Contato, de Robert Zemeckis (1997), é uma viagem extraordinária. Belíssimo viajandão. Para mim, é dos melhores filmes de ficção científica dos últimos muitos anos.
Posso perfeitamente estar enganado, mas tenho a impressão de que Contato não teve o reconhecimento que merecia. De que foi subestimado.
O filme se baseia em uma novela escrita por Carl Sagan (1934-1996), o astrônomo de grande fama que fez um gigantesco trabalho de divulgação científica, em especial nos anos 80 e 90. Dedicou-se a um tema que a imensa maioria de seus colegas despreza como especulativo, pouco científico, mas que fascina milhões e milhões de pessoas – a possibilidade de existência de vida inteligente em alguns dos milhares e milhares de planetas do universo.
A série de TV Cosmos, idealizada e apresentada por ele, lançada em 1980, conquistou 400 milhões de espectadores em cerca de 60 países. E foi por uma imensa coincidência que Mary e eu resolvemos rever Contato poucos dias antes de sabermos que estrearia no Brasil em meados de março deste ano de 2014 uma nova série Cosmos, repaginada, atualizada, com todos os recursos das imagens gerada por computador não existentes 34 anos atrás, agora capitaneada pelo astrofísico Neil deGrasse Tyson, diretor do Planetário Hayden, de Nova York e mestre e doutor em astrofísica pela Universidade de Columbia.
A série Cosmos e Contato têm muito em comum entre si e com quase tudo o que os grandes autores de ficção científica escreveram. Assim como Arthur C. Clarke, Clifford D. Simak, Fredric Brown, a série e o filme partem daquela idéia básica: é universo demais para que apenas um mísero planetinha de uma estrela de menor grandeza possua vida inteligente.
No filme, a frase é a seguinte:
– “Se somos só nós, parece um tremendo desperdício de espaço.”
Bela frase. Creio que os três grandes escritores que citei, Clarke, – Simak e Brown, gostariam de ter escrito a frase.
Uma abertura espetacular, que remete a um marco da ficção científica no cinema
Contato é um filme de uma extrema beleza visual. A abertura é estonteantemente bela: é como se a câmara estivesse se distanciando da Terra, a uma velocidade absurda. Vamos vendo os planetas que ficam depois da Terra – Marte, Saturno, Júpiter – de perto, e depois ficando mais e mais distantes. A câmara sai do Sistema Solar e vai embora. Vemos a Via Láctea se distanciando, vamos indo para outras galáxias.
É um assombroso trabalho da equipe técnica, o povo dos efeitos especiais. Zemeckis é um realizador que sempre soube tirar o melhor do que os efeitos especiais podem produzir.
Essa abertura de Contato faz lembrar muito a sequência inicial de um grande marco da ficção científica no cinema. Não sei se foi intencional, se foi um homenagem, uma citação, mas o fato é que O Dia em que a Terra Parou também começa assim, numa espetacular viagem espacial – só que em sentido contrário. Ainda durante os créditos iniciais, vemos imagens belíssimas, em esplendoroso preto-e-branco, do universo. É como se a câmara estivesse na nave de Klaatu, o extra-terrestre, viajando rumo à Terra a 6.500 quilômetros por hora. Vemos a Via Láctea, depois chegamos ao Sistema Solar, à atmosfera terrestre.
É uma abertura majestosa, a do filme que Robert Wise lançou em 1951, e as imagens são belíssimas. Como era possível que os caras fizessem efeitos especiais tão bons em 1951?
Nos quase 50 anos que separam O Dia em que a Terra Parou de Contato, toda a tecnologia evoluiu de maneira astronômica, e então, naturalmente, a viagem pelo universo ao vivo e a cores do filme de Zemeckis é ainda mais preciosa do que a daquele clássico.
Desde garotinha a protagonista tentava contato com seres distantes
Em Contato, ao fim de uns dois minutos dessa viagem, o universo, ou o pedaço dele que vemos, se transforma nos olhos azuis de uma garotinha, a protagonista da história, Ellie Arroway (Jena Malone aos dez anos, Jodie Foster depois de adulta).
Ellie – assim como a atriz que a interpreta quando adulta – é um daqueles geninhos precoces. Adora ciências e matemática, conhece geografia – e o pai, Theodore (o papel de David Morse) a incentiva a estudar muito, a aprender cada vez mais.
