(Disponível no Now em novembro de 2021.)
O lugar, como diz o título, é como quase sempre Nova York. Uma Nova York como sempre linda, impecável, charmosa, sem homeless, violência, sujeira, lixo nas ruas. Os diálogos são como sempre inteligentes, espertos, rápidos, engraçados. Os atores estão como sempre perfeitos. E a trama é como sempre gostosa, bem elaborada, com um monte de personagens e situações bem construídos.
Um Dia de Chuva em Nova York, o longa-metragem número 47 dirigido por Woody Allen, um dos mais brilhantes cineastas da História, tem muita coisa em comum como vários outros belos filmes de sua obra extraordinária.
Tem, no entanto, um elemento importantíssimo, fundamental, que não é tão comum assim na filmografia de Allen: os dois personagens centrais da história, em vez de adultos, ou bastante maduros, são dois jovens bem jovens, ainda na universidade, aí na faixa dos 20 anos e pouquinho. Chamam-se Ashleigh e Gatsby – e, meu Deus do céu e Terra, quem seria louco o suficiente para dar a um filho o nome do personagem título do icônico, marcante romance que F. Scott Fitzgerald lançou em 1925? Só mesmo um personagem de Woody Allen…
Chamam-se Gatsby e Ashleigh, e são interpretados pelos belos, simpáticos, envolventes jovens atores Timothée Chalamet e Elle Fanning.
Esse fato diferente, inesperado – o casal central ser jovem demais – deveria ser, creio eu, o ponto mais importante de qualquer comentário sobre A Rainy Day in New York.
Infelizmente, falou-se mais do fato de que o filme de 2018 de Woody Allen não pôde ser lançado em 2018 – por motivos inteiramente alheios à vontade do cineasta.
No auge das atenções dadas pela imprensa aos protestos contra os casos de abuso sexual no mundo do cinema, com as revelações sobre ações do produtor Harvey Weinstein e a erupção do movimento #MeToo, espalhou-se uma histeria que atingiu Woody Allen, por causa dos alegados – pela ex-mulher Mia Farrow – episódios de assédio contra um de seus enteados. Episódios, de resto, jamais comprovados.
O fato é que o filme foi boicotado, não encontrou exibidores, ficou dentro da lata, como se diz.
O IMDb registra na página de Trívia – curiosidades, coincidências, histórias da produção – sobre o filme:
“Com este filme sendo ‘engavetado’ devido à polêmica e não lançado como originalmente pretendido, 2018 marca a primeira vez desde 1981 que Woody Allen não teve um longa-metragem estreando nos cinemas. Na verdade, desde sua estréia na direção em Take the Money and Run (1969), Allen escreveu e dirigiu um longa-metragem em todos os anos subsequentes, exceto 1970, 1974, 1976, 1981 e agora 2018. Nos últimos 50 anos, houve apenas cinco em que o mundo não viu um filme de Woody Allen lançado nos cinemas.”
O mundo está ficando chato demais.
Uma viagem põe à prova o namoro do casal
Seria bom ter uma sinopse. Uso a do AllMovie como base:
Um jovem casal de universitários é posto à prova durante uma viagem de fim de semana a Nova York. Ashleigh (Elle Fanning) fica obcecada com a perspectiva de entrevistar um famoso diretor de cinema, Roland Pollard (Liev Schreiber), enquanto Gatsby (Timothée Chalamet) reencontra por acaso a irmãzinha caçula de uma ex-namorada.
Ashleigh não apenas atrai as atenções e os interesses do cineasta Pollard como também do seu roteirista Ted Davidoff (Jude Law) e do astro famosérrimo Francisco Veja (o papel do mexicano Diego Luna),
Ao mesmo tempo, do lado de Gatsby – que gostaria demais de não ter que ir a uma das festas chiques para gente riquíssima que sua mãe estava dando naquele mesmo fim de semana –, não é que Chan (o papel de Selena Gomez), a irmãzinha da ex-namorada, cresceu e apareceu?
Uau! Uma sinopse de apenas três parágrafos! Acho que não teria conseguido se não usasse como base a sinopse escrita por uma moça chamada Augustine Chay no AllMovie.
Três jovens atores fazem os protagonistas
Um filme com grandes atores em papéis secundários.
