A Fita Branca / Das Weisse Band

3.0 out of 5.0 stars

Anotação em 2010: A Fita Branca, do alemão de origem austríaca Michael Haneke, é um dos filmes mais premiados e incensados dos últimos anos – talvez de toda a história do cinema.

Foram 24 prêmios, 28 indicações. Levou a Palma de Ouro em Cannes, o prêmio de melhor filme da Academia Européia – e mais os de melhor diretor e melhor roteiro. Da Academia Alemã, ganhou sete prêmios, inclusive melhor filme, melhor direção e melhor roteiro. Levou o Globo de Ouro de melhor filme estrangeiro. Teve indicações ao Oscar e ao Bafta como melhor filme estrangeiro.

Os críticos do mundo inteiro adoram Haneke. No seu livro Cinema Now, Andrew Bailey deslumbra-se: “O realizador austríaco, nascido na Alemanha, Michael Haneke estudou psicologia, filosofia e ciências do teatro na Universidade de Viena antes de iniciar uma carreira como dramaturgo. Encontrou seu lugar como realizador de thrillers intelectuais de composição rígida, psicológicos e cheios de suspense, incluindo a trilogia da Glaciação Emocional composta pelas suas três primeiras longa-metragens (…), vislumbres inquietantes da desafeição burguesa urbana, que se desenrolam no ponto de encontro entre a alienação dos média e a violência.”

(As longa-metragem, os média – o livro, trilíngue, usa o português de Portugal.)

Com A Fita Branca, a adoração mundial por Haneke chegou ao paroxismo.

Confesso, e não tenho vergonha alguma de confessar, que esse tipo de deslumbramento unânime da crítica, usando palavreado do tipo “vislumbres inquietantes da desafeição burguesa urbana”, me dá gigantesca preguiça. Minha cota de Godard e assemelhados se esgotou quando eu tinha uns 30 anos – e isso já faz tempo. Portanto, de Haneke só havia visto um filme, Código Desconhecido/Code Inconnu, de 2000, que detestei. Não vi Violência Gratuita, de 1997, A Professora de Piano (em Portugal, A Pianista), de 2001, nem Caché (em Portugal, Nada a Esconder), de 2005 – todos incensados por toda a crítica de cinema do mundo.

“Haneke aguçou sua veia sádica no elegante e perverso A Pianista”, prossegue Andrew Bailey em Cinema Now, “com Isabelle Huppert no papel de uma professora de música sadomasoquista que embarca num caso amoroso escaldante com um aluno mais novo. (…) Porém, foi Nada a Esconder (2005) que confirmou Haneke como realizador de nível mundial, conquistando o prêmio de realização em Cannes e sendo comparado a Fritz Lang pela sua capacidade de manipular, provocar e aliciar casualmente os espectadores a reconhecerem os horrores do ego moderno.”

Achei que não dava para deixar de ver A Fita Branca.

          Uma beleza plástica descomunal, direção de atores assombrosa

É um filme de uma beleza plástica descomunal, absurda, estonteante, acachapante. A fotografia em preto-e-branco – de  Christian Berger, que trabalhou com o diretor em vários de seus filmes – é de babar. É uma coisa realmente fora de jeito. Faz lembrar os grandes filmes de Ingmar Bergman e seu fiel e absolutamente genial fotógrafo Sven Nykvist. (Depois que escrevi isso, vi no iMDB a frase: “Antes do início das filmagens, Christian Berger estudou os filmes preto-e-brancos que Ingmar Bergman fez com Sven Nykvist como fotógrafo.” Pode parecer que escrevi depois de ler a informação. Paciência.) 

Leio no Estadão: “Rodado em preto-e-branco, A Fita Branca oferece uma aula de iluminação, especialmente criada por Christian Berger. Com a colaboração de um laboratório especializado, o Bartenbach Lichtlabor (licht é luz, é bom lembrar), Berger desenvolveu um novo sistema de iluminação para cinema, denominado Cine Reflect Light System. Com isso, nenhum dos atores teve a luz voltada diretamente para seu rosto, o que facilita descobrir detalhes da interpretação. O sistema permite também mais flexibilidade e liberdade de movimentos aos atores e diretores.”

A direção de atores é assombrosa como a fotografia.

Foi profusamente divulgado que Haneke misturou atores profissionais com pessoas que não tinham tido nenhuma experiência anterior; ele teria levado seis meses só no processo de escolha das crianças que trabalhariam no filme; 700 crianças foram entrevistadas.