Ellie garotinha se diverte falando com gente distante via rádio-amador. Vemos o momento em que ela consegue contato com alguém em Pensacola, Flórida – ela é de Wisconsin, do outro lado do país, e então aquela ligação havia sido a mais distante que ela havia conseguido obter. À noite, faz perguntas ao pai. Pergunta se ela poderia falar com a Califórnia, mais distante ainda que a Flórida. Com a China. O pai vai respondendo que sim, com um rádio melhor, mais potente, ela conseguiria falar com a Califórnia, com a China.
É uma bela sacada essa, de mostrar a jovem Ellie tentando contato com pessoas distantes via rádio-amador, já que, adulta, astrônoma, formada com nota máxima no MIT, o prestigiosíssimo Massachusetts Institute of Technology, ela se dedicará a tentar contato com seres um tanto mais distantes que os californianos ou os chineses.
É belo também o trecho do diálogo entre filha e pai em que Ellie pergunta: “Poderíamos falar com minha mãe?”, e o pai viúvo responde: “Acho que nem o rádio mais potente poderia ir tão longe”. A mãe de Ellie morrera de complicações do parto.
Logo depois vem a parte do diálogo em que entra aquela bela frase citada mais acima:
Ellie: – “Você acha que há gente em outros planetas?”
E o pai: – “Não sei, Estrelinha. Mas acho que eu diria que, se somos só nós, parece um tremendo desperdício de espaço.”
A cientista recusa convite para lecionar em Harvar e vai trabalhar na selva
Jena Malone, a atriz que faz Ellie garotinha, é, assim como Jodie Foster, um daqueles casos de atores mirins que permanecem na carreira, que conseguem atravessar a adolescência e chegar à maturidade sempre em atividade, e com bons papéis. Só este 50 Anos de Filmes, que não pretende de forma alguma ser enciclopédico, ter milhares e milhares de verbetes, tem cinco filmes com ela; seis, agora.
Mas Jena Malone não fica muito tempo em cena. Contato é um filme longo, de 2 horas e meia de duração (que passam muito depressa), mas lá pelos 10, 12 minutos de ação já passamos a ver Ellie adulta, na pele linda e talentosa de Jodie Foster.
Ellie está em Porto Rico, trabalhando no Observatório de Arecibo. Só lá pela metade do filme saberemos deste detalhe, mas Ellie declinou o convite – absurdamente lisonjeiro para qualquer cientista – de dar aula em Harvard para trabalhar no meio da selva de Porto Rico, num projeto chamado SETI. SETI é a sigla em inglês de procura de inteligência extra-terrestre.
Um detalhe: nem o Observatório de Arecibo nem o programa SDTI são invenções. Existiram e existem. Desde sua construção, em 1960, até 2011, o observatório foi dirigido pela Cornell University. Atualmente, é operado por um grupo de entidades, em um acordo de cooperação com a Fundação Nacional de Ciências.
O novo chefão da área de Ciências quer menos ciência pura e mais pragmatismo
Muito rapidamente, o espectador será apresentado a duas figuras que serão fundamentais na trama. Um é o novo presidente da Fundação Nacional de Ciências – este, claro, uma figura fictícia –, David Drumlin (o papel de Tom Skerritt). Drumlim é pintado como um misto de cientista e burocrata carreirista, segundo que esta segunda parte dele em geral se sobrepõe à primeira. Chega a Porto Rico para visitar o Observatório e apresentar aos funcionários as novas coordenadas da Fundação que agora dirige: menos pesquisa, menos ciência pura, e mais pragmatismo. Trabalhar com coisas concretas, que dêem resultado rápido e, sempre que possível, dinheiro.
Ou seja: exatamente o oposto de tudo o que os cientistas mais sérios perseguem.
Drumlin e Ellie já se conheciam. Quando ele a vê pela primeira vez, diz para ela, sem qualquer olá: – “Ellie. Ainda esperando um telefonema do E.T.?”
A outra figura importante na trama, que também aparece nos primeiros 20 minutos do filme, é Palmer Joss, interpretado pelo galã Matthew McConaughey. Palmer Joss se aproxima de Ellie num momento em que ela fazendo um lanche num bar, todo bonitão, com cabelão grande, bronzeado, pinta de aventureiro. Apresenta-se como um escritor, que está escrevendo um livro sobre o efeito da tecnologia sobre as populações pobres do Terceiro Mundo – nós mesmos.
