Quando Voam as Cegonhas, produção do Mosfilm de 1957, é uma daquelas obras importantes, marcos da História do cinema. Foi o primeiro filme soviético, em décadas, a ser aclamado, reverenciado no Ocidente; ganhou a Palma de Ouro do Festival de Cannes (o único filme russo de toda a História a conquistar esse feito), teve indicação ao Bafta, venceu vários outros prêmios. E, sobretudo, foi um imenso choque, um terremoto, um tsunami para as platéias e para o cinema da União Soviética, que haviam passado duas décadas paralisados pelo realismo socialista.
“A primeira indiscutível obra-prima do cinema pós-Stálin”, resumiu a estudiosa e pesquisadora Josephine Woll (1950-2008), autora, entre outros, do livro Real Images: Soviet Cinema and the Thaw.
“Numa exibição antes da estréia, The Cranes Are Flying de Mikhail Kalatozov produziu um êxtase coletivo entre os profissionais de cinema presentes – o grande diretor Mikhail Romm confessou que viu todo o filme em meio a lágrimas”, informa um maravilhoso texto de autoria de Chris Fujiwara para acompanhar a edição do DVD do filme na prestigiosíssima Criterion Collection, que só tem grandes obras. “Os espectadores de hoje podem ainda recapturar a sensação que The Cranes are Flying evocou entre aqueles que o viram quando era novo: a de um vento fresco varrendo por uma casa mofada.”
Uns poucos minutos de alegria – e todo o resto é dor
É, basicamente, uma história de amor.
Dois jovens – belos, simpáticos, cheios de vitalidade, vivendo o êxtase de um grande amor, um louco, arrebatador, maravilhoso amor. Ele se chama Boris (o papel de Aleksey Batalov), trabalha em uma fábrica, mora com o pai viúvo, a avó, a irmã e um primo. Ela é Veronika (Tatyana Samoylova, 23 aninhos no lançamento do filme, o segundo de sua carreira), filha única, com planos de entrar para a Faculdade de Arquitetura.
Dois jovens absolutamente apaixonados.
Depois que o filme terminou, fiquei pensando que Boris e Veronika são tão perdidamente apaixonados e felizes com o seu amor como o Tony e a Maria de West Side Story (1961), como Guy e Geneviève de Os Guarda-Chuvas do Amor (1964), como Oliver e Jenny em Love Story (1970), como Paulo e Maria Alice em Todas as Mulheres do Mundo (1967).
Quando Tony e Maria se vêem pela primeira, num salão de dança, no filme que Robert Wise fez quatro anos depois do lançamento de Quando Voam as Cegonhas, tudo em redor deles fica flu, vira pintura abstrata: só existem eles no mundo, e resto não se vê, o resto não importa.
Quando Voam as Cegonhas abre com uma longa, bela sequência em que Boris e Veronika caminham por ruas absolutamente desertas. É como se a cidade, Moscou, não tivesse mais ninguém além deles.
É a primeira das muitas belas sacadas visuais do diretor Mikhail Kalatozov e de seu diretor de fotografia, Sergey Urusevskiy: dois jovens namorados caminhando como se estivessem sozinhos no mundo. O espectador entenderá logo em seguida: é o comecinho do dia, já há luz solar na cidade ainda adormecida.
Mas acontece que o amor de Boris e Veronika floresce na véspera da invasão do território soviético pelas tropas nazistas – da mesma maneira que o amor de Guy e Geneviève é interrompido por causa da guerra da França na Argélia.
O amor primaveril dos dois belos jovens só dura uns poucos minutos, e logo há a despedida – Boris se alista e vai para o front.
Uns poucos minutos de amor primaveril – e todo o resto dos 95 minutos de belo cinema serão tomados por dor, drama, tristeza infinda.
Sequências de extraordinária beleza
O trabalho do diretor de fotografia Sergey Urusevskiy, o trabalho de movimentação da câmara, a tarefa insana de dirigir cenas de grandes multidões… Quando Voam as Cegonhas é uma absoluta maravilha nesses quesitos. É uma coisa admirável, impressionante, fora de jeito – um brilho, uma maravilha.
