texto do grande Ebert sobre o filme
Roger Ebert deu 3.5 estrelas em 4.
Revimos o filme poucos dias depois da morte de Ebert, um crítico que admiro faz muito tempo. Vou tentar traduzir praticamente todo o seu texto, que é, como sempre, bem longo.
“Quatro Casamentos e um Funeral, delicioso e que chegou de surpresa, é uma comédia sobre pessoas que parecem viver suas vidas em público, indo a cerimônias de casamento. Sem dúvida eles têm suas vidas cotidianas também, mas o filme não as mostra. Mesmo no caso do personagem central, um amável, tímido, eterno padrinho em casamentos chamado Charles (Hugh Grant), não somos informados sobre o que ele faz para viver. Claro, o filme é inglês, e na Inglaterra é considerado deseducado perguntar a alguém o que ele faz, então talvez o filme simplesmente não saiba. O filme é sobre um grande grupo de amigos. Alguns deles provavelmente se conheceram na escola, e outros se casaram com pessoas de várias famílias, e todos eles se conhecem, mais ou menos. Ocasionalmente, uma nova cara aparece: Carrie, por exemplo, a cintilante americana que é convidada no primeiro casamento, aparece de novo no segundo, e vai se casar no terceiro.
“Carrie, interpretada por Andie MacDowell, é uma dessas mulheres que não são tão seguras quanto parecem. Ela é inteligente e bela, mas está noiva de um homem mais velho chamado Hamish (Corin Redgrave) que é tão grande, seguro e prepotente que você imagina que ninguém se casaria com ele, a não ser que estivesse necessitada disso. Claro, ela diz que o ama. Mas ela está claramente se interessando por Charles, e ele por ela.
“O flerte começa na primeira cerimônia, e seu romance é consumado durante a celebração que se segue ao segundo.
(Hum… aqui o grande Ebert comete um pequeno equívoco. Charles e Carrie trepam ao final das festas do primeiro e do segundo casamentos. Mas vamos em frente.)
“Ela toma a dianteira, porque Charles é reticente demais para dizer claramente o que ele de fato sente – nem mesmo se a felicidade de sua vida dependesse disso.
“Enquanto Charles e Carrie se apaixonam, o filme nos introduz a vários dos outros membros da multidão. É como estar em uma festa de casamento. Nós vemos pessoas num aposento, encontramos com elas de novo, esquecemos seus nomes, somos lembrados deles, e então fazemos uma conexão e imaginamos com quem eles estão – ou não estão. Entre os frequentadores dos casamentos, simpatizamos especialmente com Gareth (Simon Callow), que come muito e bebe muito, cujas roupas são muito apertadas e cujas maneiras são divertidas demais, mas que é, podemos ver, na verdade triste. Eventualmente percebemos que ele é gay, embora nisso, assim como na maior parte dos assuntos pessoais, o filme seja tão sutil que temos que ler as pistas sociais, exatamente como se estivéssemos em um casamento.
“Outros frequentadores das cerimônias incluem Henrietta (Anna Chancellor), que costumava sair com Charles e agora gostaria de voltar a sair com ele de novo. Charles está duplamente aflito: ele não consegue dizer não a uma mulher que gosta dela, e ele também não pode dizer que não gosta dela. Ele acaba voltando aos braços de Fiona por uma combinação de solidão, distração e álcool, e fica noivo dela basicamente por falta de força para tomar uma decisão.”
(Aqui Ebert cometeu outro equívoco. Ele queria dizer “aos braços de Henrietta”, e disse Fiona. Fiona é o personagem de Kristin Scott Thomas, na foto abaixo.)
“Hugh Grant, o astro do filme, tem estado em um monte de outros, mas este pode ser aquele que o tornou familiar às audiências americanas. Ele tem um jeito auto-depreciativo, um tipo de falta de jeito cativante, que faz você compreender por que uma mulher poderia gostar dela – e por que ele poderia deixá-la louca ao esconder seus reais sentimentos. MacDowell é muito mais aberta e direta (‘mais americana’, o filme deve achar), e então é intrigante compreender que enquanto ela está apaixonado por um homem para o qual ela pode dizer qualquer coisa, está noiva de um homem para quem tem que mentir o tempo todo.
