Gerônimo: Uma Lenda Americana / Geronimo: An American Legend

Nota: ★★★½

Ao contrário do que o título sugere, Geronimo: An American Legend, de 1993, não é propriamente uma biografia do famosérrimo guerreiro apache, um dos últimos chefes indígenas a ser derrotado pelo Exército dos Estados Unidos, já nos anos 1880. A narrativa se concentra apenas nos últimos meses antes de ele ser finalmente derrotado.

É uma maravilha de filme – uma produção de primeiríssima, com grandes atores, excelente trilha sonora (de Ry Cooder), uma fotografia excepcional, cheio de planos gerais daquela imensidão do Oeste americano de uma beleza atordoante, com sequências de luta entre índios e brancos extremamente bem realizadas.

Mas, sobretudo, é um filme inteligente, arguto, sóbrio, que põe as coisas na perspectiva correta. Nem todos são ou mocinhos imaculados ou então bandidos sanguinários – há de tudo, com diversas tonalidades entre o preto e o branco. Os índios não são selvagens cruéis enfrentando os bondosos brancos, de forma alguma. Esse maniqueísmo, essa visão supremacista que vigorou na imensa maior parte dos westerns até os anos 60 já havia sido deixada de lado.

E o filme vai fundo, bem fundo, na demonstração dos muitos erros absurdos cometidos pelos brancos – tanto alguns dos colonizadores, para quem valia aquela antiga norma de que índio bom é índio morto, quanto por parte de muitos militares, de soldado até general. Assim como o poder central, os homens de Washington – a chefia, o comando do Exército, a presidência da República, em última instância.

Há os bons militares – e os dois mostrados como os melhores entre todos, um general e um tenente, são seres humanos de visão ampla, que tinham respeito pelos índios de uma maneira geral, em especial pelos seus bons líderes. Não queriam, de forma alguma, carnificina, genocídio – muitíssimo antes ao contrário, queriam tentar encontrar uma forma de convivência. O general George Crook (o papel do grande Gene Hackman, ótimo como sempre, perfeito na composição de um grande homem, um estadista) entendia de fato que o Exército tinha a missão de proteger os índios em suas reservas. Protegê-los contra a cobiça dos próprios colonizadores pelas terras. Manter os índios nas reservas era uma forma de garantir a paz e a sobrevivência deles. O general Crook diz isso mais de uma vez, e fica evidente que ele de fato acredita naquilo.

O tenente Charles Gatewood (Jason Patric), a rigor o protagonista da história, é um militar absolutamente íntegro, correto, que conhece muito bem os apaches, fala hem a língua deles, os respeita – a tal ponto que passa a ter a admiração e o respeito do próprio Geronimo (o papel de Wes Studi).

E há os maus militares, como o general que é colocado no lugar de Crook quando este, cansado, desgostoso, pede para sair: o general Nelson Miles (Kevin Tighe) é daquele tipo que não parece humano, não tem qualquer simpatia, empatia pelos seres humanos que eram os donos da terra até a chegada dos brancos. Daquele tipo que enxerga os índios como entrave, obstáculo, inimigo a ser abatido.

Daquele tipo para quem é fácil cumprir as ordens tortas, imorais que vêm de Washington – para mentir aos índios, enganar, falsear.

Daquele tipo que não sabe o que é honra.

O narrador é soldado bem jovem, inexperiente

O líder apache Geronimo é de fato, como diz o título do filme, uma lenda americana, uma figura importante, marcante da História. Há mais de uma dúzia de filmes com seu nome no título, fora outros tantos curta-metragens e episódios de séries.

Há, por exemplo, um Geronimo de 1939, de Paul Sloane. Há um Geronimo de 1962, no Brasil Sangue de Apache, de Arnold Laven, com Chuck Connors como Geronimo e Lawrence Dobkin como o general Crook. Em dezembro de 1993, na mesma semana do lançamento deste filme aqui, foi apresentado na TNT um telefilme, Geronimo, em que o líder apache é interpretado por Joseph Runningfox, um ator descendente de índios.

