(Disponível na Netflix em dezembro de 2021.)
O livro O Caso Collini, lançado em 2011, foi um imediato e imenso sucesso, chegando à lista dos mais vendidos na Alemanha e tendo os direitos adquiridos por editoras de 18 países. Era o terceiro livro de um respeitado advogado, de família rica, tradicional, Ferdinand von Schirach, e foi comparado aos trabalhos de John Grisham e Scott Turow, os grandes mestres dos romances de tribunal.
O filme baseado no livro é uma produção fantasticamente caprichada, germanicamente perfeita em todos os quesitos técnicos e artísticos. Tem a direção de Marco Kreuzpaintner, rapaz jovem (nasceu em Rosenheim, na Bavária, em 1977, 32 anos depois do final da Segunda Guerra Mundial e 13 anos antes da queda do Muro de Berlim) mas já experiente, com 16 títulos na filmografia como diretor e nove como roteirista – inclusive como um dos autores do roteiro de Ele Está de Volta (2015), a cortante sátira política em que Adolf Hitler reaparece de repente na Alemanha contemporânea. (Os italianos refariam a história mostrando o retorno de Benito Mussolini em Estou de Volta, de 2018.)
Três autores assinam a adaptação do livro Der Fall Collini e sua transposição para a linguagem cinematográfica: Christian Zübert, Robert Gold e Jens-Frederik Otto. Aparentemente, foram bastante fiéis ao romance de Ferdinand von Schirach.
A trama é uma maravilha. Tem, de fato, características típicas dos romances de tribunal de John Grisham, como o fato de que o protagonista da história é um jovem advogado, mas muito jovem mesmo, acabado de sair das fraldas, perdão, da faculdade, e que logo se vê envolvido em um caso extremamente difícil, complexo – um perfeito Davizinho enfrentando não um, mas um monte de Golias. De Scott Turow, tem essa característica de se tratar de um caso especialmente complexo, enrolado, daqueles dos quais se costuma dizer que o começo é apenas a parte visível de um gigantesco iceberg.
Os três roteiristas e o diretor Marco Kreuzpaintner levam menos de 15 minutos para apresentar os fatos básicos do caso aos réus, perdão, aos espectadores. São 15 minutos absolutamente intensos, fortes, impactantes.
No entanto, levam mais de uma hora das 2h03 que dura o filme para chegar ao que é, na verdade, o cerne de tudo, o coração da matéria, o fulcro da obra.
O assassino confessa e fica à espera de ser preso
Um grande, rico, poderoso industrial é brutalmente assassinado no quarto que ocupa em um dos mais exclusivos hotéis de Berlim, em 2001. O ano, assim como o local, é indicado por um letreiro no início da ação. Veremos que ele se chama Hans Meyer (o papel de Manfred Zapatka).
O assassino é um homem de mais de 70 anos, grande, forte (na foto acima). Depois de dar três tiros à queima-roupa em Meyer, e desferir uma série de pontapés na cabeça da vítima já sem vida, ele se encaminha para o lobby do hotel, deixando um rastro de sangue no piso imaculadamente limpo, e senta-se em uma poltrona. A uma funcionária que se aproxima dele, diz: – “Ele está morto. Suíte presidencial”.
O assassino simplesmente fica à espera de ser preso.
Simultaneamente a tomadas que mostram o assassino chegando à suíte ocupada por Hans Meyer, e depois sentando-se em uma poltrona do lobby do hotel, vamos vendo um rapaz jovem, aí talvez de uns 28 anos, treinando boxe em uma academia. Ele é – veremos bem rapidamente – o recém-formado advogado Caspar Leinen, o papel de Elyas M’Barek, na foto abaixo, o protagonista da história, o Davi que vai enfrentar os Golias.
Enquanto a funcionária vai rapidamente para a recepção do hotel ali no lobby, a câmara do diretor de fotografia Jakub Bejnarowicz mostra em um plano americano o rosto do idoso que acaba de confessar seu crime. Usa paletó, gravata, um sobretudo, e na camisa social há pingos de sangue. É um homem de barba, grandes entradas no cabelo ralo do alto da cabeça, mas com um pequeno rabinho de cavalo. É um rosto forte e belo, muito forte e muito belo, de olhos de um azul faiscante.