A escolha dos atores não poderia ser melhor, a direção de atores é de fato assombrosa. Todas as interpretações são magníficas – não menos que isso. É muito impressionante, porque é um grande elenco, são numerosos os personagens importantes – e todas as atuações são de tirar o chapéu.

Uma pequena aldeia da Alemanha às vésperas da Primeira Guerra

Também o texto é muito bom. A história é narrada pela voz de um velho (Ernst Jacobi, de, entre tantos filmes, O Tambor, de Volker Schlöndorff, de 1979), uma bela voz, um belo texto, desde a primeira frase até a última.

Na abertura, a voz do narrador, em off, conta que eventos estranhos se passaram no seu vilarejo, muitos anos atrás. Veremos depois que o narrador é o jovem professor da aldeia (Christian Friedel, na foto abaixo com a mocinha que ele vai cortejar); o nome do lugar até vai aparecer, mais para o fim da narrativa, mas é um nome fictício – pode ser qualquer pequena aldeia da Alemanha. A época exata em que se deram os eventos estranhos de que nos fala o narrador também não é precisada, de início; só bem mais adiante haverá alusão à guerra iminente, e fica explícito que era o ano de 1913, o ano que antecedeu o início da Primeira Guerra Mundial.

O narrador explica que alguns dos fatos nunca foram totalmente esclarecidos; algumas coisas que veremos em sua narrativa foram presenciadas por ele, de outras ele ficou sabendo por outras pessoas – mas toda a verdade jamais foi claramente estabelecida. Tudo começou – diz ele, usando um chavão que, se fosse num texto jornalístico, a gente teria obrigação de substituir – com o acidente com o médico da aldeia.

E então, enquanto ouvimos o narrador, vemos o médico, a cavalo, voltando das terras do barão para a sua casa: o cavalo que ele monta tropeça num fio de arame estendido entre duas árvores, o médico cai, fica gravíssimamente ferido na região da clavícula, tem que ser levado ao hospital, a 30 quilômetros dali.

A partir daí, de maneira rápida, acelerada, nos são apresentados os principais personagens. O médico, viúvo, tem uma filha de uns 14 anos e um garotinho de uns quatro, que ficam sob os cuidados da parteira da aldeia (Susanne Lothar), ela mesma mãe de um garoto de uns cinco anos, retardado mental. Há o barão (Ulrich Tukur), que emprega metade dos habitantes da aldeia, a baronesa (Ursina Lardi), o filhinho deles (Fion Mutert). Há o pastor (Burghart Klaußner), sua mulher (Steffi Kühnert) e sua penca de filhos – a história vai se prender principalmente aos dois mais velhos, os adolescentes Klara (Maria-Victoria Dragus) e Martin (Leonard Proxauf). Há o administrador das terras do barão, sua mulher, seus muitos filhos. Há um agricultor humilde (Branko Samarovski), sua mulher, seus muitos filhos.

Todas as famílias ali têm muitos filhos.

 Fatos estranhos, inesperados: dois garotos seviciados

Ninguém consegue identificar quem esticou o arame no caminho para provocar o acidente com o médico. Logo depois do acidente, há uma morte – morre a mulher daquele agricultor humilde. O filho mais velho dele, rapagão já quase adulto, entende que a culpa é do barão, embora o barão não tenha nada diretamente a ver com a morte da mãe do rapaz. Num dia de festa de fim de colheita, enfurecido, o rapaz vai dilapidar a horta do barão.

E aí acontece um novo estranho evento, muito mais grave que os anteriores: no mesmo dia da festa, o filhinho do barão, um anjinho de cabelos louros encaracolados, desaparece; é encontrado muitas horas depois vítima de sevícia.

Bem mais tarde, ainda haverá outro garoto butalíssimamente sevicidado.

O diretor Haneke, com o auxílio do talentosíssimo diretor de fotografia, e dos atores em interpretações magistrais, consegue de fato envolver o espectador nessa história de horrores. O filme fascina, prende, arrebata. É algo assim como um thriller psicológico, uma mistura do clima de O Sétimo Selo, de Bergman, com O Nome da Rosa, que Jean-Jacques Annaud fez com base no livro de Umberco Eco. 

          Brutalidade bestial – e uma rigidez moral que castiga gravemente

Ao longo de 144 minutos de esplendor visual, acompanha-se uma narrativa em que se alternam brutalidade, de um lado, e rigidez moral e religiosa que castiga, pune severissimamente, esta última representada pela fita branca do título, que o pastor prega na roupa de seus dois filhos mais velhos, Klara e Martin (na foto, o pastor com a família).

