Cafarnaum / Capernaum / Capharnaüm

Nota: ★★★★

Para quem viu Caramelo, que Nadine Labaki lançou em 2007, Cafarnaum é um choque. Um choque forte. Nada a ver com qualidade, com o fato de um ser ruim e o outro bom, de forma alguma. Caramelo é um belíssimo filme, Cafarnaum é uma maravilha, uma obra-prima.

O choque é porque Caramelo era doce, suave, terno, discreto. Delicadíssimo, como escrevi logo após vê-lo; sensível, cheio de pequenos detalhes encantadores – mesmo falando de um país e uma cidade sempre em crise, cheios de problemas, assolados por guerras, numa das regiões mais turbulentas do planeta, se não a mais turbulenta de todas.

Caramelo mostrava uma face até mesmo privilegiada do Líbano e especificamente de Beirute – e, afinal, o Líbano e Beirute sempre foram uma espécie de oásis ali no meio do Oriente Médio. Dizia-se, até os anos 60, que o país era a Suíça do Oriente Médio, que Beirute era a Paris da região, uma cidade cosmopolita, ocidentalizada, com belíssimos prédios. E Caramelo mostrava muito disso. É um filme sobre mulheres da classe média, que não passam por grandes privações, que gozam de todos os confortos básicos.

Caramelo retrata momentos do cotidiano de seis mulheres na Beirute de hoje, seus pequenos dramas, suas pequenas alegrias, frustrações, esperanças, sua sensualidade, e a maneira como cada uma delas lida com sexo. Não há nada de especial, diferente, único, inusitado nas vidas delas, nem na trama do filme. É vida comum de gente como a gente.

Claro, é um dia-a-dia muito diferente do nosso, dos países não muçulmanos todos. Mesmo em Beirute, a Paris do Oriente Médio, questões que para nós são antigas, bobagens já resolvidas, preconceitos dinossáuricos que já foram extintos, como a mulher ter que casar virgem, ainda afligem as pessoas, e até cortar os longos cabelos é um gesto importante de rebeldia e libertação.

Pixote fica parecendo um filme leve da Disney

Cafarnaum, que Nadine Labaki dirigiu 11 anos depois depois de Caramelo, com base em roteiro original dela com dois colaboradores, Jihad Hojeily e Michelle Keserwany, é completamente, brutalmente diferente. Cafarnaum não tem doçura, suavidade, delicadeza. É um daqueles filmes duros, densos, tensos, que parecem enfiar uma faca no peito do espectador, e aí ficam virando e revirando a faca, para aumentar a ferida e a dor.

Cafarnaum se passa na mesma Beirute, só que nas área miseráveis, absolutamente miseráveis da cidade – hoje, pelo que o filme mostra, e pelo que também se vê em outra obra-prima recente que veio do Líbano, O Insulto, uma cidade inchada não apenas com o crescimento explosivo da população pobre mas também por receber levas de refugiados de países ainda mais sofridos, ainda mais conturbados, ainda mais conflagrados, como a Etiópia e a Síria.

Cafarnaum é uma obra-prima, um filmaço – mas é difícil de se ver, porque não é nada fácil, absolutamente, ter uma faca enfiada no seu peito sendo revirada, revirada, revirada.

No meio do filme, dei uma pausa para pegar alguma coisa. Na verdade, para respirar um pouco. E aí me ocorreu que, comparado a Cafarnaum, o chocante e belo Pixote de Hector Babenco parece uma diversão da Disney.

O garoto processa os pais por o trazerem ao mundo

Zain, o pixote que é o protagonista da história, jamais teve uma certidão de nascimento, um documento de identidade. Nem ele, o mais velho, nem a penca de irmãos e irmãs que veio depois dele. Há tantos irmãos que me peguei preocupado por não conseguir contar quantos são – mas, num diálogo lá pelo meio do filme, perguntado sobre quantos irmãos tem, o próprio Zain diz que não sabe – “são muitos”.