Tive muita vergonha de mim mesmo quando vi, nos créditos finais, que aquele ator que faz o assassino é Franco Nero. Eu não o havia reconhecido. Franco Nero, o galã do cinema italiano dos anos 60 que virou galã, bandido, mocinho e o escambau em tudo quanto é tipo de filme de tudo quanto é país europeu, trabalhou em mais de 200 títulos e foi dirigido por Luis Buñuel, Rainer Werner Fassbinder, Claude Chabrol, Sergei Bondarchuk, Michael Cacoyannis, Elio Petri, Marco Bellocchio. Ali pelo fim dos anos 60, início dos 70, casou-se com Vanessa Redgrave, aquela deusa. Depois de décadas vivendo juntos, os dois se casaram no papel em 2006, e estão juntos até hoje.
Me estendi sobre Franco Nero aqui bem no princípio do texto. Foi um erro, mas não consegui me impedir. Franco Nero é uma grande figura, e é importante que seja ele o ator que interpreta o assassino.
O rapaz vai defender o assassino de seu pai adotivo!
Quando se passaram apenas 3 minutos, a câmara, que antes mostrava o assassino em plano americano, vai se aproximando do rosto dele, em suave zoom. Atrás, em segundo plano, o espectador pode perceber a agitação que começa a haver junto da recepção do hotel. A trilha sonora de Ben Lukas Boysen cresce no volume e na dramaticidade de acordes pesados de cordas. Vemos agora em close-up o rosto do homem.
Corta, e, sobre a tela inteiramente negra vemos o título em pequenas letras vermelhas, maiúsculas: DER FALL COLLINI.
Na sequência seguinte, o jovem advogado Caspar Leinen está chegando a um magnífico prédio de um tribunal berlinense, onde é aguardado por um juiz, o juiz Koehler (Falk Rockstroh), e pelo procurador-geral Reimers (Rainer Bock). Fica claro – embora não seja dito com todas as letras – que o juiz havia designado o jovem recém-formado para fazer a defesa do assassino.
O juiz e o promotor dão as informações básicas para o novato: o réu que ele deverá defender se chama Fabrizio Collini, nascido em Montecatini, na Itália, perto de Pisa, em 1934; fala alemão razoavelmente, pois havia 30 anos morava na região de Stuttgart. Ele havia assassinado Jean-Baptiste Meyer.
O jovem advogado é tão absolutamente neófito, inexperiente, que havia colocado sua beca para comparecer diante do juiz e do procurador numa primeira audiência, informal, sem a presença de mais ninguém.
Mais, e muito pior: Caspar Leinen era tão jovem, tão absolutamente neófito, inexperiente, que sequer havia percebido que a vítima, Jean-Baptiste Meyer, era o conhecido, famoso, poderoso industrial Hans Meyer.
Quando seus colegas de escritório contam para ele que o Jean-Baptiste Meyer assassinado pelo homem que iria agora defender é Hans Meyer, Caspar Leinen entra em absoluto pânico, parafuso.
E então rápidos flashbacks mostram que o milionário Hans Meyer havia conhecido o garotinho Caspar, filho de uma imigrante turca separada do marido, e havia se tornado um benfeitor dele, praticamente um pai adotivo. Caspar havia crescido sendo amigo íntimo de Philip, um neto do milionário.
Mais, e muito mais complicado ainda: na adolescência, Caspar havia tido um caso, e um caso sério, com a irmã de Philip, Johanna Meyer.
Os pais de Philip e Johanna, assim como o próprio Philip, haviam morrido num acidente de trânsito. Johanna passara a ser a única descendente de Hans Meyer, e a herdeira de sua fortuna e de suas indústrias.
E para seu primeiro caso de direito penal Caspar havia sido designado para defender o velho que assassinara com a maior brutalidade possível o homem que havia sido seu pai adotivo, seu benfeitor. O avô da garota que ele havia amado na adolescência, de quem ele ainda era próximo.