É dificílimo encontrar um personagem, entre aqueles 15, 20, mostrados no filme, que seja uma pessoa boa, tranqüila, resolvida. O professor, que, muitos anos depois, vai nos narrar a história, é, sim, uma boa pessoa – mas é um tanto ingênuo demais, um tanto desajeitado, um tanto imaturo. O filhinho mais jovem do pastor é franciscanamente puro – mas é exceção, que torna ainda mais chocantes seus irmãos mais velhos, Klara e Martin. Esses dois, mais diversos dos adolescentes mostrados no filme, são dissimulados, falsos. São, a rigor, assustadores – mais assustadores que as crianças do aterrorizante Os Inocentes, de Jack Clayton, de 1961, com uma das melhores interpretações de Deborah Kerr.

Vejo filmes demais, já vi muita brutalidade, retrato do mal em si no cinema, mas poucas vezes um diálogo me assustou tanto quanto o do médico com a pobre parteira. É de parar o filme e ir ao banheiro vomitar.

A maldade, no filme de Haneke, não é privilégio dos adolescentes. Mas os adolescentes são assustadores. 

          Um filme escandalosamente bem feito – sim, mas e daí?

Ao fim e ao cabo, após um filme escandalosamente bem feito, na hora de ponderar a respeito do, bem, mas então o que ele quis mesmo dizer?, olhei para Mary, Mary olhou pra mim, e ficamos ali a olhar um para o outro.

– “Muito bem”, comecei. “Eis aí a explicação do diretor para a gênese do nazismo.”

Não tinha visto lá nenhuma explicação para a gênese do nazismo, não – estava só repetindo o que trocentos mil neguinhos andaram falando, e falando tanto que não consegui deixar de ler, mesmo tendo sempre o cuidado de não ler nada antes de ver um filme.

Bem, é… Se forçarmos a barra…

Façamos contas. Era 1913, aqueles garotos tinham aí, digamos, ao redor de 13 anos. Em 1930, estariam ao redor de 30. Sim, a geração que permitiu a ascensão de Hitler.

Mas e daí? A maldade, ali, não era privilégio dos adolescentes. O médico, só para ficar num exemplo, é uma das pessoas mais cruéis que o cinema já retratou. O pastor que amarra o filho na cama para que suas mãos não façam o que Deus não quer, e que talvez tenha escondido do mundo a consciência dos verdadeiros pecados dos primogênitos, não fica muito atrás.

E daí?

          Quando o diretor precisa explicar o que quis dizer...

Em palavras, Haneke explica bonito:

“Existem muitos filmes sobre a Alemanha durante o nazismo, mas quase nunca se fala no período anterior”, disse ele ao incansável e sempre bom Luiz Carlos Merten, do Estadão. “Queria justamente tratar dessa fase ignorada, mas que é fundamental. Após a derrota na Primeira Guerra, foi ali que a Alemanha gestou o nazismo e Hitler apenas se beneficiou das circunstâncias da época.”

“Queria muito falar sobre o pré-nazismo e como uma sociedade repressora deformou a mentalidade de uma geração que aderiu sem autocrítica aos ideais de Hitler. Mas a idéia, falando de crianças, nunca foi fazer só um filme sobre as origens do nazismo. Gostaria que as pessoas vissem A Fita Branca como um filme sobre a perversão dos ideiais. Uma educação muito rígida leva à deformação e ao fanatismo. Temos aí a origem não só do nazismo, mas do terrorismo, que tanto aflige o mundo moderno.”

   “O filme não pretende ser uma leitura psicanalítica sobre a origem do nazismo, mas o mito do pai autoritário o percorre, com certeza.”

Ah, bom!

Na minha terra, piada – ou parábola – que tem que ser explicada é porque não funcionou.

          “As causas de eventos complexos não podem nunca ser elucidadas de maneira definitiva”

Para que eu não me sinta, junto com Mary, as únicas pessoas do mundo que admiraram o filme de Haneke, mas disseram “truco!”, vejo que o AllMovie remou contra a imensa maré de bajulação absoluta.

