Audácia de Criminoso / Behind Green Lights

Nota: ★★★☆

(Disponível no Cine Antiqua do YouTube em 9/2022.)

É impressionante como há coisa boa, interessante, atraente entre os filmes pouco falados, pouco comentados, da era de ouro de Hollywood, as décadas de 30 a 60. E é incrível como é pouco falado, pouco comentado este Behind Green Lights, no Brasil Audácia de Criminoso, um filme de trama absolutamente fascinante.

O filme é de 1946, uma produção da 20th Century Fox. Os créditos originais não trazem nem sequer um grande nome: o diretor é Otto Brower, e os atores que fazem os personagens principais são William Gargan, Carole Landis, Don Beddoe e Mary Andersen.

Nenhum astro, diretor sem grande fama, orçamento baixo, duração curta – são apenas 64 minutos. Sim: um perfeito filme B, com todas as características dos filmes B. (Volto a isso mais adiante.)

Audácia de Criminoso/Behind Green Lights é a prova viva de que para se fazer um bom filme não é fundamental ter muito dinheiro e grandes nomes – basta ter talento.

Meu, que trama interessante!

É um policial, mas um policial que fala muito de jornalismo e política, a em geral perigosa mistura de imprensa e política – e como é explosivo quando essa mistura se mete com o trabalho da polícia.

Ou seja: tema sério, pesado, complexo.

Só que o filme não se leva demasiadamente a sério, nem pretende ser pesado, denso. Bem ao contrário: tem um tom, uma pegada às vezes leve, bem humorada, brincalhona.

Fala de coisas sérias com leveza, humor.

O filme é uma homenagem ao trabalho da polícia

É um roteiro original – a história foi criada diretamente para o filme. Os autores são W. Scott Darling e Charles G. Booth.

E há um prólogo, introdução, em um tom sério, sisudo, uma defesa um tanto panfletária da Polícia, do trabalho dos policiais. Logo após os créditos iniciais – bem rápidos, como se usava na época, que rolam sobre a fachada de um prédio com a inscrição “Police” –, há um letreiro dizendo o seguinte:

“Esta é a história de uma noite em uma delegacia de polícia de cidade grande – a sua ou a minha -, onde qualquer coisa pode acontecer, e muitas vezes acontece. Onde todos os tipos de pessoas em todos os tipos de problema dão de ombros, enquanto os homens da lei os resolvem.”

Uma tomada de um relógio numa torre. O relógio marca 10h30. A música é dura, quase marcial.

Na primeira sequência de ação, vemos uma jovem mulher, loura, bem vestida, descendo do elevador e tocando a campainha de um apartamento. O homem que abre a porta a recebe com um sorriso: – “Ora, entre, srta. Bradley”. A tomada é curta, e na seguinte a srta. Bradley está apontado uma arma para o homem com a mão direita enquanto com a esquerda pega um envelope. – “Vou me certificar de que os negativos estejam aqui também”, ela diz.

Corta, vemos nova tomada do relógio na torre, agora marcando 11h.

Agora, uma nova sequência, naquela delegacia de polícia cujo pórtico já havíamos visto nos créditos iniciais. Um repórter (veremos que se chama Ames, o papel de Charles Tannen) está conduzindo um rapaz bem jovem, repórter novo, iniciante – foca, no linguajar das redações – pelas salas da delegacia. O foca se chama Johnny Williams (o papel de Richard Crane), e trabalha para o Herald.

Muito rapidamente ficaremos sabendo que o Herald é um jornal mais sério, mais respeitado pelos policiais.

Enquanto o veterano Ames anda com o foca Johnny pela delegacia, o espectador vai vendo vários casos de cidadãos sendo atendidos pelos policiais. Há um garoto que conseguiu enfiar a cabeça dentro de um daqueles aquários redondos, e a mãe quer que alguém resolva aquele problema. Há um senhor negro falando alguma coisa a respeito do roubo de um veículo. Há um grupo de jovens que foi encontrado numa espelunca num região perigosa, e o chefe daquela delegacia, o tenente Sam Carson (o papel de William Gargan, na foto abaixo), está sugerindo a eles que se reúnam na casa de alguém do grupo, e se divirtam lá, em paz, em vez de ir a locais suspeitos.

Um panfleto pró-Polícia.

Ames apresenta o foca Johnny para o tenente Carson, que o recebe muito bem, dá as boas vindas, diz que estará sempre à disposição.