Quando o filme está com apenas 12 minutos, Caspar e Johanna (o papel de Alexandra Maria Lara, na foto abaixo, nascida na Romênia e criada na Alemanha desde criancinha) se encontram. Fica claríssimo para o espectador que os dois continuam se gostando muito. Para complicar um pouco mais, o marido dela está longe, numa temporada em Londres.
Quando ele conta que foi escolhido para defender o assassino, ela diz o óbvio: – “Claro que você não vai aceitar.”
Ele: – “Eu já aceitei. Não é tão fácil sair dessa.”
Ela: – “É um conflito de interesses.”
Ele: – “Não somos parentes.”
Ela: – “Caspar, você não pode defender alguém como este homem.”
Surgem na tela tomadas de Caspar treinando boxe, a trilha sonora de Ben Lukas Boysen amplificando a tensão, acordes contundentes de violino. Corta, e os dois se abraçam.
O filme não chegou a 15 minutos ainda, e já há aí uma trama intrincada, uma quantidade de drama capaz de preencher uns dois livros de John Grisham. Mas ainda tem mais logo em seguida.
O professor doutor Richard Mattinger (Heiner Lauterbach, um ator apavorantemente competente), uma lenda no mundo do Direito daquela Berlim de 2001, que havia sido professor de Caspar, é escolhido advogado da família da vítima, para trabalhar juntamente com a procuradoria.
Todos os Golias do mundo contra o pequenino novato Davi.
Não é apenas um filme de tribunal. É mais
Temos aí, de sobra, elementos para um excepcional filme de tribunal. Só que este O Caso Collini não é apenas um filme de tribunal.
Há vários pontos que chegam perto de fatos reais na trama fictícia criada pela imaginação imensa do escritor-advogado Ferdinand von Schirach. Mas eles só vão aparecer depois que o filme passa da metade de seus 123 minutos.
Repito: tudo o que de fato é o tema central do filme só aparece depois que ele chega na metade.
Assim, a rigor, falar sobre isso é spoiler.
Para quem ainda não viu O Caso Collini e chegou até aqui neste texto, o que dá para dizer é que o assassino, esse Fabrizio Collini interpretado por Franco Nero, recusa-se a falar, a contar por que raios matou Hans Meyer. Insiste em não falar, contar, confessar, explicar – mesmo com o advogado batendo diversas vezes na tecla de que se ele explicasse, desse as razões, seria mais fácil defendê-lo, conseguir uma pena menor.
Quando o filme está com 52 minutos, o jovem Caspar faz mais uma tentativa, dentro do tribunal, antes do início de mais uma sessão do julgamento: – “Por que você se tortura? Por que não me diz o que aconteceu?”
E Collini, firme como uma rocha: – “Por que não adianta”.
Todas as sinopses do filme que vi dizem de cara o que o filme só revela depois de 60 minutos de projeção. São erros de quem escreveu as sinopses, eu acho. Pessoalmente, tenho tido cada vez mais cuidado com os spoilers. Spoiler, só se a gente avisar bem.
A partir daqui vem spoiler. Não faz sentido o eventual leitor que ainda não viu o filme continuar lendo.
Atenção: aqui surgem spoilers
Os fatos que levaram Fabrizio Collini a assassinar Hans Meyer, em 2001, em Berlim, aconteceram num passado remoto. Exata, precisamente, 57 antes, em 1944, ainda durante a Segunda Guerra, na cidadezinha da família de Collini, Montecatini, na Toscana, perto de Pisa.
Um soldado do destacamento do exército nazista estacionado na região foi morto numa emboscada, e então o oficial que comandava o grupo deu a ordem: para cada alemão morto, dez italianos seriam executados no meio da praça central da cidadezinha. Os soldados fizeram buscas nas casas da região atrás de todos os que pudessem estar ligados aos partisans, os resistentes, rebeldes. Dez homens foram escolhidos – e fuzilados. Um deles era Nicola Collini (Stefano Cassetti), o pai de Fabrizio (interpretado pelo garoto Leonardo Orsolini).