Phillip Maher. Eis o nome do autor do seguinte texto no grande site:

“Quando os estudantes de cinema estiverem estudando a carreira de Michael Haneke dentro de 50 anos (e eles estarão), é bem possível que The White Ribbon seja visto como o ponto culminante de sua impressionante carreira. (…) Com o tempo, no entanto, o impetuoso consenso a que se chegou para proclamar Haneke como o mestre cinemático deste momento da história vai se dissipar, revelando que The White Ribbon é puído e manchado, embora o próprio Haneke pudesse possivelmente concordar em que tais defeitos só aumentam a habilidade do filme em deixar o espectador intrigado.”

“É inimaginável que Haneke tenha pretendido sozinho decifrar algo tão seminal quanto a ascensão do fascismo alemão, mas uma de suas assertivas centrais é de que as pessoas irão frequentemente privar-se da luta moral em favor de uma simples repreensão, e é provável que as audiências farão o mesmo ao digerir e interpretar The White Ribbon. As causas de eventos complexos não podem nunca ser elucidadas de maneira definitiva, apenas examinadas interminavelmente. Haneke fez um nobre esforço nessa direção, mas no final sua tentativa de lucidez inevitavelmente mais nos afasta da natureza essencial do fascismo do que nos aproxima dela.”

Maravilha! Alguém além deste velhinho obscuro e insignificante aqui ousa remar contra a maré!

E, ah, sim: a frase de Heneke, de que “quase nunca se fala no período anterior” ao da ascensão do nazismo é um tanto assim, assim. Cabaret, de Bob Fosse, trata, com brilho, exatamente desse período. O Ovo da Serpente, de Ingmar Bergman, também. E a fotografia é de Sven Nykvist. Nem Fosse nem Bergman cantou de galo que estava contando ao mundo o que permitiu a gênese do nazismo.

A Fita Branca/Das Weisse Band

De Michael Haneke, Alemanha-Áustria-Itália-França, 2009

Com Christian Friedel (o professor), Ernst Jacobi (a voz do narrador),

Rainer Bock (o medico), Susanne Lothar (a parteira), Leonie Benesch (Eva), Ulrich Tukur (o barão), Ursina Lardi (a baronesa), Fion Mutert (Sigmund), Michael Kranz (o tutor), Burghart Klaußner (o pastor), Steffi Kühnert (a mulher do pastor), Maria-Victoria Dragus (Klara), Leonard Proxauf (Martin), Theo Trebs (Ferdinand), Eddy Grahl (Karli), 

Branko Samarovski (o fazendeiro) 

Argumento e roteiro Michael Haneke

Fotografia Christian Berger 

Montagem Monika Willi

Produção X-Filme Creative Pool, Wega Film, Les Films du Losange, Lucky Red. DVD Imovision. Estreou em SP 12/2/2010

P&B, 144 min

***

14 Comentários para “A Fita Branca / Das Weisse Band”

  1. Eu do Michael Haneke já não vou ver nenhum filme, mesmo que digam que é o super-sumo.
    Via “A Pianista”, “Violência Gratuita” – as duas versões – e o “Nada a Esconder”, e pronto, chega de tanto sofrer.

  2. Eu gostei um bocado de A professora de piano, muito por causa da Isabelle Huppert. Mas A fita Branca, hummm…fico feliz por ler seu post e saber que não é só em mim que o filme não produziu o desejável. O belo impacto visual não me causou mais que um assombro momentâneo e, realmente, eu estava distante, não fiquei envolvida. Ok, o diretor é grande, deve ser, mas a mim diz pouco (pode ser que eu aprenda a ver mais, né).

  3. Caríssima Luciana, caríssimo José Luís, vocês me lavaram a alma. Quando escrevi sobre o filme, fiquei pensando: epa, se eu já não havia feito isso antes, agora definitivamente comprovei que não entendo nada de cinema!
    E aí vocês concordam comigo! Luciana, José Luís, Mary, Sérgio, e mais Philip Maher, o colaborador do AllMusic! Já somos cinco!
    Sensacional!
    Um abraço.
    Sérgio

  4. Caro Sérgio,
    mas eu não sou uma referência confiável. Até agora não sei se gostei de Tio Boonmee e estou mais inclinada a achar que não…;)

  5. A tese psicanalítica do filme não explica nada sobre a natureza ou a gênese do nazismo, fenômeno de causas bem mais complexas do que o puritanismo repressivo ou coisa do tipo. No final das contas, Haneke queria dizer muito, mas disse pouco; pretensão demais. “A Fita Branca” não é desprezível, mas mereceu perder o Oscar para “O Segredo de Seus Olhos” que é, sim, uum filme superior.