A longa sequência, ainda no início do filme, em que Veronika tenta encontrar Boris entre as dezenas de jovens alistados que se encaminham para se unir ao exército que vai enfrentar os nazistas, é um estupor, uma coisa de gênios.
É uma multidão compacta para se despedir dos homens que vão para a guerra. São milhares de extras reunidos ali pela produção – e a câmara se movimenta sobre eles, e entre eles, enquanto Veronika abre caminho para tentar enxergar o namorado que vai embora. Enquanto a câmara vai se movimentando – às vezes carregada na mão pelo cameraman, às vezes, creio, suspensa em uma grua, um guindaste –, ouvimos trechos das conversas dos familiares que se despedem dos rapazes.
É de tirar o fôlego, é de emocionar, é de deixar cinéfilo babando, querendo voltar e ver de novo. É um espetáculo incrível, absurdo.
E, quando a narrativa está quase para acabar, a Segunda Guerra Mundial já terminou e os soldados estão chegando às centenas de volta do front, o diretor Kalatozov e seu diretor de fotografia Urusevskiy repetem o feito. Lá está Veronika no meio de uma outra multidão, à espera de ver o seu Boris entre os soldados que chegam aclamados como heróis.
É de chorar.
A beleza visual do filme é uma coisa realmente extraordinária. Há momentos que são absolutamente antológicos. Além dessas duas sequências de Veronika no meio da multidão, na despedida dos soldados e depois na recepção dos que voltam, há diversas sequências impressionantemente belas, estupidamente bem realizadas.
Duas delas são especialmente belas – e especialmente duras. Acontecem bem no meio do filme. Uma é o momento em que Moscou está sendo bombardeada – e Mark (Aleksandr Shvorin), o primo de Boris, que sempre havia sido apaixonado por Veronika, está sozinho com ela na casa da família. As bombas fazem tremer as paredes, estourar os vidros das janelas, as cortinas se agitam com o vento que entra – a câmara se fixa no rosto belo, apavorado de Veronika, e ela parece desmaiar. Mark a pega nos braços e caminha pela casa pisando nos cacos de vidro…
… para, num corte rápido (os russos, afinal de contas, são os mestres da montagem, desde a segunda década do século XX), vermos botas de um soldado pisando num lamaçal, no front.
A outra sequência extraordinariamente bela é a do sonho de Boris, depois do momento em que parece que ele foi atingido por uma bala de um atirador distante – ele subindo correndo os lances de escada que levam ao apartamento de Veronika, véus brancos que se agitam e os dois jovens estão se casando.
Uau!
Mikhail Kalatozov definitivamente não estava seguindo os cânones do realismo socialista.
Nítido resultado dos novos ventos pós-Stálin
“Em 1932, na União Soviética, o Realismo Socialista tornou-se o estilo artístico oficial para todas as formas de expressão: a arte soviética deveria refletir os valores bolcheviques, ser inteligível, amada pelas massas e, retratando coragem e otimismo, ajudar na construção do socialismo.”
A definição está num interessante livro, … ismos – Para Entender o Cinema, de Ronald Bergan, lançado no Brasil pela Editora Globo. Ele prossegue:
“O Realismo Socialista, expressão atribuída a Stálin, encarnava a visão de futuro do líder. Cada recurso era usado para glorificar os ideais da revolução e retratar o poder do coletivo.”
Josef Stálin morreu em março de 1953. O novo líder da União Soviética, Nikita Kruschev, faria um fevereiro de 1956 o discurso que mudaria o curso da História do comunismo, denunciando os crimes de Stálin e seu culto da personalidade.
Quando Voam as Cegonhas, lançado em Moscou em outubro de 1957, é resultado direto dos novos ventos pós-Stálin, sem dúvida alguma.
