A Diplomata / The Diplomat

Nota: ★★★★

(Disponível na Netflix em 4/2023.)

A Diplomata, co-produção Reino Unido-EUA de 2023, é tudo o que uma série sobre política internacional, espionagem e diplomacia poderia sonhar ser quando crescesse. É assim do nível de House of Cards e de Homeland, duas séries absolutamente maravilhosas, extraordinárias.

Nunca vi West Wing, a série de absoluto sucesso, 155 episódios em sete temporadas, sobre as intimidades da Casa Branca, mas dizem que é uma maravilha. A mesma coisa sobre Grey’s Anatomy, 421 episódios em nada menos que 19 temporadas – mas que, diferentemente das outras citadas acima, não fala de política, geopolítica.

Tem a ver citar Grey’s Anatomy, no entanto, pois a mulher que criou esta maravilha que é The Diplomat tem em seu currículo exatamente Homeland, West Wing e também Grey’s Anatomy.

Essa Debora Cahn é danadinha. Na verdade, se fosse para usar o linguajar dessa fascinante embaixadora Kate Wyler, a personagem-título, o certo seria dizer que Debora Cahn é mesmo fodinha. Uma fucking de uma puta profissional. (A embaixadora Kate Wyler fala tanto palavrão quanto os mafiosos dos filmes de Martin Scorsese, os marginais de Plínio Marcos.)

Duro é saber o que é melhor nesta série: se a trama ou se os personagens.

Claro, são duas faces da mesma moeda, uma coisa complementa a outra, vive da outra, reafirma a outra. Mas são dois elementos tão fantasticamente bem elaborados que fico sem saber por onde começar.

Uma diplomata competente – mas ainda jovem

A trama que essa experiente, danadinha Debora Cahn criou é estupenda, coisa de gênio. E não poderia ser mais atual. Basicamente, é assim:

O mundo vive os efeitos da invasão da Ucrânia pela Rússia. Os Estados Unidos são governados por um presidente muito idoso, e a vice é uma mulher jovem – qualquer semelhança com Joe Biden e Kamala Harris evidentemente não é coincidência.

A partir daí é tudo ficção, a mais absoluta ficção – mas tudo se assenta sobre dados da realidade, é plausível, poderia de fato acontecer.

Na primeira sequência, um porta-aviões – o maior e mais moderno porta-aviões do Reino Unido – é atingido por uma violenta explosão, que provoca um incêndio e mata de imediato 25 pessoas. (O número de mortos vai crescer bastante, quase dobrar, com vários feridos graves não conseguindo sobreviver.)

O porta-aviões navegava no Golfo Pérsico. Indícios apontam que o Irã foi responsável pelo ataque terrorista.

O primeiro-ministro britânico é instado pelo clamor popular a reagir com rigor. Tem o apoio do presidente da potência aliada do outro lado do Atlãntico.

Exatamente no momento em que o mundo está sob o impacto do ataque ao porta-aviões britânicos, o presidente americano, para absoluta surpresa de literalmente todo mundo, nomeia a funcionária de carreira do Departamento de Estado Kate Wyler para o posto de embaixadora em Londres.

Não é que Kate Wyler seja uma diplomata ruim ou despreparada. Não, nada disso. Apesar de ainda relativamente jovem – está na faixa dos 40 e muitos –, tem estrada, quilometragem, experiência, já serviu em embaixadas em locais de grande instabilidade, no Oriente Médio, no Afeganistão, tem muitas fontes ali. É segura, trabalhadora, empenhada, conhece o riscado, é extremamente competente.

Além disso, é casada com outro diplomata com grande folha corrida de bons serviços prestados ao Departamento de Estado, que já havia sido embaixador em vários países, inclusive alguns daquela região sempre conturbada que é o Oriente Médio. O embaixador Hal Wyler tem grande fama no serviço diplomático da maior potência mundial, porque é muito bom, mas é uma figura bastante polêmica – fala muito, algo que os diplomatas deveriam sempre evitar, e não tem medo de abordar assuntos delicados de forma nada ortodoxa.

Kate nunca havia sido titular de uma embaixada; estava aguardando, na verdade, sua nomeação para Cabul, exatamente por seus conhecimentos da região.