Zain é interpretado por um garoto que tem o mesmo prenome, Zain Al Rafeea. Um garoto extraordinário, que, seguramente com a ajuda, a direção de Nadine Labaki, conseguiu ter uma atuação impressionante, memorável. Nasceu na Síria em 2004 – estava, portanto, com 14 anos quando Cafarnaum foi lançado. Mas ele é pequeno, mignon, e a rigor aparenta ter menos do que os 12 que o médico da polícia (interpretado por Alexandre Youakim) diz que Zain, o personagem, deve ter, após examiná-lo e constatar que não tem mais nenhum dente de leite.

Os pais de Zain se chamam Selim e Souad (interpretados, respectivamente, por Fadi Yousef e Kawsar Al Haddad, na foto abaixo), e seus nomes serão quase tudo que ficaremos sabendo deles, além de que são libaneses, são miseráveis, sempre foram, a vida inteira, e têm filhos sem parar, um atrás do outro. Em que tipo de coisa tentam trabalhar, que tipo de bico fazem aqui e ali para ganhar algum dinheiro, nada desse tipo de coisa é informado ao espectador. Não precisa. Mostra-se apenas que Souad, a mãe, dá um jeito inventivo de fazer entrar num presídio onde está um parente uma quantidade de droga.

Apesar de ter apenas 12 anos, segundo calcula o médico da polícia, Zain é preso e condenado a 5 anos de prisão por ter agredido e ferido gravamente com um facão um sujeito, vizinho dele na comunidade miserável em que a família vive. E, bem no início da narrativa, é levado à presença de um juiz para uma audiência pedida por ele mesmo, através de uma advogada jovem, chamada Nadine (o papel da própria diretora e co-autora do argumento e do roteiro Nadine Labaki, na foto acima).

Seus pais estão presentes também, acompanhados por um advogado. São os acusados na ação judicial.

Tanto o juiz (interpretado por Elias Khoury, ele mesmo um juiz aposentado) quanto os advogados estão usando togas – os advogados, togas negras; o juiz, uma imponente toga vermelha). É um tribunal muito formal – e, numa rápida tomada anterior, aparecem diversos repórteres de rádio e TV diante do tribunal. Aquele é um caso de interesse dos meios de comunicação.

O juiz pergunta a Souad, a mãe, se ela sabe por que está ali. – “Sabemos que ele está preso, mas não sabemos por que ele nos arrastou até aqui.” Selim, o pai, que não havia sido perguntado pelo juiz, fala assim mesmo: – “Somos uns pobres-coitados, todo mundo nos processa.”

O juiz pergunta a Souad se ela sabe por que o filho foi condenado. – “Ele fez uma criancice e foi preso”, ela diz. O juiz eleva um pouco o tom de voz: – “Criancice? Ele foi condenado a 5 anos de prisão. Ele cometeu um crime.”

Para Zain, o juiz pergunta: – “Quantos anos você tem?” O garoto responde de primeira: – “Eu não sei. Pegunte a eles”, diz, apontando com o queixo o seu lado direito, onde estão os pais.

Nadine, a jovem e bela advogada do garoto, toma a palavra, explica que Zain não tem certidão de nascimento, nunca foi registrada perante o Estado, e os pais não sabem precisar a data em que nasceu, por isso ele foi examinado por um legista – e entrega ao juiz o laudo do médico.

O juiz pergunta a Zain se ele sabe por que está preso.

Zain: – “Porque eu esfaqueei um filho da mãe.”

O juiz: – “Você esfaqueou alguém?”

Zain: – “Sim, um filho da mãe.”

O juiz: – “Você sabe porque está aqui?”

Zain: – “Sim. Eu quero processar meus pais.”

O juiz: – “Por que você quer processar seus pais?”

Zain: – “Por me trazerem ao mundo.”

O filme está com 7 dos seus 126 minutos. É óbvio que virá um flashback, para mostrar o que aconteceu, como era a vida de Zain, quem era o filho da mãe que ele esfaqueou, por que ele o esfaqueou. Para mostrar por que ele está processando os pais por o trazerem ao mundo.

O filme foge da ordem cronológica – mas com maestria

Vem o flashback, é claro.

