2.0 out of 5.0 stars
Anotação em 2006, com complemento em 2008: A história de um casal – comum, banal, sem absolutamente nada de especial, tanto o casal quanto a sua história.
Giles (Stéphane Freiss) e Marion (Valeria Bruni-Tedeschi) se conhecem, se amam, se casam, vem a fase dos problemas, se separam e depois de se separar vão para um hotel dar uma última trepada – o que talvez seja a única coisa que os diferencia de bilhões de outros casais.
Só que a história, em cinco atos, é contada de trás pra diante. O espectador não sabe por quê, mas ele vê a história nesta ordem: a separação no cartório e a última trepada, a fase dos problemas, o casamento, como eles se conheceram.
Será que François Ozon, esse cineasta tão jovem (é de 1967) e capaz de filmes tão tristes, desesperançados, resolveu contar a história de trás para a frente porque, contada na ordem cronológica, a banalidade ficaria ainda mais gritante?
O fato é que este é daquele tipo de filme bem feito, bem interpretado (Valeria Bruni-Tedeschi ganhou o prêmio de melhor atriz em Veneza), bem dirigido, mas ao fim do qual a gente se pergunta: e daí? Por que foi exatamente que fizeram isso?
Na filmografia de Ozon, ele veio depois de três bons filmes: Sob a Areia/Sous le Sable, de 2000, sobre uma mulher que se recusa a enfrentar a perda do marido, 8 Mulheres/8 Femmes, de 2002, uma comédia musical triste, exercício de estilo reunindo oito atrizes de três gerações diferentes do cinema francês, e Swimming Pool, de 2003, sobre escritora madura que passa por uma temporada de inveja de uma bela jovem. Depois deste filme aqui ele faria, em 2005, O Tempo que Resta/Le Temps qui Reste, sobre um fotógrafo de grande sucesso e extremamente jovem que recebe o diagnóstico de câncer terminal. Sujeito angustiado, esse Ozon.
Amor em Cinco Tempos/5 x 2
De François Ozon, França, 2004.
Com Valeria Bruni-Tedeschi, Stéphane Freiss
Roteiro François Ozon e Emmanuèle Bernheim
Produção Canal +
Cor, 90 min.
Esse filme é bem isso mesmo que vc falou, qdo termina a gente se pergunta: e daí? Que raiva que me dá qdo vejo que perdi meu tempo vendo filmes assim. Por isso às vezes fico com preguiça do cinema francês. E a mania de querer ser realista e se contrapor ao cinema americano enche o saco: pouca maquiagem, pessoas descabelas e mal ajambradas, apartamentos com aspecto sujo. Pra ver “a vida como ela é” eu vejo no dia-a-dia; no cinema eu quero ver coisas bonitas.