A Rosa Púrpura do Cairo / The Purple Rose of Cairo

 

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4.0 out of 5.0 stars

A Rosa Púrpura do Cairo é um filme genial. Dos mais geniais que já foram feitos.

Algumas palavras e expressões vão perdendo um tanto de seu significado, de sua importância, vão se desgastando, por conta do uso indiscriminado, e “genial” é uma delas. Mas é o adjetivo o mais adequado para A Rosa Púrpura: o filme é o resultado de um lampejo de gênio, uma idéia preciosa, única, especial, genial.

Volta e meia digo que tudo, absolutamente tudo já foi feito no cinema, não há mais nada a inventar, e cada vez mais é fácil constatar que isso é verdade.

Pois Woody Allen teve, para seu 13º filme como autor e realizador, o quarto da Era Mia Farrow, lançado em 1985, uma idéia que ninguém tinha tido antes, um lampejo de puro gênio: de repente, um personagem de um filme sai da tela e entra no mundo real.

A partir dessa idéia genial, Allen constrói uma obra-prima do cinema, um brincalhão, maroto, divertido exercício de metalinguagem, um conjunto de gostosas, belas, sérias observações sobre as relações entre o cinema e a vida real, entre fantasia e realidade. E, de quebra, ainda é um maravilhoso, acurado, agudo estudo sobre a vida num momento de profunda depressão econômica, com desemprego altíssimo e desesperança disseminada.

Mia Farrow, mais bela que nunca, tem um dos mais extraordinários desempenhos de sua carreira cheia de desempenhos extraordinários como Cecilia, uma mulher de classe média baixa de uma pequena cidade de Nova Jersey nos anos 1930, os Estados Unidos afundados na Grande Depressão, que tem uma vida duríssima, muitíssimo mais amarga que jiló, e encontra como único alento a fuga da realidade vendo os filmes escapistas no Jewel, o cinema mais próximo de sua casa.

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Monk, o marido dela (uma bela interpretação de Danny Aiello), está desempregado há meses, desde que a grande fábrica que havia na cidade tinha fechado. Bebe muito, é mulherengo, não mostra respeito ou afeição por Cecilia, às vezes bate nela e está sempre pedindo a ela algum dinheiro para a bebida e para as apostas com os amigos, um bando de desempregados sem eira nem beira.

A irmã dela (interpretada por Stephanie Farrow, irmã de Mia, quatro anos mais nova que ela), garçonete, arranjou emprego para ela na lanchonete, mas Cecilia não se concentra, atrapalha-se com os pedidos dos fregueses, está sempre pensando nos filmes, na vida dos atores. O patrão não pára de atirar na cara dela que precisa prestar mais atenção, ou então perderá o lugar – o país está na Depressão, há milhares de pessoas implorando por um emprego.

Cecilia poderia ser a tristeza em pessoa. Só não é porque vive no mundo dos sonhos, dos filmes em que, exatamente ao contrário do que ocorria na realidade, só havia ricos, milionários, gente bonita que passa a vida inteira em traje de gala, entrando e saindo sem parar dos restaurantes e night-clubs mais caros.

A vida vai cada vez pior, mas Cecilia foge dos problemas indo ao cinema

Estréia no Cine Jewel A Rosa Púrpura do Cairo, uma produção de Raoul Hirsch (Alexander H. Cohen) para a RKO. O filme focaliza um grupo de ricaços de Manhattan, que se reúne sempre na casa de um deles para beber coquetéis e à noite vai para algum dos night-clubs mais badalados, como o Copacabana. Um belo dia, o grupo decide passar uns dias no Egito; lá, durante uma visita a uma pirâmide, eles encontram Tom Baxter, que é interpretado por Gil Shepherd (o papel de um Jeff Daniels novinho de tudo), um explorador, arqueólogo.

Tom Baxter vai logo se apresentando para o grupo de ricaços de Nova York. E explica: – “Eu procuro a Rosa Púrpura do Cairo. É uma lenda muito antiga que me fascina. Um faraó pintou uma rosa púrpura para sua rainha. Agora, as rosas púrpuras crescem em sua tumba.”

As damas acham aquilo muito romântico. E logo Tom Baxter é convidado para passar uns dias com o grupo em Nova York.

Cecilia vê o filme e durante uma hora e meia se esquece de todos os seus problemas.