A ação voltará ao tempo presente, ao momento da audiência perante o juiz, e depois voltará ao passado novamente. Voltará a mais de um momento do passado.

O excelente roteiro criado por Nadine Labaki, Jihad Hojeily e Michelle Keserwany, com mais a colaboração de Georges Khabbaz e Khaled Mouzanar, vai e vem no tempo. Foge, e foge bastante, da narrativa rigorosamente cronológica.

Só para dar um exemplo: a primeira tomada é o médico legista examinando Zain, abrindo a boca dele.

A segunda sequência é de um grupo de mulheres sendo chamadas uma a uma por alguma autoridade, o espectador ainda não sabe muito bem qual – se a polícia, se alguém de um serviço social. A última mulher a ser chamada é uma refugiada da Etiópia, refugiada ilegal, sem papéis, sem documentos. Veremos que ela se chama Rahil (o papel de Yordanos Shiferaw), e terá importância muito grande na história.

Depois dessas duas rápidas sequências, há uma terceira, mais longa, em que a câmara está muito provavelmente em um drone, voltada diretamente para baixo. É um absoluto plongée, semelhante àquele com Robert Wise abriu West Side Story (1961) com uma câmara colocada provavelmente em um helicóptero que sobrevoava a ilha de Manhattan – e semelhante a muitos plongées totais que têm sido usado em filmes e séries.

Vemos as vielas daquela periferia miserável de Beirute lá embaixo. Corta; a câmara, agora no chão, passa a mostrar aquelas vielas – um bando de crianças corre e brinca com armas feitas de pedaços de madeira, uns perseguindo os outros como se fossem policiais e ladrões, militares e rebeldes, militares e terroristas. Os créditos iniciais vão rolando a partir daí.

De repente corta, há uma tomada geral, aérea, daquela imensa periferia, aquele favelão do tamanho de uma Rocinha. É o fim dos créditos iniciais, com o título do filme em letras grandes, em maiúsculas: CAPERNAUM.

E em seguida começa a sequência de Zain sendo levado para a audiência com o juiz e os pais que ele está processando porque o trouxeram ao mundo.

Tenho uma certa implicância com os roteiros que usam e abusam da coisa de ir e voltar no tempo, ir e voltar, feito bola de pingue-pongue. Me senti reconfortado ao ver que Roger Ebert, o grande crítico, também implica com isso.

Por que não se contar a história da forma como ela aconteceu, em ordem cronológica, meu Deus do céu? Primeiro o transantontem, depois o anteontem, depois o ontem, depois o hoje.

Mas há formas e formas de se fugir ao rigor da ordem cronológica. Há histórias que de fato ficam melhores se contadas como alguma ida e vinda no tempo. É verdade que é preciso saber usar a fuga da cronologia.

Nadine Labaki e seus colaboradores souberam. É perfeita a forma com que o roteiro soube fugir da ordem cronológica – não para confundir o espectador, não para tornar a narrativa mais torta, como acontece muitas vezes, mas apenas para contar de uma forma mais interessante, mais impactante, a história.

Paternidade irresponsável é crime hediondo

Muitos anos atrás, escrevi que a natureza, a biologia, ou então Deus, quem quer que tenha criado o mundo e os homens da forma como eles são, cometeu um erro absurdo, imperdoável: ser pai, ser mãe, jamais poderia ser uma coisa automática, que acontece com qualquer um, mesmo quando o qualquer um nem quer.

Para poder ser pai, ser mãe, as pessoas deveriam se submeter a pesado processo seletivo, com muitas provas rigorosas, exigentes.

Ser pai, ser mãe sem estar absolutamente bem preparado para a barra pesada é crime grave, hediondo.

Paternidade irresponsável é um dos crimes mais hediondos que há.

É uma das minhas crenças mais profundas.

Um dos maiores dramas da humanidade é a multiplicação descontrolada, maluca, criminosa de pais e mães que não estão preparados para ter filhos – e botam no mundo pessoas sem afeto, sem carinho, e sem as condições mínimas de ter uma vida digna, de ter satisfeitas ao menos as necessidades básicas.