Há ainda no filme alguns – ou muitos – tons do necessário, obrigatório otimismo dos tempos do realismo socialista. Por exemplo: os apartamentos em que vivem as famílias de Veronika e de Boris, em Moscou, são amplos, confortáveis – nada daquela coisa de moradias coletivas, várias famílias dividindo a mesma casa da fase inicial da reconstrução da sociedade seguindo os parâmetros de justiça, equanimidade.
No final, há um forte tom de otimismo, de vida que se refaz depois de vencida a guerra contra o nazismo, os ideais pujantes de uma pátria forte, poderosa, de homens e mulheres irmanados na construção do socialismo.
No entanto, há também outros elementos no filme do georgiano Mikhail Kalatozov que com toda certeza deixariam seu conterrâneo Stálin enfurecido, mandando todos para os gulags da Sibéria. Ora: onde já se havia ouvido falar, em um filme soviético, de corrupção, troca de favores por dinheiro, como o arranjo feito por Mark para fugir da convocação do serviço militar? Isso nunca existiu na União Soviética!
Estupro. Isso não existia na União Soviética – é coisa do capitalismo decadente.
Citei dois elementos fortes demais que há no filme, corrupção e estupro – mas há até mesmo uma insolência um tanto ou quanto brincalhona contra as estritas, rígidas normas do Partido. Quando a família de Boris está reunida, no início do filme, para se despedir dele, pouco antes de ele ter que se apresentar para servir no exército, duas operárias da fábrica em que ele trabalha chegam para apresentar ao camarada Boris uma mensagem de elogio enviada por todos os companheiros. Depois que uma delas inicia a parolagem, o pai de Boris corta a retórica obrigatória, dizendo que não é necessário que as camaradas reproduzam toda a mensagem.
É um detalhinho. Coisa pequena – mas me impressionou, ao rever o filme agora para escrever sobre ele. É um detalhinho, mas o camarada Stálin seguramente enviaria para a Sibéria o traidor desaforado com perigosas tendências burguesas que ousou escrever aquilo.
Chris Fujiwara, o autor do ensaio sobre o filme para o lançamento em DVD da Criterion Collection, fala desse diálogo: “No que deve ter sido percebido em 1957 como um golpe ousado, Fyodor impacientemente zomba dos clichês do tributo de adeus endereçado a Boris por duas pessoas da fábrica em que ele trabalha”.
(Fyodor Ivanovich Borozdin, o pai de Bóris, é interpretado por Vasiliy Merkurev, um ator perfeito para o papel, grande, volumoso, imponente.)
O drama pessoal acima da platitude pública
O longo texto de Chris Fujiwara, autor de vários livros sobre cinema e ex-diretor artístico do Festival Internacional de Cinema de Edinburgo, é um absoluto brilho. É o tipo de coisa que eu gostaria de saber fazer um dia, se eu fosse um scholar como esse Fujiwara ou como a americana Josephine Woll.
Dá vontade de traduzir o texto inteiro. Vai pelo menos um trecho:
“Ao longo de todo o filme, Kalatozov afirma seu compromisso com o drama pessoal sobre a platitude pública, geral.”
Em uma frase, Fujiwara escancara o quanto o filme foge do padrão do realismo socialista. E ele prossegue:
“Entre as inovações do filme, é importante a forma com que é feita a caracterização de Veronika. Em (Tatyana) Samoilova (filha de Evgeny Samoilov, que estrelou Shchors de Alexander Dovzhenko, de 1939), Kalatozov encontrou uma personalidade extraordinária. Ela é impressionante não apenas por sua beleza, mas por sua expressividade inconsciente, quase esquisita, tão pungente nas primeiras tomadas do início do filme – note a calma de seu pequenino gesto com que ela acena para que Boris chegue mais perto dela. Veronika está em movimento na maior parte do filme, e o rosto de Smoilova faz com que seu vôo seja luminoso. (…) O tempo em que eles compartilham a tela é pequeno, mas seus momentos juntos são tão intensos que parecem durar muito mais. Kalatozov amplifica esse efeito colocando o idílio dos amantes de madrugada nas ruas vazias de Moscou como um prólogo antes dos créditos iniciais, como se a relação do casal existisse num estado de ausência da passagem do tempo. O diretor filma Boris e Veronika de ângulos altos e baixos da câmara, de maneira que a cidade e o céu, comunicando-se diretamente, parecem prometer liberdade ilimitada.”