“Como Peter’s Friends de Kenneth Branagh, este filme forma uma comunidade que eventualmente nos envolve. Também como aquele filme, é sobre como um personagem homossexual se torna foco por muito do que é melhor entre os outros personagens, que são na maioria héteros; o homem gay nos dois filmes é um centro de bons sentimentos, e ajuda a criar um sentido de família. Lá pela fim do filme, você se vê reagindo aos casamentos, e ao funeral, quase como se você estivesse em eventos reais com gente que você não conhecia muito bem, mas de quem gostou, e gostaria de conhecer mais.”
Eis aqui uma série de personagens gostosos, interessantes
Bem. Não é, na minha opinião, dos melhores textos de Ebert. Mas quis transcrever aqui, porque os textos dele são sempre bons, mesmo quando não são os melhores.
Quanto ao que ele diz no primeiro parágrafo – a coisa de não mostrar o que os personagens fazem, qual é a profissão de cada um –, acho que é tudo absolutamente proposital. Toda a ação do filme se passa em fins de semana, aos sábados e domingos. Simplesmente não interessa o que aquelas pessoas fazem para pagar as contas, o tipo de trabalho que executam. O que interessa é a amizade entre elas, as relações entre elas – e o que acontece durante as festas de casamento.
Ebert deixou de falar de alguns personagens que são deliciosos, fascinantes:
* Fiona (o papel de Kristin Scott Thomas) é um fascínio. É elegantíssima, e parece sempre ver o mundo com um olhar distante, irônico. É uma das poucas mulheres do grupo de amigos com quem Charles não teve um caso. Sempre foi apaixonada por Charles – mas ele jamais notou isso. A revelação só será feita no terceiro casamento – exatamente o da americana Carrie com o milionário escocês Hamish.
* Gareth (Simon Callow) tem uma união estável com Matthew (John Hannah, os dois na foto). Estão juntos há muitos anos, amam-se muito, entendem-se perfeitamente.
* Tom (James Fleet) é o mais rico de toda a turma – que só tem gente rica ou classe média alta. Mora num castelo de 132 quartos. É solteiro – e completamente desajeitado. É o único que consegue ser mais desajeitado do que Charles.
* David (David Bower) é o irmão mais jovem de Charles. É surdo-mudo, e parece ter um coração imenso. Já no primeiro dos quatro casamentos uma garotinha simpática, Serena (Robin McCaffrey), vai se engraçar por ele.
* Scarlett (Charlotte Coleman) é a hippie do grupo. Já usava piercing em 1994, quando isso ainda não era tão comum. Suas roupas são extravagantes, o cabelo é tingido com cor forte. Mora com Charles, como se fossem irmãos.
Para lembrar uma meia dúzia de seqüências deliciosas, antológicas
Algumas seqüências especialmente fascinantes num filme que tem 117 minutos de fascínio:
* A seqüência do segundo casamento na igreja, em que o padre novato (interpretado por Rowan Atkinson, o Mr. Bean, na foto abaixo), nervoso, sem jeito, troca palavras o tempo todo, para o desconforto dos noivos e da audiência.
* O momento, no segundo casamento, em Charles se senta à mesa para o jantar. Ele leva um choque ao ver os nomes das pessoas que estarão à mesa com ele, e o espectador não compreende por quê. Vai compreender logo em seguida. À mesa estão nada menos que quatro ex-namoradas dele. E cada uma conta como Charles se referia a uma outra – sempre referências grosseiras, coisa que nenhuma das ex deveria jamais ouvir. É o mais puro, mais cortante humor inglês, uma total delícia.
* A sequência no pub-hospedaria do interior, após o final da longa festa do primeiro casamento. O chato que empata o encontro entre Charles e Carrie, a fuga dela, escondida, e depois o recado do porteiro-barman: “Sua esposa está esperando no quarto. Ela pediu para lembrá-lo que o quarto é o de número 12”. O chato diz: “Meu chapa, você está bêbado mesmo. Esqueceu que é casado. E eu que achava que aquela americana já estava no papo”.
* O encontro casual de Charles com Carrie, no único sábado mostrado no filme em que não há um casamento. Encontram-se na loja chiquíssima, de preços escorchantes, em que está a lista de presentes para o casamento, no sábado seguinte, da própria Carrie com o milionário Hamish.