Todo governo deveria ter uma política efetiva de controle da natalidade. Não à moda da China Comunista – não precisa ser uma coisa ditadorial. Mas uma política séria, efetiva, de muita educação, muita informação sobre todas as formas de evitar a gravidez;

Este filme doloroso, pesado, tristíssimo, para mim vem reafirmar a tese que criei faz décadas.

“Estamos nos matando entre nós mesmos”

A passagem do doce, suave, terno, discreto, sensível, delicadíssimo Caramelo de 2007 para este duríssimo, violento, virulento, chocante Cafarnaum de 2018 não foi assim direta, como talvez o início deste texto tenha indicado.

Entre Caramelo e Cafarnaum houve E Agora, Aonde Vamos?, de 2011. E este já era um filme bem mais duro, mais pesado, que Caramelo.

Nadine Labaki nasceu em Beirute, em 1974 – apenas um ano antes da minha filha! Começou a carreira bem cedo, dirigindo clips musicais no Líbano. Estudou cinema na Universidade de São José, em Beirute; trabalhou como atriz em três curta-metragens e em um longa, antes de fazer Caramelo.

E Agora, Aonde Vamos? é completamente diferente do filme de estréia da autora e realizadora. A ação se passa num pequeno vilarejo do interior, distante do resto do Líbano, do mundo. Vai fundo, bem fundo, muito fundo na questão da sociedade dividida entre cristãos e muçulmanos, num país que volta e meia tem lutas fratricidas, guerras civis. Evita sutilezas. É forte, duro, escancarado, exagerado como um elefante numa loja de cristais. É um espetáculo dramático mas feérico, que passa a mil anos-luz do realismo, do naturalismo. Aproxima-se mais de um realismo fantástico, ou simplesmente um surrealismo, uma fantasia.

Na época do lançamento de Caramelo, a realizadora disse o seguinte: “Estamos absorvidos por uma cultura absurda. Já não entendemos nada. Nem sequer conseguimos nos unir para parar e meditar sobre uma solução. Estamos nos matando entre nós mesmos. O caos e a contradição que existem no Líbano se refletem em nosso caráter. Somos um povo contraditório, entre dois mundos, desgarrado. Nota-se isso geograficamente. Não sou fatalista, mas vivo uma dura relação de amor e ódio com a minha pátria, entre a ternura por uma gente que quer sobreviver e a raiva pelo que ocorre. Não aceito a situação, mas… Veja, terminamos de rodar o filme (em 2007) e três dias depois começou outra guerra. Tínhamos filmado num ambiente de esperança de que as coisas melhorassem, e chegou a desilusão. Fiquei no Líbano, me senti inútil e com um pouco de culpa por ter feito um filme que não falava da guerra, e sim de mulheres, de cor, de alento.”

Cerca de quatro anos depois, ao lançar E Agora, Aonde Vamos?, ela explicou: “A idéia desse filme surgiu a partir de uma explosão de violência no centro de Beirute, no dia 7 de maio de 2008. Eu tinha acabado de saber que estava grávida, e me perguntei até onde iria para proteger meu filho. E eu sei que iria muito longe. (…) Sabemos que qualquer coisa é capaz de fazer explodir esses conflitos religiosos. O filme exprime isso que muita gente sente no Líbano, de pertencer a uma religião mais do que a um país.”

Cafarnaum: Depósito de coisas velhas. Confusão, miscelânea.

Nas entrevistas que deu para divulgar seu filme mais recente, Nadine Labaki admitiu que a obra trata de temas demais, uma profusão de assuntos: “O filme fala dos imigrantes clandestinos, da infância maltratada, dos trabalhadores imigrantes, a noção das fronteiras, o absurdo que são as fronteiras, a necessidade de ter um papel para provar nossa existência, o racismo, o medo do outro, a impossibilidade de uma convenção sobre os direitos das crianças…”

Ela contou que passou três anos fazendo pesquisa, visitando as comunidades mais carentes, as prisões, centros de detenção para menores, ouvindo as pessoas, seus testemunhos. Quando começou a se organizar para escrever a história, o roteiro, recebeu do marido, o músico Khaled Mouzanar, autor das belas trilhas sonoras de seus três longas, uma sugestão: que pusesse no centro da sala da casa deles um grande quadro branco onde fosse anotando os temas sobre os quais iria falar. Depois de algum tempo, ela disse ao marido: a verdade é que todos esses temas foram um cafarnaum! Esse filme vai ser um cafarnaum!”