O oficial que ordenou o massacre, que segurou o menino Fabrizio enquanto o pai era fuzilado, era Hans Meyer.
O jovem advogado Caspar Leinen vai obtendo esses fatos não através do seu cliente Fabrizio Collini, que permanece em silêncio – “Porque não adianta” –, mas num trabalho duro de investigação, em que conta com a ajuda de uma historiadora especialista, do seu próprio pai (o papel de Peter Prager), de quem sempre esteve distante por ele ter abandonado a sua mãe, e de uma jovem italiana meio punk, Nina (o papel de Pia Stutzenstein).
A questão que se levanta então no tribunal é: mas por que Fabrizio Collini não denunciou o caso às autoridades competentes, após o final da guerra? Por que não procurou por justiça junto à Justiça, em vez de fazer justiça com as próprias mãos?
Aí é que está. Fabrizio e sua única irmã haviam ido à Justiça, haviam apresentado o caso às autoridades alemãs, anos e anos atrás. Mas a Justiça não fez absolutamente nada contra o sujeito que, como oficial nazista, havia ordenado a matança de civis em Montecatini.
E neste ponto o escritor Ferdinand von Schirach fundiu – com grande talento – a sua história fictícia com elementos da realidade histórica.
O jovem Hans Meyer foi inocentado com base em um artigo enfiado na última hora numa lei aprovada em 1968 pelo Parlamento da então República Federal da Alemanha, a Alemanha Ocidental. O tal artigo foi colocado no texto que ia à votação no Bundestag por um advogado chamado Eduard Dreher, e passou a ser conhecida como Lei Dreher. Esse sujeito havia sido advogado de criminosos de guerra nazistas.
Explica a Wikipedia que o artigo declarava que daí em diante haveria um estatuto de limitação de 15 anos após a época da ofensa para que ela fosse levada aos tribunais. Em outras palavras, em 15 anos os crimes estariam prescritos. “Em 1969, foi feita uma estimativa de que graças ao adendo de Dreher, 90% de todos os criminosos de guerra nazistas passaram a ter total imunidade”, informa a enciclopédia colaborativa.
Volto à história de ficção criada por von Schirach. Em 2001, morreu a irmã de Fabrizio Collini. Ele não tinha mais parente algum no mundo. Ninguém iria sofrer se ele fosse preso. E então ele decidiu se vingar.
Justiçamento e Justiça, barbárie e civilização
Ah, o desejo de vingança…
A imensa distância entre justiçamento e justiça – a mesma distância que há entre a barbárie e a civilização.
O olho-por-olho, dente-por-dente, e a civilização.
O Caso Collini consegue com brilho expor uma história em que a Justiça falhou fragorosamente – no caso, por causa de um detalhe de uma lei feito para proteger os criminosos de guerra nazista, especificamente. O que eleva a falha à máxima potência, o que torna a falha insuportavelmente agressiva, nojenta, abjeta.
O que, portanto, serve para explicar a decisão tomada por esse Fabrizio Collini tão bem encarnado por Franco Nero.
Para explicar.
Mas justifica?
Não sei como é no livro, mas o filme mostra, num dos flashbacks em que aparecem eventos dos anos 80, o momento em que o então garoto Caspar Leinen viu pela primeira vez na vida o milionário Hans Meyer.
Caspar (interpretado então por Titus Flügel) estava com a mãe (o papel de Ilknur Boyraz) junto de uma lagoa. Hans Meyer chega em um de seus vários Mercedes-Benz com o neto Philipp (Levi Kirchhoff) – e Phjlipp fala uma frase racista, alguma coisa tipo: – “Como esse menino turco pode nadar nesse lago?” Hans Meyer (já interpretado por Manfred Zapatka) pede desculpas à mãe e ao próprio Caspar, dizendo uma frase como “Não sei onde esse meu neto aprendeu a falar esse tipo de coisa”. E em seguida vemos Caspar e Philipp, já amiguinhos, brincando juntos, correndo pelos salões da magnífica mansão do milionário.
