Festa de Casamento / The Wedding Party


2.0 out of 5.0 stars

Anotação em 1997: Os guias americanos metem o pau neste filme da pré-história de Brian De Palma. Leonard Maltin, por exemplo, diz que o filme é palavroso, piegas, chato, e só tem interesse pela participação de Brian De Palma, e o surgimento, nos créditos, de Jill Clayburgh e De Niro (que aparece como “DeNero”). Continue lendo “Festa de Casamento / The Wedding Party”

Feriados em Família / Home for the Holidays


3.0 out of 5.0 stars

Anotação em 1997:  Segundo filme dirigido pelo geninho precoce Jodie Foster, e o primeiro em que ela não atua como atriz. (O anterior foi Mentes Que Brilham/Little Man Tate, de 1991, sobre garoto superdotado.) Tem talento inegável, a moça. Dirige bem os atores; tem ritmo; sabe compor personagens, tem jeito para a narrativa, tem facilidade em fazer graça. Continue lendo “Feriados em Família / Home for the Holidays”

Fantasmas do Passado / Ghosts of Mississippi


3.5 out of 5.0 stars

Anotação em 1997: Um grande filme. Um grande filme. Desde a apresentação: uma bela voz de negra canta uma bela música, enquanto surge um desenho de um navio negreiro, e depois uma série de filmes de cinejornais, pequenos trechos documentando dois fenômenos ao mesmo templo: negros sendo espancados por policiais e negros participando cada vez mais na vida americana, nos esportes, nas artes, na educação, nas forças armadas. Só a apresentação já é de arrepiar. Continue lendo “Fantasmas do Passado / Ghosts of Mississippi”

Esqueça Paris / Forget Paris


[Rating:3]

Anotação em 1997: Uma bela comédia romântica – uma comédia romântica que é cômica, é romântica, e é inteligente, extremamente inteligente. Billy Crystal bebe descaradamente em Harry e Sally – Feitos um para o Outro/When Harry Met Sally…, de Rob Reiner, em que ele trabalhou ao lado da gracinha de Meg Ryan e que por sua vez bebia descaradamente em Woody Allen. Continue lendo “Esqueça Paris / Forget Paris”

Entre o Inferno e o Profundo Mar Azul / Between the Devil and the Deep Blue Sea


[Rating:2.5]

Anotação em 1997: O filme é sensível, sobre o encontro de um homem infeliz, inteiramente perdido na vida, com uma garotinha pobre, mendiga, criada no lumpen, e no entanto cheia de força, fé e esperança. Ele é um marinheiro, num navio que chega a Hong Kong; ela se oferece para trabalhar em navios em troca de dinheiro e comida. Continue lendo “Entre o Inferno e o Profundo Mar Azul / Between the Devil and the Deep Blue Sea”

O Diabo Veste Azul / Devil in a Blue Dress


[Rating:3]

Anotação em 1997: Um bom film noir, com todo o clima dos romances de Dashiell Hammett e Raymond Chandler, alguns filmes de Howard Hawks, ou que Welles procurou em A Marca da Maldade, e Polanski recriou com brilho em Chinatown. Aliás, como em Chinatown, a ação se passa em Los Angeles, basicamente nos guetos e bairros só negros da Los Angeles de 1948. Continue lendo “O Diabo Veste Azul / Devil in a Blue Dress”

De Bem com a Vida / Unhook the Stars


[Rating:3]

Resenha para a Agência Estado, em 1997: O pai, John Cassavetes, foi o primeiro grande diretor americano a fazer filmes longe do esquema dos grandes estúdios no final dos anos 50. Foi endeusado pela crítica, especialmente a européia – embora, para o grande público, seja mais lembrado pelo principal papel masculino de O Bebê de Rosemary, de Roman Polanski. O cinema americano deve cada vez mais aos diretores que seguiram os passos de John Cassavetes e fazem filmes independentes. Continue lendo “De Bem com a Vida / Unhook the Stars”

O Coração da Justiça / The Heart of Justice


[Rating:2.5]

