2.5 out of 5.0 stars
Anotação em 2008: Um monte de boas atrizes de várias partes do mundo e de diversas gerações – cacilda, não é todo dia que se reúnem Vanessa Redgrave, Glenn Close, Meryl Streep, Toni Collette, Natasha Richardson, mais a jovem Claire Danes. E, no entanto, o filme é um certo desapontamento.
A narrativa segue aquele lugar comum cada vez mais comum que é mostrar, simultaneamente, fatos do presente e do passado muito distante de alguns personagens. E o roteiro cai na armadilha de ir e vir demais do presente para o passado, toda hora, a todo momento. Cansa, perde a graça, fica previsível demais da conta.
E a narrativa se arrasta – tanto a do passado, nos anos 50 e muitos ou 60 e poucos (não se precisa exatamente), quanto a do presente, dos dias de hoje (e o filme é de 2007). Dá a sensação de que o diretor Lajos Koltai, um húngaro nascido em 1946 e radicado nos Estados Unidos, onde fez longa carreira como diretor de fotografia, não teve coragem de editar, enxugar, cortar algumas cenas do seu copião final.
Pior ainda: dá a sensação de que ele – em seu segundo longa-metragem como diretor – não domina ainda muito bem a direção de atores. Temos esse monte de boas atrizes no auge de sua forma, de suas possibilidades – e elas não estão bem como seria de se esperar.
E pior ainda: como diziam os críticos de música ingleses a respeito de Paul McCartney nos anos 70, tem sacarina demais. Sempre detestei essa expressão; eu pessoalmente sou até bem chegado a um açucarzinho, mas este filme aqui exagera no sentimentalismo, não se envergonha da pieguice.
Bem. Dito isso, é preciso reconhecer que a fotografia é muito caprichada – afinal, é o metiê original do diretor -, o visual é bonito, e ver essas atrizes todas, ainda que não na sua melhor forma, é sempre um prazer.
Ann (Vanessa Redgrave) está à morte, deitada em sua casa confortável, sob os cuidados de uma enfermeira e a angústia das duas filhas, Connie (Natasha Richardson, filha de Vanessa e do diretor Tony Richardson) e Nina (Toni Collette). Cada uma delas tem seus problemas – Connie virou apenas uma dona de casa e mãe de família, sem uma vida pessoal enriquecedora, e Nina é instável, não encontrou uma profissão nem uma relação afetiva estável e satisfatória; o atual marido quer ter filhos, ela tem dúvidas se quer ser mãe de um filho dele. Mas as questões das duas filhas são secundárias. O foco da história é Ann. Ann passa seus últimos dias entre suaves delírios e doçamargas lembranças da juventude – especificamente, de um episódio de sua juventude, os dias em torno do casamento de sua milionária amiga Lila.
A jovem Ann (interpretada por Claire Danes, essa moça que tem tido papéis importantes em diversas grandes produções, como, para dar só um exemplo, Stardust – O Mistério da Estrela/Stardust, também de 2007) queria ser cantora, uma grande cantora; canta em boates do Village, em Nova York. Vai a Newport – refúgio dos muito ricos à beira-mar – para o casamento da grande amiga Lila (Mamie Gummer); tinham sido colegas de faculdade, as duas e mais Buddy (Hugh Dancy), o irmão um tanto problemático de Lila. Os irmãos são podres de ricos, e o casamento de Lila com um outro ricaço da Nova Inglaterra será na propriedade cinematográfica de seus pais, debruçada sobre o mar. Glenn Close faz a mãe dos dois irmãos.
As muitas idas e vindas no tempo vão entregando a conta-gotas a história que se desenrolou nos dias que antecederam o casamento de Lila – como se houvesse lá acontecimentos de grande impacto ou mistério. E não há nada disso. O que há é a figura sobre quem Ann bem velha, no leito de morte, fala sempre, para surpresa das filhas, que jamais tinham ouvido o nome: Harris, o jovem médico filho da antiga governanta da família ricaça. Harris, o personagem chave da trama, é interpretado por Patrick Wilson, outro sujeito que vem tendo sorte nos papéis: fez o principal papel masculino em Pecados Íntimos/Little Children, de 2006, belo filme, ao lado de Kate Winslet e Jennifer Connelly.
A melhor coisa do filme virá quase no final. É quando Vanessa Redgrave e Meryl Streep, essas duas figuras monstruosas, contracenam durante alguns minutos. O diretor Lajos Koltai, experiente em enquadramento, acha uma solução inusitada, um tanto estranha, para se aproveitar do fato de que tem diante de sua câmara Vanessa e Meryl; ele põe seus rostos em posição horizontal, e faz close-ups – todo o espaço da tela widescreen é ocupado pelos rostos de cada uma das duas grandes damas.