A trama deste Gerônimo: Uma Lenda Americana foi escrita por John Milius, roteirista, produtor e diretor, autor ou co-autor das histórias e/ou dos roteiros de obras importantes: Mais Forte que a Vingança (1972), 1941: Uma Guerra Muito Louca (1979), Apocalypse Now (1979), Perigo Real e Imediato (1994), a série Roma (2005-2007). O próprio Milius escreveu o roteiro – que teve também a participação de Larry Gross.

John Milius encontrou uma bela maneira de contar a história, escreveu um belo roteiro – e com um excelente texto. Há diversos diálogos marcantes, impressionantes, e o texto do narrador é sempre muito bom.

Texto bom de narrador de filme é algo que me pega.

O narrador se apresenta rapidamente: é um rapaz bem jovem, que acaba de sair da academia militar com o posto de segundo tenente mas ainda, é claro, sem qualquer experiência, e é enviado para o Sudoeste do país, o território do Arizona, perto da fronteira com o México – a região dos apaches.

O jovem segundo-tenente se chama Britton Davis, e é interpretado por um jovem ator que, como ele, estava apenas em início de carreira, um tal Matt Damon.

Vemos uma sequência impressionantemente bem realizada em que um destacamento da Cavalaria comandado pelo general Cook subjuga um grande grupo de apaches – sem matar qualquer um deles –, enquanto a voz em off do narrador começa a falar conosco:

– “Cherokawas e apaches do sudoeste americano foram as últimas grandes tribos que enfrentaram o governo para evitar que fosse imposto o sistema de reservas. O Exército, sob o comando do general George Crook, tinha a responsabilidade de vencer a resistência deles. A campanha em terras cherokawas, na fronteira com o México, trouxe o desfecho ao conflito.”

Vemos o general Crook falando ao grupo de índios, com a ajuda de um índio que trabalha como intérprete dele, explicando que os soldados não querem matar, guerrear – querem garantir que os apaches vivam em paz nas reservas.

O narrador continua, a voz em off: – “Só um guerreiro cherokawa e seu bando de renegados resistiram. Depois, mandou avisar que se entregaria dentro de dois meses. Era chamado de Goyatla, mas os mexicanos já haviam dado outro nome, Geronimo. Um mês antes de fazer 22 anos, me apresentei à missão no Arizona. Era meu primeiro posto na carreira militar. Hoje eu vejo que, na época, eu era tão estranho para mim mesmo quanto era para o grande deserto. Meu nome é Britton Davis. Participei do que o Exército depois chamou de ‘Campanha Gerônimo’. Desejo falar sobre os incríveis fatos que presenciei e dos homens que os viveram.”

O cinema demorou a mostrar os índios com simpatia

O cinema matou quase tantos índios quanto a Cavalaria americana.

O western, o mais americano e um dos mais antigos gêneros do cinema, mostrou índios sendo mortos pela Cavalaria desde sempre. Só nos filmes de John Ford, o mestre dos mestres, morreram alguns milhares. Tantos, tantos – até que ele se arrependeu de ter mostrado tantas chacinas como se fosse uma coisa quase normal, e fez quase um pedido de desculpas em Crepúsculo de uma Raça/Cheyenne Autumn. Esse grande filme é de 1964 – e foi naqueles anos 60 que o cinema americano mudou a forma com que tratava os índios.

Não que antes não tenha havido westerns que mostravam simpatia pelos nativos americanos. Para dar apenas um exemplo, já em 1950 Flechas de Fogo, no original Broken Arrow, dirigido por Delmer Daves, tinha respeito e admiração pelos índios, condenava a matança deles, condenava o racismo, o supremacismo, e defendia a convivência harmônica entre o conquistador branco e o dono original das terras.

