(Disponível na Netflix em 5/2023.)
Em 2015, houve 3 homicídios na Islândia. Em 2016, 1. Tanto em 2017 quanto em 2018 houve 3 homicídios. Em 2019, foi de novo apenas 1. Pois bem: só ao longo dos cerca de 270 minutos, ou 4h30, de Entrapped, três pessoas são assassinadas.
Não gravei quantos assassinatos houve nas duas temporadas da série Trapped que antecederam estes seis episódios de Entrapped, mas dá para dizer com toda certeza que, ao longo das três temporadas – lançadas em 2015, 2018 e esta agora em 2022 – houve muito mais homicídios do que a Islândia registrou nos últimos muitos anos.
Como a realidade é tranquila, lá naqueles países nórdicos, que estão entre os de melhor IDH do mundo, a ficção vem especialmente sanguinolenta, com detalhes apavorantes, macabros. Faz tempo que Mary diz isso, apoiada nos exemplos dos livros do islandês Arnaldur Indridason, do norueguês Jo Nesbø, do sueco Stieg Larsson – e também nesta bela série criada por Baltasar Kormákur.
Na ficção nórdica, há sempre muitos crimes – e crimes brutais, especialmente brutais. Em um dos últimos episódios da segunda temporada de Trapped, a que vem logo antes desta aqui, fala-se – só para dar um exemplo – em um filho que mata o pai estuprador da própria filha e joga o corpo para os grandes porcos da fazenda. Os porcos, diz a pessoa que conta a história, comem literalmente de tudo.
Na abertura da segunda temporada, um homem, com as roupas encharcadas de gasolina, abraça sua irmã gêmea, ministra de Estado, na rua, diante do Parlamento – e toca fogo nos dois.
Até que neste Entrapped, a terceira temporada da saga envolvendo o policial Andri Ólafsson (interpretado por Ólafur Darri Ólafsson, na foto abaixo), os três homicídios não são assim revestidos de uma especial brutalidade. Nesse quesito – tenho que admitir –, Baltasar Kormákur pegou um pouquinho mais leve.
Motoqueiros de negro contra uma seita tranquila
O primeiro assassinato deste Entrapped acontece aos 3 minutos do primeiro dos seis episódios.
(São seis episódios de cerca de 45 minutos cada, o que dá aqueles 270 minutos no total de que falei bem no início. Entrapped, esta terceira temporada, é bem mais curta do que as duas anteriores, que têm dez episódios cada uma, cada episódio com cerca de 60 minutos.)
A temporada abre com imagens de um grupo de pessoas de várias idades que vivem em uma comunidade em área rural, e pertencem a uma seita criada e liderada por um homem aí de uns 60 anos, Oddur (Egill Ólafsson, na foto abaixo), É, como dirá a certa altura o policial Trausti (Björn Hlynur Haraldsson), uma mistura de mitologia nórdica com uma baboseira tipo nova era. É uma definição perfeita: parece um bando de hippies fora de época que fazem cantoria louvando a natureza e performam umas danças e rituais que parecem uma mistura de coisas dos indígenas da América do Norte com cerimônias religiosas do Extremo Oriente, ou algo por aí.
Para se ter idéia da altíssima concentração de papo-furado da seita, a letra de uma canção que o grupo entoa durante uma cerimônia, dentro de uma caverna, diz o seguinte:
“Antigamente, no tempo antes do nada, nada havia. Não havia areia, nem mar, nem ondas frias. A Terra não existia, nem o céu acima, só uma lacuna enorme. Não havia relva em lugar algum.”
A cerimônia com a cantoria papo-furado é interrompida pelo barulho de motores de motocicletas. Cinco motoqueiros, em roupas completamente negras, haviam chegado à fazenda ocupada pela seita de Oddur. O povo da seita interrompe a cantoria, vai lá fora ver o que está acontecendo.
Um rapaz se destaca entre os motoqueiros e diz para Oddur que o pessoal dele tem que sair dali.
Um rapaz lourinho, de olhos claros, do pessoal da seita, reage: – “Não temos medo de vocês. Esta terra é nossa. Sumam daqui.” O líder dos motoqueiros, o rosto quase todo escondido pelo capacete, responde: – “Cala a boca, seu hippie de merda. Quer que eu acabe com você?”
O lourinho da seita avança sobre o outro. Confusão. O motoqueiro, agora sem capacete, barba e cabelos pretos, está com uma faca apontada para o louro. Com a faca espetando o pescoço do rival, o motoqueiro repete seu recado: – “Saiam daqui – ou vão se arrepender. Mais de nós estão vindo.”
