Dança Comigo? / Shall We Dansu?


[Rating:3]

Anotação em 1999, com complemento em 2008: Bonito, sensível, inteligente. Tem a doçura suave e a sabedoria oriental dos primeiros filmes do Ang Lee, misturadas à plasticidade do Baile do Ettore Scola. E, como o chinês Ang Lee, esse diretor japonês sabe contar uma história sobre personagens orientais que nós, ocidentais, somos capazes de entender; ele vai pelo universal, e não pelo específico daquela cultura que a gente não consegue captar – embora esteja o tempo todo, é claro, falando daquela cultura. Continue lendo “Dança Comigo? / Shall We Dansu?”

O Apóstolo / The Apostle


[Rating:3]

Anotação em 1999: Um filme, percebe-se facilmente, feito com paixão. Imagino que Robert Duvall considere este o trabalho de sua vida. Seu personagem é um pastor evangélico que se considera chamado por Deus desde quando, aos 12 anos, ficou muito doente e quase morreu; é um servo de Deus abnegado, absolutamente apaixonado pelo que faz – mas é também um homem, e um homem que não sabe enfrentar, seguindo os preceitos que ele próprio ensina, a infidelidade da mulher e a decisão dela de abandoná-lo (embora ele próprio se confesse um mulherengo, um womanizer). Continue lendo “O Apóstolo / The Apostle”

Viva Maria


3.0 out of 5.0 stars

Anotação em 1998, com complemento em 2008: O pessoal papo-cabeça que não perde um filme iraniano na Mostra de Cinema de São Paulo não gosta muito desse tipo de coisa, mas a verdade é que uma das muitas artes do cinema é divertir. Continue lendo “Viva Maria”

Voando para Casa / Fly Away Home


3.0 out of 5.0 stars

Resenha para a revista Barbara em 1998: Voando para Casa é daqueles filmes para se ver com a família toda – embora, é claro, seja bom de ver também se se está sozinho. Tipo Corcel Negro. Como aquele, este aqui conta a história da amizade entre um adolescente e animais – não por acaso os dois são do mesmo diretor, Carroll Ballard. Continue lendo “Voando para Casa / Fly Away Home”

Violento e Profano / Nil by Mouth


3.0 out of 5.0 stars

Anotação em 1998: Gary Oldman é um ótimo ator, mas chegado a um exagero. Não poderia haver melhor ator para fazer o Drácula de Coppola, todo over, todo barroco, todo operístico. Só ele poderia fazer tão bem como fez o tira corrupto de Romeo Is Bleeding – e o espectador não perceber que é ele na primeira tomada, tão diferente sua cara fica do que se segue, ou, no caso, o que veio antes. É um ator de mil caras – o contrário de um Robin Williams ou um Jack Nicholson, que são sempre eles mesmos. Continue lendo “Violento e Profano / Nil by Mouth”

O Preço de um Prazer / Love with the Proper Stranger


3.0 out of 5.0 stars

Anotação em 1998: Quase na metade deste filme de belíssima fotografia em preto-e-branco, há uma cena em que Natalie Wood, lindíssima e no esplendor da juventude, e Steve McQueen, feio, charmoso e no esplendor da juventude, estão juntos numa rua de Nova York somando o dinheiro que têm para dar para fazer um aborto. Continue lendo “O Preço de um Prazer / Love with the Proper Stranger”

Metido em Encrencas / Biloxi Blues


3.0 out of 5.0 stars

Anotação em 1998: Delícia de filme, que eu nunca tinha visto. É uma espécie assim de Nascido para Matar – o treinamento de recrutas, a iniciação na vida brutal do exército – sem a violência, a virulência e a seriedade do Kubrick, e, ao contrário, com grande dose de humor (típico dos judeus nova-iorquinos), simpatia pelos personagens, um pouco de sentimentalismo e muita sensibilidade. Continue lendo “Metido em Encrencas / Biloxi Blues”

Um Gesto a Mais / A Further Gesture


3.0 out of 5.0 stars

Anotação em 1998: Gostei demais deste filme. Talvez por causa da surpresa completa – me foi enviado pela empresa de vídeo, e eu não tinha qualquer tipo de referência, peguei pra ver entre vários filmes que estão sendo lançados em vídeo nos próximos meses, e fiquei assustado com o lead brilhante. Talvez, e em boa parte por causa da Irlanda, esse país extremamente fascinante. Continue lendo “Um Gesto a Mais / A Further Gesture”

O Segredo / The Chamber


3.0 out of 5.0 stars

Resenha para a Agência Estado, em 1997: Há muitos elementos coincidentes em O Segredo/The Chamber e Fantasmas do Passado/Ghosts of Mississippi, e o fato de que os dois são excelentes filmes é apenas o primeiro deles. Os dois são obras de bons cineastas nascidos em Nova York, ambos autores de filmes de idéias humanistas, progressistas, liberais (no sentido político e comportamental do termo, não no econômico). Continue lendo “O Segredo / The Chamber”

Um Dia Para Relembrar / Two Bits


3.0 out of 5.0 stars

Anotação em 1997: Um filme sensível, bonito, simples, despretensioso. Capricha demais na direção de arte, na cenografia, na reconstituição de época – a ação se passa na Filadélfia, em 1933, na profundeza da Grande Depressão. Os atores estão todos estupidamente bem, até os pontas, os figurantes. Continue lendo “Um Dia Para Relembrar / Two Bits”