A bela cientista, é claro, parece interessada no tipão. No segundo encontro deles, numa festa, no entanto, Drumlin, o cientista-burocrata carreirista, reconhece Palmer Joss (é típico das pessoas carreiristas conhecerem muita gente e serem bons de memória para reconhecer pessoas), e o chama de padre.
Ellie se mostra visivelmente decepcionada. Palmer explica que não é padre; fez seminário, estudou teologia, é religioso, é ligado à Igreja – mas, por não poder suportar a idéia do celibato, não se consagrou padre.
Aliviada, Ellie o convida para sair daquele lugar festivo.
Sob milhares de estrelas, conversam a cientista atéia e o religioso
Vão conversar, a cientista que não crê em Deus e o religioso estudioso de ciência, ao ar livre, as estrelas sobre eles num céu límpido como o céu dos planetários, o céu do sertão bravo, de lugar em que não há luz ou poluição para apagar as luzes do céu – e as luzes do céu são estrelas, como lembra Fredric Brown já no título de seu livro The Lights in the Sky Are Stars.
O astrônomo Carl Sagan fala pela voz da bela astrônoma Ellie-Jodie Foster (e, meu, como está linda Jodie Foster em Contato!):
– “400 bilhões de estrelas, só na nossa galáxia. Se apenas uma em cada 1 milhão tiver planetas, se só um em cada 1 milhão tiver vida, e se só 1 em cada milhão desses tiver vida inteligente, haveria literalmente milhões de civilizações.”
A vida é feita, entre muitas outras coisas, de surpresas e coincidências, e naquele momento, ao ar livre, embaixo de um céu de bilhões de luzes que são estrelas, a cientista Ellie é pega de surpresa com a coincidência que é dita pelo religioso:
– “Se não houvesse, seria um tremendo desperdício de espaço.”
Na sequência seguinte, a cientista e o religioso acabaram de trepar.
Estamos com 17 minutos exatos de filme. Faltam ainda 133 minutos de um belo filme de muitas, muitas surpresas e algumas coincidências.
A trama de Contato – bolada, segundo dizem os créditos finais, por Carl Sagan e Ann Druyan, que foi mulher do astrônomo até a morte dele – é interessante, intrigante, movimentada, rica. Quem quiser curtir Contato quase como um filme de ação, de aventura, poderá fazê-lo: há ação e aventura na trama.
Sob esse verniz de divertissement, discute-se bastante a questão religião x ciência.
Contato vai fundo na discussão sobre ciência x religião
Por diversos motivos que não vêm ao caso, estou escrevendo esta anotação sobre Contato vários dias depois de ter visto o filme, e não – como é o usual – logo após terminar de ver, ou no dia seguinte. Por uma coincidência, escrevo justamente um dia após a estréia da nova série Cosmos na TV brasileira. Vi o primeiro dos 13 episódios da nova série absolutamente mesmerizado, babando quase tanto quanto babo por minha neta.
No Facebook, minha colega Ruth Helena Bellinghini escreveu, logo após o fim do programa: “Tirando o desenho animado, achei belíssimo o episódio; mais que isso, comovente”.
Boa parte do desenho animado no primeiro episódio da nova série Cosmos mostra como a Igreja Católica perseguiu Giordano Bruno (1548-1660), o cientista, que, após Copérnico e antes de Galileu Galilei, e contra os dogmas da Igreja, proclamou que a Terra não era o centro do universo, que a Terra girava em torno do Sol, e não vice-versa – e mais ainda, que o sistema solar não era o único do universo.
Concordo com Ruth Helena Bellinghini: o desenho animado diminui a grandeza da nova Cosmos. Há ali um forte ranço anti-Igreja Católica – forte, desnecessário, fora do tempo. Que a Igreja cometeu crimes absurdos durante a Inquisição, que a Igreja fez o que pôde para atrapalhar o progresso das ciências cinco, quatro séculos atrás, isso é absolutamente sabido, já cantado e decantado em muita prosa e muito verso – e é velho, é antigo, é ultrapassado. A Igreja já fez seu mea culpa, já reconheceu os erros, já pediu perdão.
Na minha opinião, a série Cosmos deveria ir em frente, olhar o futuro, e não ficar remoendo crimes e pecados da Igreja em um passado já bem distante, em termos do tempo humano.
Fascinantemente, o filme Contato, criação de Carl Sagan da mesma forma que a série Cosmos (a atual é co-produzida por sua viúva e co-autora da história de Contato, Ann Druyan, e o apresentador e mestre de cerimônias Neil deGrasse Tyson é discípulo de Sagn), não se perde nessas questiúnculas rançosas.
