A Foreign Affair, de Billy Wilder, no Brasil A Mundana, foi lançado em 1948, apenas três anos após o fim da Segunda Guerra. Nos créditos iniciais, aparece a seguinte frase: “A large part of this picture was photographed in Berlin”.
A Foreign Affair foi um dos primeiros filmes que tiveram uma larga parte rodada em Berlim após o final da guerra. Talvez tenha sido até mesmo o primeiro. Está certíssimo de se orgulhar deste fato, a ponto de avisar o espectador nos créditos iniciais.
Começa mostrando um avião. Nele está, conforme o espectador verá em seguida, uma comissão de parlamentares dos Estados Unidos da América, incumbida de verificar in loco como estão os soldados estacionados na capital do país que acabava de ser derrotado, ao fim da mais absurda, longa, mortífera guerra cometida pela humanidade.
O filme é, como a maior parte das obras do autor, uma comédia. Mas, como tudo que o cineasta genial fez na vida, é amargo, duro, cruel.
Do avião, os nobres congressistas americanos vêem Berlim – assim como os espectadores da comédia que está começando.
É uma visão chocante, apavorante.
A belíssima cidade, uma das maiores, mais importantes cidades do mundo, é uma assustadora, monstruosa ruína.
Os prédios são carcaças abandonadas, destruídas por bombardeios incessantes. Alguém cita a estatística, o número das toneladas de bombas que foram despejadas ali à noite pelos bombardeiros ingleses, de dia pelos bombardeiros americanos. (Ou seria vice-versa? Não importa.)
As cenas de Berlim destruída pelas bombas dos aliados – cenas verdadeiras, e não de cenários reconstruídos em estúdio – que Billy Wilder mostra em A Foreign Affair são tão chocantes quanto as que Alain Resnais mostraria em Hiroshima Mon Amour, onze anos mais tarde.
São de fazer corar e chorar um frade de pedra.
“A força da grana que ergue e destrói coisas belas”
Durante todo o filme, a quantidade de piadas que os roteiristas Charles Brackett, Billy Wilder e Richard L. Breen contam é absurda. É uma piada boa atrás da outra.
Neste início de filme, os congressistas americanos sobrevoando a Berlim em ruínas, há uma enxurrada de piadas, um Niágara de piadas, enquanto, ao mesmo tempo, o espectador vê as cenas tenebrosas de uma bela cidade destruída.
É bem típico do estilo Billy Wilder. Piadas, piadas engraçadíssimas, ao lado da exposição da tragédia humana.
Cenas chocantes das ruínas de Berlim serão mostradas ao longo de todo o filme – que é, como já foi dito, uma comédia.
Uma congressista rígida, quase frígida, um oficial competente mas corrompido
A trama de A Foreign Affair é genial, brilhante, fascinante.
A comissão parlamentar desembarca em Berlim para examinar o moral da tropa. Verificar se o dinheiro pago pelos contribuintes está sendo bem usado.
Há uma única mulher na comissão – a deputada Phoebe Frost (o papel de Jean Arthur, na foto). A congresswoman Frost, republicana de Iowa, é séria, sisuda, devotada, meticulosa. É também reprimida, auto-forçadamente assexuada. De uma caretice a toda prova.
Viajou de Washington até Berlim carregando um grande bolo para um certo capitão John Pringle, presente da namorada de juventude do próprio, filha de um cabo eleitoral dela nos confins de Iowa.
O capitão John Pringle (John Lund, na foto abaixo) tem uma ficha muito boa: participou do desembarque dos aliados na Normandia, é um bom oficial, mereceu as promoções que teve. Só que, na Berlim em ruínas, corrompeu-se. É fornecedor do mercado negro. Tornou-se amante de uma artista, cantora, a principal atração de um night club semi-clandestino, o Lorelei (o nome do cabaré é, sem dúvida, uma homenagem a Bertold Brecht). Chama-se Erika Von Schlütow, e vem na pele de ninguém menos que Marlene Dietrich, a imensa, gigantesca estrela que havia deixado a Alemanha natal antes mesmo que o nazismo assumisse o poder para fazer um absurdo sucesso em Hollywood.