Que maravilha de análise!
Sim – Kalatozov e Urusevskiy usam bastante as tomadas em plongée e contreplongée, a câmara acima e abaixo dos atores, em vez do normal que é a câmara estar na altura do rosto dos personagens. Mas cada tomada em plongée ou em contreplongée tem significado, expressa alguma coisa. Não é nunca gratuita. Isso é sensacional no filme. Serviria para algumas semanas de aula em curso para gente que quer aprender a fazer cinema.
Coppola e Scorsese admiram os filmes do diretor
O georgiano Mikhail Kalatozov (1903-1973) realizou um total de 20 filmes, entre 1927 e 1969 – o que significa dizer que ele atravessou os períodos Stálin, Kruschev e Brezhnev. Os seis primeiros, entre 1927 e 1930, foram documentários.
Segundo Chris Fujiwara, dois de seus primeiros filmes, ainda mudos, são impressionantes: o quase documentário Salt for Svanetia (1930) e a alegoria Nail in the Boot (1932), “que foram fortemente marcados pela estética vanguardista (e devidamente castigada pelos censores soviéticos)”.
Aí aconteceu uma coisa especialmente interessante: durante a Segunda Guerra Mundial, ele foi enviado a Los Angeles numa missão diplomática. Passou um ano e meio exatamente na cidade em que o Império do Mal, a Terra do Capitalismo Vil e Corrupto e Decadente, tem sua Fábrica de Sonhos – e teve acesso a filmes que nenhum camarada dele podia ver dentro da União Soviética.
De volta ao Paraíso Socialista, escreveu um livro sobre sua experiência, Litso Gollivuda, ou A Face de Hollywood. O livro, diz Chris Fujiwara, é previsivelmente anti-Estados Unidos – mas, aparentemente, o realizador aprendeu coisas com os capitalistas decadentes. “The Cranes Are Crying é, em parte, um melodrama, e a complexidade, fluidez e audácia com que Kalatozov se aproxima daquele gênero fazem lembrar grandes momentos de certos filmes de Frank Borzage, King Vidor ou Vincente Minnelli.”
Influências para cá, influências para lá. Consta – é o que diz o IMDb – que tanto Francis Ford Coppola quanto Martin Scorsese têm profunda admiração pelo filme de Kalatozov.
Em Cannes, Quando Voam as Cegonhas ganhou, além da Palma de Ouro – a única até hoje concedida a um filme vindo da Rússia, repito – um prêmio especial para Tatyana Samoylova. Tanto o filme quanto a atriz concorreram ao Bafta.
Tatyana Samoylova viveu até os 80 anos; morreu em Moscou, em 2014, com apenas 18 filmes em sua filmografia. Em 1967, interpretou o papel título em uma versão soviética do romance Anna Kariênina, de Liev Tolstói, dirigida por Aleksandr Zarkhi.
“As platéias soviéticas receberam o filme de braços abertos”
Eis o começo do texto sobre Quando Voam as Cegonhas do livro 1001 Filmes Para Ver Antes de Morrer, de Steven Jay Schneider:
“Nos últimos anos de Stálin e do stalinismo, o cinema soviético praticamente desapareceu. A contínua devastação econômica acarretada pela guerra, assim como o medo generalizado que definia a vida cotidiana, fizeram com que os antes prósperos estúdios soviéticos quase fechassem as portas. Após a morte de Stálin em 1953, um cinema soviético redivivo começou lentamente a vir à tona, e o filme que veio a simbolizar esse renascimento foi Quando Voam as Cegonhas, de Mikhail Kalatozov. Aparentemente um romance de guerra sobre dois amantes, Boris (Aleksey Batalov) e Veronika (Tatyana Samoylova), que são separados logo depois do início do conflito, o filme desafiou, corajosamente, todos os clichês do gênero. Em vez de celebrar as vitórias gloriosas do Exército Vermelho, Quando Voam as Cegonhas se concentra em alguns dos momentos mais sombrios da guerra. (…) Admiravelmente, as platéias soviéticas receberam de braços abertos essa reflexão sobre suas experiências dos tempos de guerra.”