Conhece todos os atores, acompanha a vida deles nas revistas. Gil Shepard, jeitão de galã, estava ainda em começo de carreira, mas Cecilia sabia de todos os filmes em que ele já havia aparecido, sempre em papéis secundários.

Do lado de fora do cinema, na vida real, as coisas vão de mal a pior para Cecilia – e ela combate os males refugiando-se no Cine Jewel revendo e revendo de novo A Rosa Púrpura do Cairo.

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Para total surpresa de todos, o arqueólogo sai da tela e vai falar com Cecilia

Até que acontece.

Tom Baxter, de pé no meio da gigantesca sala de um apartamento de ricos em Manhattan, está dizendo a fala que o espectador, assim como Cecilia, já havia ouvido antes:

– “Ainda estou surpreso com o fato de que horas atrás eu estava num tumba no Egito, não conhecia nenhum de vocês, essas ótimas pessoas, e agora aqui estou, às vésperas de um fim de semana de loucuras em Manhattan!”

No meio da frase, ele começa a olhar diretamente para a frente, para o lugar onde está a câmara, na verdade para a sala do cinema, que, numa sessão de tarde de dia útil, tem poucos espectadores.

Ele olha diretamente para Cecilia, e diz: – “Meu Deus, você realmente deve adorar este filme.”

Na sua poltrona, Cecilia se espanta: – “Quem? Eu?”

E Tom Baxter, o personagem da comedinha escapista: – “Você está aqui o dia inteiro. É a quinta vez que você vê o filme. Eu tenho que falar com você”.

E, para espanto dos espectadores todos – os do filme preto-e-branco dentro do filme em cores, e os do filme em cores –, e para absoluta surpresa dos demais personagens do filme dentro do filme, Tom Baxter sai da tela, desce para o corredor central do cinema e vai ao encontro daquela mulher linda que estava vendo o filme pela quinta vez.

Saem os dois do cinema, conversando. Tom Baxter está curioso para conhecer o mundo real.

Os demais personagens do filme dentro do filme ficam chocados, não sabem o que fazer. Estão sentados na sala do apartamento milionário em Manhattan, olham para os espectadores do cinema, e ficam se perguntando como farão agora, já que a história não pode continuar sem Tom Baxter.

Arma-se uma imensa confusão. As pessoas que estão na platéia se revoltam, querem ver o filme ou então ter seu dinheiro de volta. O gerente do cinema é chamado, e resolve acionar o estúdio, o produtor do filme. O advogado do produtor pressente perigo – e se Tom Baxter, solto no mundo real, cometer crimes? – “Prevejo ações judiciais!”, exclama. O ator que interpreta Tom Baxter Gil Shepherd, é acionado, viaja de Los Angeles para aquela cidadezinha de Nova Jersey para ver se encontra o personagem que interpretou e o convence a voltar para a tela de cinema. – “Trabalhei tanto para tornar o personagem real”, diz para seu agente, e este responde: – “Talvez você tenha exagerado”.

Ao final daquele dia maluco, Cecilia comentará: – “Acabo de conhecer um homem maravilhoso. Ele é fictício, mas a gente não pode ter tudo, não é?”

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“Sempre que o beijo fica quente, logo antes da cena de amor, há um fade-out”

Woody Allen é exímio escritor de belos diálogos, mas, em A Rosa Púrpura do Cairo, diante dessa situação maravilhosa de termos um personagem de uma comedinha escapista andando pelo mundo real imerso na Grande Depressão, ele está especialmente brilhante.

Há um diálogo entre Cecília e Tom Baxter que eu considero um dos momentos mais admiráveis da História do cinema. Os dois estão em um parque de diversões que não está funcionando; são os únicos ali. Tom dá um beijo em Cecília – e aí dá uma olhadinha ao redor, com um ar intrigado.

– “Cadê o fade-out? – ele pergunta.

Lembrando: fade-out é quando termina uma cena, uma sequência, e aí então por alguns milésimos de segundo a tela fica toda preta, para em seguida vir o fade-in, a tela preta desaparecer e entrar a sequência seguinte.

Nos anos 30, 40, até os 60, os montadores costumavam usar bastasnte o recurso do fade-out um pouquinho mais longo – um sinal claro, para os espectadores, de que ali haveria um corte no tempo, como o final de um capítulo, antes do início do seguinte.

Literalmente, fade out significa enfraquecer, murchar, desaparecer gradualmente.

