Um Lugar Chamado Notting Hill / Notting Hill


2.5 out of 5.0 stars

Anotação em 2000: Ao mesmo tempo, uma total bobagem (afinal, o romance entre a atriz de cinema mais famosa do mundo e o dono de uma pequena livraria de Londres é absolutamente inverossímil) e uma delícia. Tem ecos de A Princesa e o Plebeu/Roman Holiday – afinal, o que temos aqui senão uma princesa e um plebeu?

A cena da entrevista coletiva com a princesa, quer dizer, a grande atriz americana interpretada por Julia Roberts quase ao final é uma citação clara do clássico de William Wyler da década de 50. Mas o filme bebe mesmo, e descaradamente, é em Quatro Casamentos e Um Funeral; os americanos, aparentemente, não se conformaram com o sucesso absurdo do delicioso filme inglês, e quiseram porque quiseram fazer a sua cópia, mesmo que fosse em co-produção com a Inglaterra.

Hugh Grant, essa espécie de Cary Grant da virada dos séculos, faz exatamente o mesmo papel que fez no outro – um cara comum, cujo grande charme, além da boa pinta, é ser meio atrapalhado e falar frases compridas, confusas. Assim como no anterior, ele tem uma turma de amigos fiéis – e, se no anterior havia um mudo, aqui há uma paraplégica. Como no anterior, aqui o inglês comum tem um relacionamento com uma americana rica.

E não é para menos que haja tanta semelhança: o autor do roteiro deste aqui, o inglês Richard Curtis, foi também o autor do roteiro de Quatro Casamentos e um Funeral.

A trilha sonora é um brilho – várias músicas pop de qualidade reunidas, inclusive uma regravação da versão em inglês de Tous les Visages de l’Amour, de Charles Aznavour, que virou She, com Elvis Costello, que parece ter sido composta especialmente para o filme, e duas versões diferentes de Ain’t No Sunshine, uma beleza.

Há excelentes piadas sobre cinema, sobre o marketing dos filmes, as entrevistas coletivas-exclusivas para lançamento dos filmes. E há uma seqüência extremamente bonita – em que, depois de ser abandonado pela segunda vez pela atriz americana Anna Scott, William Thacker passeia pelas ruas de Notting Hill, e na mesma única tomada, um belíssimo plano-seqüência, as estações do ano vão mudando. Só esse plano-seqüência já vale o filme. Com o charme e a beleza do casal de protagonistas, então, é impossível deixar de gostar deste conto de fadas.

Um Lugar Chamado Notting Hill/Notting Hill

De Roger Michell, Inglaterra-EUA, 1999.

Com Hugh Grant, Julia Roberts, Hugh Bonneville, James Dreyfuss, Rhys Ifans, Tim McInnerny, Gina McKee,

Argumento e roteiro Richard Curtis

Música Trevor Jones

Produção Polygram e Working Title, Universal

Cor, 124 min.

**1/2

9 Comentários para “Um Lugar Chamado Notting Hill / Notting Hill”

  1. Realmente é um filme bobo, mas ao mesmo tempo tem alguma coisa que prende. Eu vi no cinema e depois várias vezes na TV, pq passava exaustivamente na HBO; acho até que decorei algumas falas, hehe. É só esquecer a historinha inverossímil e viajar no romance.
    Só não sei por que endeusam tanto “Quatro Casamentos e um Funeral”. Eu assisti depois de séculos do lançamento e não achei tudo isso que falam, não. Achei que o Hugh Grant tá super bem, com mais cara de bom moço do que nunca, e gostei do final (pq ele diz umas frases que toca numa música), mas afora isso, não consegui ver toda essa maravilha que dizem. Achei a história entre ele e a personagem da Andie MacDowell meio mal contada.
    Mas voltando ao Notting Hill ( que muita gente escreve Nothing, argh) achei que a música “She” ficou ótima, ainda mais na voz do Elvis Costello, e “A Princesa e o Plebeu” é um lindo romance, um filme que me encantou a primeira vez que vi, numa madrugadona em que a “Grobo” ainda passava filmes bons.

  2. A sequencia com as passagens das estações do ano é ótima mesma, e linda. E a música tristérrima faz jus à cena. Ah, podem me bater, rsrs, mas prefiro muito mais esse filme do que “Quatro Casamentos…”. Acabei de lembrar daquele amigo do personagem do Hugh, um magrelão meio fumado. Dei muita risada com ele. E os outros amigos dele, eram todos muito legais. Se não fosse a história surreal entre os personagens principais seria um ótimo filme.

    *Corrigindo meu comentário anterior:”pq ele diz umas frases que tocaM” :D.

  3. Jesus, me prega na cruz! rsrs. Hj não tou acertando uma. Quando escrevi, senti que alguma coisa estava errada, mas fiquei com preguiça de revisar.
    Pra encerrar a noite, então: eu quis dizer “mesmO” e não “mesma” e “prefiro esse filme a “Quatro Casamentos”…”, ufa!
    Mas gostei muito mais do Notting Hill, confesso.

  4. Dificílimo encontrar quem faça essa associação imediata (Notting Hill = Roman Holiday’s + Quatro Casamentos…); fato que me faz comentar e ficar agradecida por visões como essa – sobre o cinema.

    Voltarei mais vezes!

  5. Francamente? Não gostei. Acho um filme bobinho.
    Se a intenção era lembrar “A Princesa e o Plebeu”, a tentativa foi pífia. Não gosto do Hugh Grant, ele é sempre ele: não tem nuances, não muda nunca!Não chega nem aos pés do Cary Grant, esse sim, um galã encantador!
    A Júlia Roberts está fraquinha! Falta-lhe a graça brejeira de Audrey Hepburn e aquele olhar que dizia tudo que mil palavras não conseguiriam expressar.
    A história é fraquinha! Vi uma vez e deu…
    Quanto a “Quatro casamentos e um funeral” vocês acreditam que eu ainda não assisti?

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