Talento é uma coisa absolutamente extraordinária, fora de jeito. O Invencível/Aparajito, o segundo filme de Satyajit Ray, teria tudo para ser bastante diferente do primeiro, A Canção da Estrada/Pather Panchali, apesar das características que os unem. Continue lendo “O Invencível / Aparajito”
A Canção da Estrada / Pather Panchali
A Canção da Estrada é uma beleza, um grande filme. Um retrato impressionante, emocionante, sobre a vida duríssima, miserável, triste, de uma família no interiorzão da Bengala Ocidental, nos anos 1920, quando todo o Subcontinente Indiano era possessão britânica. Um filmaço – mas é muito mais que isso. Continue lendo “A Canção da Estrada / Pather Panchali”
A Rua da Vergonha / Akasen chitai
Em seu 99º filme, aquele que viria a ser o último, lançado no Japão em março de 1956, poucos meses antes de sua morte, em agosto, aos 58 anos, Kenji Mizoguchi fala dos mesmos temas que abordou em muitas de suas obras: as condições de vida da mulher na sociedade japonesa, as emoções femininas, as imensas diferenças entre uma mulher e outra. E. mais especificamente, a prostituição, o dia-a-dia das prostitutas. Continue lendo “A Rua da Vergonha / Akasen chitai”
Mulheres da Noite / Yoru no onnatachi
Kenji Mizoguchi abre seu filme Mulheres da Noite com uma magistral, impressionante tomada panorâmica de um trecho de Osaka. Enquanto vão rolando os créditos iniciais, a câmara vai fazendo um suave movimento para a esquerda, e então vamos vendo, ao longo de quase 360 graus, um panorama geral de uma das duas maiores metrópoles do Japão, naquele ano de 1948, o ano de lançamento do filme – menos de 3 anos apenas após a rendição do império que selou o fim definitivo da Segunda Guerra Mundial. Continue lendo “Mulheres da Noite / Yoru no onnatachi”
Cafarnaum / Capernaum / Capharnaüm
Para quem viu Caramelo, que Nadine Labaki lançou em 2007, Cafarnaum é um choque. Um choque forte. Nada a ver com qualidade, com o fato de um ser ruim e o outro bom, de forma alguma. Caramelo é um belíssimo filme, Cafarnaum é uma maravilha, uma obra-prima. Continue lendo “Cafarnaum / Capernaum / Capharnaüm”
O Insulto / L’Insulte / The Insult
O Insulto é um filmaço, uma obra-prima, uma coisa absolutamente extraordinária. Parte de um incidente pequenino, um desentendimento meio bobo, para fazer um amplo afresco sobre o Líbano de hoje, o país que já foi tido como a Suíça do Oriente Médio, e tem passado nas últimas décadas por guerra civil, invasões, ocupações, bombardeios, e permanece dividido por grupos políticos e religiosos que se odeiam profundamente. Continue lendo “O Insulto / L’Insulte / The Insult”
Sour Apples / Ekşi Elmalar
Este Ekşi Elmalar, em inglês Sour Apples, maçãs azedas, produção turca de 2016, é um filme visualmente belo. A fotografia é esmerada, as paisagens são esplêndidas, as mulheres são bonitas e vestem-se com roupas coloridérrimas. Há tomadas aéreas extasiantes. Continue lendo “Sour Apples / Ekşi Elmalar”
O Violinista / The Violin Player
O Violonista/The Violin Player, produção indiana de 2016, tem apenas 72 minutos, de 10 a 20 minutos menos que a imensa maioria dos longa-metragens de hoje em dia, e essa característica tem grande importância. No entanto, as primeiras sequências do filme são longas, bem longas – e nelas acontecem poucas coisas. Nada, ou quase nada de importante, na verdade. Continue lendo “O Violinista / The Violin Player”
Ralé / Donzoko
Em Ralé, seu filme de 1957, Akira Kurosawa demonstra cabalmente que, de fato, é o William Shakespeare do cinema. Continue lendo “Ralé / Donzoko”
Dégradé
Tudo em Dégradé é extraordinário, admirável, desde a idéia inicial até os detalhes da realização. Extraordinário, admirável – e também chocante, apavorante, lancinante. Corta a pele do espectador feito peixeira de baiano. Corta e remexe a ferida, e vai enfiando mais para o fundo. Continue lendo “Dégradé”
A Criada / Ah-ga-ssi
A Criada, produção sul-coreana de 2016, é estupidamente bem realizado, em todos os quesitos, das interpretações magníficas ao visual primoroso, requintado, da direção de arte à bela trilha sonora. Continue lendo “A Criada / Ah-ga-ssi”
O Apartamento / Forushande
O Apartamento, de 2016, veio para reafirmar uma vez mais: o realizador iraniano Asghar Farhadi é um fenômeno, um talento extraordinário. Continue lendo “O Apartamento / Forushande”
O Presidente / President
O Presidente é um filme forte, poderoso, fascinante, muitas vezes descaradamente assustador. Continue lendo “O Presidente / President”
O Congresso Futurista / The Congress
É forçoso admitir: O Congresso Futurista, no original só The Congress, é um filme peculiar. Original, sem paralelo. E profundamente inquietante, perturbador. Continue lendo “O Congresso Futurista / The Congress”
Creepy / Kurîpî: Itsuwari no rinjin
Creepy, policial de 2016 dirigido por Kiyoshi Kurosawa, começa muito bem, com uma belíssima abertura. Segue bem, com um clima denso de mistério bem realçado pela trilha sonora impressionante. Mas, depois da metade de seus longos 130 minutos, se perde feio numa trama inexplicável e inexplicavelmente cheia de furos. Continue lendo “Creepy / Kurîpî: Itsuwari no rinjin”