Jude Law no papel de um roteirista que, ao mesmo tempo em que fica interessado naquela estudante lindíssima, confirma que sua mulher, Connie, o trai com seu melhor amigo – e, no papel de Connie, que aparece apenas em uma sequência do filme, a fascinante inglesa Rebecca Hall, que estrelou, ao lado de Scarlett Johansson, Vicky Cristina Barcelona, o Woody Allen número 38, de 2008.
Diego Luna, um dos mais famosos atores mexicanos, presente em diversas produções internacionais de sucesso, quase 70 títulos no currículo.
Liev Schreiber, quase 90 títulos, entre belos, importantes filmes, como O Relutante Fundamentalista (2012) e Spotlight: Segredos Revelados (2015), e também grandes sucessos de bilheteria, tipo X-Men Origens: Wolverine (2009) e outros Wolverines.
Mas os protagonistas são Timothée Chalamet, 23 anos em 2018, nascido em 1995, o ano de Poderosa Afrodite, e Elle Fanning, 20 aninhos em 2018, nascida em 1998, o ano de Celebridades. E mais Selena Gomez, que, embora pareça no filme a mais nova dos três, na verdade é a mais velha: tinha 26 em 2018, é de 1992, o ano de Maridos e Esposas.
Eu não fazia idéia, mas Selena Gomez é uma absoluta celebridade. Seguramente Selena Gomez é muitíssimo mais conhecida hoje nos Estados Unidos do que Woody Allen.
Os jovens Gatsby, Ashleigh e Chan, os personagens centrais da história, são todos podres de ricos. Ashleigh vira motivo de piada para a nova-iorquina Chan por ser de Tucson, Arizona, mas seu pai é um banqueiro, um milionário. Não me lembro se é citada a profissão dos pais de Chan e sua irmã, a ex-namorada de Gatsby, mas o fato é que a família mora na Quinta Avenida, num apartamento cuja sala de estar – onde Gatsby toca ao piano um standard, um clássico da Grande Música Americana – dá uns quatro ou cinco do meu apartamento confortável em Perdizes.
E o pai de Gatsby é um empresário, dono de um pequeno império, pelo que dá a entender uma conversa que o garoto tem com sua mãe (o papel de Cherry Jones), quando o filme já se aproxima do fim. Uma conversa, é necessário registrar, em que surge revelação absolutamente inesperada, surpreendente, que chacoalha com a cabeça de Gatsby.
Um garoto muitíssimo parecido com seu criador
Gatsby, como a grande maioria dos protagonistas dos filmes de Woody Allen – para não dizer de todos –, é bastante parecido com o autor em vários pontos, mesmo que em outros seja bem diferente. Woody Allen, a gente sabe, era um garoto de classe média do Bronx, enquanto Gatsby é filho de milionários de Manhattan. Outro ponto que distancia os dois é que Gatsby, ao contrário do que Allen fez na maioria de seus filmes, não fica repetindo a toda hora o fato de que é judeu.
Mas, exatamente como seu criador, Gatsby tem adoração por Nova York, pela agitação, pelo barulho, pelo monóxido de carbono, como ele diz, numa das últimas falas do filme. Natureza, só se for a do Central Park – na grama do campus da universidade de Yardley, onde ele e Ashleigh estudam, há muito carrapato, segundo ele.
Urbanóide absoluto, Gatsby tem paixão pela Grande Música Americana, as canções imortais dos irmãos Gershwin, Irving Berlin, Cole Porter, Rodgers & Hammerstein. Adora cinema, literatura, artes plásticas, tudo o que diz respeito a cultura, de maneira ampla, geral e irrestrita. Exatamente como seu criador.
Mas talvez – ou certamente – porque sempre viveu em família milionária, não pensa muito em dinheiro, nem em carreira, profissão. Tem imensa preguiça dessas coisas. Gostaria mesmo era de ficar de vez em quando jogando um poquerzinho: tem grande talento para a coisa, volta e meia ganha muito dinheiro, mas muito dinheiro mesmo, com o jogo.