– “Cadê o fade-out? – pergunta o personagem de filme, após beijar a heroína.

– “O quê?” – pergunta Cecilia.

– “Sempre que o beijo fica quente e pesado, logo antes da cena de amor, há um fade-out.”

– “E então?”

– “E então estamos fazendo amor em algum lugar em que não há mais ninguém, um lugar perfeito.”

– “Não é assim que acontece aqui”, diz Cecilia.

– “Como, não tem fade-out?”

– “Não, mas quando você me beijou, eu senti como se meu coração ficasse fraco. Eu fechei os olhos, e fiquei num lugar sem mais ninguém.”

Tom está espantado: – “Que fascinante. Vocês fazem amor sem o fade-out?”

– “Sim.”

– “Estou curioso para saber como é isso.”

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“A vida é curta demais para a gente perder tempo pensando sobre a vida”

Tom Baxter leva Cecilia para um lugar chique, onde ela jamais havia entrado. Dançam, jantam. Na hora da conta, Tom Baxter, personagem de filme, apresenta notas obviamente falsas.

Depois desse experiência, Tom diz: – “Bem, imagino que eu vá ter que arranjar um emprego.”

E Cecilia, a do mundo real: – “Isso também não vai ser fácil. O país inteiro está desempregado hoje em dia.

– “Bem, então viveremos de amor. Teremos que fazer algumas concessões, mas e daí? Teremos um ao outro.”

– “Isso é conversa de cinema.”

Woody Allen estava realmente num período especialmente inspirado.

Lá pelas tantas, Tom Baxter fará uma grande declaração de amor a Cecilia: – “Eu amo você demais. Não sente o mesmo por mim?”

E Cecilia: – “Este é o problema. Você é uma espécie de fantasma.”

E o personagem: – “Não quero ficar discutindo o que é real e o que é imaginário. A vida é curta demais para a gente perder tempo pensando sobre a vida. Vamos apenas viver.”

Em vários de seus filmes, Woody Allen parece dizer algo semelhante, algo um tanto parecido com o que Paul McCartney diz em “We can work it out”, a verdade claríssima: “A vida é curta demais pra ficarmos brigando e fazendo barulho”.

O tempo é curto: em vez de perder tanto tempo tentando responder às perguntas que não têm resposta, seria melhor a gente viver. Até porque – como escreveu o ex-parceiro de Paul McCartney, John Lennon, “a vida é o que acontece com a gente enquanto estamos ocupados fazendo outros planos”.

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Se não houvesse algo maior, “a vida seria um filme sem sentido, e sem final feliz”        

Mas, como diz ainda outra canção, esta de Kate Wolf, embora a gente saiba que não há respostas, a gente continua a fazer sempre as mesmas perguntas.

E então, em outra cena memorável, Woody Allen chega perto das grandes questões: quem somos, onde estamos, para onde vamos. Afinal, Deus existe? Mas do jeito Woody Allen, é claro.

Cecilia e Tom Baxter entram numa igreja. A câmara dá um close up em um crucifixo.

Tom: – “É lindo. Mas não sei exatamente o que é…”

Cecilia: – “É uma igreja. Você acredita em Deus, não?”

Tom: – “Como?”

Cecilia: – “A razão de tudo… Do mundo, do universo.”

Tom: – “Ah, acho que sei do que você está falando: os dois homens que escreveram o filme, Irving Sachs e R. H. Levine, roteiristas e parceiros.”

Cecilia: – “Não. Estou falando de algo muito maior do que eles. Pense um pouco: é a razão de tudo. Do contrário, a vida seria um filme sem sentido, e sem final feliz.”

Duas obras-primas sobre os filmes escapistas, que valem por um curso de sociologia

Lá pelas tantas, um assistente do produtor Raoul Hirsch define: – “As pessoas reais querem vidas fictícias, e os fictícios sonham em ter a vida real”.

É mais ou menos como os anjos de Wim Wenders, cansados de serem eternos, sonhando com as alegrias e as dores dos humanos.

Ou como alguns dos tristes vampiros dos grandes filmes, cansados da imortalidade, sonhando com um dia em que tudo afinal tenha um fim.