Mas filmes como Flechas de Fogo – avançandíssimo, muito, muito à frente de seu tempo – eram minoria antes dos anos 60, antes de Crepúsculo de uma Raça. A partir daí é que viriam filmes como Pequeno Grande Homem (1970), de Arthur Penn, Dança com Lobos (1990), de Kevin Costner, que mostravam claramente o massacre, quase o genocídio dos nativos americanos ao longo da conquista do território.

Este Gerônimo: Uma Lenda Americana, lançado três anos após o extraordinário (e inesperado) sucesso do filme de Kevin Costner, pertence a essa nobre estirpe de filmes claramente simpáticos aos índios.

Sem, no entanto, endeusá-los.

Quando o filme já passa um pouco da metade de seus 115 minutos, há o que, na minha opinião, é a mais memorável de todas as sequências. É um encontro cara a cara do general Crook com Geronimo, depois que este, diante do assassinato de um curandeiro, havia deixado de lado o compromisso de cessar fogo e voltado a guerrear.

Todo o diálogo entre os dois chefes é fantástico. Faço questão de transcrever alguns trechos.

General Crook: – “Uma porção de homens brancos quer ver Geronimo enforcado por assassinato.”

Geronimo: – “Assassinato, não. Guerra. Muita coisa ruim acontece na guerra.”

General Crook: – “Quantos homens brancos você já matou desde que deixou (a reserva de) Turkey Creek?”

Geronimo: – “Talvez 50. Talvez mais. Quantos apaches você matou?”

General Crook: – “Você matou mulheres e crianças.”

Geronimo: – “Você também.”

Em outro momento, o general Crook desfere um severo golpe:

– “Conheci Cochise. Ele era um rei. Um sábio líder. Conheci Vitório, um líder orgulhoso. E conheço Geronimo. Ele não quer liderar, governar, nem ser sábio. Só quer lutar.”

Mas, em outro momento do diálogo, Gerônimo é definitivo:

– “Com toda essa terra, por que não há lugar para o apache? Por que o branco quer toda a terra?”

O título deveria ser The Geronimo War

Gosto demais de westerns; não consigo explicar como e por que jamais tinha ouvido falar deste Geronimo: An American Legend, com Gene Hackman, Robert Duvall e Matt Damon, três atores que admiro. Foi Mary que viu as informações básicas sobre ele na Netflix, e aí, claro, quis ver.

Não conhecia o diretor (ou não lembrava dele, o que dá na mesma). Walter Hill, um veterano nascido em 1942, em Long Beach, Califórnia, com algum tempo no México, na juventude, e depois formado na Universidade Estadual de Michigan. Produtor (26 títulos), roteirista (28), diretor (26 títulos no currículo). Foi produtor de Aliens, o Resgate (1986) e de Alien 3 (1992). Escreveu o roteiro de 48 horas (1982). Entre os títulos que dirigiu, nenhum deles me chamou muito a atenção.

Ele foi também o produtor deste Gerônimo: Uma Lenda Americana, ao lado de Neil Canton, para a Columbia Pictures.

Segundo informa o IMDb, o diretor Walter Hill não gostava do título Geronimo: An American Legend, porque, afinal de contas, não é propriamente uma biografia do guerreiro – é um filme sobre os homens da Cavalaria que foram os responsáveis por se aproximar de Geronimo no final de suas batalhas. Na opinião do diretor, um título bem mais apropriado seria The Geronomo War – a guerra Gerônimo.

Ainda segundo o IMDb, Walter Hill afirmou que há uma versão mais longa do filme, que o estúdio deveria ter lançado em DVD. Para o lançamento nos cinemas, ele foi forçado a cortar 12 minutos.