Na página 281 da edição brasileira de sua autobiografia, lançada em 2020, Woody Allen enumera o que já faz na vida, de escrever piadas para comediantes em clubes noturnos a encenar uma ópera de Puccini. E em seguida faz uma afirmação que tem muito a ver com Gatsby: “A única outra ocupação que já me interessou foi uma vida de crime, de jogo, apostas e vigarices, e pude interpretar um bandidinho na minha comédia Trapaceiros.”
Exatamente como seu criador, Gatsby namora a perspectiva de uma vida de jogos, apostas – à margem do mercado de trabalho normal. Mas a vida inteira teve que ouvir da mãe que tinha a obrigação de aproveitar as sortes que a vida lhe proporcionou – inclusive a de ser dotado de uma grande inteligência – e se preparar, se aprimorar, estudar, estudar, estudar.
A personagem da mãe de Gatsby vai se revelar fascinante, naquele diálogo já perto do fim da narrativa.
Já a garota Ashleigh…
Interessante: Ashleigh nos é apresentada como uma moça inteligente e sensível – além de lindíssima. Credo, como é linda essa irmã mais nova da Dakota Fanning. Ashleigh curte cinema, conhece muito, já viu um bando de clássicos, gosta do cinema europeu, gosta de Akira Kurosawa. Demonstra mesmo grande sensibilidade.
Mas creio que Woody Allen foi se cansando dela, ao longo das filmagens. Cansou-se por ela ser tão absolutamente certinha – certinha como seus dentes perfeitos, detalhe citado mais de uma vez pelo cineasta Roland Pollard.
Não me parece verossímil que Ashleigh pudesse confundir versos de “Night and Day”, de Cole Porter (“The roaring traffic’s boom. Silence in my lonely room”) com versos de Shakespeare…
É. Acho que Allen se cansou de Ashleigh e resolveu torná-la ao final mais boba do que era no início do filme.
Nunca houve prova ou condenação judicial
Woody Allen estava ainda trabalhando em Roda Gigante/Wonder Wheel, seu filme número 47, de 2017, quando estouraram as acusações de assédio sexual contra Harvey Weinstein, o até então todo-poderoso co-proprietário da produtora Miramax e em seguida do estúdio The Weinstein Company. As acusações contra Weinstein começaram em outubro daquele ano; em dezembro, Dylan O’Sullivan Farrow, filha de Mia Farrow, que havia sido filha adotiva de Allen, voltou a acusar o cineasta de ter cometido abuso sexual contra ela quando era uma criança.
A repetição da acusação – feita inicialmente quando Dylan tinha sete anos de idade, em 1992, e Allen acabava de se separar de Mia Farrow – foi sopa no mel do então crescente movimento #MeToo: de repente, boa parte da população feminina dos Estados Unidos passou a acusar boa parte da população masculina de abuso sexual.
“A imprensa não apenas estava mais convencida pela aparição de Dylan na TV, mas atores e atrizes que não tinham idéia se eu abusei dela ou não se ergueram para apoiá-la e me denunciar, dizendo que se arrependiam de terem trabalhado nos meus filmes e que nunca mais fariam isso”, escreveu Woody Allen em sua autobiografia. “Alguns até doaram seus cachês para uma causa, em vez de aceitar o dinheiro sujo. Esse não é um gesto heróico como parece, já que só podemos pagar o mínimo do sindicato, e meu palpite é que, se tivéssemos pagado o valor mais comum do cinema, que frequentemente é bem alto, os atores poderiam declarar honradamente que nunca mais trabalhariam comigo, mas possivelmente deixariam de fora a parte sobre doar o salário. O fato de esses atores e atrizes nunca terem olhado os detalhes do caso (eles não poderiam ter chegado às suas conclusões com tanta certeza) não os impediu de falar publicamente com uma convicção ferrenha. Alguns dizem que agora a política é sempre acreditar na mulher. Espero que a maioria rejeite um pensamento tão simplório.”
Os detalhes do caso, ah, os detalhes do caso… Não tem sentido me estender muito sobre o assunto, mas é sempre bom registrar: houve duas grandes invcstigações sobre as acusações feitas sobre os alegados abusos sexuais de Woody Allen contra Dylan – e jamais houve qualquer tipo de comprovação de que tenha havido abuso. Jamais houve comprovação, e jamais houve condenação.