Os motoqueiros se retiram. As tomadas gerais das motos na estrada, imponentes montanhas lá atrás, mostram uma paisagem belíssima. Corta. É noite na fazenda dos hippies de merda, perdão, das pessoas da seita que defende a comunhão dos seres humanos com a natureza. O rapaz lourinho avança por uma caverna segurando uma vela. Algumas tomadas rápidas da fazenda à noite. Alguém avança sobre o louro e o ataca – ele morre na hora.
Corte rápido, abrupto, e começam os créditos iniciais. Que terminam com a palavra Trapped, à qual se acrescentam o E e o N.
Por trás da briga, uma disputa pela posse da fazenda
A trama envolvendo o grupo de motoqueiros e s seita criada e liderada por Oddur, e que tem um dos membros assassinado ali bem no comecinho da narrativa, é rica, complexa, intrincada. Mas é apenas uma das histórias que se entrelaçam neste Entrapped.
O motoqueiro que liderava aquele grupo, um garotão aí de uns 20 e tantos anos, se chama Gunnar (Haraldur Stefansson), e o espectador ficará sabendo que ele é filho de Oddur, o líder da seita. No passado, Oddut havia se separado da mulher, que, segundo ele, tinha ficado louca, e tentou criar Gunnar, enquanto fundava a seita e se casava de novo, com Ása (Margrét Vilhjálmsdóttir). Mas, adolescente, Gunnar havia fugido dali e ido procurar a mãe, então morando na Dinamarca. Tornara-se então o protegido do irmão da mãe, o líder de uma grande gangue de motociclistas que usava o apelido de Danish Hopper.
Um jogo de palavras, é claro: Danish, dinamarquês em inglês, se pronuncia de forma bem parecida com Dennis. Dennis Hopper (1936-2010), o ator absolutamente cult, o inesquecível hippie Billy de Sem Destino/Easy Rider (1969), o filme marcante, inesquecível, sobre os dois motoqueiros que atravessam os Estados Unidos à procura da América perdida.
Danish Hopper é o papel de Thomas Bo Larsen (ao centro na foto abaixo), um ator que consegue fazer o espectador ter absoluto nojo do personagem desde a primeira tomada em que aparece.
Ainda bem no início do primeiro episódio de Entrapped, Danish Hopper desembarca do ferryboat que faz semanalmente a ligação entre a Dinamarca e a Islândia, liderando umas duas dezenas ou mais de motoqueiros;
Por trás do enfrentamento entre as pessoas da seita de Oddur e a gangue de motoqueiros chefiada por Danish Hopper há, é claro, a disputa pela posse das terras da fazenda que era de Oddur e sua mulher. Os dois não haviam assinado o divórcio – e Danish, o irmão dela, e Gunnar, o filho, se achavam no direito de possuir a terra.
O rapaz lourinho tem ligação com um fato do passado
Um gigantesco ferryboat de fato liga a Dinamarca – e portanto o continente europeu – à Islândia, e atraca uma vez por semana junto à cidadezinha de Seyðisfjörður, localizada ao fundo de um grande fiorde, no Nordeste do país-ilha. É nessa cidadezinha de menos de mil habitantes e em seus arredores que se passa quase toda a ação de Entrapped e das duas temporadas de Trapped – a exceção são algumas sequências passadas na capital. (As filmagens foram, de fato, em Seyðisfjörður e arredores, uma região, pelo que vemos na tela, de uma fantástica beleza.)
O ferryboat havia sido um elemento fundamental na primeira temporada de Trapped. Na época em que se passava a ação da primeira temporada, Andri Ólafsson, o protagonista da saga, era o chefe do pequeno destacamento policial de Seyðisfjörður, e coube a ele e a sua assistente e grande amiga Hinrika (Ilmur Kristjánsdóttir) investigar um caso tenebroso: pescadores encontraram um torso humano no mar – apenas o torso.
(Não falei que, na ficção, os nórdicos são chegados a muito sangue, ao macabro?)
A suspeita inicial era de que o crime tivesse acontecido no ferryboat, que aportou ali exatamente quando o torso foi encontrado.
Cada uma das duas temporadas de Trapped, assim como esta terceira da saga, que vem com o título de Entrapped, conta uma grande história policial que tem princípio, meio e fim – ao mesmo tempo em que vai fundo no acompanhamento do dia a dia do protagonista, esse competente, simpático policial que parece um urso manso, Andri Ólafsson, e das relações afetivas das pessoas em torno dele.