Então, repetindo, enfatizando: não é que Kate Wyler seja uma diplomata ruim ou despreparada – mas é jovem, nunca havia tido o posto mais alto da carreira em país algum. Então, a nomeação para a embaixada do Reino Unido é uma surpresa total e absoluta para todos – a começar dela mesma.

E justamente no momento em que parece iminente uma grande crise militar do Reino Unido com o Irã, diabo!

Kate não sabe, mas há um plano para ela

A coisa é ainda mais complexa – e melhor, em termos de intriga, de trama atraente, que fisga o espectador.

Tomada de absoluta surpresa com sua nomeação para um dos cargos mais importantes da diplomacia dos Estados Unidos da fucking América, Kate Boca Suja Wyler não sabe de coisa alguma, tadinha.

O presidente William Rayburn (Michael McKean, na foto abaixo) a nomeou embaixadora no Reino Unido como um teste, uma prova de fogo: queria ver como ela se sairia naquela missão duríssima, pesadíssima, porque, caso ela se saísse bem, iria nomeá-la vice-presidente!

Pouquíssimas pessoas sabiam disso, mas a vice atual estava para renunciar. Era uma boa pessoa, tinha a confiança do presidente, mas o marido dela havia metido a mão numa cumbuca de alguns milhões de dólares, a corrupção havia sido descoberta por um grande jornal (já não me lembro se o Washington Post, se o Wall Street Journal, mas isso não importa), e o jornal estava só recolhendo mais informações antes de publicar a história.

E então havia surgido a idéia de botar no lugar da vice que saía uma outra mulher jovem, forte, competente a não mais poder – Kate Wyler.

De novo, pouquíssimas pessoas sabiam disso – desse plano de botar Kate como embaixadora em Londres como uma prova de fogo para ver se ela seria mesmo a pessoa adequada para assumir a vice-presidência. Apenas umas cinco ou seis pessoas. O próprio presidente Rayburn, é claro. Seu braço direito, a chefe de gabinete Billie Appiah (o papel de Nana Mensah, na foto abaixo). O chefe da embaixada em Londres, o segundo no comando, logo abaixo da própria embaixadora, Stuart Heyford (Ato Essandoh). Ele teria o papel fundamental de, ao mesmo tempo, ser o braço direito, o faz-tudo da nova embaixadora – e o olheiro da Casa Branca, o cara que passaria a avaliação das ações de Kate para a chefe de gabinete Billie. E, sim, claro, Hal Wyler, o maridão – o cara que seguramente havia sugerido para Billie e para o próprio presidente o nome de Kate.

Hal Wyler é o papel de Rufus Sewell (na foto acima), que está ótimo, excelente no papel.

Kate Wyler é interpretada por Keri Russell – e essa atriz que estava chegando perto dos 50 anos quando a série foi lançada, essa mulher com uma beleza magnífica e muito talento, parece ter nascido para este papel. É incrível. Só pela interpretação dela já valeria ver a série.

O primeiro-ministro do Reino Unido é incompetente

Falei mais acima que a trama que Debora Cahn criou é estupenda, coisa de gênio. Na verdade, não é uma trama – são três, que se ligam, é claro, se entrelaçam. Que intertwine. Diacho, que rica bela e rica é o Inglês. Intertwine, interlace, interweave, tangle – tantos verbos para entrelaçar! Mas aí dei uma viajadinha. Perdão.

São três tramas que se entremeiam, e todas são igualmente importantes. Há a coisa da geopolítica, da questão internacional: o Reino Unido foi atacado, num ato bárbaro, que deixa 41 mortos (se não estou enganado, esse é o número final de mortos no porta-aviões). E terá que haver uma reação.

Uma guerra aberta contra o Irã dos aiatolás, a ditadura teocrática que odeia o Ocidente e tem os Estados Unidos como o Grande Satã? Mas o Irã tem o apoio da Rússia, e a Rússia, já enfiada na guerra contra a Ucrânia que o czar Putin resolveu invadir, poderia reagir com o segundo maior arsenal nuclear do planeta…

Mais ainda: há provas suficientes de que foi mesmo o Irã que bombardeou o porta-aviões? Porque, quando o governo republicano de Bush filho e Dick Cheney resolveu invadir o Iraque – agora todo mundo já está cansado de saber –, eles mentiram deslavadamente que a ditadura de Saddam Hussein tinha um monte de armas de destruição de massa. Usaram uma mentira como justificativa para a guerra.