Não consigo compreender por que, sendo ele um dos produtores, o filme não foi lançado com os 12 minutos a mais e com o título de The Geronimo War, mas paciência. Tem tanta coisa mais importante que eu também não consigo compreender na vida…

Matt Damon era iniciante como seu personagem

Nos créditos iniciais  e nos cartazes do filme, esta é a ordem em que aparecem os nomes dos atores: Jason Patric, Gene Hackman, Robert Duvall, Wes Studi. Depois desses quatro, em tamanho menor, Matt Damon.

Acho sempre interessante essa coisa da ordem em que aparecem os atores.

Desde os primórdios dos estúdios de Hollywood, a ordem dos nomes dos atores é algo da maior importância. A indústria leva a sério a coisa do first billing – quem fica em primeiro lugar. A ordem é algo que tem muito mais a ver com a importância do nome do ator em si do que com aquela do personagem que ele interpreta. Vai na frente quem é mais famoso, quem tem mais chance de atrair gente para comprar ingresso na bilheteria – mesmo que seu papel não seja tão fundamental na trama, mesmo que o ator/a atriz apareça menos tempo em cena.

Jason Patric era, na época, um galã em ascensão – e o tenente Charles Gatewood, que ele interpreta, é também, sem dúvida alguma, o principal personagem da história, juntamente com o tenente Britton Davis, o narrador, e o próprio Geronimo.

Mas Gene Hackman e Robert Duvall eram atores muitíssimo mais conhecidos que o descendente de cherokees Wes Studi e o então novato Matt Damon – e portanto eles aparecem acima e/ou antes.

Não que os papéis desses dois grandes atores não sejam importantes. Não é esse o caso. Gene Hackman faz o general George Crook, e Robert Duvall faz Al Sieber, o chefe dos patrulheiros a serviço da Cavalaria. (Os patrulheiros, scouts, em inglês, eram os homens especialmente talentosos para rastrear pessoas, grupos, seguindo as marcas de cavalo, os cheiros, os indícios deixados por quem o Exército estava perseguindo.)

São papéis bem importantes os desses dois personagens reais, o general Crook e o scout Al Sieber, o sujeito que no filme diz várias vezes ter 17 ferimentos graves no corpo, provas de seu trabalho árduo ao longo de anos. Mas eles ficam na tela bem menos tempo do que Geronimo e o tenente Britton Davis.

No filme, o tenente tinha 22 anos, como já foi dito; em 1993, ano do lançamento do filme, Matt Damon tinha 23, exatamente. (Diacho: Matt Damon, de 1970, tem apenas 5 anos mais que minha filha. Ou ele é novo demais ou eu estou velho demais. Ou, claro, os dois.)

Antes deste Geronimo aqui, havia aparecido em papéis mínimos, sem sequer ser creditado, em três filmes, em seguida tinha feito um telefilme, Rising Son, de 1990, e um filme apenas em que interpretava um papel importante, Código de Honra/School Ties, de 1992 (em que contracenava com outros três então iniciantes, Brendan Fraser, Chris O’Donnell e Ben Affleck).

A vida passa depressa: apenas quatro anos depois, em 1996, os amigos Matt Damon e Ben Affleck assinariam o roteiro original de Gênio Indomável/Good Will Hunting, que Gus Van Sant dirigiria, com Robin Williams estrelando como professor dos personagens interpretados pelos dois rapazes. Meses depois do lançamento do filme, Matt Damon e Ben Affleck iriam receber aquela estatueta de gesso pintada de dourado que, mais do que qualquer falcão maltês, é “the stuff dreams are made of”, como alguém diz em Relíquia Macabra (1940). Mas isso, definitivamente, é outra história.

Neste mês de julho de 2021 em que finalmente vi Gerônimo: Uma Lenda Americana, o jovem Matt Damon tem 34 prêmios, fora 148 outras indicações (inclusive 3 ao Oscar de melhor ator). O veterano Gene Hackman tem 31 prêmios, fora 39 indicações. Especificamente quanto ao Oscar, teve 5 indicações – e venceu em duas delas. O outro veterano, Robert Duvall, tem 58 prêmios, fora 65 outras indicações. Foi indicado ao Oscar 7 vezes, e levou um para casa.