Mas é preciso falar sobre as acusações
Pensando bem… Não tem sentido não me estender um pouco sobre o caso – até porque ele tem tudo a ver com as condições em que Um Dia de Chuva em Nova York foi feito, e acabou sendo “engavetado”, “shelved”, como registrou o IMDb.
Registro mais um trecho da autobiografia antes de voltar especificamente ao filme:
“Devo dizer que me impressiona quantos na minha profissão caíram como patinhos. Talvez seja uma convicção pessoal ou talvez medo, ou uma chance de agarrar um momento para sorver do que parece o lado seguro sem riscos de uma questão politicamente correta. Atuei em um filme, Testa de Ferro por Acaso, sobre a era McCarthy e fiquei bem ciente do que Lillian Hellman definiu como “momento dos patifes”. quando tanta gente assustada ou oportunista se comportou mal. Cito isso só porque vários atores e gente do meio disseram para mim e vários amigos meus em particular quão chocados ficaram pela clara injustiça, a publicidade revoltante que eu estava recebendo e que estavam firmes do meu lado, mas quando questionados por que não se pronunciaram publicamente, todos admitiram receio de repercussões profissionais.”
Testa de Ferro por Acaso, no original The Front, de 1976, dirigido por Martin Ritt, é um dos mais belos filmes sobre o macarthismo, a terrível época – anos 1950 – da caça às bruxas, da perseguição aos membros do show business americano que teriam algum tipo de ligação com o Partido Comunista. Nele Woody Allen interpreta um testa de ferro, um sujeito simplório que aceita colocar seu nome como autor de roteiros escritos por profissionais que estavam na lista negra do macarthismo e portanto não podiam trabalhar para os estúdios de cinema e as redes de TV.
Um dos livros de memórias da dramaturga e roteirista Lillian Hellmann chamou-se Scoundrel Time, o tempo dos patifes, em que relatava suas experiências pessoais – e de seu companheiro Dashiell Hammett – com o HUAC, o Comitê da Câmara sobre Atividades Anti-Americanas.
Acusações à parte, é uma beleza de filme
Mais um trecho da autobiografia:
“Não apenas meus colegas atores me boicotaram, a Amazon quebrou meu contrato e não quis mais trabalhar comigo. Escolas de cinema pararam de dar cursos sobre meus filmes. Fui cortado de um documentário sobre o Carlyle Hotel. Fui excluído de uma série sobre poesia da PBS (Public Broadcasting System, a rede de emissoras públicas). Meu filme que estava pronto, Um Dia de Chuva em Nova York, não foi distribuído nos Estados Unidos, apesar de felizmente o resto do mundo não ser tão louco.”
Algumas páginas adiante, Woody Allen volta a falar especificamente do filme:
“Como de costume, continuei a trabalhar. Fiz um filme chamado Um Dia de Chuva em Nova York. Sempre quis filmar Manhattan sob a chuva, criar uma história completa que se passa num dia de chuva. Não sei o que acontece comigo e com a chuva. Quando acordo de manhã, abro as persianas e está chovendo, ou está cinza e garoando, ou pelo menos nublado, tenho uma boa sensação. Quando faz sol, me sinto deprimido. E a cidade fica tão bonita na chuva, sob os céus pesados. Não sei o motivo. Foi sugerido que isso se relaciona com meu estado interno. Minha alma é nublada.
“Assim, escalei Elle Fanning, Selena Gomez, Timothée Chalamet, Liev Schreiber, Diego Luna, Jude Law e a fabulosa Cherry Jones e rodei esse conto romântico improvável. São apenas dois estudantes que estão terminando a faculdade em Nova York num fim de semana e o romance entre eles.
“Naturalmente, como o filme se chama Um Dia de Chuva em Nova York, o sol saiu todos os dias quando precisávamos de céu cinza e chuva, e toda chuva do filme foi fornecida por nossas próprias torres e tanques de água.”
Em seguida, o cineasta faz um grande elogio ao trio de jovens atores, Timothée Chalamet, Elle Fanning e Selena Gomez. Reserva os maiores aplausos a Selena Gomez – e chega mesmo a comparar a garota a Diane Keaton: “Selena foi adorável. Ela fez todo o trabalho duro, e arrasou de forma belíssima. Ela é simplesmente um grande talento natural, como Keaton. Quando repórteres a pressionaram, se esforçando para que ela dissesse que se arrependia de trabalhar comigo, ela declarou que não era nem nascida quando a acusação tinha sido feita e que não tinha opinião sobre o assunto. Uma resposta honesta.”
