Sr. Sherlock Holmes / Mr. Holmes

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3.5 out of 5.0 stars

Uma das grandes tragédias que pode acontecer a uma pessoa é ela sobreviver à sua capacidade de se lembrar do passado. Qualquer pessoa. Mas, se a pessoa que perde a memória teve uma vida especialmente rica, cheia de aventuras, a tragédia é pior ainda.

Mr. Holmes, co-produção Inglaterra-EUA de 2015, fala desta tragédia. Mostra um Sherlock Holmes bem idoso, aos 93 anos de idade, vivendo isolado do mundo, numa casa num local distante de qualquer cidade, em um ponto não especificado do litoral britânico, lutando desesperadamente contra a perda da memória.

Holmes é interpretado por Ian McKellen. É uma daquelas atuações profundamente marcantes, que o espectador terá dificuldade de esquecer – ainda bem para ele, que ainda tem o que o mais brilhante detetive da História está perdendo.

Todo o filme é excelente como a atuação de Ian McKellen. Mr. Holmes é um filme feito com sensibilidade e inteligência, em todos os detalhes.

O diretor Bill Conti e Ian McKellen  já haviam trabalhado juntos em Deuses e Monstros (1998), um belo filme sobre um momento da velhice do diretor inglês James Whale, que fez alguns grandes clássicos do terror nos anos 1930 – Frankenstein (1931), A Noiva de Frankenstein (1935), O Homem Invisível (1933).

Corro o risco de exagerar: Mr. Holmes é talvez o melhor filme já feito sobre Sherlock Holmes – tanto os baseados nas obras do Cânone quanto as dezenas e dezenas baseadas em histórias que não estão nos quatro romances e 56 contos publicados entre 1891 e 1927 escritos por John Watson e assinados por Sir Arthur Conan Doyle (1859-1930).

(Aqui cabe o lembrete: para os sherlockianos do mundo inteiro, as 60 histórias são biográficas, e não fictícias. Holmes existiu de fato, assim como o eventual leitor e eu. O doutor John Watson escreveu os 60 relatos de histórias reais, de casos que Holmes investigou. Esses textos foram entregues por Watson a um conhecido dele, Arthur Conan Doyle, que então os levou para as editoras, que por sua vez as publicaram em revistas e depois em livros.)

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O idoso Holmes se afeiçoa pelo filho de sua governanta

Quando o filme começa, estamos em 1947, e o idoso Sherlock Holmes está em um trem, rumo à pequena cidade mais próxima de sua casa, isolada no campo – embora não muito distante do mar. À sua frente no trem há uma senhora e um garoto, que olha fixamente para um animalzinho que voa junto do vidro da janela. Holmes diz para o menino não tocar no vidro. A mãe do garoto, surpresa, diz que seu filho gosta de observar as abelhas. E então Holmes, professoralmente, explica que aquele inseto é uma vespa, algo completamente diferente.

Veremos ao longo da narrativa que, nos últimos 35 anos, desde que se aposentou e se mudou para aquele lugar isolado de toda a agitação do mundo, Holmes passou a ter como seu hobby cuidar de um apiário nos jardins de sua casa.

A viagem de trem era a última etapa de uma verdadeira odisséia: Holmes estava acabando de chegar do Japão.

Na propriedade dele vivem uma emprega, Mrs. Munro (interpretada pela sempre ótima Laura Linney), e o filho dela, Roger, um garoto aí de dez anos de idade. Roger é magistralmente interpretado por Milo Parker, um garoto que já havia feito um único filme antes, Sob o Domínio dos Robôs/Robot Overlords (2014). As Ilhas Britânicas são sem dúvida o maior celeiro de bons atores que há no mundo: esse fedelho Milo Parker enfrenta um monstro como Ian McKellan como se fosse de igual para igual.

E o personagem de Roger é o mais importante da história e o que fica mais presente na tela, ao longo dos 104 minutos do filme, depois, naturalmente, do próprio Holmes.

Quando Holmes chega da viagem do Japão, a sra. Munro pergunta se ele vai usar seu escritório, e ele diz que primeiro vai ver as abelhas. No apiário, verifica que a população diminuiu: diversas abelhas tinham morrido durante sua ausência.