Assim, a questão é levantada com seriedade: há provas suficientes de que foi o Irã?

Essa trama, a parte da geopolítica, é maravilhosamente bem construída e desenvolvida. Haverá muitos – e fascinantes –

desenvolvimentos nela, e nem é o caso de relatar aqui. O que é fundamental registrar é que esta série anglo-americana não pinta um bom quadro ao nos apresentar o prime-minister Nicol Trowbridge (o papel de Roy Kinnear). O morador do número 10 da Downing Street é mostrado como um sujeito um tanto limitado intelectualmente, inseguro psicologicamente, fraco, débil, e muitos outros adjetivos por aí. E com uma perigosa atração pelo populismo.

Uma figura fundamental aí é o Foreign Secretary do Reino Unido, o ministro das Relações Exteriores, o chanceler. Chama-se Austin Dennison (o papel de David Gyasi), e, bem diferentemente de seu chefe, é uma pessoa muito bem preparada, competente. Lá pela segunda metade dos oito episódios, será mostrado, inclusive, que Dennison poderia ter sido escolhido pelo seu partido para o cargo de primeiro-ministro, em vez de Trowbridge, caso não tivesse havido uma fofocalhada em um tablóide que tinha acabado por queimar um tanto o próprio Dennison. (Na foto abaixo, o ator Ato Essandoh, que faz Stuart Heyford.)

Boca suja é a menor das excentricidades de Kate

A segunda trama é a da política interna dos Estados Unidos – toda a coisa de que o presidente Rayburn precisava de um/a novo/a vice, e rolou que ele gostou da sugestão feita inicialmente pelo embaixador Hal Wyler e encampada pela chefe de gabinete Billie Appiah, de se testar a jovem, competente, vigorosa Kate Wyler.

Essa trama inclui a figura do chefe tanto de Kate quanto de Hal, o secretário de Estado Miguel Ganon (o papel de Miguel Sandoval). Ganon é mostrado como um sujeito carreirista e não propriamente fiel a quem o nomeou chefe da diplomacia americana: na verdade – veremos quando a série está ali pela metade dos oito episódios, ou talvez até depois -, ele quer se lançar candidato à Presidência, sem consultar o presidente e em oposição a ele. E há um detalhe: o secretário de Estado e Hal Wyler se detestam, se odeiam.

Dentro dessa segunda trama, sobre a política interna dos EUA, está toda a coisa de como o staff da embaixada americana em Londres recebe aquela mulher que não tem nada, absolutamente nada a ver com a figura que se espera de uma embaixadora de Washington naquele reino que, até algumas décadas atrás, havia sido o maior império do mundo.

E isso é uma parte bastante importante da série.

The Diplomat dedica muita energia a mostrar que a embaixada dos United States of America, o país mais rico que já houve no Planeta, no United Kingdom, o império em que o Sol jamais se punha, é uma coisa de louco.

A embaixada americana em Londres é mostrada mais ou menos assim como o Castelo Mais Rico Que Já Houve em Qualquer História da Carochinha no meio deste louco e insensato mundo real de 2023. Uma coisa mais anacrônica do que as perucas medievais na cabeça dos advogados dos tribunais britânicos. Algo absurdo como o country club mais caro e esnobe do mundo no meio da área mais miserável do Sudão.

E aí chega àquele lugar que parece o palácio de príncipe de conto de fadas uma jovem diplomata cuja boca suja é a menor de suas características, digamos, pouco ortodoxas.

Ah, meu, que maravilha…

Kate Wyler-Keri Russell chega à maior e mais rica e mais fresca de todas as embaixadas dos EUA com a sutileza de um elefante bravo numa loja especialmente cheia de delicadíssimas porcelanas.