O tenente Carson, homem aí de uns 40 e poucos anos, mas que parece ter bem mais (as pessoas pareciam mais velhas, algumas décadas atrás…), é um tira firme, sério, trabalhador, correto – mas não é do tipo duro, sisudo, serião demais. Tem cara, jeito de boa gente.

É o protagonista da história. A jovem loura, a srta. Janet Bradley, é a principal personagem feminina. É o papel de Carole Landis (na foto abaixo).

Um presunto é desovado diante da delegacia

Uma primeira sequência com a jovem loura Janet Bradley visitando um homem e levando dele, arma na mão, fotos e negativos – uma indicação clara de que o sujeito a estava chantageando.

Uma segunda sequência em que ficamos conhecendo um jornalista veterano, um novato, um pouco do funcionamento da delegacia de polícia, e somos apresentados ao tenente Carson, o chefe ali. Ao final dessa sequência, Carson e seu braço direito, o sargento Oppenheimer (o papel de John Ireland), pegam seus chapéus e se preparam para ir ao bar mais próximo comer um sanduíche.

A terceira sequência não tem personagens visíveis. A câmara mostra um carro que estava estacionado diante de um prédio residencial começando a andar bem devagarinho. A segunda tomada dessa sequência é feita por uma câmara torta, entortada: vemos o carro de frente, a câmara bem perto do chão de paralelepípedos, torta, mostrando o carro avançando num declive.

O carro vem vindo e quase atropela a câmara.

Corta, e a câmara mostra de lado o carro avançando no declive suave – e não há motorista diante do volante.

O carro vai descendo no declive suave até parar junto do meio-fio – exatamente diante do prédio da delegacia.

O tenente Carson e o sargento Oppenheimer estão saindo naquele instante da delegacia – e deparam com o carro diante do prédio.

Um deles abre a porta do motorista – e um corpo desliza para o chão.          Os dois se aproximam do corpo, verificam que o homem está morto. E Carson o reconhece: – “É Walter Bard”, diz para seu subalterno e para os espectadores. – “Dirige uma agência de detetives no Edifício Equitable.”

– “Acharam um ótimo lugar para despejá-lo”, diz Oppenheimer.

O verbo que ele usa é “dump”. “Nice place they found to dump him.” “Dump” é despejar, descarregar, desfazer-se de, jogar fora, segundo o belo Dicionário Exitus – mas a melhor tradução para ele, aí, é da gíria policial: desovar. Dump the body, the corpse é desovar o corpo,

– “Alguém está tentando dar trabalho ao departamento. Avise ao pessoal, Oppenheimer”, diz o tenente Carson.

O sargento entra novamente na delegacia, o tenente começa a examinar o carro – e surge na calçada uma nova personagem. Uma velhinha andrajosa, mendiga, vendedora de flores, chamada Flossie (o papel de Mabel Paige). – “Santo Deus! É o senhor Bard!”, diz ela. Carson pergunta se ela sabe de alguma coisa sobre aquilo, e Flossie, toda surpresa, atrapalhada, diz que não sabe de nada – ela apenas vendia flores para o senhor Bard. E sai dali rapidamente.

Um dos repórteres da sala de imprensa, no segundo andar do prédio, abre a janela para jogar fora a bituca do cigarro – e vê a cena logo ali embaixo do seu nariz. De repente todos os cinco repórteres que estavam ali jogando cartas entram na maior agitação: um cadáver foi desovado diante da delegacia!

O foca Johnny se vê pela primeira vez diante de um presunto – para usar mais uma palavra da gíria de repórteres que cobrem polícia. – “Ele estava metido em política, não é?”, pergunta para o tenente Carson. – “Ele estava metido em tudo”, responde o veterano policial.

Cada repórter pega um telefone para ligar para sua redação.

Nos 12 minutos iniciais, o filme laça o espectador

O tenente Carson dá ordens a seus homens – o que procurar, onde procurar. Ele mesmo começa a examinar os pertences recolhidos dos bolsos da vítima – e fica chocado ao ver, na agenda de Bard, que às 22h30 daquela mesma noite ele tinha um encontro com Janet Bradley.

Quando ele faz essa descoberta, está em sua sala o dr. Yager (Don Beddoe), o médico da delegacia. – “Quem diria!”, exclama o médico. “A filha de Luther Bradley, o candidato reformista à Prefeitura! O que o Express faria com isso!”