No escritório – um cômodo muito amplo, abarrotado de livros, papéis, todo tipo de coisas, recordações –, ele passa os olhos por uma pasta contendo folhas de papel com um texto escrito à mão. E, como é Sherlock Holmes, deduz que aquele texto foi mexido por Roger. Vai confrontar o garoto, dizendo que seu escritório é seu santuário sagrado – mas Roger faz comentários tão absolutamente inteligentes, sagazes, sobre o texto manuscrito, que desarma Holmes.

O mais brilhante detetive que já viveu vai se tomar de afeto por aquele garoto filho da empregada viúva.

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Sherlock Holmes não se lembra muito bem do caso que o fez se aposentar

Numa sacada genial, veremos que o garoto Roger tem em comum com Sherlock Holmes não apenas a inteligência imensa, mas também a característica de não se lembrar de fatos.

São, o velhinho e o garoto, dotados de inteligência descomunal – e falta de memória. No caso de Holmes, a tragédia de ir se perdendo a memória com o passar dos anos. No caso de Roger, o fato absolutamente natural de não lembrarmos dos acontecimentos da nossa mais tenra infância.

Numa bela sequência, vemos Roger deitado na cama, lendo mais um trecho do que Holmes vinha escrevendo. A mãe abre a porta, e ele esconde rapidamente as folhas de papel para que ela não veja. E então a sra. Munro pergunta ao filho se ele se lembra do pai – que morreu na Segunda Guerra Mundial. Roger diz que se lembra do pai segurando na mão dele para os dois entrarem no mar, e a mãe retruca que aquilo não é lembrança verdadeira, é por causa da foto que há no quarto do garoto, ele e o pai de mãos dadas na praia, em direção à água.

– “Você se lembra de algumas das histórias que seu pai inventava para você na hora de você dormir?” – a viúva pergunta, tentando se agarrar à possibilidade de alguma lembrança do filho trazer para perto dela a sua própria lembrança do marido morto na guerra.

Não, Roger não se lembra.

Assim como Sherlock Holmes não se lembra direito do seu último caso. O caso que o fez se aposentar.

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O roteiro do filme mistura três épocas diferentes da vida de Holmes

Mr. Holmes se baseia em um romance que tem um belo título: A Slight Trick of the Mind, um pequenino truque da mente. Seu autor se chama Mitch Cullin, um jovem americano do Novo México, nascido em 1968, o ano em que me mudei para São Paulo achando que iria estudar cinema na ECA e acabaria vendendo chucks numa loja de ferramentas da Florêncio de Abreu.

Jamais tinha ouvido falar em Mitch Cullin, é claro, mas vejo agora que ele divide seu tempo entre dois domicílios, um na Califórnia e um no Japão, com seu companheiro e colaborador Peter I. Chang, um ilustrador e cineasta de origem taiwanesa. O contato do escritor Cullin com o Oriente pode explicar por que ele resolveu incluir o Japão nesta sua ficção sobre Sherlock Holmes bem idoso

Não tenho idéia de como se desenrola o romance A Slight Trick of the Mind, mas o roteirista que adaptou o livro para o cinema, Jeffrey Hatcher, montou a narrativa alternando três diferentes períodos. Há o momento atual, 1947, Holmes retornando do Japão, retomando o texto que havia começado a escrever e que, na sua ausência, foi lido pelo garoto Roger. Há algumas sequências com o que havia acontecido pouco antes, em sua viagem ao Japão, talvez ainda em 1947, talvez em 1946. E há ainda diversas sequências passadas na época em que Sherlock Holmes estava cuidando do caso que seria o seu último, envolvendo o casal Kelmot – ele, o sr. Kelmot, interpretado por Patrick Kennedy, e ela, Ann Kelmot, por Hattie Morahan.

É dito explicitamente que Sherlock Holmes investigou o caso Kelmot 35 anos antes do momento atual, ou seja, da época em que ele volta para casa após a viagem ao Japão, que é 1947. A conta é simplíssima: 1947 menos 35 dá 1912 – e, segundo todos os sherlockianos mundo afora estão cansados de saber, foi mesmo por volta de 1912 que se teve a última notícia a respeito do mais brilhante detetive do mundo.