Erika havia sido muitíssimo próxima de importantes figuras do nazismo. O capitão Pringle dava um jeitinho para protegê-la, para mantê-la longe do tribunal de Nuremberg, que, àquela altura, processava as grandes figuras do nazismo.
A congressista impecável e caretona Phoebe Frost passará a acreditar que o capitão John Lund é um homem íntegro, e o obrigará a vigiar os passos daquela notória amiga de figurões nazistas – que vem a ser exatamente a amante dele.
Um cineasta nada afeito ao pecado mortal do maniqueismo
Entre os grandes cineastas, Billy Wilder é muito provavelmente o menos afeito à simplificação, ao pecado mortal do maniqueísmo. O cinema de Billy Wilder não é feito de heróis x crápulas – muito ao contrário.
A Foreign Affair é mais uma prova cabal disso.
Uma vez escrevi que os personagens dos filmes de Billy Wilder são fingidores – fingem ser o que na verdade não são. Foi na minha anotação sobre A Incrível Suzana. Lá vai:
Depois de ver pela segunda vez A Incrível Suzana, o primeiro filme dirigido por Billy Wilder, que viria a ser um dos maiores diretores de cinema do mundo, me ocorreu uma frase simples, mas tão simples, que não me lembro se já ouvi antes, ou fui eu mesmo que fiz: o cinema de Billy Wilder é feito de pessoas que fingem ser o que não são.
Os exemplos são às dezenas: neste A Incrível Suzana, o personagem de Ginger Rogers finge ser criança; em Quanto Mais Quente Melhor, os personagens de Tony Curtis e Jack Lemmon fingem ser mulheres; em Beije-me, Idiota, a dona de casa finge ser puta e a puta finge ser dona de casa; em Irma La Douce, o policial finge ser cafetão, que por sua vez finge ser um inglês milionário; em Testemunha de Acusação, o personagem de Marlene Dietrich finge…
(Não, não é o caso de revelar nada sobre o extraordinário papel da extraordinária Marlene Dietrich nesse outro filme.)
Os personagens centrais parecem esconder o que de fato são
Isso aí que escrevi tempos atrás me parece certo. Mas, interessante, a idéia não se ajusta muito bem aos personagens de A Foreign Affair.
Poderíamos entender que a congressista Frost se finge de fria, quando na verdade é uma brasa esperando ser acesa. Poderíamos até entender que o capitão Pringle do início do filme se finge de imoral, safado, embora no fundo seja um soldado sério, cumpridor de seus deveres. Poderíamos até acreditar que Erika Von Schlütow tivesse algum sentimento real pelo oficial americano que a protege – embora tudo indique que é apenas fingimento.
Na verdade, o que este filme maravilhoso mostra é que as pessoas são contradições ambulantes.
A caretérrima congressista esconde uma amante vulcânica. O corrupto capitão esconde um bom homem. A nazista empedernida talvez esconda – quem sabe? – uma pessoa que apenas gostaria de ter uma chance de recomeçar.
A Foreign Affair mostra uma imensa simpatia pelo povo alemão
Mas o que mais me impressionou, ao rever mais uma vez este filme sensacional, foi o olhar piedoso de Billy Wilder sobre a Alemanha destruída pelas bombas dos aliados.
O cara nasceu (em 1906, três anos antes da minha mãe) numa cidadezinha do Império Austro-Húngaro, que hoje pertence à Polônia. Tinha judeus entre os antepassados. Tornou-se repórter em Viena, e depois se mudou para Berlim. Escreveu roteiros para filmes alemães, até que Hitler chegou ao poder, em 1933, e então cascou fora, para não ser levado para um campo de concentração.
Conta-se que chegou à América sem falar uma palavra de inglês.
Billy Wilder costuma ser cortante, dilacerante, cáustico em tudo o que faz.