Discute, sim, a questão ciência x religião. Não tem medo da questão, vai fundo nela – e é um belo embate o que se dá entre a cientista atéia e o religioso que respeita a ciência.
Por que raio não se pode acreditar na Ciência e também em um ser superior?
Eu, quieto aqui no meu cantinho, como dizia o Maranhão (não a capitania hereditária dos Sarneys, mas o jornalista), me assombro com as quantidade de falta de inteligência que há nesse embate.
A rigor, a rigor, não há barreira intransponível alguma entre o que a Ciência sabe e aquilo em que o Cristinanismo acredita – a não ser, é claro, para aqueles fanáticos que acrediram que cada palavra da Bíblia é literal.
Para qualquer cristão não fanático (tenho que me segurar aqui para evitar dizer não débil mental), que seja capaz de entender a Bíblia como um conjunto de parábolas, e não uma descrição literal dos fatos, qual é o problema de entender que Deus criou o universo, e aí se deu o big-bang, e aí então houve não sei quantos bilhões de anos de evolução até que, cerca de uns tantos mil anos atrás, começaram a aparecer os seres humanos?
Euzinho aqui, ex-católico, não religioso, mas a cada dia menos ateu, não consigo enxergar por que não se pode acreditar ao mesmo tempo na Ciência e em um poder maior, um ser superior, algo superior.
O filme procura não ser umbigocêntrico, e sim dar uma visão global
Contato faz um belo esforço para ir além do Cristianismo, além dos Estados Unidos, além do Ocidente. Para ser internacional, global.
Os filmes de Hollywood costumam ter a tendência de ser umbigocêntricos, USAcêntricos. Dá para entender. Há várias gerações aquele povo lá se considera mesmo o umbigo do mundo, da mesma maneira com que provavelmente os romanos se sentiam na época em que Cristo nasceu, ou os ingleses se sentiam quando dominavam quase três quartos do planeta.
Na imensa maioria dos filmes americanos de ficção científica dos anos 50 e 60, tudo se desenrola nos Estados Unidos. Os monstros que vinham do espaço invadiam cidades americanas. Os alienígenas invadiam cidades americanas. Os Estados Unidos eram tudo o que importava. O resto, o que ficava além fronteiras, era tudo secundário, coadjuvante.
Mesmo no grande, belíssimo O Dia em que a Terra Parou, esse umbigtrocentrismo americano está presente: a nave enviada à Terra pela confederação de planetas com civilizações avançadas para dar um duro recado aos terráqueos pousa em Washington.
Em Contato, a grande maior parte da ação se passa nos Estados Unidos – até porque é lá que existem os telescópios mais possantes, e lá que existe a SETI, o programa de busca por inteligência extra-terrestre -, mas as decisões maiores são tomadas por um consórcio de países, e não pelo governo de Washington.
O diretor Zemeckis sempre soube usar bem os efeitos especiais, a tecnologia
Robert Zemeckis é um artesão criativo, inovador. Está sempre testando novidades técnicas, ou reinventando, renovando fórmulas. Por exemplo: misturar atores com desenho animado não é novidade, mas Zemeckis foi até as últimas consequências, usando tecnologia de ponta, para fazer conviver atores e personagens de cartoons em Uma Cilada para Roger Rabbit/Who Framed Roger Rabbit (1988). Em O Expresso Polar (2004), criou um animação com um visual ultra-realista, em que os rostos dos personagens eram a cópia exata dos atores os que dublavam.
Na trilogia De Volta para o Futuro (1985 a 1990), usou e abusou dos efeitos especiais.
E, em Forrest Gump (1994), misturou atores e personalidades reais. Assim, o personagem central interpretado por Tom Hanks aparece ao lado do presidente John F. Kennedy; os presidentes Lyndon Johnson e Gerald Ford participam da história.
Em Contato, ele poderia perfeitamente ter inventado um presidente fictício, como tantos filmes já fizeram. Mas não: ele transformou o então presidente Bill Clinton em um personagem da trama. Vemos e ouvimos Bill Clinton chegar a um salão da Casa Branca para anunciar, em coletiva à imprensa, que cientistas haviam identificado uma mensagem enviada por uma civilização extra-terrestre.