Carson manda dois policiais irem à casa do candidato a prefeito e chamarem a filha dele para conversar.

Na tomada seguinte, o dr. Yager está ligando para o Express, pedindo para falar com Calvert, o diretor, talvez o dono (o papel de Roy Robetts), e contando o que havia acabado de saber.

Quando estamos com uns 12 minutos de filme, já aconteceu um monte de coisa, já foi lançada diante do espectador uma teia de diversos fios que foram um desenho interessantíssimo, fascinante, envolvente.

Janet Bradley, a filha do candidato oposicionista a prefeito, foi visitar Walter Bard, diretor de uma agência de detetives particulares, que, pelo jeito, estava fazendo chantagem com ela. Pouquíssimo tempo depois, o corpo desse sujeito está em um carro que vai desgovernado ladeira abaixo até parar bem diante da delegacia de polícia. O médico da delegacia informa diretamente ao diretor ou dono de um jornal nada sério, venal, comprável, que a filha do candidato a prefeito está sendo interrogada pela polícia. O tenente responsável pelo caso é um homem de bem: sabe que se prender a moça estará praticamente destruindo a possibilidade de o pai dela ser eleito – e faltam poucos dias para a eleição.

A trama já se mostrou deliciosa aí, com apenas 12 minutos de filme – mas em seguida haverá muita novidade, muita surpresa. Vamos conhecer a mulher desse Walter Bard, uma moça simpática, boa gente, chamada Nora (o papel de Mary Anderson, na foto abaixo). Nora na verdade estava separada do marido já fazia cerca de um ano; vinha pedindo a ele para assinar o divórcio, mas ele se recusava. Ela há tempos estava tendo uma relação com o advogado dela, Arthur Templeton (Charles Russell).

Os dois vão comparecer à delegacia, vão conversar com o tenente Carson.

Haverá ainda uma fantástica subtrama envolvendo o cadáver do diretor da agência de detetives. Lá pelas tantas o cadáver visitará a sala de imprensa.

Uma loura linda, de vida curta demais

Uma trama fascinante, deliciosa. Que, além de tudo, passa por essa coisa da relação suja que pode haver entre políticos e jornalistas – e gente da polícia, mesmo que a polícia seja chefiada por um homem de bem.

Não é intenção do filme ir fundo nessa coisa importante, séria – mas passa por ela, e passa muito bem.

Há dois elementos na trama que fazem lembrar – e muito – obras anteriores.

Toda a ambientação da sala de imprensa, o lugar em que aquele bando de sujeitos preguiçosos, indolentes, metidos a besta, fica tentando matar a falta de o que fazer com apostas e jogos, tem tudo a ver com The Front Page, a peça teatral de Ben Hecht & Charles MacArthur filmada

pela primeira vez em 1931 por Lewis Milestone, que no Brasil teve o título de Última Hora, e foi refilmada pelo mestre Howard Hawks em 1940 como Jejum do Amor/His Girl Friday e depois, em 1974, por outro mestre, Billy Wilder, como A Primeira Página/The Front Page – fora algumas versões feitas para a TV.

E a deliciosa personagem de Flossie, a andrajosa velhinha vendedora de flores, é claro que tem muitíssimo a ver com a Apple Annie, a Annie das Maças de Dama por um Dia/Lady for a Day, que o gigante Frank Capra filmou em 1993, interpretada por May Robson. A história de Apple Annie é tão gostosa, tão envolvente, que o próprio Capra a refilmaria no longa que foi seu canto do cisne, no Brasil Dama por um Dia como o original, mas em inglês Pocketful of Miracles, com Bette Davis no papel central.

Então tá: um pitada de The Front Page, uma pitada de Dama por um Dia. Mas a trama deste Behind Green Lights tem muito mais.

Sobre Scott Darling e Charles G. Booth, os caras que bolaram tudo e escreveram o roteiro…

Scott Darling (1898–1951) era canadense, foi um roteirista prolíxo – há nada menos de 206 títulos associados a seu nome. Não vi, entre os destaques de sua filmografia, nada que tenha me parecido muito especial.

Também não reconheci nada entre os filmes de maior destaque, segundo o IMDb, na filmografia do inglês Charles G. Booth (1896–1949). Bem diferentemente de Scott Darling, Booth deixou seu nome em um número pequeno de filmes, apenas 12. Ganhou um Oscar de melhor história original, por A Casa da Rua 92/The House on 92nd Street, dirigido por Henry Hathaway, de 1945.