No entanto, mostra aqui uma imensa simpatia pelo povo alemão, pelas pessoas comuns do povo alemão.
O que ele parece dizer neste filme é algo assim: tudo bem, houve alemães que permitiram aquilo, que apoiaram aquilo. Mas o povo, a imensa maioria das pessoas, não tem culpa.
Mostrar simpatia pelos alemães, apenas três anos após o fim da Grande Guerra, é uma genial coragem que, em 1948, era absolutamente inesperada.
Muitos anos mais tarde, em 1964, o jovem Bob Dylan reclamaria do fato de que os alemães tinham virado aliados (“perdoamos os alemães, e somos amigos, embora tenham assassinado 6 milhões nos seus fornos; os alemães agora também têm Deus do seu lado”)
Muito mais maduro do que o jovem Dylan raivoso de “With God on Our Side”, o descendente de judeus Billy Wilder demonstra que nada é muito óbvio na vida. O que ele faz, em toda a sua obra, mas especialmente neste filme, é dizer que as coisas não são simples, preto x branco, mocinho x bandido.
É tudo muito mais complicado.
Marlene canta três canções criadas para o filme, com letras fortíssimas
As cenas da Berlim destruída foram filmadas ainda em 1945, o mesmo ano em que a guerra terminou. O próprio realizador conta isso no admirável livro Billy Wilder – E o Resto é Loucura, de Helmuth Karasek, que reúne longos depoimentos do cineasta:
“No outono de 1945, voltei pela primeira vez a Berlim, depois de 12 anos. (…) Jamais esquecerei o aspecto da cidade nessa ocasião. Cheguei com um cinegrafista, voamos sobre Berlim, e eu via o deserto de ruínas. Parecia o fim do mundo. Posteriormente aproveitei esse material documental em A Mundana.”
O livro de Karasek – um crítico de cinema e professor na Universidade de Hamburgo – dedica um capítulo inteiro a A Foreign Affair. Wilder conta que conheceu Marlene Dietrich ainda em Berlim, antes mesmo de ela virar uma estrela internacional devido ao sucesso estrondoso de O Anjo Azul; ele ainda era jornalista, e entrevistou a então jovem atriz que participava de uma revista musical no teatro. Mais tarde, quando os dois já estavam estabelecidos em Hollywood, tornaram-se amigos; Marlene visitava sempre a casa dos Wilder.
Fariam apenas dois filmes juntos – A Foreign Affair e, nove anos mais tarde, em 1957, Testemunha de Acusação.
Wilder conta no livro que a princípio Marlene se sentiu desconfortável por fazer o papel de uma nazista, amiga de chefões do regime – ela, uma “antifacista militante”, como diz o realizador. Durante a guerra, Marlene serviu no exército americano, dando shows para os soldados aliados junto dos fronts de batalha; sua firme postura antinazista criaria, inclusive, uma má vontade de parte das platéias alemãs para com ela.
Há um detalhe fascinante sobre Marlene Dietrich no filme. O compositor Frederick Hollander compôs especialmente para o personagem de Marlene três canções, que Erika Von Schlütow canta no cabaré enfumaçado, com aquela “sua voz rouca e seu sorriso malicioso”, e que encanta “os jovens entusiasmados de todos os exércitos aliados”, como diz Helmuth Karasek: “Black Market”, “Illusions” e “Ruins of Berlin”.
As sequências em que Marlene canta essas músicas – de letras fortíssimas, formidáveis, impressionantes – são eletrizantes.
O fascinante aí é que Frederick Hollander é o mesmo compositor que havia criado a canção que Marlene canta em O Anjo Azul, “Ich Bin Von Kopf Bis Fuss Auf Liebe Eingestellt”, ou, na versão em inglês, “Falling in love again”.
Foi dura a convivência entre o diretor e a estrela Jean Arthur
Se com Marlene não houve problema algum durante as filmagens – até porque eram amigos, velhos amigos –, com Jean Arthur a convivência foi duríssima, segundo conta Billy Wilder.