O native American Wes Studi levou para casa um Oscar também, em 2020, um prêmio honorário pelo conjunto da carreira. Uma bela carreira, sem dúvida alguma: esse filho de cherokees nascido em 1947 em Oaklahoma já trabalhou em mais de cem filmes.

 Roger Ebert lembra do Holocausto, aquele outro

Leonard Maltin deu ao filme apenas 2.5 estrelas em 4: “Imponente, inteligente – mas a rigor dramaticamente fraca – crônica das tentativas do Exército dos EUA de subjugar o grande guerreiro apache. Forte interpretação de Studi no papel central, e ricas caracterizações de Hackman (como o general Crook) e Duvall (como um veterano patrulheiro) mantêm o interesse por um bom tempo – juntamente com o cenário magnífico da região de Moab, em Utah. Eventualmente, o ponto de vista defendido pelo filme já mostrado, não resta nada para manter o envolvimento da audiência. Roteiro de John Milius. Um Geronimo feito para a TV a cabo estreou na mesma semana do lançamento deste filme. Panavision.”

Roger Ebert deu 3.5 estrelas em 4. A abertura do longo texto dele é um brilho:

“Em um período de poucos dias, eu vi A Lista de Schindler e Geronimo, e me ocorreu que os dois filmes são sobre Holocaustos, sobre populações inteiras assassinadas por causa de sua raça. Mas os americanos não são rápidos em descrever nosso tratamento dos índios como genocídio, e mesmo um filme um tanto revisionista como Geronimo é cuidadoso em descrever os conflitos entre o governo dos EUA e os índios ‘hostis’ como uma guerra. Foi uma guerra levada a cabo com o maior poder do nosso lado, e nossa justificativa – que a terra pertencia a nós e nós por isso tínhamos o direito divino de extirpar a raça alienígena – é, naturalmente, o argumento de Hitler. Uma das questões sem resposta deste filme vem quando Geronimo pergunta por que não há terra suficiente para todas as pessoas.

“Os índios hoje em dia são chamados de nativos americanos, embora eles sejam imigrantes neste continente, como todo o resto, e deveriam ser chamados mais propriamente de primeiros americanos. Eles viveram na terra por mil anos ou mais antes que o Exército dos EUA viesse tirá-la deles.”

Ai, ai… Depois de Roger Ebert, não há nada a dizer.

Anotação em julho de 2021

Gerônimo: Uma Lenda Americana/Geronimo: An American Legend

De Walter Hill, EUA, 1993

Com Jason Patric (tenente Charles Gatewood), Matt Damon (tenente Britton Davis), Wes Studi (Geronimo), Gene Hackman (general-brigadeiro George Crook), Robert Duvall (Al Sieber)

e Rodney A. Grant (Mangas), Kevin Tighe  (general-brigadeiro Nelson Miles), Steve Reevis (Chato, o apache patrulheiro da Cavalaria), Carlos Palomino (sargento Turkey), Victor Aaron (Ulzana), Stuart Proud Eagle Grant   (sargento Dutchy), Stephen McHattie (Schoonover, o bandido), Mark Boone Jr. (mineiro), M.C. Gainey (mineiro), Scott Wilson (Redondo), John Finn (capitão Hentig), Lee de Broux (delegado Hawkins), Hoke Howell (Billy Pickett), Richard Martin Jr. (curandeiro apache), Pato Hoffmann (o curandeiro Sonhador)

Roteiro John Milius, Larry Gross

Baseado em história de John Milius]

Fotografia Lloyd Ahern

Música Ry Cooder

Montagem Freeman Davies, Carmel Davies, Donn Aron

Direção de arte Joe Alves

Figurinos Dan Moore

Produção Neil Canton, Walter Hill, Columbia Pictures.

Cor, 115 min

Disponível na Netflix em julho de 2021

***1/2

 

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