* Ela em seguida pede que ele a acompanhe até a loja em que vai provar alguns vestidos de noiva. Com a elegância de quem, antes de virar atriz, havia sido modelo, Carrie-Andie MacDowell mostra para Charles e para o espectador babarem diversos modelos, inclusive alguns abertamente provocantes, sensuais.
* Depois os dois vão para um bar, onde Charles pergunta sobre seus namorados, os homens com quem transou, e ela vai enumerando um por um, dando números a cada um. Charles, ele próprio um comedor de classe, se assusta com a quantidade de homens que passaram pela vida da mulher por quem está apaixonado. Carrie elogia o de número 32, e chega ao número 33. Charles faz uma pergunta sobre o noivo dela, e ela informa que ele, Charles, foi o número 32. E arremata: “É isso. Não tantos quanto Madonna, mais que Lady Di”.
* Vão em seguida encontrar com David, com quem Charles tinha um encontro para o qual estava atrasadíssimo. Charles conversa com David usando linguagem de sinais, e ocasionalmente traduz o que ele diz para Carrie. David pergunta: “Você não transou com ela?” E Charles traduz: “Ele disse que você é linda”. David faz um gesto que obviamente se refere aos peitos dela, e Charles traduz: “Ele diz que a Escócia é linda. Lindas montanhas”.
* Carrie se despede dos irmãos, e sai de cena. Daí a um minuto, Charles abandona o irmão, sai correndo atrás dela na rua, e faz a ela a mais impagável, mais troncha, mais inglesa, mais maluca declaração de amor que as comédias românticas já mostraram:
– “Ehm, veja. Desculpe, desculpe. Eu só, ehm, bem, esta é uma questão muito estúpida e…, particularmente tendo em vista nossa recente excursão de compras, mas eu apenas fiquei imaginando, por algum acaso, ehm, eh, quero dizer obviamente não porque eu imagino que dormi com apenas nove pessoas, mas, mas, eu só fiquei pensando… ehh. Eu de fato sinto, ehh, para sintetizar, para recapitular um pouco numa versão mais clara, eh, as palavras de David Cassidy, na verdade, eh, enquanto ele ainda estava com a família Partdrige, eh, ‘Eu acho que amo você’, e eh, eu apenas fiquei pensando se por algum acaso você não gostaria de… Eh… Eh… Não, não, não, é claro que não… Sou um idiota, ele não… Excelente, excelente, fantástico, eh, eu ia dizer que foi ótimo ver você, desculpe por incomodar… Melhor eu ir embora.”
(Para quem quiser curtir o original, publicado no IMDb, aí vai:
– “Ehm, look. Sorry, sorry. I just, ehm, well, this is a very stupid question and… , particularly in view of our recent shopping excursion, but I just wondered, by any chance, ehm, eh, I mean obviously not because I guess I’ve only slept with 9 people, but-but I-I just wondered… ehh. I really feel, ehh, in short, to recap it slightly in a clearer version, eh, the words of David Cassidy in fact, eh, while he was still with the Partridge family, eh, “I think I love you,” and eh, I-I just wondered by any chance you wouldn’t like to… Eh… Eh… No, no, no of course not… I’m an idiot, he’s not… Excellent, excellent, fantastic, eh, I was gonna say lovely to see you, sorry to disturb… Better get on…”) Na foto abaixo, Charles-Hugh Grant na hora de fazer essa fantástica declaração.
A sequência do enterro é de uma rara beleza, e o poema de Auden é magnífico
Como se fosse uma peça em cinco atos, há, como o título antecipa, um enterro. É o quarto ato, entre o terceiro e o quarto casamentos. São sequências memoráveis, estas, as do único ato dos cinco em que não há alegria. O discurso na cerimônia fúnebre é de uma imensa beleza – e a ele se segue a leitura de um poema extraordinário de W.H. Auden, “Funeral Blues”.
É de fazer chorar um frade de pedra.
Algumas informações saborosas, muitas delas retiradas do IMDb:
* Em sequências que não foram aproveitadas na versão final, de 117 minutos (que passam com a rapidez de um raio), ficamos sabendo que Charles, Matthew e Fiona foram colegas na universidade; Gareth dava palestras na universidade, até ser dispensado por ter escrito um ensaio chamado “King Lear: Vovô ficou gagá”. Outra seqüência não aproveitada mostra que Scarlett foi descoberta sob a mesa da cozinha de Charles depois de uma festa, e a partir daí passou a viver na casa dele.