Este Behind Green Lights foi o último filme do diretor Otto Brower (1895–1946), um realizador que não mereceu verbete nem no Dicionário de Cinema – Os Diretores, de Jean Tulard, nem no Dicionário de Cineastas de Rubens Ewald Filho.

E, at last but not at least, Carole Landis.

Que história trágica.

Bem, o cinema, e Hollywood dentro dele em especial – esse universo está cheio de histórias trágicas. Norma Jeane Mortenson, pai desconhecido, mãe internada em hospício, forçada pelos tios que a criaram a se casar adolescente. Frances Farmer, tida como louca, submetida a lobotomia. Gene Tierney, mãe de criança com problemas incuráveis por causa de rubéola, paciente de tratamento de choque elétrico, vítima de depressão. Jean Seberg, instabilidade comportamental, suicida. A lista é imensa, pavorosa.

Linda, maravilhosa, Carole Landis se matou aos 29 anos de idade.

Transcrevo o verbete sobre ela Katz’s Film Encyclopedia:

“Uma loura escultural, ela começou competindo em concursos de beleza aos 12 anos. (Nasceu em 1919, em Fairchild, Wisconsin.) Aos 15, fugiu com um escritor, mas eles se separaram depois de apenas três semanas. Iria se casar três outras vezes. Depois de trabalhar como chapeleira, garçonete e lanterninha de cinema em sua cidade natal, foi para San Francisco, onde estreou aos 16 como cantor e dançarina de hula nunca espelunca. Chegou a Hollywood aos 18 e, graças ao rosto bonito e às ‘melhores pernas da cidade’, foi lançada quase imediatamente no cinema. A partir de 1940 figurou como estrela nos créditos iniciais, mas seus filmes nunca foram acima do rotineiro. Four Jills in a Jeep (no Brasil Quatro Moças num Jipe), de 1944 se baseou em suas aventuras na vida real, enquanto entretinha as tropas na Segunda Guerra Mundial com Kay Francis e Martha Raye. No dia 6 de julho de 1948 ela foi encontrada morta por uma overdose de soníferos. A dor causada pelo rompido com Rex Harrison, então casado com Lilli Palmer, foi mencionada como causa do suicídio.”

Ahnnn. Este filme aqui e também Quem Matou Vicki?/I Wake Up Screaming (1941) desmentem a frase “seus filmes nunca foram acima do rotineiro”.

Há pouca informação sobre esse filme B

Filme B. Volto ao tema filme B – e volto a transcrever textos dos outros. Não acho que seja ruim transcrever textos dos outros. Muito ao contrário. Aproveito as informações de quem conhece as coisas.

“Hollywood sempre fez filmes de orçamento baixo, mas a designação ‘B’ se originou nos anos 30 com o incremento do programa duplo”, diz o estudioso e professor carioca A.C. Gomes de Mattos em seu interessantíssimo livro A Outra Face de Hollywood: Filme B. O programa duplo, a apresentação de dois filmes em cada sessão – em geral uma produção classe A e outra B –, ele explica, foi uma maneira que os exibidores encontraram para reagir à queda da frequência às salas de cinema nos anos da Grande Depressão que se seguiu à quebra da Bolsa de Nova York em 1929.

Em 1930, a frequência atingiu o índice mais alto até então, de 80 milhões de espectadores por semana, mostra o livro. Em 1931, esse número caiu para 70 milhões e, em 1932, para 55 milhões. “Em 1933, quase um terço dos cinemas foi obrigado a fechar as portas e as salas remanescentes tiveram de baixar o preço dos ingressos”, mostra Gomes de Mattos.

E ele detalha: “Os filmes A eram realizados com orçamentos de aproximadamente US$ 400 mil ou daí para cima (prestige pictures ou specials) e astros que atraíam um vasto público. Duravam 90 minutos ou mais e seus organogramas de filmagem tinham a realização de ensaios e retakes. Os filmes B custavam entre US$ 50 e US$ 200 mil e empregavam artistas com poder de atração moderado, questionável ou desconhecido. O tempo de projeção variava normalmente entre 55 e 70 minutos e a filmagem comumente não ultrapassava três semanas.”