Como a grande trama policial fica redonda dentro de cada temporada, a rigor, a rigor, cada uma tem vida independente, pode ser vista sem que o espectador tenha visto a anterior. Mas só bem “a rigor” – na prática, não faz sentido ver este Entrapped sem ter visto a primeira e a segunda temporadas de Trapped. Porque até dá para entender a trama policial que rola aqui – mas tem muito mais sentido ver a terceira compreendendo o que rolou antes na vida de Andri e também na de sua grande amiga Hinrika.
Esta terceira parte da saga aqui faz referências – e muitas referências – a um caso que aconteceu antes mesmo de Andri ir para a cidadezinha de Seyðisfjörður, no Norte, a rigor no Nordeste da Islândia.
Naquele passado quase remoto, Andri trabalhava na capital, Reykjavik, quando houve o caso do desaparecimento de uma garota, uma adolescente, Lina. Andri desconfiava do namorado da moça, Em um flashback – se não me engano o único flashback que aparece neste Entrapped –, vemos Andri, ao lado de seu superior hierárquico, o já citado Trausti, interrogando o rapaz. Os dois policiais mostram para o suspeito os fatos que eles já levantaram, e que indicam a culpa dele. Uma hora lá, Andri perde o controle, se levanta e agride o suspeito; a cabeça do garoto bate na parede, ele se fere.
Por causa daquela agressão a um suspeito, Andri havia sido alvo de uma investigação, havia sido considerado culpado e, como punição, enviado para chefiar um destacamento policial lá bem longe da capital, no outro extremo do país.
O espectador só fica sabendo desses fatos todos ao ver esta terceira parte da saga aqui. Ao longo da primeira temporada, a gente tem a sensação de que Andri é de lá mesmo, da cidezinha de Seyðisfjörður; são de lá os sogros dele, os pais de Agnes, sua mulher e mãe de suas duas garotas. Na verdade, ex-mulher: o casal já estava separado naquela época retratada na primeira temporada.
Mas o fato é que, lá no passado, por uma agressão ao suspeito pelo assassinato da garota Lina, o urso Andri (o ator Ólafur Darri Ólafsson é imenso, gigantesco, e peludo como um urso) havia sido punido. De lá para cá, tinha sido um ótimo policial, era respeitado, benquisto.
Pois bem: aquele suspeito, aquele namorado de Lina, a garota que havia desaparecido e jamais havia sido encontrada, era Ívar (Jóhann Kristófer Stefánsson), o rapaz lourinho da seita, que é assassinado dentro de uma das cavernas da fazenda da seita de Oddur.
Que maravilha as mentes que criam histórias assim!
Bem-aventurados os sujeitos/as damas que têm essa imaginação, essa criatividade, esse talento para criar histórias assim. Ave Maria!
Andri, o urso, é um daqueles sujeitos dotados de um faro de fazer inveja aos melhores cães farejadores que há, e ele acha que pode haver alguma ligação entre aquele crime de um passado agora até já remoto, o desaparecimento da garota Lina, com o assassinato, muitos anos depois, de Ívar, seu namorado lá naquela época.
Andri, que estava de volta a Reykjavik, se oferece a Trausti, que continuava sendo seu superior hierárquico, a dar a notícia da morte de Ívar para os pais do rapaz, Kristján e Magdalena (Baldur T. Hreinsson e Halldóra Björnsdóttir). O casal ainda não havia perdoado o policial pela agressão ao filho, mas o recebe da forma menos agressiva possível; quando se despedem, Kristján diz que Andri tinha agora a obrigação de encontrar o culpado pela morte de seu filho.
Trausti vai então para “o Norte”, como eles dizem, investigar o assassinato de Ívar, juntamente com Hinrika, que, com a volta de Andri voltou para Reykjavik, havia se tornado a chefe do destacamento policial de Seyðisfjörður.
Paralelamente, e por coincidência – as coincidências existem tanto na vida real quanto nas mais tresloucadas ficções –, Andri vai buscar, à saída do presídio, seu sogro, a rigor ex-sogro, Erikur (Þorsteinn Gunnarsson). Erikur havia sido preso uns cinco anos antes pelo próprio genro, depois de ter matado o então prefeito de Seyðisfjörður, ao saber que ele havia sido responsável pela morte de sua filha, irmã de Agnes.