Sobre Timothée Chalamet, o grande cineasta conta o gesto dele para, em seguida, o perdoar: “Timothée depois declarou publicamente que se arrependeu de participar de um filme meu e doaria o dinheiro à caridade, mas ele jurou para minha irmã que havia sido obrigado a declarar isso, já que estava concorrendo a um Oscar por Me Chame Pelo Seu Nome, e ele e sua agente sentiram que as chances de ganhar seriam maiores caso fizesse uma declaração negativa sobre mim. Enfim, não me arrependi de trabalhar com Timothée e não vou devolver nem um único centavo do que ganhei com esse filme.”
Bem. As acusações jamais provadas à parte, A Rainy Day in New York é uma beleza de filme.
E esse senhor Allan Stewart Konigsberg é um dos melhores diretores de cinema de todos os tempos. Simples assim.
Anotação em novembro de 2021
Um Dia de Chuva em Nova York/A Rainy Day in New York
De Woody Allen, EUA, 2018/2019
Com Timothée Chalamet (Gatsby),
Elle Fanning (Ashleigh)
e Selena Gomez (Chan, a irmã da ex-namorada de Gatsby), Liev Schreiber (Roland Pollard, o cineasta), Jude Law (Ted Davidoff, o roteirista), Diego Luna (Francisco Veja, o astro de cinema), Cherry Jones (a mãe de Gatsby), Jonathan Hogan (o pai de Gatsby), Will Rogers (Hunter, o irmão mais velho de Gatsby), Annaleigh Ashford (Lily, a noiva de Hunter), Rebecca Hall (Connie, a mulher de Ted), Ben Warheit (Troller, ex-colega de Gatsby), Griffin Newman (Josh, ex-colega de Gatsby), Mary Boyer (tia Grace), Ted Neustadt (tio Tyler), Suzanne Smith (assistente de Roland), Olivia Boreham-Wing (assistente de Roland), Jacob Berger (jogador de pôquer), Cole Matson (jogador de pôquer)
Argumento e roteiro Woody Allen
Fotografia Vitorio Storaro
Montagem Alisa Lepselter
Casting Patricia DiCerto
Direção de arte Santo Loquasto
Produção Erika Aronson, Letty Aronson, Helen Robin, Gravier Productions, Perdido Productions
Cor, 92 min (1h32)
***1/2
Canceladores podem se tornar críticos demais e intolerantes demais. Que tal deixamos isso para profissionais treinados e formados como os juízes, e principalmente para Deus.
Fazer um julgamento antecipado e sem uma ampla análise do caso, é extremamente perigoso.
Não julguem, para que vocês não sejam julgados.
Pois da mesma forma que julgarem, vocês serão julgados; e a medida que usarem, também será usada para medir vocês.
Não são frases minhas, mas são excelentes para nos fazerem refletir.
Eu, de novo, dando palpites.
Sou fã feroz de Wood Allen. Amo, adoro e respeito. Acompanhei, na época, o caso da falsa declaração de abuso e os julgamentos,, li a biografia, vi todos os filmes (alguns mais de uma vez).
Gostei muito de Um dia de chuva… e tive uma visão totalmente diferente das amigas que assistiram o filme comigo e tb diferente da sua.
Não concordo que WA se cansou da garota. Apresentada como a caipirona milionária ela experimenta novas emoções e sensações e se transforma . Já Gatsby simplesmente volta à vida de menino rico. Mesmos ambientes, amigos, quase a mesma namorada (uma guria do mesmo mundo). Enfim, nenhuma ousadia do menino. Ele apenas retorna ao útero nova-iorquino já tão conheccido. Enquanto ela começa a descobrir e aproveitar esse novo mundo.
Pô, Stella, muito interessante essa sua visão. Faz todo sentido. Eu não havia visto esse aspecto. De fato, ela é que conhece coisas novas, que se abre…
Palpite sempre, tá? Por favor!
Um abraço, e bom fim de semana.
Sérgio