Hoje provavelmente pouco conhecida pelas platéias mais jovens, Jean Arthur era, na segunda metade dos anos 1940, uma grande estrela. Começou a carreira ainda na época do cinema mudo – o que impediu o público de ouvir sua vozinha aguda, de taquara rachada, que ela saberia explorar muito bem nas comédias depois do advento do som, em 1927. Tinha sido a protagonista de diversos filmes de enorme sucesso nas bilheterias – entre eles três preciosidades dirigidas por Frank Capra, O Galante Mr. Deeds (1936), Do Mundo Nada Se Leva (1938) e A Mulher Faz o Homem (1939).
“Até então, Jean Arthur havia interpretado sobretudo mulheres honestas e inteligentes em comédias sobre a classe média americana”, diz Billy Wilder no livro de Karasek. “E Marlene Dietrich havia interpretado mulheres a cujo glamour os homens não resistiam ou, movidos pela paixão, se punham além de todas as convenções morais. É justamente isso que as duas também representam em A Mundana.”
Jean Arthur botou na cabeça que Billy Wilder, aquele europeu, alemão ou coisa parecida, havia se associado àquela outra alemã para ferrar com ela, a americana que, afinal de contas, era a principal estrela do filme.
Uma noite, conta Wilder, tocaram a campainha do apartamento onde ele estava. Eram Jean Arthur e seu marido, o produtor Frank Ross. A estrela danou a reclamar que o diretor havia cortado um close-up dela. “Acabei de ver o copião das filmagens com meu marido, pois suspeitava que você cortaria o meu close. E de fato não encontramos um close maravilhoso, ele já não está mais nos copiões. Você o destruiu!”
“Foi difícil acalmá-la”, diz o cineasta no livro.
Uma das sequências mais hilariantes do filme é uma passada no cabaré Lorelei; a congressista Phoebe Frost havia bebido um tantão de champagne e estava bebinha da silva. Dois soldados vão ao piano e atacam de “Deep in the Heart of Texas”. A congressista exige então que eles cantem a canção símbolo do Iowa, e ela mesma começa a cantar, e se empolga. A soldadesca também se empolga, e pega a dama e a joga para o alto uma, duas, três vezes – até que, numa das vezes, ela se agarra a um tubo de calefação perto do teto do lugar. Nesse momento, chega a polícia para uma das batidas periódicas no local.
Wilder conta que chamou Jean Arthur a um canto, explicou que a cena era perigosa, que achava melhor filmá-la com uma dublê.
“Isso está absolutamente fora de questão”, respondeu a estrela. “Até hoje jamais tive um dublê. Eu mesma quero fazê-la.”
E fez. A sequência é espetacular, e Jean Arthur está de fato sensacional.
“Quando acabamos, Jean Arthur girou a cabeça teatralmente para trás e, com uma cara de sofrimento, disparou na minha direção: ‘O que mais o senhor exigirá de mim, sr. Wilder?’”
Cerca de 40 anos mais tarde, A Foreign Affair passou de novo na TV americana. Jean Arthur, então com 83 anos, telefonou para Billy Wilder, para se desculpar. “Dizia que de fato era um filme tão maravilhoso e ela aparecia tão maravilhosa e tinha closes tão belos. E tudo havia sido tão justamente dividido entre ela e Dietrich. Por isso queria se desculpar por me ter tratado de maneira tão abominável durante as filmagens.”
Bem, essa é a versão de Billy Wilder. Pode não ser inteiramente verdade, mas é um história gostosa.
“Marlene Dietrich está suntuosa, e Jean Arthur faz uma Ninotchka americana”
Leonard Maltin deu 3.5 estrelas em quatro para o filme: “A sisuda Arthur é mandada para Berlim para investigar as condições pós Segunda Guerra Mundial, encontra romance, com competição quente de Dietrich. Marlene canta ‘Black Market’, ‘Ruins of Berlin’, mas Jean Arthur cantando o hino do Iowa é igualmente memorável na grande comédia de Wilder.”