Pois é: cafarnaum, substantivo masculino. Lugar em que se guardam muitos objetos, desordenadamente. Depósito de coisas velhas. Lugar de tumulto ou de desordem. Confusão, miscelânea.

Ainda segundo a própria Nadine Labaki, a grande maioria das pessoas contratadas como atores interpreta personagens muito parecidos com o que elas são na vida real. O menino Zain Al Rafeea, um refugiado da Síria, vivia numa comunidade miserável. Yordanos Shiferaw, exatamente como sua personagem Rahil, a refugiada etíope com quem Zain acaba vivendo, depois de fugir de casa, não tinha papéis, documentação.

Para compor Souad, a mãe de Zain, a realizadora se inspirou numa mulher que teve nada menos de 16 filhos, e vivia em condições muito semelhantes às da família no filme – um monte de pessoas dormindo num único cômodo, amontados uns aos outros. “Nesse elenco, em que mesmo o juiz era um juiz, eu era a única nota falsa no meio dos atores. Esta é a razão pela qual minha intervenção como atriz foi mínima.” De fato, a bela advogada Nadine aparece em não mais que umas cinco, seis tomadas.

Cafarnaum foi um absoluto sucesso de crítica. Assim como os dois filmes anteriores da realizadora, foi selecionado para a mostra competitiva do Festival de Cannes; depois da exibição, no dia 17 de maio de 2018, foi aplaudido de pé durante 15 minutos, e venceu o Prêmio do Júri. Também como seus dois filmes anteriores, Cafarnaum foi escolhido pelo Líbano para representar o país na corrida ao Oscar de Melhor Filme Estrangeiro. Ao contrário dos dois outros, conseguiu uma indicação ao prêmio – o que por si só já é uma bela conquista. Foi o segundo filme libanês a conseguir indicação ao Oscar, depois de O Insulto, do ano anterior, 2017.

O filme obteve também as indicações para o prêmio de Melhor Filme Estrangeiro no Globo de Ouro e no Bafta. Ao todo, foram 29 prêmios ao redor do mundo, fora 36 outras indicações.

Não é, como já foi dito, um filme fácil de se ver, que se vê com prazer, alegria – ao contrário de Caramelo. É duro, é doloroso demais. Mas é um filmaço, uma obra-prima.

Anotação em julho de 2019

Cafarnaum/ Capernaum/Capharnaüm

De Nadine Labaki, Líbano-França-EUA, 2018

Com Zain Al Rafeea (Zain)

e Yordanos Shiferaw (Rahil, a refugiada etíope), Boluwatife Treasure Bankole (Yonas, o bebê de Rahil), Kawsar Al Haddad (Souad, a mãe de Zain), Fadi Yousef (Selim, o pai de Zain), Haita ‘Cedra’ Izzam (Sahar, a irmã de Zain), Alaa Chouchnieh (Aspro, o homem do mercado), Nadine Labaki (Nadine, a advogada de Zain), Elias Khoury (o juiz), Nour El Husseini (Assaad, o comerciante que casa com Sahar), Joseph Jimbazian (o Homem-Barata), Samira Chalhoub (Daad), Farah Hasno (Maysoun, a garotinha síria), Joe Maalouf (o apresentador de TV), Alexandre Youakim (o médico)

Argumento e roteiro Nadine Labaki & Jihad Hojeily & Michelle Keserwany

Com a colaboração de Georges Khabbaz e Khaled Mouzanar

Fotografia Christopher Aoun

Música Khaled Mouzanar

Montagem Konstantin Bock e Laure Gardette

Casting Jennifer Haddad

Podução Mooz Films, Cedrus Invest Bank, Sunnyland Film, Doha Film Institute.

Cor, 126 min (2h06)

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