Rolam diversas sequências gostosas, divertidas. A equipe da embaixada, liderada por Stuart Heyford, quer, por exemplo, que Kate pose para a Vogue – faria bem para a imagem dos Estados Unidos no Reino Unido (e no mundo) a divulgação de fotos da bela embaixadora em vestidos elegantes. Só que Kate detesta vestidos elegantes – só quer usar calça comprida, blusa simples e uma jaqueta ou paletó confortável. De preferência, calça e paletó pretos, básicos. E tem absoluto horror a salto alto.

Nada, nada, nada ortodoxa – mas danada de competente. Muito rapidamente, aproxima-se do ministro Austin Dennison, que percebe que ela é inteligentíssima, muitíssimo bem informada, e pode ser de grande ajuda para ele.

Pode haver embaixador melhor do que um que se torna próximo do ministro de Relações Exteriores do país em que está servindo?

Os autores (a criadora Debora Cahn contou com os roteiristas Mia Chung, Anna Hagen, Peter Noah e Amanda Johnson-Zetterström) aproveitaram para criar um climão entre a bela embaixadora americana e o ministro britânico. Ah, diabo, nada como a insinuação de um caso romântico, né não?)

É alucinadamene divertido ver o casal de diplomatas

E há, finalmente, a terceira trama dentro da série: a vida pessoal de Kate e Hal Wyler – uma vida conjugal que ao mesmo tempo é ótima e infernal.

O cinema mostrou poucos casais tão absolutamente fascinantes como esse aí;

A relação de marido e mulher é doida, confusa, cheia de atritos, mas também com muita coisa boa. Os dois se amam, se admiram, se respeitam. Um procura sempre ajudar o outro – e, juntos, conseguem belíssimas conquistas nas respectivas carreiras. O sexo é ótimo.

Pois é. Mas porém todavia contudo… O que não falta é problema. São duas pessoas dedicadas à carreira, de personalidades extremamente fortes, e muitas vezes os dois colidem, batem de frente. E aquela situação de Kate ter sido nomeada embaixadora, e Hal estar no momento sem posto, sem poder, e chegar a Londres como o cônjuge da autoridade – ele usa para si mesmo várias vezes a palavra wife, esposa – é absurda, esquisitíssima, para os dois.

Na verdade, Kate vinha falando havia meses em divórcio – e. pouco antes da nomeação dela para Londres, ele havia finalmente aceitado que ela poderia procurar um advogado amigo do casal para tocar a coisa.

Quando, já em Londres, ela fica sabendo do plano do presidente Rayburn de colocá-la na vice-presidência – um plano de que o marido tinha conhecimento, na verdade tinha mêsmo inventado –, toma aquilo como uma grande infidelidade da parte de Hal. Como assim, planejar essa coisa maluca e não falar comigo? Eu ser a última a saber?

Cada nova informação que mostra que o plano já vinha sendo engatilhado fazia tempo deixa Kate mais brava ainda contra o marido. Lá pelas tantas, partem para as vias de fato, numa luta de tapas fantástica – em um momento delicadíssimo, em que estão trabalhando junto com o primeiro-ministro britânico sobre como reagir ao ataque terrorista.

As brigas, desavenças, desentendimentos e eventuais trepadas do casal – é tudo imensamente, alucinadamene engraçado, divertido, interessante.

Ao final do último episódio… Não há final!

 Um detalhinho; a série não explicita, em momento algum, o nome dos partidos que estão no poder, nem nos Estados Unidos, nem no Reino Unido. Não que isso seja incomum: vários filmes e séries preferem não explicitar qual é o partido da situação, qual é o da oposição.

Fica bem claro, no entanto, que o presidente Rayburn é do Partido Democrata. E que o primeiro-ministro Nicol Trowbridge é do Partido Conservador. Exatamente como acontecia na vida real no primeiro semestre de 2023, época de lançamento da série. (Na foto acima, Rory Kinnear, que faz o primeiro-ministro Trowbridge.)