* O orçamento do filme era tão pequeno, em termos de Inglaterra (o equivalente a US$ 4,4 milhões, segundo o Box Office Mojo), que o casamento na Escócia, o terceiro, não foi filmado na Escócia, e os extras tiveram que levar suas próprias roupas para as cenas.
* O filme arrecadou cerca de US$ 245 milhões. Até 1999, foi o filme de maior bilheteria na história do cinema britânico.
* Foi o primeiro filme inglês, depois de Um Peixe Chamado Wanda, a figurar no alto da lista dos mais vistos nos Estados Unidos.
* As filmagens duraram apenas 35 dias.
* Melanie Griffith e Brooke Shields recusaram o papel de Carrie. Marisa Tomei também recusou, e, em entrevistas, explicou que seu avô estava doente na época e por isso ela não queria deixar Nova York. Numa entrevista em 2007, disse que vai se arrepender para sempre por não ter aceito.
* Andie MacDowell – que, graças às musas inspiradoras do cinema, acabou sendo escolhida para o papel – preferiu receber uma porcentagem da bilheteria, em vez de um salário fixo. Garota esperta. Como o filme estourou na bilheteria em diversos países, ela acabou ganhando US$ 2 milhões, enquanto o salário de Hugh Grant foi de US$ 100 mil.
* Hugh Grant também não foi a primeira escolha dos produtores. Eles pensaram inicialmente em Alan Rickman. Que coisa. Alan Rickman é um ótimo ator, mas não tem a beleza e o charme de Grant. É. O cinema, de fato, às vezes, como Deus, escreve certo por linhas tortas.
* David Bower, que faz o irmão surdo e mudo de Charles, é surdo na vida real, e domina a linguagem de sinais. Hugh Grant teve lições da linguagem para poder usá-la nas diversas sequências em que Charles conversa com o irmão.
* Rowan Atkinson ainda não tinha a imensa popularidade que passaria a ter depois, interpretando diversos filmes como o atrapalhado Mr. Bean. Não era um novato; havia começado a carreira em 1979 – mas ainda não era um astro. Consta que ele considera Quatro Casamentos – em que aparece bem pouco, em apenas duas seqüências – o melhor filme de sua carreira. Richard Curtis escreveu os roteiros de diversos dos filmes com o personagem Mr. Bean.
* Consta também o autor e roteirista Richard Curtis teve a idéia de escrever a história ao folhear seus diários e verificar que tinha ido a 72 cerimônias de casamento ao longo de dez anos.
* Foi o primeiro filme britânico a ganhar o César, o Oscar francês. Ganhou os Césars de melhor filme estrangeiro e melhor roteiro original.
* Teve duas indicações ao Oscar – melhor filme e melhor roteiro original. Não ganhou, mas ganhou o Bafta de melhor filme, melhor ator para Hugh Grant e melhor atriz coadjuvante para Kristin Scott Thomas.
* No total, ganhou 24 prêmios e teve outras 18 indicações.
Então, para concluir:
O melhor cinema que se faz hoje no mundo, tenho certeza disso, é o feito naquelas ilhotas à esquerda do continente europeu. Este filme aqui é uma das muitas provas disso.
Anotação em abril de 2013
Quatro Casamentos e um Funeral/Four Weddings and a Funeral
De Mike Newell, Inglaterra, 1994.
Com Hugh Grant (Charles), Andie MacDowell (Carrie), Kristin Scott Thomas (Fiona), James Fleet (Tom), Simon Callow (Gareth), John Hannah (Matthew), David Bower (David), Charlotte Coleman (Scarlett), Timothy Walker (Angus, o noivo), Sara Crowe (Laura, a noiva), Ronald Herdman (vigário), Corin Redgrave (Hamish), Anna Chancellor (Henrietta), Robin McCaffrey (Serena), Rowan Atkinson (o padre novato), Emily Morgan (Vomiting Veronica), Amanda Mealing (Naughty Nicki), Melissa Knatchbull (Mocking Martha), Polly Kemp (Miss Piggy), Susanna Hamnett (Dierdre)
Argumento e roteiro Richard Curtis
Fotografia Michael Coulter
Música Richard Rodney Bennett
Montagem Jon Gregory
Produção PolyGram Filmed Entertainment, Channel Four Films e Working Title Films. DVD MGM.
