Despedida em Las Vegas / Leaving Las Vegas


Nota: ★★★☆

Anotação em 2007, com complemento em 2008: Eta filme barra pesada, meu Deus do céu e também da terra. É um dos filmes mais sérios, mais duros, mais violentos sobre o alcoolismo de toda a história.

Ninguém com estômago fraco deveria ver este filme.

Nicolas Cage e Elisabeth Shue estão brilhantes, extraordinários. Ele é o alcoólatra que, depois de perder a mulher e o emprego de roteirista num estúdio de Hollywood, vai para Las Vegas para beber até morrer; ela é a puta que já apanhou tanto da e na vida, figurativa e explicitamente, que encontra felicidade em se saber de alguma forma amada por aquele farrapo de gente.

aleaving2O diretor Mike Figgis não parece nem um pouco preocupado em mostrar por que aquelas duas pessoas chegaram a esse fundo do fundo do fundo do fundo do poço, essa angústia sem fim. Sua intenção é mostrar, sem esconder absolutamente nada, com todos os detalhes mais sórdidos, a descida ao inferno.

Não poderia haver cenário mais perfeito para tanto sofrimento, tanta miséria humana do que Las Vegas, aquela coisa maluca, doida.

Figgis foi indicado ao Oscar como diretor e como roteirista; Elisabeth Shue foi indicada como atriz, e Cage levou o de melhor ator. O filme colecionou ainda outros 25 prêmios e 17 indicações.

Figgis, inglês nascido em 1948, é um artista de talento e absurda versatilidade; já trabalhou como montador, fotógrafo, ator; compõe as trilhas sonoras – e são belas trilhas sonoras – dos filmes que escreve e dirige. Seu Por uma Noite Apenas/One Night Stand, de 1997, sobre o breve encontro de um homem e uma mulher num hotel em Nova York, com Wesley Snipes e Nastassja Kinski, é uma beleza. Nunca te Amei/The Browning Version, de 1994, é uma bela refilmagem de um filme inglês de 1951, baseado em peça de Terence Rattingan. E mesmo Liebestraum, Atração Proibida/Liebestraum, de 1991, um filme mais fraco, tem a marca de um bom autor.

Despedida de Las Vegas/Leaving Las Vegas

De Mike Figgis, EUA-Inglaterra-França, 1995

Com Nicolas Cage, Elisabeth Shue, Julian Sands

Roteiro Mike Figgis

Baseado em novela John O’Brien

Música Mike Figgis

Produção Initial Productions e Lumière Pictures

Cor, 111 min.

***

13 Comentários para “Despedida em Las Vegas / Leaving Las Vegas”

  1. Verdade, esse filme é pesadíssimo. Minha esposa- na época em que vimos era namorada- ficou muito incomodada e não foi até o fim. Ela queria mesmo que eu também parasse e ver. É PORRADA!!!

  2. Vi apenas uma vez, pra nunca mais. Como vc disse, barra pesada total, quase uma ode à depressão e à sarjeta, credo em cruz! Na época, eu ainda via um filme até o fim, tinha esperança de que uma hora ele melhorasse. Se fosse hoje, teria parado logo no começo. Lembro que só resolvi assistir pq ele tinha concorrido a algum Oscar.
    E que fim levou a Elizabeth Shue? Lembro que era uma boa atriz e além de tudo bonita, dentro dos padrões hollywoodianos.

  3. Concordo inteiramente com Jussara, é filme para ver uma vez e chega.
    E ainda não percebi como vi o filme todo, foi terrível.

  4. Com certeza é um filme duro,pesado, mas acho que houve um pouco de forçação de barra. Tinha garrafas de bebida por todo canto da casa. Além da sala,nas mesinhas de cabeceira da cama , na parte de cima da cama , no banheiro e até no fundo da piscina e tomando banho ele bebia.
    Mesmo – como era intenção dele – querendo beber até morrer, acho que não sería preciso isso. Bom, nunca convivi com um alcoólatra.
    Uma cena que gostei é quando ela o convida para ir em sua casa e ele aceita com alegria e um sorriso muito feliz e, impressão minha, um imenso alívio no olhar.
    Gostei também quando ela diz prá ele que se ele pagar o aluguel , estará incluído um boquete gratis e que mais cedo ou mais tarde iriam acabar transando mesmo. Gostei , não pelo que foi dito e sim pelo o que ela estaría tentando passar para ele. Mas tudo que ela fizesse não ía dar em nada pois ele estava determinado.
    ” legal, bebe um pouco mais, entre 1 segundo de lucidez e as bobagens que voce diz, coisas bem interessantes saem da sua boca.”
    Sergio , se voce puder me confirmar eu te agradeço. Aquele filme que eles viam sería ” O terceiro Homem ” ?
    Ele conseguiu enfim o que queria. Foi como ela disse no final, ela o aceitou como ele era e ele a aceitou como ela era.
    Elisabeth Shue,mulher lindíssima e que corpo.
    Filme fortíssimo e, muito bom.
    Um abraço !!