Outro detalhinho: é interessante como os realizadores de A Diplomata fizeram questão de ser politicamente corretos no quesito diversidade. Três personagens importantes da trama, que ocupam altos cargos, são negros: a chefe de gabinete da Casa Branca Billie Appiah, o ministro de Relações Exteriores britânico Austin Dennison e o chefe da embaixada americana em Londres Stuart Heyford – os papéis, respectivamente, de Nana Mensah, David Gyasi e Ato Essandoh. E Eidra Graham, a chefe da missão da CIA em Londres, é interpretada por Ali Ahn, uma americana nascida em Los Angeles descendente de coreanos.

Na minha opinião, esta maravilhosa série de 8 episódios de cerca de 50 minutos cada tem apenas um defeito, e um defeito grande: ao final do oitavo e último episódio, ela surpreende o espectador deixando a porta aberta para uma segunda temporada.

Diabo: não precisava disso. Ela é vendida como uma minissérie, que se encerraria ao final, e pronto. Bem, ou pelo menos eu entendi – equivocadamente – que era isso… E fiquei muito desapontado com o final que não é final, é um convite, tipo “aguarde que vem aí uma segunda temporada”.

Me lembrei de Lupin, outra excelente série, que também fez exatamente isso.

Não que a trama principal, a trama primeira – a da política internacional, o ataque ao porta-aviões britânico que poderia ser o estopim de uma guerra – não se resolva. Isso não. Essa questão tem um fecho – bastante surpreendente, aliás. Mas todo o resto fica em aberto – a relação do casal Wyler em especial, mas também o que poderá acontecer diante da revelação final totalmente inesperada. Abre-se uma nova trama.

Coisa irritante. Eu fiquei muito bravo.

Vejo em uma matéria do Terra, assinada por Diandra Guedes e publicada em 28 de abril de 2023, que até então a Netflix não havia confirmado que haverá a segunda temporada da série. Mas, em entrevista, a criadora Debora Cahn disse gostar de histórias grandes e desejar que a obra tenha a oportunidade de ganhar novos capítulos: “Certamente gosto de histórias longas. Gosto de poder escrever sobre minúcias e pequenos momentos estranhos da vida das pessoas e de seus mundos. Gosto de narrativas longas. Certamente espero que A Diplomata continue. E tenho muitas idéias sobre onde isso iria. Mas veremos. Vamos ver o que acontece.”

Claro: dependeria da audiência destes oito primeiros episódios.

A mesma matéria de Diandra Guedes informa que a série vem sendo bem recebida: “Conquistando nota 8,2 no IMDb e 89% de avaliações positivas da crítica especializada no Rotten Tomatoes, A Diplomata provou que conquistou também os especialistas. O consenso é que a performance de Russell faz com que a produção se torne altamente instigante.”

Não demorou nada para que Debora Cahn e os fãs da série vissem o que iria acontecer: como já nos primeiros dez dias de exibição a série chegou ao primeiro lugar entre as mais vistas da Netflix, anunciou-se oficialmente em 1º de maio que haverá, sim, uma segunda temporada. A estrear muito provavelmente em 2024.

De agente soviética e defensora dos EUA

Keri Russell. Que atriz, que mulher fascinante!

Como é possível que eu nunca tivesse reparado nela antes? Este site tinha já cinco filmes com ela – A Outra Face da Raiva (2004), O Som do Coração (2007), Garçonete (2007), A Garota do Parque (2007), Decisões Extremas (2010). E eu só havia conseguido reparar que Keri Russell é “bonitinha, carinha de Barbie”. Que absurda falta de atenção e sensibilidade.

Ela está absolutamente fantástica como essa Kate Wyler, mulher fascinante, inteligente, ágil, rápida, excelente profissional, mas de atitudes, comportamentos nada dentro do padrão. De fato, parece que ela nasceu para fazer este papel…

Uma reportagem do New York Times da semana do lançamento de The Diplomat (a série teve estréia mundial em 20 de abril de 2023), assinada por Alexis Soloski e reproduzida em O Estado de S. Paulo, diz que. aos 47 anosz, “ela provavelmente é mais conhecida por suas seis temporadas no drama The Americans como Elizabeth Jennings, uma agente soviética com uma ambiciosa coleção de artimanhas e perucas” que rendeu à atriz três indicações ao Emmy. “Agora, Russell assumiu um papel oposto: em A Diplomata, série da Netflix que estréia dia 20, ela interpreta Kate Wyler, uma experiente funcionária pública dos Estados Unidos encarregada de defender a reputação da América no exterior”.