E então Andri leva o ex-sogro rumo ao Norte – Erikur iria ficar em um local para idosos perto de Seyðisfjörður.
Já que estava tão perto, Andri vai até lá, para tentar ajudar na investigação sobre a morte de Ívar. A princípio, Trausti não quer saber dele no caso – mas, diante dos pedidos de Hinrika, acaba permitindo que o sujeito que havia agredido Ívar durante um interrogatório, anos e anos antes, participasse da investigação sobre o assassinato do rapaz.
Bem-aventurados os sujeitos/as damas que têm essa imaginação, essa criatividade, esse talento para criar histórias assim.
Ih, parece que eu já falei isso…
Mais personagens, mais histórias entrelaçadas…
Ah, mas tem mais, tem muito mais. Isso aí que relatei acontece no primeiro dos seis episódios deste Entrapped.
Vai surgir na história um rapaz chamado Bergur (Sigurður Þór Óskarsson), irmão de Lina, a moça desaparecida que namorava Ívar. Ele era amigo de Ívar, haviam se visto na véspera do assassinato do rapaz na caverna da seita, e chega a figurar entre os possíveis suspeitos. Surge também um tal Sverrir (Davíð Guðbrandsson), o namorado de Bergur, que a princípio é um drogado, mas depois o espectador fica sabendo que é um importante informante da polícia da área de combate ao tráfico de drogas.
E aí entra em cena a delegada que chefia a área de combate às drogas na Islândia, Sonja, uma mulher muito grande e muito bela (Svandis Dora Einarsdottir). Sonja tem todo o apoio do comissário geral de policia do país, e entende que as investigações a cabo de Trausti e Hinrika, com a ajuda de Andri, podem estar interferindo em uma ampla operação que ela vem desenvolvendo com a ajuda da polícia dinamarquesa e da Interpol para desbaratar uma grande quadrilha de traficantes… que tem a ver com Danish Hopper!
Dá vontade de repetir: bem-aventurados os sujeitos/as damas que têm essa imaginação, essa criatividade, esse talento para criar histórias assim!
Não há história policial que seja realmente boa, completa, grande, se não falar, além da trama policial em si, da vida pessoal dos personagens.
Esse Baltasar Kormákur é do tipo que vai fundo na vida de seus heróis. Na primeira temporada de Trapped, tem grande importância o fato de Andri ainda não estar refeito da separação, do fim do casamento com Agnes (Nína Dögg Filippusdóttir). Na segunda temporada, é fundamental na trama a dificílima relação de Andri com a mais velha de suas duas filhas, a aborrescente Þórhildur (Elva María Birgisdóttir), que se recusa a ter contato com os pais.
Nesta terceira parte da história de Andri Ólafsson, o espectador não vê, em sequência alguma, a ex-mulher Agnes e a filha Þórhildur. (Como já foi dito, há em toda a temporada apenas um flashback, o de Traustri e Andri interrogando Ívar.) Há várias referências a elas, em diálogos entre Andri e o ex-sogro Erikur. Estão morando na Suécia. mãe e filhas.
Em uma bela sequência, Erikur dá uma dura no ex-genro que de vez em quando vai visitá-lo em seu lar de idosos, e…
(Parênteses: meu, o lar de idosos da Islândia que a série mostra… Credo em cruz: aquilo parece hotel quatro estrelas! Diacho, como deve ser bom viver em país rico, um dos melhores IDHs do mundo… Ou talvez não. Sei lá. As pessoas tomam tanta droga para aguentar aquela vida tranquila, em que não há falta de nada básico…)
Mas então, numa bela sequência, Erikur dá uma bronca no ex-genro, diz que, quando ele enfrenta problemas, se fecha, se isola, e o que consegue com isso é se afastar das pessoas que ama, como aconteceu com a mulher, com as filhas…
Depois disso, o urso gigantesco entra em seu carro, e faz uma viagem até a casa em que vive uma senhora tão solitária e tão imensa quanto ele.
A sequência em que Andri Ólafsson revê sua mãe pela primeira vez em anos e anos, e os dois não se tocam um momento sequer, é tristíssima, belíssima.
A terceira temporada é boa, mas não tanto quanto as outras
Fiz um registro na minha anotação sobre a segunda temporada de Trapped que acho necessário repetir aqui.