Ao Entardecer/Evening
De Lajos Koltai, EUA-Alemanha, 2007
Com Claire Danes, Vanessa Redgrave, Toni Collette, Natasha Richardson, Patrick Wilson, Glenn Close, Meryl Streep, Mamie Gummer, Hugh Dancy
Roteiro Susan Minot e Michael Cunningham
Baseado em novela de Susan Minot
Música Jan A.P. Kaczmarek
Produção Hart-Sharp. Estreou em São Paulo 25/7/2008
Cor, 117 min.
**1/2
Título em Portugal: Ao Anoitecer
Achei o filme arrastado tb, parecia mesmo que ia ter algum grande acontecimento e não teve nada. Ah, não, quero filmes com finais felizes, rs, que raiva que me dá de filmes assim. Sem falar que não falou nada com coisa alguma. E o roteiro achei bem fraco, até adivinhei o que ia acontecer com o Dubby (caricato até o último fio de cabelo). Nenhum ator tava muito bem mesmo , não. Eu gosto da Claire Danes. O filme é um desapontamento total, pelo trailer eu esperava mais.
Eu gostei, não achei arrastado, não. Seguramente podia ser enxugado um tanto mas tem o ritmo dos sonhos. E entendi qual era a “terrivel questão” do segredo: a culpa pelo acontecido com Buddy enquanto ela estava vivendo aquela paixão. Tive, sim, a sensação de haver uma revelação. Um “aaahhh! foi isso, então!” Acontece que, como diz a Lila no fim, as coisas nunca importam tanto assim. Mas eu precisaria anos de análise se passase por uma situação dessas! O que não me convenceu nem um pouco foi a atuação do Harris. Supõe-se que era super carismático, mas achei bem babacão.
E tem final feliz, sim! Que final feliz quer a Jussara? Que sejamos todos imortais? A Ann viveu toda a vida angustiada com essa culpa, vem a Lila a liberá-la e, com isso, libera a filha a aceitar o amor! Quer mais? Ainda bem que nenhuma casou com aquele babaca de Harris que, seguramente era um ressentido!
Ai, meus sais. Querer que todo mundo tenha a mesma opinião sobre o filme é phod@. Sono. Zzzzzzzz
Hahah! Nããão! Desculpa!! Acontece que eu não tinha visto o trailer, nem mesmo lido a descrição, então entrei no filme sem nenhuma idéia prévia. Então achei (eu, pessoalmente) que o filme nunca teve a intenção de surpreender. Desde o início vc já sabe: que Ann está morrendo, que ela amou um Harris mas não levou o namoro pra frente e que um Buddy morreu por causa desse amor (ou, pelo menos, ela acha). Dentro dessa espectativa achei que o final estava até bem alegrinho. Gosto dessas coisas de perdão e aceitação.
bjs
Sou romântica, por natureza, então gostei muito deste filme. O charme do Harris é coisa pessoal e intranferível, ningém cria um “charme”.As pessoas se encantam por utras sem saber dar as explicações. Gostei muito do trabalho do Buddy,descolado de todo aquele snobismo da família, procurando algo que não encontra, a cena do seu atropelamento foi sensacional. As duas amigas, principalmente na idade madura superam-se, como sempre. Também gosto da Collette, passa muto bem seus sentimentos, até mesmo como nesse filme, a sua insegurança e indecisão fazem sentido com a infância. O príncipe que “passa” apenas pela nossa vida é, sim, aquele que permanece.Também é notável observar como viviam e pensavam os ricos da nova Inglaterra, coisa que o cinema nos mostra como ninguem. Bom filme, no meu gosto.
Quando assisti o filme, fui atraída justamente pelo conjunto de atrizes: Vanessa Redgrave, Meryl Streep, duas feras e mais Toni Collete, Claire Danes e Natasha Richardson e, Glenn Glose…o filme realmente é meio arrastado, mas insistimos, pois ficamos com aquela sensação que vai chegar num ápice, mas não chega: a história é simples mesmo.Fiz questão de revê-lo depois da morte trágica da Natasha Richardson, filha da Vanessa.
deve ter se tornado um marco para a família: mãe e filha contracenando juntas e no caso, pela última vez, pois se não me engano, foi o último filme da Natasha.
Gostei ,não é o gênero que eu aprecio mas me identifiquei com o filme.Sensacional.