“Russell começou a carreira ainda adolescente como dançarina no programa infantil The Mickey Mouse Club e depois estrelou em Felicity (série de 84 episódios em 4 temporadas, de 1998 a 2002) como estudante universitária caprichosa e santa padroeira das garotas indecisas do mundo todo. Ela não necessariamente esperava passar o meio da carreira interpretando mulheres hipercompetentes, ao mesmo tempo em que mostra a incerteza por baixo dessa competência. Além de interpretar Elizabeth e Kate, ela também apareceu recentemente como uma mãe indomável na comédia de terror O Urso do Pó Branco e como uma assassina bacana, embora não especialmente eficaz, na série Extrapolações.”

A reportagem do NY Times conta que a atriz tem dois filhos com o ex-marido Shane Deary e um filho pequeno com o marido atual, o galês Matthew Rhys, de Um Lindo Dia na Vizinhança (2019) e da série Perry Mason (2020-2023), que trabalha com ela em The Americans. O casal – achei isso interessante – mora em Nova York, mas não em Manhattan, e sim no Brooklyn, perto do Brooklyn Bridge Park, onde a atriz gosta de passear e andar de bicicleta.

Bem. Chiei muito ao ver que o fim do oitavo episódio de A Diplomata não era o fim – mas, quando vier a segunda temporada, vou assistir, é claro. E vou ficar de olho dos filmes e séries com essa ótima atriz.

Anotação em maio de 2023

A Diplomata/The Diplomat

De Debora Cahn, criadora, Inglaterra-EUA, 2023

Direção Andrew Bernstein, Simon Cellan Jones, Alex Graves, Liza Johnson

Com Keri Russell (embaixadora Kate Wyler).

Rufus Sewell (Hal Wyler, o marido)

e Ato Essandoh (Stuart Heyford,, chefe da embaixada dos EUA em Londres), David Gyasi (Austin Dennison, secretário do Exterior, o ministro de Relações Exteriores do Reino Unido), Ali Ahn (Eidra Graham, chefe da missão da CIA em Londres), Rory Kinnear (Nicol Trowbridge, primeiro-ministro do Reino Unido), Michael McKean (William Rayburn, presidente dos EUA), Nana Mensah (Billie Appiah, a chefe de gabinete do presidente dos EUA), Miguel Sandoval (Miguel Ganon, secretário de Estado, o ministro de Relações Exteriores dos EUA), T’Nia Miller (Cecilia Dennison, a irmã de Austin Dennison), Jess Chanliau (Ronnie), Pearl Mackie (Alysse), Tim Delap (Byron), Kenichiro Thomson (Martin), Adam Silver (Howard), Celia Imrie (Margaret Roylin, a conservadora, amiga do primeiro-ministro), Penny Downie (Frances Munning), Georgie Henley (Pensy), Bhav Joshi (Anu Kapoor), Freddie Stabb (Lucinda), Rupert Vansittart (Hoope), Amy Manson (Giselle), Anna Francolini (Pippa), Roteiro Debora Cahn (criadora), Mia Chung (editora executiva de história), Anna Hagen, Peter Noah, Amanda Johnson-Zetterström 

Fotografia Julian Court

Música Series Nathan Barr, Dimitri Smith

Montagem Agnes Grandits, Gary Levy

Casting Lucinda Syson, Natasha Vincent, Julie Schubert

Desenho de produção Chris Roope   

Figurinos Roland Sanchez      

Produção Russ Hammonds, Amanda Johnson-Zetterström, Daniel Toland, Netflix Studios.

Cor, cerca de 400 min (6h40)

****

 

Um comentário para “A Diplomata / The Diplomat”

  1. Sergio, que textão bom!
    Assisti e adorei. E como diz seu texto são tantas as tramas que às vezes me perdia na geopolítica.
    E a Keri Russel está mesmo maravilhosa.
    Também sou fã da série The Americans na qual ela contracena com o marido lindo, maravilhoso.

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