A Netflix não se deu ao trabalho de procurar alguma palavra da Antiga Flor do Lácio, Inculta e Bela, para dar o título da série no Brasil, quando ela foi lançada inicialmente, em 2015, e então o que no original islandês foi Ófærð chegou aqui com o título em Inglês, Trapped. Ah, tudo bem, o Inglês afinal de contas é o Esperanto que deu certo, e – presme a Netflix – todo mundo sabe inglês mesmo, então foi Trapped. Trapped primeira temporada, Trapped segunda temporada.
A terceira temporada veio como Entrapped. Aquele Ófærð sumiu do mapa. Como já foi dito, nos créditos iniciais aparece Trapped, depois são acrescestadas as letras E e N.
Ora, diabo, trapped ou entrapped – dá exatamente na mesma.
Fui ao bom ao Dicionário Exitus, para ser preciso, cirurgicamente correto. Trapped, particípio passado de trap: capturado ou apanhado em armadilha – também no sentido figurado. Entrapped, particípio passado de entrap: apanhado numa armadilha ou num laço; ludibriado, atraído, induzido.
Agora, por que, raios, o senhor Baltasar Kormákur, criador, roteirista e diretor da série, e demais realizadores resolveram mudar o nome do troço de branco para alvo, de casa para lar, ah, isso vá lá saber. Puro marketing, muito provavelmente.
Agora, a verdade dos fatos é (ou pelo menos nos pareceu a Mary e a mim) que esta terceira temporada foi mais fraca do que as duas primeiras.
Não é ruim, não. De forma alguma. Ao contrário – é bastante boa.
Mas as duas primeiras são melhores.
Prova cabal disso é que esta terceira foi bem menor que as outras.
Compreendo muito bem que, uma vez tendo tido sucesso as duas primeiras temporadas de uma série, se crie uma terceira. É arte, mas também é indústria, e indústria é isso, precisa vender.
Mas acho que Trapped/Entrapped já deu o que tinha que dar. Espero que Baltasar Kormákur tenha entendido isso, e não insista mais.
Foi muito bom enquanto durou.
Adeus, urso Andri, adeus, Hinrika. Vocês foram bárbaros. Não, bárbaros, não. Vikings! Mas agora descansem, tá?
Anotação em junho de 2023
Entrapped
De Baltasar Kormákur, criador, roteirista, diretor, Islândia, 2022
Direção Baltasar Kormákur, Börkur Sigþórsson, Ugla Hauksdóttir, Óskar Thór Axelsson
Com Ólafur Darri Ólafsson (Andri Ólafsson, o policial)
e Ilmur Kristjánsdóttir (Hinrika, a chefe da polícia da cidadezinha de Seyðisfjörður), Björn Hlynur Haraldsson (Trausti, o policial, superior hierárquico de Andri), Guðjón Pedersen (Bárður, o marido de Hinrika), Þorsteinn Gunnarsson (Erikur, o sogro de Andri), Sigurður Þór Óskarsson (Bergur, o irmão de Lina, a moça desaparecida), Kara Ingudóttir (Sóley, a funcionária do bar de Bergur), Davíð Guðbrandsson (Sverrir, o namorado de Bergur), Svandis Dora Einarsdottir (Sonja, a policial chefe do Departamento de Narcóticos), Baldur T. Hreinsson (Kristján, o pai de Ívar), Halldóra Björnsdóttir (Magdalena, a mulher de Kristján, mãe de Ívar), Emil B. Kárason (Logi),
(na gangue de motoqueiros) Thomas Bo Larsen (Danish Hopper), Maria Thelma Smáradóttir (Elísabet, a namorada de Gunnar), Haraldur Stefansson (Gunnar). Friðrik Róbertsson (Flosi), Íris Tanja Flygenring (Freyja, a namorada de Danish Hopper), Snæfríður Ingvarsdóttir (Hrönn), Hannes Óli Ágústsson (Baby Lars, o braço direito de Danish Hopper), Coffeezilla (Stephen F. Dillon Danis),
(na seita) Egill Ólafsson (Oddur, o líder da seita, pai de Gunnar), Margrét Vilhjálmsdóttir (Ása, a mulher de Oddur), Jóhann Kristófer Stefánsson (Ívar, o rapaz que é assassinado)
Roteiro Clive Bradley, Sigurjón Kjartansson
Baseado em história de Baltasar Kormákur
Fotografia Bergsteinn Björgulfsson, Eli Arenson
Música Rutger Hoedemaekers
Montagem Sigurdur Eypórsson, Birgitta Engilberts
Figurinos Karen Briem
Produção Baltasar Kormákur, Magnús Viðar Sigurðsson, RVK Studios, RÚV.
Cor, cerca de 270 min (4h30)
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