  5. Relendo agora minha opinião,cometi um erro .
    Faltou um ponto depois de ” no banheiro ” .

  6. Perdão, esqueci uma coisa . É que a amiga Jussara pergunta que fim levou a Elisabeth Shue.
    Jussara, a Elisabeth fez no ano passado o filme, ” A Última Casa da Rua ” onde ela é Sarah , a mãe da Elissa.
    Talvez a Jussara nem volte mais à esta página e também , quem sabe , já tenha visto esse filme.
    De qualquer forma fica a mensagem.
    Aliás, eu vi esse filme e gostei.
    Agora terminei.

  7. Caro Ivan, como vi o filme há muito tempo, não me lembro qual é aquele que os dois vêem. Segundo o IMDb, o filme faz referências a Laranja Mecânica, Taxi Driver, Apocalypse Now e Maridos e Esposas.
    Um abraço.
    Sérgio

  8. Oi, Ivan,
    Eu ainda não vi esse filme com a Elisabeth Shue, não, vou dar uma pesquisada pra ver se me agrada. Obrigada pela dica!

  9. Olá Jussara, tudo bem com voce amiga ?
    Que bom que voce viu a mensagem . Eu havia dito que voce talvez nem voltasse mais nesta página, devido ao tempo que voce postou seu comentário , fevereiro 2011.
    Fiquei feliz mesmo .
    Olha, quanto ao filme com a Elizabeth , não espere muito. É um filme para distrair.
    Eu disse que gostei porque estava num bom momento. É cliche sim , e tem uma cena que, (não vou dizer claro), é difícil de engolir sim mas , existem outras iguais em tantos filmes . . .
    É isso , eu estava num bom momento , que até “chumbinho” descia bem. E o filme desceu.
    Foi mais também na intenção de te responder sôbre a Elizabeth.
    “Quando as coisas acontecem”-
    “Infancia Clandestina”-
    “Os excêntricos Tenembauns”-
    “Trem noturno para Lisboa”-
    “Lolita”-
    “As Cinzas de Angela”-
    Estes eu acredito que voce vai gostar.
    Ao contrário de ” A última casa …” gostei muito de todos esses .
    Jussara , se voce puder , vá na página do filme “Sorte no Amor” ( Bull Durhan )aqui no site (claro).Cito seu nome no meu comentário.
    Um grande abraço para voce, amiga.
    Sergio, esses filmes valem também é claro, para voce dar uma pesquisada, amigo.
    Grande abraço para voce também.

  10. Oi, Ivan,
    Eu vi seu comentário porque assino o feed para receber os comentários do site, então “não é magia, é tecnologia.” rs Nem sempre respondo porque algumas vezes não precisa, e em outras a preguiça não deixa (ou só dou uma passada de olhos).
    Faz tempo que não fico num momento em que até chumbinho desce bem hehehe, mas eu sempre tento ver os filmes com boa vontade, mesmo os não tão bons. Dos que você citou só vi As Cinzas de Ângela, na época eu ainda via filmes na TV. Lembro de ter gostado muito, apesar de ter achado super triste, meio depressivo mesmo. Já te respondi lá no Sorte no Amor.
    Abraços.

  11. Oi Gente!
    Ivan, é mesmo brabo. Parece até mesmo ser exagero a fotografia requerer garrafas o tempo todo em cada mínimo espaço, além do protagonista bebendo em casa milissegundo, mas não é não. Pode acreditar de quem tem vivência com essa doença. Mesmo com alcoólatras realmente patológicos e adictos que não pertencem se matar de usar o uso se dá assim, é horrendo, pode crer. O uso cmpulsuvo tem como um dos principais motivos evitar os efeitos da abstinência que dependendo da droga pode começar a se dar minutos depois de uma dose. É um doença cheia de estigma e com tremendo potencial mortífero, mesmo ora quem não tá querendo se matar logo de cara.

    E concordo com a Jussara. O filme é de embrulhar o estômago. Sinceramente a história da Sera, individualmente, me causou mais angústia que a do Ben, ele já tinha decidido morrer e ela foi mesmo um anjo ferido, muiiiito ferido, que só desejava o amor dele é fazer por ele tudo. Triste.
    Pra piorar minha sessão de domingo eu tinha acabado de assistir Vanila Sky (outro pesadíssimo) quando resolvi assiste o filmes pra dar uma leveza. Kkkk. Que bad

  12. Perdem os inúmeros erros de pontuação e ortografia no meu comentário anterior. É madruda e eu acabei de assistir esse “tapa na cara”.

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