Ao rever agora A Rosa Púrpura do Cairo, me lembrei bastante de Sullivan’s Travels, no Brasil Contrastes Humanos. Sullivan’s Travels, escrito e dirigido por Preston Sturges, foi lançado em 1941, e a ação se passa na mesma época de A Rosa Púrpura, os anos 30, os anos da Grande Depressão. O Sullivan do título original, interpretado por Joel McCrea, é um diretor de comedinhas escapistas, como Hollywood fazia às dezenas na época, para tornar um pouco menos dura a vida duríssima das pessoas no país empobrecido. Autor de comedinhas que foram imensos sucessos de público, Sullivan decide mudar inteiramente e fazer um filme sério, pesado, denso, sobre o mundo real, a vida real e amarga em um país assolado pela depressão econômica.

É de fato impressionante como todos os grande estúdios de Hollywood produziram comedinhas exatamente como A Rosa Púrpura do Cairo, o filme preto-e-braco dentro do filme em cores de Woody Allen, em que os personagens, todos muito ricos, passam a vida num eterno entrar e sair de boates e restaurantes carésimos, e comprando roupas e mais roupas em lojas chiquérrimas.

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É incrível como aquelas audiências repletas de Cecilias, de gente sem dinheiro para nada, sem perspectiva, sem esperança, adoravam aqueles filmes que mostravam uma vida de sonhos, que não tinham absolutamente nada a ver com qualquer resquício da triste, brutal realidade do dia a dia.

Para mim, A Rosa Púrpura do Cairo e Contrastes Humanos são os mais belos filmes sobre a relação entre o cinema e a depressão econômica, entre o sonho, a ficção, o escapismo e a dura realidade da vida.

Os dois têm a mesma moral da história.

Valem por um curso inteiro de sociologia.

Este foi o segundo filme dirigido por Allen em que ele não trabalha como ator

Aí vão informações sobre a produção do filme, a maioria tirada da página de Trivia do IMDb:

* Em várias oportunidades, Woody Allen disse que este é o favorito entre os filmes que realizou.

* Michael Keaton foi escolhido para interpretar o papel duplo do ator Gil Shepherd e de seu personagem Tom Baxter, e chegou a trabalhar durante alguns dias. Mas o diretor não ficou satisfeito com o resultado: achou que a aparência de Keaton era muito moderna, contemporânea, para o papel. E ele foi então substituído por Jeff Daniels. Embora ele nos pareça hoje jovenzinho demais, Daniels estava com 30 anos quando o filme foi lançado. Foi seu primeiro papel importante.

* O filme foi indicado ao Oscar de melhor roteiro original, mas não levou o prêmio. Venceu, no entanto, o Globo de Ouro nessa categoria; teve também indicações ao Globo de Ouro de melhor filme – comédia ou musical, atriz para Mia Farrow e ator para Jeff Daniels.

* A Rosa Púrpura foi apresentado no Festival de Cannes, fora da mostra competitiva, e acabou levando o prêmio da Crítica Internacional, o Fipresci. O site do Festival de Cannes traz um texto de Woody Allen escrito na época: “A sedução da fantasia, oposta à dor da vida real, é um tema que volta e meia aparece em meu trabalho. (…) Penso que desta vez eu tratei o tema da forma mais divertida que já consegui, e, se vocês concordarem, não voltarei a aborrecê-los de novo com este tema. Obrigado.”

Ele não cumpriu a promessa brincalhona: o tema continuou presente em sua obra.

* Os atores que fazem os principais papéis masculinos, Jeff Daniels e Danny Aiello, estariam presentes novamente em A Era do Rádio (1987) – além, é claro, de Mia Farrow. Como já foi dito acima, este aqui foi o quarto dos 13 filmes da Era Mia Farrow, iniciada com Sonhos Eróticos de uma Noite de Verão, de 1982, e que se encerraria em 1992, com Maridos e Esposas.

* Este foi o segundo filme escrito e dirigido por Woody Allen em que ele não atua como ator. O primeiro tinha sido o drama Interiores (1978), ainda na Era Diane Keaton.

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* Stephanie Farrow, a irmã mais nova de Mia, já havia trabalhado em outro filme de Woody Allen, Zelig (1983). Depois de A Rosa Púrpura, Stephanie não voltaria a atuar.

* Na lanchonete em que trabalha, Cecilia-Mia Farrow comenta com sua irmã (interpretada por Stephanie Farrow) sobre o filme Okay America!, de 1932. A atriz de Okay America! é Maureen O’Sullivan, a mãe de Mia e Stephanie.