Haveria narrativas dando conta que ele não morreu naquela época, e teria tido participação na luta contra o nazismo, nos anos 1930 e mesmo 1940. Vários filmes foram feitos mostrando Sherlock Holmes enfrentando o nazismo, como por exemplo Sherlock Holmes e a Arma Secreta, feito em 1942, em plena Segunda Guerra Mundial. Mas tudo isso é fora do Cânone – são histórias inventadas, são ficção pura, não histórias reais narradas pelo dr. John Watson.

Pelo que se conhece, pelo que é estabelecido no Cânone – as 60 narrativas originais –, Sherlock Holmes não voltou a ser visto após 1912.

E então é mesmo em 1912 (embora a data não seja mencionada especificamente, expressamente) que Holmes aceita o caso que viria a ser o seu último.

Repetindo: na narrativa de Mr. Holmes misturam-se sequências desses três períodos (e locais) distintos: Londres em 1912, o Japão em finalzinho de 1946 ou início de 1947, e o campo-litoral inglês em meados de 1947.

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Holmes vai ao cinema ver um filme sobre o último caso que investigou

A mistura dessas três épocas diferentes, o fato de vermos acontecimentos dessas três épocas de forma nada cronológica, isso pode perturbar os espectadores, deixá-los talvez mais intrigados do que seria o ideal. Em suma, pode atrapalhar o espectador a usufruir a beleza da narrativa e da forma com que ela é encenada.

Confesso, sem vergonha (estou velho demais para ter vergonha de admitir falhas, problemas), que fiquei um tanto intrigado demais. Tanto que me dispus a, no dia seguinte, rever boa parte do filme. Como é um belo filme, valeu muitíssimo revê-lo.

Rever me permitiu compreender com muito mais clareza a sequência dos acontecimentos, em sua ordem cronológica. A verdade dos fatos é que, da primeira vez, não consegui compreender exatamente essa cronologia.

É assim (ou, pelo menos, me pareceu):

Alguns meses antes do momento atual, meados de 1947 – ou seja, provavelmente em meados de 1946 –, o irmão de Sherlock, Mycroft, que teve importante posição no governo britânico, havia falecido. Telefonaram para Sherlock do clube de Mycroft, em Londres, o Diogenes, pedindo que ele fosse buscar os pertences pessoais do irmão, e ele saiu da sua casa no campo inglês e foi até o clube. Lá, recebeu, entre outros itens, uma caixa que continha diversos dos livros de John Watson sobre os casos que ele, Sherlock, investigou.

Sherlock se pôs, então, a folhear os livros. Nunca havia lido nenhum deles antes – o que, na verdade, é bastante estranho, e me parece mesmo uma falha do roteiro: como explicar que uma pessoa tão absolutamente vaidosa quanto Sherlock Holmes não tivesse jamais lido algum dos livros sobre suas próprias histórias, contadas por seu amigo John Watson?

Ao folhear os livros pela primeira vez, deu com os olhos na narrativa de seu último caso, o do casal Kelmot. Lembrou-se de partes do caso – mas pareceu a ele que a conclusão relatada por Watson era absurda, era fictícia, não tinha nada a ver com a verdade.

Só que ele não se lembrava exatamente de como tinha sido o desenrolar de todo o caso.

Por uma imensa coincidência, estava sendo exibido em Londres um filme sobre o caso Kelmot – Sherlock Holmes and the Lady in Grey.

E então, ali em 1946, o velho Sherlock Holmes foi ver o filme . O espectador deste Mr. Holmes vê algumas sequências desse filme – feito, é bom dizer, como um filme dentro do filme pelo diretor Bill Condon: jamais houve um filme chamado Sherlock Holmes and the Lady in Grey. É ficção dentro de uma ficção sobre Sherlock Holmes.

Sherlock Holmes-Ian McKellen diz uma frase extraordinária sobre esse filme dentro do filme:

– “Eu nunca tinha visto nenhuma das representações cinemáticas (das histórias escritas por John Watson). É estranho ver uma imagem de si mesmo de 12 metros de altura.”

As telas de cinema já foram maiores.

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Holmes resolve então escrever ele mesmo como tinha sido seu último caso

Aí então, depois de ter lido a narrativa de Watson sobre seu último caso, contando coisas que ele não reconhecia como verdadeiras, depois de ter pela primeira vez entrado num cinema para ver um filme sobre um dos seus casos, o idoso Sherlock Holmes meteu na cabeça que ele mesmo haveria de escrever como tinha sido exatamente aquele seu último caso, o caso do sr. Kelmot e sua bela mulher, Ann.

