1.0 out of 5.0 stars
Anotação em 2010: Filmezinho ruim. Pretensioso, metido – e danado de ruim. Pretende ser um misto de comédia, aventura e thriller. Tropeça no improvável e na sua própria pretensão, e não convence nem como comédia, nem como aventura, nem como thriller.
Vem com uma capa de moderninho – divide-se em capítulos, a tela se enche de numerinhos, setas, titulinhos, como se fez muito bem, por exemplo, em Mais Estranho que a Ficção/Stranger than Fiction, de 2006. Tem uma estrutura que quer ser ágil, esperta, inteligente, como, por exemplo, a de (500) Dias com Ela, de 2009.
Tenta muito, não acha o tom, e o que consegue é ser chato e desinteressante.
Há filmes ruins que me provocam raiva, e aí escrevo toneladas de parágrafos sobre eles. Este aqui não me deu raiva, só preguiça. Serei breve, portanto. Para simplificar as coisas, transcrevo a sinopse do AllMovie, escrita por Jason Buchanan – o grande site adorou o filme, que ganhou 4 estrelas em 5:
“Quando o mais jovem de dois notórios irmãos artistas da vigarice anuncia um plano para passar a ser legal, legítimo, seu irmão implora a ele que participa de um último golpe. (…) Cansado de fugir a vida inteira, um homem que dedicou a vida à arte da vigarice decide parar. Apesar dos seus planos de deixar para trás seu passado criminoso, no entanto, o vigarista relutante descobre que seu irmão criou um último grande golpe para tirar dinheiro de uma excêntrica milionária (Rachel Weisz).”
O irmão mais jovem que quer parar com a vigarice é interpretado por Adrien Brody, o ator de talento e nariz grandes que virou astro com O Pianista, de Polanski. O irmão mais velho que inventa os golpes – as coisas mais incríveis, fantásticas, estratosféricas, irreais, implausíveis – é interpretado por Mark Ruffalo. Os dois têm um braço direito, uma japonesa misteriosa e muito louca e mais implausível do que quiabo sair voando, chamada Bang Bang (Rinko Kikuchi).
Há um bando de citações literárias e cinematográficas eruditas, seguramente para chamar a atenção dos críticos e virar cult. Citam-se Dostoiévski, literatura russa, Cidadão Kane, Rudyard Kiplin e, sobretudo, o Ulisses de James Joyce e portanto A Odisséia de Homero. Vêm daí os nomes dos personagens – Stephen, Bloom, Penélope.
Muita tentativa de erudição, muita vontade de querer virar cult. Uma chatice.
A ação se passa em Berlim, em Montenegro, nos Bálcãs, em Nova Jersey, onde vive a tal milionária excêntrica interpretada por Rachel Weisz, e em Praga e São Petersburgo, onde se dará parte do tal do último grande golpe.
De bom, há a beleza do cenário de Praga, e a beleza do rosto de Rachel Weisz, mais a aparição, como música incidental, de uma rara canção alegre de Bob Dylan, “Tonight I’ll be staying here with you”, de uma bela e antiga canção de Cat Stevens, “Miles from Nowhere”, e ainda um tema de Nino Rota para Amarcord. E é só.
E chega. Não vou perder mais tempo com este embuste.
Vigaristas/The Brothers Bloom
De Rian Johnson, EUA, 2008
Com Adrien Brody (Bloom), Rachel Weisz (Penelope), Mark Ruffalo (Stephen), Rinko Kikuchi (Bang Bang), Robbie Coltrane (o curador), Maximilian Schell (Diamond Dog)
Argumento e roteiro Rian Johnson
Fotografia Steve Yedlin
Música Nathan Johnson
Produção Endgame Entertainment, The Weinstein Company
Cor, 114 min
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Criticazinha ruim. Pretensiosa, metida – e danada de ruim.
Realmente tirando a presença e a beleza (linda) da Rachel Weisz, este filme é um verdadeiro PÉ NO SACO. ARGH !!!!!!!!!!!!!!!