Cor, 117 min.
R, ****
Demorou uns 15 anos pra eu ver o tão falado “Quatro Casamentos e um Funeral”. Durante todo esse tempo só li e vi elogios a ele. Minhas expectativas eram altas, e foi uma decepção só. Me sinto até meio mal em ir contra a corrente dos que amam o filme, mas olha, achei chato de doer. Assim como não consigo ver toda a glória que você vê em “Simplesmente Amor”, que assisti umas 3, 4 vezes, sempre dando uma chance e tentando encontrar um algo a mais, mas na última vez só consegui achá-lo ainda mais chato. Talvez eu dê uma segunda chance a “Quatro Casamentos”, mas só em pensar nisso me dá preguiça. Além de não ter gostado, as roupas são muito feias: as pessoas usavam dois números a mais na década de 90, a maquiagem é pesada, os cortes de cabelo ruins. Acho que essa década pegou um pouco da breguice da década de 80. Enfim, gostei mais de ler seu texto que de ver o filme. Mas numa coisa eu concordo: o melhor cinema hoje é feito naquelas ilhotas lá.
Sérgio,
Esse filme é o responsável por eu ainda nutrir esperanças em relação às comédias românticas. Só para você ter uma ideia, eu tenho 25 anos, mas cheguei a gravá-lo em VHS quando passou no Telecine, aquela rede de canais que a cada dia desponta para o anonimato…
Tenho que recomendar “100 Films and a Funeral (2007)” (http://www.imdb.com/title/tt0820013/), documentário que trata justamente da curta existência da Polygram Filmed Entertainment, produtora responsável por este e vários filmes sensacionais dos anos 90.
Grande abraço!
André
http://filmow.com/usuario/andreluiz.scussiatofarias/
Pela primeira vez, vou comentar só um pouquinho do filme antes de ler seu artigo. Só o faço por receio de redizer o que já foi comentado, e, conhecendo seus comentários, aposto que haverá uma coincidência de opinião. Se não houver, melhor ou pior, não sei. Bem, adoro literatura e cinema. A cena mais marcante pra mim foi justamente a do funeral quando o apaixonado recita Yeats, “Funeral Blues”. Chorei muuuuuuuuuuito, mas muito mesmo. Aquele casal se amava de verdade, a vida como sempre, atropela tudo. Só isso, querido Sérgio.
Delicioso. Hugh Grant deveria ter feito apenas esse filme e “Um lugar chamado Notting
Hill”, igualmente delicioso. Achei “Simplesmente Amor” muito fraco. Não gostei e considerei que nem valeria a pena postar um comentário na crítica que vc fez na
época.
Revimos esse filme há cerca de 15 dias, e segue sendo hilariante e uma delícia. A sensualidade de Andie MacDowell é absurda.
Oi Sérgio. Revi este filme há algumas semanas inspirado pelos seus comentários. É realmente um filme delicioso de assistir. Mais, em se tratando de comédia romântica, acho “Um lugar chamado Notting Hill” imbatível. Adorei também o recente “Medianeras” digníssimo representante de outro cinema que muito me agrada (tanto quanto “o cinema feito naquelas ilhotas lá”)
Por onde anda a Andie MacDowell? Ela realmente estava belíssima nesse filme…nunca mais assisti nada com ela.
De fato, Andie MacDowell anda sumida. Vejo no IMDb que nos últimos anos tem feito séries para a TV. Feitos depois de “Quatro Casamentos e um Funeral” que estão neste site são “Michael – Anjo e Sedutor”, “Eu, Minha Mulher e Minhas Cópias”, “Meus Tios Heróis” e “Gritos do Além”.
Aproveito para agradecer a Jussara, André, Glória e Mário por seus comentários.
Um abraço.
Sérgio
Concordo com o primeiro comentário: acabei de assistir ao filme ( 30/11/2021) e minha conclusão foi: ôooo filme chato!! Égua!! De comédia não tem nadica de nada!!