Já Pauline Kael desanca com o filme. Diz que o humor é desajeitadamente forçado; que Jean Arthur está longe das suas melhores atuações; que John Lund não tem brilho. A primeira dama da crítica americana faz a gentil concessão de dizer que Marlene Dietrich está bem – mas em seguida diz que suas canções “não são memoráveis”.
Ah, dona Pauline, aí também é demais, hein?
O Guide des Films de Jean Tulard traz um texto bem maior do que a maioria dos verbetes, e dá a cotação de 4 estrelas, algo extremamente raro. Diz que, quando o filme foi exibido inicialmente na França – onde teve o título de La Scandeleuse de Berlin –, não mereceu a devida atenção nem do público nem da crítica. “Felizmente, uma reprise no começo dos anos 1980 permitiu que o filme fosse apreciado com seu justo valor.” Diz que é uma comédia mais amarga do que doce, e que se trata, primeiramente, do olhar consternado mas não condescendente de Billy Wilder sobre Berlim, cidade cara a seu coração, que ele tinha tido que abandonar 15 anos antes. “O realizador filma a cidade tal qual ela era em 1948, ou seja, um monte de ruínas e escombros. Quem mais, a não ser Wilder, teria tido a audácia de escolher uma cidade mártir como cenário de uma comédia? E no entanto é uma idéia prodigiosa: o cenário faz as risadas soarem ainda mais alto, porém fúnebres, já que o riso (amarelo) vem em contraste com o drama do ambiente.”
Em segundo lugar, prossegue o Guide, o filme é uma espécie de documentário, romanceado mas fiel, sobre a vida na Alemanha ocupada após a derrota, com as tropas estrangeiras tomando conta das ruas, e o mercado negro inglório. Do lado dos alemães, o filme nos mostra – embora brevemente – uma gente empobrecida que luta a todo preço para sobreviver e, sobretudo, o neonazismo nascente. É provavelmente o primeiro filme a lançar um grito de alarme: atenção, o nazismo não desapareceu por milagre no dia 8 de maio de 1945! Sejamos vigilantes!
“Marlene Dietrich está suntuosa, e Jean Arthur, uma Ninotchka americana, faz uma deputada puritana que se abre à sensualidade.”
Que belo achado este de comparar a personagem de Jean Arthur a Ninotchka
É um imenso prazer ler as opiniões do Guide de Jean Tulard. Que beleza de achado, comparar a deputada Phoebe Frost à Ninotchka da comédia clássica de Ernst Lubitsch com roteiro dos mesmos Billy Wilder e Charles Brackett!
E é bem verdade: Ninotchka é tão fundamentalistamente comunista quando Phoebe Frost é fundamentalistamente republicana! E, da mesma maneira com que Ninotchka – por um breve período – se solta, e cede aos encantos da capitalista e romântica Paris, Phoebe Frost, igualmente por um breve período, solta a franga e se inebria com os prazeres mundanos.
A Mundana/A Foreign Affair/La Scandeleuse de Berlin é um filmaço.
Anotação em setembro de 2013
A Mundana/A Foreign Affair
De Billy Wilder, EUA, 1948
Com Jean Arthur (Phoebe Frost), Marlene Dietrich (Erika Von Schlütow), John Lund (capitão John Pringle), Millard Mitchell (coronel Rufus J. Plummer)
Roteiro Charles Brackett, Billy Wilder e Richard L. Breen
Baseado em história de David Shaw
Adaptação Robert Harari
Fotografia Charles Lang
Efeitos especiais Gordon Jennings
Música Frederick Hollander
Montagem Doane Harrison
Figurinos Edith Head
Produção Charles Brackett, Paramount Pictures. DVD Versátil.
P&B, 116 min
R, ***1/2
Título na França: La Scandaleuse de Berlin; em Portugal: A Sua Melhor Missão.
13 Comentários para “A Mundana / A Foreign Affair”