Fez uma busca em seu escritório, e encontrou, perdida no meio de um livro, uma foto de Ann Kelmot.

E aí começou a escrever, a relatar como tudo de fato havia se passado.

O texto manuscrito que ele havia deixado em seu escritório – e que o garoto Roger havia descoberto, enquanto ele estava no Japão, e lido – narrava o seguinte, bem no início:

“Watson tinha casado, e eu estava só. De fato, foi no dia em que ele deixou a Baker Street que o caso que viria a ser meu último começou a se desenrolar.”

Um homem veio bater em sua porta – o sr. Kelmot. Queria contratar Sherlock Holmes para que o grande detetive descobrisse o que estava acontecendo com sua mulher, a bela Ann.

A questão é que agora, 1947, aos 93 anos de idade, Sherlock Holmes não se lembrava com clareza do resto da história.

Holmes diz que Watson cometeu muitas licenças poéticas, mudou a realidade

A ida ao Japão tinha sido exatamente uma tentativa de lutar contra a perda da memória. De tentar se lembrar daquele último caso, e descrevê-lo exatamente como havia se passado.

Holmes tomava boas doses de geléia real, que acreditava ser um bom remédio contra a perda de memória. Mas havia lido que os japoneses tinham desenvolvido um remédio ainda mais eficaz, uma pimenta especial. Foi por isso que – após ter ido a Londres recuperar pertences do irmão Mycroft deixados no clube dele, e após ter iniciado o relato de seu último caso – resolveu aceitar o convite de um detetive japonês, Tamiki Umezaki (Hiroyuki Sanada), para visitar Tóquio e arredores.

No Japão, a mãe do detetive Umezaki havia perguntado onde estava aquele chapéu que Sherlock Holmes sempre usava. E ele respondeu: – “O chapéu de caçador? Aquilo foi uma invenção do ilustrador. Nunca usei um daqueles.”

E Umezaki pergunta: – “E o cachimbo?” Ao que Holmes responde: – “Prefiro charutos.”

E aí diz a frase que é uma das chaves para todo o filme: – “Eu disse a Watson que se um dia eu mesmo escrevesse uma história, seria para corrigir as miríades de equívocos criados por suas licenças poéticas.”

Aqui a história criada pela imaginação do romancista Mitch Cullin e expressa através do roteiro de Jefrrey Hatcher corre o seriíssimo risco de incomodar profundamente os milhares e milhares e milhares de sherlockianos do mundo inteiro, que desde sempre aprenderam a respeitar o Cânone como se fosse a Bíblia, o Torá, o Corão.

Como assim, dizer que John Watson escreveu um monte de coisas que não eram a expressão mais pura da verdade dos fatos? Como assim, dizer que John Watson cometia licenças poéticas e fazia adaptações da realidade?

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Holmes finalmente se lembra do que aconteceu: ele havia cometido um erro

Holmes vai escrevendo seu relato aos poucos, à medida em que vai se lembrando dos acontecimentos. E passa a mostrar o que vai escrevendo para o garoto Roger. São agora amigos. Um dia, voltado de um banho de mar, Holmes diz para Roger:

– “Alguns anos atrás, eu poderia contar para você tudo sobre a mulher no retrato (Ann Kelmot). Certamente poderia me lembrar do que ocorreu a ela. Se ela foi vítima de um crime, ou se o perpetrou. Mas naquela noite eu não conseguia me lembrar de nada. Só sabia que foi meu último caso, e que foi por causa dele que abandonei a profissão, e vim para cá, para viver isolado com minhas abelhas.”

Ao longo da narrativa fascinante, o velho Holmes vai conseguir se lembrar do que de fato havia acontecido na sua investigação sobre o casal Kelmot. Ele havia reunido todos os fatos, corretissimamente. Mas tinha faltado a ele a compreensão de que simplesmente saber dos fatos pode não ajudar as pessoas. Ao contrário, pode até prejudicá-las. E foi devido a esse erro de compreensão do papel das pessoas no mundo que ele havia decidido encerrar a carreira.