Este Audácia de Criminoso dura, como já foi dito, parcos 64 minutos. Exatamente dentro da faixa definida aí, entre 55 e 70 minutos. Não achei a informação de quanto o filme custou, nem a da duração das filmagens: como já falei, e vou repetir, há muito pouca informação sobre o filme.

Eta filme obscuro, pouco falado, meu!

O livro sobre o estúdio erra ao falar do filme

Tenho trocentos livros sobre cinema, meus alfarrábios, como os chamo, mas o melhor, mais abrangente alfarrábio de todos, é de antes da chegada da internet, do Google e do IMDb. É um CD-ROM criado pela Microsoft chamado Cinemania ’97, que inclui todo o conteúdo dos guias até então publicados por Roger Ebert, Leonard Maltin e Pauline Kael, mais várias outras obras e informações de bancos de dados como o citado logo aí acima Katz’s Film Encyclopedia,

Pois bem: o Cinemania traz a relação completa dos 59 filmes de Carole Landis, e tem verbetes sobre 52 deles. Este Behind Green Lines aqui é um dos únicos sete filmes da atriz que não mereceram verbete.

O belo livro do pesquisador A.C. Gomes de Mattos, A Outra Face de Hollywood: Filme B. traz verbetes sobre várias dezenas de filmes B – mas este filme aqui não mereceu constar da obra.

Leonard Maltin, o autor do guia de cinema mais vendido, naquela época em que se vendiam guias de cinema, não o incluiu entre os quase 16 mil filmes sobre os quais escreveu. O guia de Steven H. Scheuer não o incluiu entre os cerca de 19 mil filmes abordados. O guia da dupla Mick Martin & Marsha Porter, mais de 11 mil títulos, não tem ele, não.

Ah, ele está no livro The Films of 20th Century Fox!

Bom, mas aí era obrigatório, né?

O verbete sobre o filme no livro dedicado ao próprio estúdio que o produziu é de chorar:

“Um melodrama palavroso sobre uma noite em uma delegacia de polícia de uma grande cidade. Um duro porém gentil tenente (William Gargan) se apaixona pela principal suspeita (Carole Landis) em um crime político.”

Meu Deus do céu e também da Terra, não é nada disso!

Como é possível que se escrevam tantas barbaridades em tão poucas linhas em um livro a rigor chapa branca, um livro sobre os filmes daquele estúdio especificamente?

O crime não é político, de maneira alguma! O crime poderia ser usado politicamente, sem dúvida alguma, para prejudicar o candidato de oposição à Prefeitura da cidade – e é usado pelo jornal venal, vagabundo. Mas o crime não é político.

E não é que o tenente se apaixona pela suspeita… Não é isso…

Meu Deus do céu e também da Terra…

O filme tem – digo pela décima vez – uma trama interessantíssima, fascinante. E está disponível no YouTube, grátis que nem passear no parque.

Anotação em setembro de 2022

Audácia de Criminoso/Behind Green Lights

De Otto Brower, EUA, 1946

Com William Gargan (tenente Sam Carson),

Carole Landis (Janet Bradley),

Don Beddoe (Dr. G.F. Yager, o médico da polícia), Richard Crane (Johnny Williams, o repórter do Herald), Mary Anderson (Nora Bard, a mulher de Walter), Bernard Nedell (Walter Bard, o dono da agência de detetives), John Ireland (sargento Oppenheimer), Charles Russell (Arthur Templeton, advogado e amante de Nora), Roy Roberts (Max Calvert, o dono do jornal Express), Mabel Paige (Flossie, a vendedora de flores), Stanley Prager (Ruzinsky, o leiteiro), Charles Tannen (Ames, repórter), Robert Adler (detetive), Charles Arnt (Daniel Boone Wintergreen, repórter), Larry J. Blake (o motorista da ambulância)

Argumento e roteiro W. Scott Darling e Charles G. Booth

Fotografia Joseph MacDonald

Montagem Stanley Rabjohn    

Direção de arte Richard Irvine, Lyle R. Wheeler  

Figurinos Kay Nelson   

Produção Robert Bassler, 20th Century Fox.

P&B, 64 min (1h04)

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Um comentário para “Audácia de Criminoso / Behind Green Lights”

  1. Gostei muito do artigo…aí fui assistir o filme primeiro…. depois li completo…. gostei demais!!! Parabéns! Bons detalhes….

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