A partir daí, Caspar passa a ser um protegido de Hans Meyer. Há falas e referências no filme que mostram que seus estudos foram custeados pelo milionário, que virou de fato uma espécie de pai adotivo dele.
Um garoto moreninho, filho de um casamento que logo se desfez entre um alemão e uma imigrante turca.
Em todas as sequências dos flashbacks passados nos anos 80, em que Caspar era garoto, o Hans Meyer que vemos é um homem com todo o jeito de uma pessoa afável, simpática, de bom coração.
A coisa mais distante possível de um nazista criminoso de guerra.
Depois que o filme terminou, fiquei pensando: aquele homem que Fabrizio Collini assassinou tinha pouco, quase nada a ver com aquele que, 57 anos antes, havia assassinado seu pai.
E esse me parece o ponto mais importante de todos.
Cada obra é refeita por cada um que a vê. O espectador pode achar o que quiser, é claro. Mas, na minha opinião, O Caso Collini é um grande filme até mesmo por não fazer a defesa da vingança empreendida por Fabrizio Collini já no final da sua vida – e da do homem que ele assassina.
O filme mostra a história. Mostra a gigantesca falha do sistema judiciário alemão no passado, provocado por um erro do Legislativo. Mas não defende a vingança, o olho-por-olho, dente-por-dente.
Porque mostra que o homem assassinado já não era mais o assassino nazista, tantas décadas depois.
Uma beleza de filme.
Anotação em dezembro de 2021
O Caso Collini/Der Fall Collini
De Marco Kreuzpaintner, Alemanha, 2019
Com Elyas M’Barek (Caspar Leinen)
e Alexandra Maria Lara (Johanna Meyer, a neta da vítima), Heiner Lauterbach (Prof. Dr. Richard Mattinger, o advogado bambambã), Franco Nero (Fabrizio Collini, o assassino), Manfred Zapatka (Hans Meyer, a vítima), Jannis Niewöhner (o jovem Hans Meyer), Rainer Bock (Dr. Reimers, o promotor), Catrin Striebeck (a juíza presidente do tribunal), Pia Stutzenstein (Nina, a italiana da pizzaria), Peter Prager (o pai de Caspar), Hannes Wegener (Aicke), Falk Rockstroh (juiz Koehler), Titus Flügel (Caspar menino), Omid Memar (Caspar adolescente), Ilknur Boyraz (a mãe de Caspar), Levi Kirchhoff (Philipp, o neto de Hans Meyer, quando criança), Ludwig Simon (Philipp Meyer, o neto de Hans), Tara Fischer (Johanna adolescente), Margarete Tiesel (a governanta da mansão Meyer), Esther Maria Pietsch (secretária do tribunal), Alexander Tschernek (funcionário da pizzaria), Sabine Timoteo (especialista em armas), Sandro Di Stefano (Claudio Lucchesi), Axel Moustache (Alberto Lucchesi), Stefano Cassetti (Nicola Collini, o pai de Fabrizio), Sina Reiß (Janina Fischer), Frederik Götz (Tim), Thomas Limpinsel (patologista forense), Leonardo Orsolini (Fabrizio Collini menino)
Roteiro Christian Zübert & Robert Gold & Jens-Frederik Otto
Baseado no romance de Ferdinand von Schirach
Fotografia Jakub Bejnarowicz
Música Ben Lukas Boysen
Montagem Johannes Hubrich
Casting Franziska Aigner-Kuhn
Direção de arte Josef Sanktjohanser
Produção Marcel Hartges, Christoph Müller, Kerstin Schmidbauer, Constantin Film, SevenPictures Film, Mythos Film,
Rolize GmbH & Co., Viola Film
Cor, 123 min (2h03)
***1/2
Prezado, quando menciona que a vítima não era mais o oficial nazista de 57 anos antes do assassinato objeto do processo do título do filme, parece que deixou de notar a banalização do mal pela ideologia nazista – ponto estudado de forma brilhante em Eichmann em Jerusalém, Hannah Arendt.