Um Lugar para Recomeçar / An Unfinished Life


Nota: ★★☆☆

Anotação em 2006: Gosto dos filmes do sueco Lasse Hallström. Costumam xingá-lo de sentimental, sentimentalóide. Acho que ele tem a coragem de correr o risco de parecer piegas, ao falar dos sentimentos, numa sociedade cada vez mais apegada ao individualismo e ao carreirismo.

Mas neste filme aqui aqui ele caiu na armadilha da história óbvia demais, previsível demais, esquemática demais. Depois de apanhar do segundo marido, a personagem interpretada por La Lopez não tem outra saída a não ser fugir com a filhinha e ir viver por um tempo com o sogro (Robert Redford), o pai do primeiro marido, numa fazenda em Wyoming; a questão é que o sogro tem ódio dela porque a responsabiliza pela morte do filho. Claro que o coração de pedra dele vai com o tempo se derreter, e etc e tal.

Apesar da história previsível, o filme vale pelas cenas que mostram o relacionamento do personagem de Redford com o do seu empregado e velho amigo, interpretado por Morgan Freeman. Os dois haviam trabalhado juntos em Brubaker, em 1980, quando Redford já era um grande astro, e Freeman ainda fazia pontas. Ver os dois agora, velhinhos, grandes atores, é uma bênção.

Lasse Hallström dedicou o filme à sua mãe e à mãe de Lena Olin, sua mulher. A qual, por sua vez, já que tudo é uma quadrilha, havia trabalhado com Redford em Havana, de Sydney Pollack.

Um Lugar Para Recomeçar/An Unfinished Life

De Lasse Hallström, EUA, 2005.

Com Robert Redford, Morgan Freeman, Jennifer Lopez, Josh Lucas, Camryn Manheim

Roteiro Mark Spragg e Virginia Korus Sprag

Música Deborah Lurie

Produção Miramax

Cor, 107 min.

Título em Portugal: Uma Vida Inacabada

4 Comentários para “Um Lugar para Recomeçar / An Unfinished Life”

  1. Adiei bastante pra ver esse filme desde que li sobre ele aqui, por causa da Jennifer Lopez, mas ela até que não aparece tanto, e deu pra relevar e aguentar bem sua atuação sempre fraquinha.
    A história é óbvia e previsível mesmo (principalmente o desfecho amoroso e redondinho da Jean), mas me envolveu e tocou, achei bem feito e sensível, e acabei gostando mais do que previa (esperava uma coisa, mas ele caminha para outra).
    Apesar de não se aprofundar no tema, acho que vale por falar sobre violência contra a mulher (se todo imbecil que bate em mulher levasse uma surra como a que o ex-namorado da Jean levou do Einer, poderia ser diferente). E também pela amizade dos personagens do Redford e do Morgan Freeman, como você disse.
    A atriz (Becca Gardner – o nome dela nem aparece na sua anotação) que faz a menina é ótima e uma graça, atua de igual pra igual com os dois grandes atores (e deixa a Lopez no chinelo), pena que parece que não fez mais nenhum bom filme. E a personagem dela é muito fofa e bem educada, do tipo que ainda respeita os mais velhos, além de gostar de gatos e ser meio moleca no jeito de se vestir (rolou uma identificação quando eu tinha essa idade). Sem falar que a menina foi a maior responsável pela mudança do avô.
    Apesar de ser uma pessoa da cidade, eu gosto de filmes que tratam da vida na fazenda, convivência com animais, etc, e pensando nos filmes do Lasse Hallström que vi, ele parece gostar de fazer filmes que se passam no interior ou que tenham ligação com a natureza.
    Outro ponto positivo do filme é falar sobre o perdão, o auto-perdão e do valor da amizade e da família, valores meio perdidos hoje em dia.
    Damian Lewis aparece pouco, como o babaca que bate em mulheres, mas está bem também. A atuação mais fraca é a da Jennifer Lopez, mas isso já era de se esperar.

    Acho que filme vai muito do momento mesmo; você deu apenas duas estrelas, mas já deu mais para filmes que considero piores que esse. Mesmo assim queria ter lido um texto maior.

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