Mr. Holmes é uma beleza de filme que mostra que o mais importante é o caráter

Leio bastante sobre filmes, mas não leio sobre filmes antes de os ver. Claro que é impossível a gente não ver os títulos das matérias, das críticas, e então tenho visto que este Mr. Holmes teve críticas duras.

Vou atrás delas, por pura curiosidade. Mas nem vou me dar ao trabalho de transcrevê-las aqui.

Na minha opinião, este é um belo filme. Bastante belo.

É necessariamente bela uma história que mostra que a inteligência, apenas, por si só, não é, de forma alguma, a melhor coisa do mundo.

Aprendi desde muito jovem – felizmente – que, quando somos crianças, aprendemos a admirar a beleza. Depois, quando adolescemos, passamos a admirar sobretudo a inteligência. Quando se chega à maturidade – os que chegam à maturidade, já que tem gente demais que passa a vida inteira sendo criança ou adolescente –, compreende-se, afinal, que beleza é bom, inteligência é melhor ainda, mas o que vale mesmo, o que de fato importa, é a bondade.

É o caráter.

Mr. Holmes é uma beleza de filme que mostra exatamente isso.

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Anotação em janeiro de 2016

Sr. Sherlock Homes / Mr. Holmes

De Bill Condon, Inglaterra-EUA, 2015

Com Ian McKellen (Sherlock Holmes),

e Laura Linney (Mrs. Munro), Milo Parker (Roger), Hiroyuki Sanada (Tamiki Umezaki), Hattie Morahan (Ann Kelmot), Patrick Kennedy (Thomas Kelmot), Roger Allam (Dr. Barrie), Philip Davis (inspetor Gilbert), Frances de la Tour (Madame Schirmer), Charles Maddox (Oswald), Takako Akashi (Maya Umezaki), Zak Shukor   (Masuo Umezaki), John Sessions (Mycroft Holmes), Nicholas Rowe (ator que faz Sherlock), Sam Coulson (ator que faz Kelmot), Frances Barber (atriz que faz Madame Schirmer), Hermione Corfield (atriz que faz Ann Kelmot)

Roteiro Jeffrey Hatcher

Baseado no romance A Slight Trick of the Mind, de Mitch Cullin, que usa o personagem criado por Arthur Conan Doyle

Fotografia Tobias A. Schliessler

Música Carter Burwell

Montagem Virginia Katz

Casting Lucy Bevan

Produção AI-Film, See-Saw Films, Archer Gray,

BBC Films, FilmNation Entertainment.

Cor, 104 min

***1/2

8 Comentários para “Sr. Sherlock Holmes / Mr. Holmes”

  1. Eu li Sr. Holmes de Mitch Cullin, e vejo que pelo jeito o roteiro fez algumas mudanças – mas isso sempre acontece: são dois veículos diferentes, livro e filme. O importante é não alterar demasiado.
    Você esqueceu que Holmes aparece numa investigação de espionagem entre 1912 e 1914, sob disfarce de Altamont, para capturar o alemão Von Bork? (conto “Seu Último Adeus”). Ou quando você disse “1912” era a esse conto que se referia?
    E o ator que vive Holmes jovem é o mesmo que interpretou o Sherlock adolescente de “O Enigma da Pirâmide” – Nicholas Rowe.

  2. Olá Sérgio!
    Assisti ao filme nesta semana. Devo admitir que vários dos predicados ressaltados por você passaram despercebidos para mim, embora sejam verdadeiros. Realmente, os aspectos técnicos são muito bons, o elenco impecável. Contudo, considerei o filme muito chato. O roteiro está inchado de questões irrelevantes para o desfecho da obra. Por exemplo, tudo que diz respeito à aventura no Japão é desnecessário, poderiam ter focado na geleia real como um aliado no combate ao Alzheimer. Os personagens japoneses pouco acrescentam à estória. Minha avaliação foi bem mais dura com o filme, independentemente, a sua avaliação conseguiu destacar pontos positivos, em especial no que tange à ode ao caráter.

  3. Coaduno completamente com a crítica. Um dos melhores e mais sensíveis filmes que já assisti, principalmente considerando que mostra o “ser humano” e não o herói que estamos acostumados.
    O filme é lento, mas inteligente nas considerações sobre a velhice e a perda de memória, porém mantem a aura “matemática” do retratado, afinal um Sherlock com Alzheimer nem na realidade seria admissível.

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