Anotação em 1997: Foi feito para a TV, leva a marca Turner e é uma produção da Amblin Television (é bom lembrar que o Bruno Barreto é casado com a Amy Irving, ex-sra. Spielberg). Leonard Maltin diz no seu guia que é acima da média das produções para a TV. Foi o último filme de Vincent Price, e esse ator Keith Reddin, de quem nunca tinha ouvido falar, é o autor do roteiro para uma série da televisão americana chamada Screenworks. Continue lendo “O Coração da Justiça / The Heart of Justice”

Colcha de Retalhos / How To Make An American Quilt


[Rating:3]

Anotação em 1997: Um belo filme, nessa bem-vinda tradição dos filmes de alma feminina e olhar feminino do mundo, tipo Tomara que Seja Mulher, do Monicelli, da Excêntrica Família de Antônia, e, nos Estados Unidos, de Tomates Verdes Fritos, Spitfire Grill e O Clube da Felicidade e da Sorte. No elenco, cheio de grandes atrizes hoje entre os 50 e 60 anos, assim como na história, os homens são coadjuvantes; a diretora, as produtoras, a autora do livro e a roteirista são mulheres. Continue lendo “Colcha de Retalhos / How To Make An American Quilt”

Coisas Para Você Fazer em Denver Quando Está Morto / Things to do in Denver When You’re Dead


[Rating:2.5]

Anotação em 1997: Um filme feito com inegável talento. O diretor deve ser novo; não consta do Cinemania 95. (O diretor Gary Fleder nasceu em 1965; estava, portanto, com 30 anos quando fez este filme, seu primeiro longa-metragem.) Lá pelo meio, achei que poderia ser um grande filme. Não chega a tanto; enrola-se um pouco na história e no excesso de violência. Continue lendo “Coisas Para Você Fazer em Denver Quando Está Morto / Things to do in Denver When You’re Dead”

Ciladas da Sorte / Albino Alligator


[Rating:3]

Anotação em 1997: Um bom filme sobre violência que é violento mas é contra a violência, não bebe nela nem a alimenta. Ao contrário: a denuncia. O roteiro e a câmara – ao contrário do que normalmente se faz nesse tipo de filme no cinema americano – preservam o espectador dos detalhes mais sórdidos, mais chocantes. Em geral, a regra é mostrar em detalhe, se possível em câmara lenta e close up. Assim é o jogo. Peckinpah estabeleceu parte das regras; a onda veio crescente e firme nesse sentido. Continue lendo “Ciladas da Sorte / Albino Alligator”

Caro Diário / Caro Diario


[Rating:1.5]

Anotação em 1997: Nanni Moretti ganhou o prêmio de melhor direção em Cannes 1994 por este filme. Bem, o filme, que me tinha sido tão especialmente recomendado, bem o filme, não sei, não. É uma coisa minimalista. Mínimo de história, mínimo de situações, mínimo de piadas, mínimo de gente envolvida – Moretti escreveu, atuou, dirigiu. Em minimalismo, prefiro o Jarmusch de Downbylaw. Continue lendo “Caro Diário / Caro Diario”

Caindo no Ridículo / Ridicule


[Rating:4]

Anotação em 1997: Uma bela e total surpresa. É um drama, e denso, bastante denso, sério, inteligente, sensível. Acho que a melhor forma de fazer uma resenha seria dizer que é um filme sobre como manter os princípios morais em uma sociedade em que é difícil manter os princípios morais, e em que para se conseguir realizar o bem que se pretende é preciso fingir que se está abrindo mão dos próprios princípios que se quer manter. Continue lendo “Caindo no Ridículo / Ridicule”

As Bruxas de Salem / The Crucible


[Rating:4]

Anotação em 1997: Estupendo filme. Como eu não conhecia o texto da peça – só sabia que tinha sido escrita como uma metáfora sobre o macarthismo -, foi uma surpresa total. Mas é um filme que tem que ser visto mais de uma vez. Desta primeira, a força do texto, e as óbvias referências ao macarthismo, atraíram boa parte da minha atenção. Mas o filme é todo extraordinário, não só pela beleza das palavras. Continue lendo “As Bruxas de Salem / The Crucible”