O extraordinário livro Le Siècle du Cinéma, de Vincent Pinel, abre as páginas sobre o ano de 1957 com um texto sobre o cinema soviético – ilustrado por uma foto de Tatyana Samoylova em uma cena do filme. “Uma andorinha não faz o verão. Algumas andorinhas também não. No entanto, alguns sinais precursores anunciam fissuras nesse terreno congelado que é o cinema soviético e stalinista. Um tom novo surge, idéias novas se exprimem e surpreendem em meio ao ambiente acadêmico. A crítica ocidental fala em ‘degelo’. A palavra é excessiva, mas os tempos ficam mais doces.”
O livro cita como exemplo dessa renovação O Quadragésimo Primeiro (1956), de Grigory Chukhray. E mais adianta afirma: “Jovens cineastas começam a mexer com os códigos em vigor. A câmara se liberta (como em Quand Passent les Cicognes), deixa seu papel de observadora fria para participar da ação. Os rostos de novos atores surgem. A espontaneidade de uma Tatyana Samoylova (de novo de Quand Passent Les Cicognes) contribui notavelmente para mudar a imagem entendiante e estereotipada do cinema soviético como era percebida no Ocidente.”
No seu Dicionário de Filmes, o crítico e historiador Georges Sadoul transcreve um texto de J. Doniol-Valcroze: “O roteiro é despojado das convenções que nos fizeram ranger os dentes diante do espetáculo dos filmes stalinistas. O romantismo, o lirismo às vezes delirante de imagem comprovam sua força no conteúdo. Principais trechos de bravura: o adeus matinal na escada; a partida para aa guerra, a violentação durante o bombardeio, a descoberta da casa destruída, a fuga do hospital depois do discurso, a cena final na plataforma da estação de ferro. (Algumas delas) ultrapassam o estágio da simples bravura para desaguar numa beleza muito autêntica. Há também algumas cenas de intimidade, de uma naturalidade e vivacidade brilhantes.”
É isso. Uma beleza de filme.
Anotação em março de 2021
Quando Voam as Cegonhas/ Letyat zhuravli
De Mikhail Kalatozov, URSS, 1957
Com Tatyana Samoylova (Veronika),
Aleksey Batalov (Boris Fyodorovich Borozdin)
e Vasiliy Merkurev (Fyodor Ivanovich Borozdin, o pai de Boris), Aleksandr Shvorin (Mark Aleksandrovich Borozdin, o primo de Boris), Svetlana Kharitonova (Irina Fyodorovna Borozdina, a irmã de Boris), Konstantin Kadochnikov (Volodya), Valentin Zubkov (Stepan, o grande amigo de Boris), Antonina Bogdanova (Varvara Kapitanova, a avó de Boris e Irina), Boris Kokovkin (Nikolay Chernov), Ekaterina Kupriyanova (Anna Mikhaylovna Lebedeva), Valentina Ananina (Lyuba), Valentina Vladimirova (soldada), Olga Dzisko (Dasha), Leonid Knyazev (Sachkov), Georgiy Kulikov (Anatoliy Kuzmin)
Roteiro Viktor Rozov
Baseado em peça teatral de sua autoria
Fotografia Sergey Urusevskiy
Música Moisey Vaynberg .
Montagem Mariya Timofeyeva
Direção de arte Evgeniy Svidetelev
Figurinos Leonid Naumov
Produção Mikhail Kalatozov, Mosfilm.
P&B, 95 min (1h35)
Disponível no You|Tube (CPC da UMES) em 3/2021
R, ****
Título nos EUA e Inglaterra: The Cranes Are Flying. Na França: Quand Passent les Cigognes.
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