  6. Independentemente do que Haneke quis ou não dizer (que seria sempre pouco, se pretendesse explicar, num filme, o nascimento do fascismo alemão), e além da indiscutível beleza fotográfica, na simplicidade da sua história, achei este um grande filme.

    Aproveito para felicitar o Sérgio Vaz pelo excelente trabalho que vem fazendo neste site!

  7. Caro Vitor Hugo, agradeço muitíssimo pelos dois comentários que você enviou. E, naturalmente, agradeço também pelo seu gentil, simpático elogio.
    Dei uma olhada no seu belo site – http://www.creative-labor.com. Parabéns. Parece que seu trabalho é coisa fina.
    Espero que você possa voltar de vez em quando aqui e mandar novos comentários.
    Um abraço.
    Sérgio

  8. Caro Luís Fernando
    Agradeço imensamente por seu comentário.
    Concordo inteiramente com você: Haneke teve pretensão demais, e disse pouco.
    E “O Segredo de Seus Olhos” é uma maravilha de filme.
    Espero que você volte outras vezes ao site.
    Um abraço.
    Sérgio

  9. Sergio, é um bom filme. O filme é cativante – mas seu fim peca. Deixa aquele estranho sentimento de decepção. O recado é passado durante toda a obra, mas na hora de escancarar o problema, de confirmar as teorias,o filme se acomoda, desiste. Tem vezes que isso funciona, mas não com esta obra, que deixa aberta demais a fresta das opiniões.

  10. Muito legal que você tenha mandado sua opinião, Danilo.
    Que, a rigor, não é muito diferente da minha. As qualidades do filme são várias, e não dá para não reconhecê-las.
    Grande abraço.
    Sérgio

  11. Ufa! Não sou só eu que não considero “A fita branca” o ovo de Colombo!
    Não há como negar qualidades ao filme e sua fotografia é o ponto forte. Gosto de filmes em p&b, acho-os mais introspectivos, pois não me distraem com a exuberância das cores…rsrsrs
    O filme é um tratado sobre a hipocrisia. As pessoas ditas “de bem” são falsas, cruéis e tem uma vida pública impecável para esconder as mazelas da vida privada. E o que é ainda pior: as outras pessoas com as quais convivem fazem de conta que acreditam no quanto todos são bons e puros. Ou seja, a hipocrisia é um fato consumado, um modo de viver aceitável e estimulado.
    Não vejo nisso “as raízes do Nazismo”, mas provavelmente, neste tipo de sociedade, há um solo fecundo para todos os tipos de ideias que façam com que cada cidadão se considere melhor do que o outro. No momento em que todos os desvios morais são ignorados e, ao mesmo tempo, cultivados, não é de se admirar que cada um se sinta um pouco “deus”.

  12. Boa tarde !!
    Juro que pensei ter postado aqui uma opinião sôbre este filme. Agora , vejo que não.
    Assisti este filme já faz tempo, foi em 03 de novembro do ano passado.
    Por isso que é bom ter anotações.
    Gostei muito. Crianças proibidas de serem crianças, castigadas,obrigadas a obedecerem de maneira cega. É um filme perturbador sem dúvida.
    Eu gostei da Leonie Benesch com sua Eva.
    Não sei se é verdade mas, li em curiosidades que inicialmente foi rodado colorido e depois alterado para preto e branco
    E, desnecesário dizer algo mais depois do que
    já foi dito pelos colegas.
    Também gostei muito de ” A Professôra de Piano” , admiro demais Isabelle Huppert.
    ” Violencia Gratuita ” odiei.
    Não vi o porquê daquilo.
    Apesar de ser um filme duro, triste , gostei muito também de ” Amor ” .
    Ontém assisti “Código Desconhecido” e, como não tem aqui no site, foi isto que me trouxe até aqui. Pensei encontrar algo sôbre ele e encontrei. Voce, Sergio, diz que odiou esse filme. Ainda bem que não foi só eu.
    Não gostei mesmo.
    Filme difícil , confuso , chato . Para mim, daquele tipo: Sim, e daí ? O que foi?
    E também de Haneke , vi ontém , “O Setimo Continente” . Também um filme difícil de engolir. Tentei aceitá-lo porque li que foi inspirado em uma história sôbre uma familia austríaca. É forte, é duro, é pesado.
    Difícil acreditar naquilo.
    Bem, é isto.
    Um abraço !!

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