* Nos diálogos do filme, são citados diversos nomes fictícios de atores. Entre tantos nomes fictícios, reparei que são citados quatro de atores reais: Fredric March, Leslie Howard, Fred Astaire e Ginger Rogers.

* Fred Astaire não é apenas é citado no filme, como sua voz é ouvida nos créditos iniciais e bem ao final da narrativa, cantando “Cheek to Cheek, o grande clássico de Irving Berlin. O verso “Heaven, I’m in heaven” poucas vezes se adaptou tão bem a uma sequência quanto a do final do filme, na tomada que mostra Gil Shepherd no avião, literalmente entre as nuvens.

* Entre os nomes fictícios de atores citados no filme está o de Robert Talmadge – este é o nome dado a um dos principais atores do filme dentro do filme. Não foi escolhido à toa: Buster Keaton botou em seu filho o nome de Robert Talmadge Keaton. Uma das inspirações de Woody Allen para fazer A Rosa Púrpura foi o filme Bancando o Águia/Sherlock Jr., que o genial comediante e realizador lançou em 1924. O filme de Keaton é sobre um projecionista de cinema que tem veleidades de ser um grande detetive particular.

* Algumas sequências foram filmadas no Cine Kent, uma sala que depois seria demolida, e onde o garoto Allan Stewart Konigsberg, viu muitos filmes. Allen definiu aquele cinema como um dos grandes lugares significativos da sua infância.

* No filme O Último Grande Herói, com Arnold Schwarzenegger, lançado oito anos depois deste A Rosa Púrpura, um personagem sai da tela e entra na vida real.

Um filme soberbo, mágico, brilhante. Genial

“O filme é uma meditação sobre a ilusão”, define o livro 1001 Filmes para Ver Antes de Morrer. “A ficção pode salvar nossas vidas, afirma Allen convincentemente em A Rosa Púrpura.”

No Guide des Films de Jean Tulard, me deparei com pouquíssimos dos 15 mil títulos resenhados e analisados que mereceram 4 estrelas. Pouquíssimos. La Rose Pourpre du Caire é um deles: “O que dizer, se não que Allen nos oferece uma jóia, se não que através deste filme ele nos propõe uma análise sutil do que é o cinema e de onde ele pode nos levar, além de uma demonstração de sua magia? Soberbo!”

Soberbo. Mágico. Brilhante. Genial.

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Anotação em janeiro de 2016

A Rosa Púrpura do Cairo/A Rosa Púrpura do Cairo

De Woody Allen, EUA, 1985

Com Mia Farrow (Cecilia), Jeff Daniels (Tom Baxter / Gil Shepherd), Danny Aiello (Monk)

e Irving Metzman (o gerente do cinema), Alexander H. Cohen (Raoul Hirsch, o produtor), Stephanie Farrow (a irmã de Cecília), Dianne Wiest (Emma)

e, no filme dentro do filme, Howard Herrmann (Henry), John Wood (Jason), Deborah Rush (Rita), Van Johnson (Larry Wilde), Zoe Caldwell (a condessa), Eugene J. Anthony (Arturo), Ebb Miller (o bandleader), Karen Akers (Kitty Haynes), Annie Joe Edwards (Delilah), Milo O’Shea (padre Donnelly), Peter McRobbie (o comunista), Camille Saviola (Olga)

Argumento e roteiro Woody Allen

Fotografia Gordon Willis

Música Dick Hyman

Montagem Susan E. Morse

Casting Juliet Taylor

Cor e P&B, 82 min

Produção Orion Pictures. DVD MGM.

R, ****

14 Comentários para “A Rosa Púrpura do Cairo / The Purple Rose of Cairo”

  1. Uma amiga (e uma das melhores pessoas que já existiram) me disse “Você precisa assistir esse filme. A mocinha parece com você”.
    Assisti, amei. Ainda tô esperando o Peter Falk sair da tela.

  2. Gostei muito deste filme. Nesses tempos eu ainda apreciava muito o Woody Allen e parece-me que o filme ainda hoje me agradaria. Agora só de ver o nome do homem dá-me vontade de fugir.

  3. Depois de mais de 20 anos, revi este em uma sessão especial no Cinesesc de São Paulo.
    É o meu favorito do woody allen, ainda engraçado e questionador. E, especialmente na parte final, bem mais cínico do que eu lembrava, o que foi interessante.
    Enfim: muito, muito bom

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