O IMDb especifica que aquela sequência em que Clinton aparece foi retirada de uma coletiva que ele deu na Casa Branca em 1997 – o mesmo ano em que o filme foi lançado. Naquela entrevista, ele comentava sobre um meteorito ártico que acabava de ser descoberto por uma sonda em Marte. As imagens foram editadas e alteradas.
Procurei observar com atenção os créditos finais, e achei bastante estranho não haver um agradecimento ao presidente Bill Clinton. A produção seguramente deve ter pedido a ele autorização para usar aquelas imagens. O IMDb traz nada menos de 58 itens de curiosidades sobre a produção do filme, mas não aborda essa questão de autorização da Casa Branca para o uso das imagens.
Essa página do IMDb traz informações deliciosas. Como esta anotação já está gigantesca, resisto à tentação de reproduzi-las. Transcrevo apenas uma, um detalhinho de nada, saboroso: Jena Malone tem olhos castanhos. Seus olhos foram transformados no computador para azul naquela maravilhosa seqüência inicial, para que ficassem iguais aos de Jodie Foster.
Registro que a Academia esnobou solenemente o filme, que teve apenas uma indicação, de melhor som – e perdeu.
O Guide de Films de Jean Tulard também ignorou Contato. Estranhíssimo.
Leonard Maltin deu 3 estrelas em 4 ao filme. “História intensamente envolvente em que somos tomados pela obsessão do personagem de Foster e compartilhamos sua odisséia rumo ao desconhecido. Apaixonante e inteligente, este filme consegue inspirar uma sensação de encanto e deslumbramento. (…) Foster está simplesmente sensional.”
Está bem certo o Maltin. Contato é apaixonante, inteligente, e deixa o espectador encantado, deslumbrado.
Depois de ver Contato e o primeiro episódio da nova série Cosmos, fui até uma das prateleira mais distantes, perto do teto, e de lá baixei três livros da coleção Argonauta, que publicou mais de 200 títulos de ficção científica. Vou escolher um deles para reler.
Anotação em março de 2014
Contato/Contact
De Robert Zemeckis, EUA, 1997
Com Jodie Foster (Ellie Arroway)
e Matthew McConaughey (Palmer Joss), James Woods (Michael Kitz), John Hurt (S.R. Hadden), Tom Skerritt (David Drumlin), William Fichtner (Kent), David Morse (Ted Arroway), Angela Bassett (Rachel Constantine), Geoffrey Blake (Fisher), Max Martini (Willie), Rob Lowe (Richard Rank), Jake Busey (Joseph), Jena Malone (Ellie garotinha), e Bill Clinton (ele mesmo)
Roteiro James V. Hart e Michael Goldenberg
Baseado na novela de Carl Sagan
História Carl Sagan e Ann Druyan
Fotografia Don Burgess
Música Alan Silvestri
Montagem Arthur Schmidt
No DVD. Produção Warner Bros. e South Side Amusement Company. DVD Warner Bros.
Cor, 150 min
***1/2
Filmão, revi esses dias. Eu dou nota máxima, com louvor e aplausos.
Já não lembrava de quase nada, só do tema central mesmo. Eu detesto ficção, mas Contato é sensacional, e fala abertamente sobre temas que me são caros: vida após a morte e vida em outras planetas. Eu adorei desde que vi pela primeira vez, e olha que era novinha. Dizem que o livro é muito bom também, eu ainda quero ler.
O ápice da história é emocionante, embora tenham encontrado uma maneira complicada e nada crível de mostrar algo que para mim é real.
E a frase do pai da Ellie resume bem o espírito do filme: o homem tem que se achar muito importante e ser muito presunçoso para crer que só há vida na Terra, com tantos outros planetas por aí, sendo que, na minha opinião, o homem quando comparado ao universo, não passa de um grão de areia, não é nada.
“A rigor, a rigor, não há barreira intransponível alguma entre o que a Ciência sabe e aquilo em que o Cristinanismo acredita.” Disse tudo! Aliás, o intertítulo “Por que raio não se pode acreditar na Ciência e também em um ser superior?” vale pelo texto inteiro, que diga-se de passagem, está maravilhoso (só faltou ter dado 4 estrelas, he).
alguém sabe onde foi filmada a cena da praia?
O quanto somos raros e preciosos, capazes de atos às vezes sublimes, outras vezes cruéis. Ou algo assim.
-Se você pudesse fazer uma pergunta a uma entidade extraterrestre, qual seria?